sábado, 3 de novembro de 2012


Frei Betto: a morte anunciada dos Guarani-Kaiowá

03/11/2012
Frei Betto sempre esteve ao lado dos oprimidos e dos ameaçados de extinção como os indígenas. Aqui apresenta claramente o conflito que envolve os Guarani-Kaiowá, estes ameaçando suicídio coletivo caso suas demandas por terra não forem atendidas. São duas visões de mundo que se confrontam: aquela dos ruralistas que representam a perspectiva da terra como meio de produção numa lógica utilitarista e mercantil; a dos povos originários que veem a terra como prolongamento do corpo, como viva e “mãe do índio” como costumam dizer. Precisamos aprender desses representantes originários como entreter uma relação diferente para com a Terra, entendida como Gaia, Pacha Mama e Grande Mãe que nos dá gratuitamente tudo o que precisamos. Mãe não pode ser comprada, vendida ou tratada de qualquer jeito. Mãe é para ser venerada, respeitada e amada. Assim deve ser  com a Magna Mater, a boa e generosa Mãe Terra. LBoff
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A Justiça revogou a ordem de retirada de 170 índios Guarani-Kaiowá das terras em que habitam no Mato Grosso do Sul. Em carta à opinião pública, eles apelaram: “Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos, mesmo, em pouco tempo”.
         A  morte precoce, induzida – o que nós, caras-pálidas, chamamos de suicídio – é  recurso frequente adotado pelos Guarani-Kaiowá para resistirem frente às  ameaças que sofrem. Preferem morrer que se degradar. Nos últimos vinte anos,  quase mil indígenas, a maioria jovens, puseram fim às suas vidas, em protesto  às pressões de empresas e fazendeiros que cobiçam suas  terras.
        A  carta dos Guarani-Kaiowá foi divulgada após a Justiça Federal determinar a  retirada de 30 famílias indígenas da aldeia Passo Piraju, em Mato Grosso do  Sul. A área é disputada por índios e fazendeiros. Em 2002, acordo mediado pelo  Ministério Público Federal, em Dourados, destinou aos índios 40 hectares  ocupados por uma fazenda. O suposto proprietário recorreu à  Justiça.
         Segundo o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), vinculado à CNBB, há que  saber interpretar a palavra dos índios: “Eles falam em morte coletiva (o que é  diferente de suicídio coletivo) no contexto da luta pela terra, ou seja, se a  Justiça e os pistoleiros contratados pelos fazendeiros insistirem em tirá-los  de suas terras tradicionais, estão dispostos a morrerem todos nela, sem jamais  abandoná-las”, diz a nota.
        Dados  do CIMI indicam que, entre 2003 e 2011, foram assassinados, no Brasil, 503  índios. Mais da metade – 279 – pertence à etnia Guarani-Kaiowá. Em protesto, a  19 de outubro, em Brasília, 5 mil cruzes foram fincadas no gramado da  Esplanada dos Ministérios, simbolizando os índios mortos e  ameaçados.
      São  comprovados os assassinatos de membros dessa etnia por pistoleiros a serviço  de fazendeiros da região. Junto ao rio Hovy, dois índios foram mortos  recentemente por espancamentos e torturas.
        A  Constituição abriga o princípio da diversidade e da alteridade, e consagra o  direito congênito dos índios às terras habitadas tradicionalmente por eles.  Essas terras deveriam ter sido demarcadas até 1993. Mas, infelizmente, a  Justiça brasileira é extremamente morosa quando se trata dos direitos dos  pobres e excluídos.
        Um quarto de século após a aprovação da carta  constitucional, em 1988, as terras dos Guarani-Kaiowá ainda não foram  demarcadas, o que favorece a invasão de grileiros, posseiros e agentes do  agronegócio.
       Participei, no governo Lula, de  toda a polêmica em torno da demarcação da Raposa Serra do Sol. Graças à  decisão presidencial e à sentença do Supremo Tribunal Federal, os fazendeiros  invasores foram retirados daquela reserva indígena.
       No caso dos Guarani-Kaiowá não se vê, por enquanto, a  mesma firmeza do poder público. Até a Advocacia Geral da União, responsável  pela salvaguarda dos povos indígenas – pois eles são tutelados pela União –  chegou a editar portaria que, na prática, reduz a efetivação de vários  direitos.
       O argumento dos inimigos de nossos povos  originários é que suas terras poderiam ser economicamente produtivas. Atrás  desse argumento perdura a ideia de que índios são pessoas inúteis,  descartáveis, e que o interesse do lucro do agronegócio deve estar acima da  sobrevivência e da cultura desses nossos ancestrais.
      Os índios não são estrangeiros nas terras do  Brasil. Ao chegarem aqui os colonizadores portugueses – equivocamente  qualificados nos livros de história de “descobridores” – se depararam com mais  de 5 milhões de indígenas, que dominavam centenas de idiomas distintos. A  maioria foi vítima de um genocídio implacável, restando hoje, apenas, 817 mil  indígenas, dos quais 480 mil aldeados, divididos entre 227 povos que dominam  180 idiomas diferentes e ocupam 13% do território brasileiro.  
        Não adianta o governo brasileiro assinar  documentos em prol dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável se  isso não se traduzir em gestos concretos para a preservação dos direitos dos  povos indígenas e de nosso meio ambiente.
        Bem fez a presidenta Dilma ao efetuar cortes no  projeto do novo Código Florestal aprovado pelo Congresso. Entre o agrado a  políticos e os interesses da nação e a preservação ambiental, a presidente não  relutou em descartar privilégios e abraçar direitos coletivos.  
       Resta agora demonstrar a mesma firmeza na  defesa dos direitos desses povos que constituem a nossa raiz e que marcam  predominantemente o DNA do brasileiro, conforme comprovou o Projeto Genoma  Humano.
Frei Betto é escritor, autor da novela indigenista  “Uala, o amor” (FTD), entre outros livros.
‎"Tudo dispuseste com medida, número e peso.
Teu grande poder está sempre ao Teu serviço,
e quem pode resistir à força de Teu braço?
O mundo inteiro, diante de Ti,
é como um grão de areia na balança,
uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra.
Entretanto, de todos tens compaixão,
porque tudo podes.
Fechas os olhos aos pecados dos homens,
para que se arrependam.
Sim, amas tudo o que existe,
e não desprezas nada do que fizeste;
porque, se odiasses alguma coisa,
não a terias criado.
Da mesma forma,
como poderia alguma coisa existir,
se não a tivesses querido?
Ou como poderia ser mantida,
se por ti não fosse chamada?
A todos, porém, Tu tratas com bondade,
porque tudo é Teu, Senhor, amigo da vida" (Sb 11,20-26).

