sábado, 10 de agosto de 2013

19º Domingo Comum

 Saber esperar e vigiar em qualquer momento
É ser amigo de Deus!

São Lucas 12, 32-48
              «Não tenhas medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino”. Vendei vossos bens e dai esmola [...] (vv. 32-34)». Antes de qualquer uma outra iniciativa, Jesus tem a preocupação de exortar aos seus discípulos missionários com essas recomendações ao abandono na Providência amorosa de Deus e ao desprendimento dos bens efêmeros. Eles não se sentem tão seguros, porque têm consciência de que são resumidos e fracos, e que estão diante de um mundo hostil: apesar de ser um pequeno número e sem recursos humanos, os discípulos, aos poucos vão vencendo o medo, pois foram admitidos no Reino de Deus que é indestrutível (cf. Lc 1, 33).
                   Jesus recomenda a não acumular bens, mas a reparti-los com os carentes. As boas obras de misericórdia em geral (cf. Mt 25, 31-46) constituem uma riqueza que não se perde, pois essas obras terão uma recompensa eterna nos céus.
                   O texto nos apresenta três parábolas: a dos “criados vigilantes” (vv. 35-36), a do “ladrão” (v. 39) e a dos “servos administradores”. De que tratam as parábolas? As duas primeiras referem-se à necessidade da vigilância e a terceira à necessidade da fidelidade.
                   Criados vigilantes (35-40).
                   Esta parábola aborda o tema da vigilância ativa na espera do Senhor, que está a serviço de qualquer um. Por isso as expressões «Rins cingidos» e “lâmpadas acesas” lembram a atitude básica do discípulo missionário seguidor de Jesus: “Estejam com as mangas arregaçadas”, ou seja, rins cingidos e com as lâmpadas acesas: Isto é, literalmente falando, rins cingidos é o mesmo que colocar ao redor da cintura o cordão que amarra a túnica: é um gesto habitual, próprio de quem quer trabalhar; estar à disposição de Deus.
                   Iluminados pela história contada a respeito dos servos que esperam seu senhor voltar do casamento (vv. 36-38), compreendemos melhor a vigilância e a prontidão própria de nossa parte como cristãos. E, para fins de complemento e ajuste ao sentido da parábola, o senhor que retorna para casa, ao encontrar os servos vigiando, os fará sentar á mesa e os servirá. Agora, sim, a nossa compreensão cada vez se amplia diante da certeza de que esse senhor significa ser Jesus Cristo que veio para dar a vida.
                   Atenção! É possível que alguém pense que a vida concedida por Ele chega de qualquer jeito, de mãos encruzadas; não, é preciso interação entre a fé, a esperança e o amor, ou seja, vigilância e prontidão. Vitória da Vida sobre a morte, não se aguarda cochilando, mas lutando, construindo sempre. É uma questão de parceria entre Deus e o homem.     
ü Outra parábola: A do ladrão que chega sem ser esperado (vv. 39-40)
                   Parece ser intrigante essa parábola! Como um ladrão, que de forma inesperada, imprevista pode arrombar a nossa casa e roubar tudo o que temos, Deus se apresenta na nossa história, na nossa vida, vindo de improviso. Se for assim, Deus parece ser estranho, não é?
                   Qual é mesmo o sentido da parábola? Vejamos bem, entre as tantas vindas do Senhor, há uma que é definitiva: Aquela que registra o Senhor no final da nossa vida! Essa é a mais importante das suas vindas e é necessário que nos encontre devidamente preparados. Mas sempre é bem vindo o alerta: Cuidado! Esforcemo-nos para que a sonolência, mãe do indiferentismo, não nos domine! Pessimismo, nunca! Otimismo, sempre!
ü A terceira parábola (vv. 41-48): A do administrador fiel e responsável!(41-46)
                   Pedro pergunta ao Mestre: “Senhor, estás contando esta parábola só para nós, ou para todos?” (v. 41). Todos – responde o Mestre – devem vigiar, mas, sobretudo aqueles que na comunidade são os responsáveis por esse ou aquele ministério (1 Pd 4,10-11).
                   Aqui é válido salientar que, nessa parábola, a vigilância se transforma em serviço-doação-promoção ao próximo, a exemplo doSenhor que veio para servir e amar.
                   O Mestre nos chama atenção para os dois tipos de administradores: um fiel e prudente, o outro negligente e arrogante. A tarefa que o Senhor nos dar quando nos chama, não é a de dominar as pessoas, mas acolher, servindo-as sem distinção. Ofereçamos a todas elas o Pão da Palavra, o Pão da Eucaristia, o diálogo, o acolhimento, a compreensão, a solidariedade sempre. É esta a característica de nossa missão como administradores fieis e responsáveis, frente à comunidade.
                   Agindo diferentemente, ou seja, como negligente e arrogante, aguardemos, portanto a sentença, que, aliás, será drástica: “O Senhor o expulsará de sua casa e o fará participar do destino dos infiéis” (v. 46).
                   Livra-nos, Senhor, em vez de sermos servidores, sermos patrões dominadores, senhores. Ai desses administradores: diáconos, padres (nós), bispos, animadores de comunidades infiéis – diz Jesus – que se comportam deste modo!
ü Quanto maior for o conhecimento, maior será o compromisso (vv. 47-48)
                   « A quem muito foi dado…». Temos aqui a forma impessoal da voz passiva para, segundo o costume judaico, evitar pronunciar o nome inefável de Deus, por motivo de respeito, equivalendo a: «a quem Deus muito deu...». No dia de juízo haverá uma desigualdade de castigos proporcionada à responsabilidade de cada um. É fácil perceber que os discípulos de Jesus são aqueles que «sabem o que o Senhor quer» (v. 47) e aqueles «a quem muito foi dado» (v. 48).
                   O que foi dado e confiado aos discípulos de Jesus? “Não tenha medo, pequenino rebanho, pois foi da vontade do Pai dar a vocês o Reino” (v. 32).
Padre Francisco de Assis
Pároco

PARÓQUIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
NOVA CRUZ – RN
Fonte: Pascom Nova Cruz

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Formação política para o povo

Os mais pobres sempre foram ignorados na história, excluídos e descartáveis. Essa história só vai ser mudada quando os crucificados de hoje se tornarem sujeitos de sua própria história. É perda de tempo esperar que o bem venha dos opressores. Eles não conhecem a verdade que liberta o homem da opressão. Necessitamos construir uma nova civilização, a civilização do amor. Nela não haverá excluídos e excludentes.
A realidade é desafiadora. Nela somos agentes da transformação social. Só discurso não muda a vida. O que muda a vida é a luta organizada de todos que estão à margem da sociedade, esquecidos e muitas vezes manipulados pelas mentiras. Por isso nosso olhar deve ser um olhar politizado e comprometido com os mais pobres. O povo vem sendo enfraquecido historicamente por um poder que vem desde o período colonial.
É preciso olhar com mais ternura e compaixão para os mais pobres do mundo. Eles necessitam de apoio e de liderança independente. Que a nossa participação possa ser útil no processo de formação política do povo. (CARLOS) 
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domingo, 4 de agosto de 2013

18º DOMINGO DO TEMPO COMUM

  
Eis a loucura: acumular bens para si!
Eis a sabedoria: compartilhar o que tem!
Ø    Evangelho: Lc 12,13-21
               
                Jesus é tratado como se fosse um mediador. Certa vez, numa destas contendas familiares, Jesus fora escolhido para ser mediador entre dois irmãos que brigavam para salvaguardar seus bens. Ou seja, um parece que está sendo injusto, enquanto o outro está sendo vitimado.
                Nesse caso, como talvez noutros, acharam que o jovem Mestre poderia ajudar a contornar o conflito. Porém, tiveram que ouvir uma resposta surpreendente, decidida, forte, negativa aos interesses deles: “Quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós?” (v. 14).
                De cara é possível que nos apareçam algumas dúvidas, quanto ao comportamento de Jesus. Talvez, quem sabe, será que, diante de tal reação alguém não se levante para discordar dele, julgando-o insensível diante do apelo tratado?
                Mas qual é mesmo a reação-orientação do querido Irmão, o Mestre Jesus? Ele lhes disse assim: “Atenção! Abstende-vos de qualquer cobiça, porque mais rico que alguém seja, a vida não depende dos bens” (v. 15). Causa de todos os males. Como é percebível, Jesus não se demora nem se basta na dimensão periférica dos problemas, mas vai às raízes dos mesmos. Ou seja, a sua preocupação chave é com a causa de todos os males: a ganância desenfreada pelos bens materiais, a fome insaciável de acumular sempre mais.
                O acúmulo é roubo, além de ser loucura. O senhor da parábola parece ser um louco, “pois sua riqueza fora construída sobre colunas falsas”, isto é, o que conseguiu foi à custa das práticas injustas, sacrificando, tomando e explorando os outros, deixando-os sem o sagrado direito (férias, 13º salário, seguro desemprego, jornada de trabalho, além de tantos outros...). Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?” (v. 20).  O julgamento de Deus é severo: quem vive para a cumular bens materiais não passa de um ladrão; de um insensato!
                Dito isto, que juízo moral é possível ser feito a respeito da riqueza? Ela é boa ou má? Não nos parece que Jesus tenha amaldiçoada a riqueza. O que é condenável é a prática da concentração dessa riqueza em mãos de alguns, enquanto a grande maioria dos irmãos está com o pires na mão pedindo para sobrevir.
                “É preciso se ter cuidado com a idolatria da riqueza. Ela se institucionaliza em formas concretas de injustiça, dentro de inspirações ideológicas materialistas, marcadas pelo coletivismo ou pelo individualismo” (P., 495 e 496). “Os bens da terra foram criados por Deus para todos os homens. Todos e cada um dos homens têm um direito primário, fundamental, absolutamente inviolável, de usar solidariamente desses bens para se realizarem como pessoas” (P., 492).
                Conclusão: A parábola chega à sua conclusão, mostrando que o ideal do cristão não é uma vida miserável, inumana. O problema da censura frente ao rico agricultor, não é por causa de sua riqueza em si, “mas porque acumulou exclusivamente para si e não enriqueceu aos olhos de Deus”.
                Para refletir:
- Como reagimos na relação com os bens materiais? Eles servem para criar relações fraternais entre os irmãos, os mais carentes, ou nos levam ao acúmulo da riqueza, desviando-nos do caminho que conduz a Deus?

PARÓQUIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
Nova Cruz – RN
Pe. Francisco de Assis Inácio
- Pároco -
Fonte: Pascom Nova Cruz