segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Semana Nacional da Vida: pelo direito à vida em qualquer instância
01/10/2012
Raquel Araujo A+ a- Imprimir Adicione aos Favoritos RSS Envie para um amigo

Uma oportunidade de colocar em evidência o valor e a beleza do maior dom recebido de Deus: a vida. Diante de fatos que atentam contra a dignidade da pessoa humana, a Semana Nacional da Vida – que este ano será realizada de primeiro a sete de outubro - se destaca como uma maneira de reafirmar a importância inalienável e inegociável da vida em qualquer instância. A Semana retoma as situações de ameaça à vida e se insere na missão da Igreja de estar a serviço do bem-estar pleno de todos.

A discussão acerca de uma mudança de época, onde a definição da concepção integral do ser humano é dissolvida perpassa os dias de hoje. Em entrevista ao Portal da Arquidiocese, o Bispo Auxiliar e presidente da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida, Dom Antonio Augusto Dias Duarte lembrou que o Documento de Aparecida chamava a atenção para o individualismo, prática nociva à valorização do outro. Segundo o bispo, um aspecto importante que ainda falta à consciência da população, quando se trata da promoção da vida, é o próprio respeito à pessoa humana.

- Quando não se valoriza a pessoa, a vida passa a ser simplesmente um fenômeno biológico, social, e, ao apagar o valor da pessoa, você também apaga o valor da vida. Este Documento de Aparecida lembrava um pouco deste malefício, desta mudança de conceito da pessoa humana, que é justamente o individualismo. Ali, há uma frase que é realmente impressionante e arrepiante, porque fala que o individualismo não é apenas a indiferença com o outro, mas é um sinal de que o outro praticamente não existe. Não é apenas uma indiferença, mas um desprezo do outro. E nós observamos, hoje em dia, esse desprezo da pessoa enquanto pessoa. Não se trata de, na Semana Nacional da Vida, apenas fazermos campanhas contra os atentados que se fazem contra a vida humana, não é apenas apontarmos as origens e as causas da cultura de morte, mas sim realmente fazer com que a pessoa humana, em todas as suas etapas da vida, seja valorizada enquanto pessoa. Esta é a maneira de tirar do mundo este individualismo indiferente e depreciativo do ser humano, opinou.

Instituída, em 2005, pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Semana da Vida acontece anualmente. Neste ano, o tema é “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos”, relacionando-se com a Campanha da Fraternidade 2012, que aborda a Fraternidade e a saúde pública. Ao comparar os dois temas, Dom Antonio destacou a necessidade de entender a “saúde” de uma maneira mais ampla, abrangendo não somente o aspecto médico, mas sim o bem-estar integral do ser humano — principal preocupação da Semana Nacional da Vida.

- Devemos pontualizar bem o que queremos dizer com saúde. (...) Saúde, no fundo, é o bem-estar integral da pessoa humana, e se esse bem-estar é procurado e é propagado, ai temos a saúde pública. E a saúde pública não se trata apenas de combater as doenças existentes de uma forma epidêmica ou endêmica na sociedade, mas se trata de fazer com que as pessoas se relacionem de uma maneira saudável. Então, eu penso que essa Semana Nacional da vida, com esse titulo: “vida, saúde e dignidade”, deve ser desenvolvida primeiro, a conceituar e valorizar realmente quem é a pessoa humana e, em segundo lugar, não apenas reivindicar políticas de saúde pública(...), mas, mais uma vez, fazer as pessoas agirem no sentido de darem condições sociais para que possamos ter esse bem integral, disse.


A Semana termina com o 'Dia do Nascituro', comemorado em 8 de outubro, para homenagear o novo ser humano, a nova vida que, desde a sua concepção, está dentro do útero materno. Nesta mesma ocasião, quem olhar para o alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, à noite, verá o Cristo Redentor, maior cartão-postal da cidade, iluminado de amarelo, em atenção à data. Segundo Dom Antonio, este é o momento em que o Cristo - definido como “a Luz do mundo” - através de sua iluminação peculiar, chamará a atenção e convidará a todos para também serem essa luz e aderirem às causas da Semana da Vida.

- Quando se fala que Cristo se define como a Luz do mundo, aí temos uma afirmação de que ele nos faz pensar que se o Cristo está iluminado, neste caso para a Semana da Vida, é para despertar em nós uma maior consciência, uma maior participação em defesa da vida. Não podemos esquecer que Ele não só se define como “a Luz do mundo”, como ele fala: “Nós somos a luz do mundo”. Então, temos que ser a luz da verdade! Não basta iluminar o Cristo, é preciso que saibamos qual o sentido daquela mudança de cor, e, quando se refere ao Dia do Nascituro, temos que saber que ali estamos sendo chamados para iluminar a consciência das pessoas com a valorização da pessoa humana, com o valor do bem-estar integral da pessoa humana. E depois também, se Cristo afirma “eu sou a Luz do mundo” e se essa Luz é a verdade, devemos nos comprometer mais com a difusão da verdade sobre essas realidades que eu citava, ponderou.


Projeto Raquel: pelo apoio às mães que sofreram aborto

Temeroso ao saber do nascimento de Jesus Cristo, Herodes mandou matar todas as crianças com menos de dois anos. Este episódio remete à Raquel, mulher do Antigo Testamento, que chorou inconsolável pela morte de seus filhos.

“Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: Ouviu-se um clamor em Ramá, Choro e grande lamento; Era Raquel chorando a seus filhos, E não querendo ser consolada, porque eles já não existem.” (Mt 2: 16-17)

Assim como Raquel, muitas outras mulheres convivem com a angústia e a tristeza da perda de um filho. No caso do Projeto Raquel, a morte da criança é causada pelo aborto.


- Esta participação das mulheres na morte dos filhos que levam dentro do seu corpo, através do aborto, faz com que elas chorem como Raquel. Ou seja, que elas sofram as conseqüências do aborto. Se até o aborto espontâneo traz um sofrimento à mulher, devemos considerar também o que é gravíssimo para a mulher, que é o aborto procurado. Esta mulher precisa de ajuda, afirmou Dom Antonio.

Com foco nessas mulheres que sofrem após algum tipo de aborto, o Projeto Raquel caracteriza-se como um serviço pastoral pós-aborto, que nasceu nos Estados Unidos em 1984 e que se espalhou rapidamente pelas dioceses de vários países. O projeto é uma rede de cura, baseada na misericórdia de Deus, que oferece a essas mulheres todo o apoio espiritual e psicológico necessário para cada caso. No Rio de Janeiro, a Arquidiocese oferecerá um curso, no dia 20 de outubro, para leigos, membros das pastorais da saúde e familiar, religiosos (as) e sacerdotes, afim de capacitá-los para atuar no Projeto na cidade.

Para a maioria das mulheres, as consequências do aborto não têm a ver com patologia física, mas com angústia e culpa. Dom Antonio recordou o beato João Paulo II em sua Encíclica Evangelho da Vida, na qual o então Papa fala sobre as mulheres que sofreram aborto:

- O Papa João Paulo II, na Encíclica Evangelho da Vida, mostrava toda a misericórdia da Igreja, e o sinal da misericórdia de Deus, ao falar que estas mulheres são menos culpadas que os homens, menos culpadas que a sociedade — que não dá as condições para que elas sejam, de fato, mães—, menos culpadas que os legisladores — que procuram servir não ao povo, mas usam do povo para introduzir uma cultura de morte. Então, o Papa coloca essas mulheres tendo essa devida posição em termos de culpa, mas lembrando que qualquer culpa não deve ser simplesmente sentida. Essa culpa deve ser perdoada, deve ser aliviada e, por isso, existe o projeto Raquel, esclareceu.( Arquidiocese do Rio de Janeiro )



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