Cultura da violência


Escola é o quarto lugar onde há mais atos violentos contra crianças e adolescentes


Deborah Ouchana

Uma cultura da violência que permeia os ambientes públicos e privados das relações sociais pode explicar por que atos de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão contra crianças e adolescentes continuam frequentes, mesmo após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990. Em todas as faixas etárias, as ocorrências são mais preponderantes nas residências das vítimas, mas também ocorrem onde as crianças deveriam estar protegidas: na escola.
Segundo dados do Mapa da Violência 2012: Crianças e Adolescentes do Brasil, elaborado por Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais no Brasil (FLACSO Brasil), a escola é o quarto local onde há mais ocorrências de violência contra crianças e adolescentes entre zero e 19 anos. Na faixa etária dos 10 aos 14 anos o número de ocorrências no ambiente escolar aumenta, representando 7,8% dos atendimentos, enquanto a partir dos dez anos as agressões em casa diminuem. O levantamento foi realizado junto aos atendimentos por violência no Sistema Único de Saúde (SUS).

"Existe uma espécie de cultura da violência que impera em diversos âmbitos de nossas vidas, como em casa, na escola, nas ruas", argumenta Jacobo. O sociólogo considera que a escola deve criar mecanismos de mediação de conflito com o objetivo de estimular a tolerância e o convívio com as diferenças. A medida é urgente se for considerado que o maior número de agressões acontece entre os próprios colegas de escola.
Dos 5 aos 9 anos as ocorrências de violência na escola por amigos ou conhecidos representam 49,7% dos casos. Dos 10 aos 14 anos, 60,16%, e dos 15 aos 19, 52%. Na categoria "desconhecidos", esse número cai para 8,5% dos 5 aos 9 anos, 7,1% dos 10 aos 14 e 16,6% dos 15 aos 19. Em último lugar verifica-se a violência por parte de pessoas da própria instituição com 7,9% na faixa dos 5 aos 9 anos, 5,8% dos 10 aos 14 e 5,5% dos 15 aos 19 anos.
De acordo com a pesquisa, em todas as faixas etárias a violência acontece de forma preponderante na residência das vítimas, totalizando 63,1% dos casos. Em segundo lugar aparecem as vias públicas, em terceiro outros ambientes e, por fim, em quinto, estão os bares.
Para chegar a esses números foram utilizados os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Em 2009, a notificação "violência doméstica, sexual e/ou outras violências" foi implantada no Sinan e deve ser realizada pelo gestor 1de saúde do SUS, por meio de uma ficha de notificação específica, diante de qualquer suspeita de ocorrência de violência. Essas informações, no entanto, são apenas uma parte do que realmente acontece. Paralelamente aos atendimentos declarados como decorrentes da violência, existe um enorme número de vítimas que não revelam o motivo de ir parar nos hospitais e, por isso, nunca chegam aos olhos públicos.(Fonte: Revista Educação)
BOLSA FAMÍLIA
Oportunidade ou paternalismo?

O Bolsa Família foi criado pelo governo Lula em 2003 com o objetivo de facilitar a transferência de renda no Brasil para a classe mais pobre. Fazem parte do programa as famílias com renda per capita até R$ 140, e os valores dos benefícios pagos variam entre R$ 22 e R$ 200 por família. Em contrapartida, os núcleos familiares beneficiados devem manter os filhos e dependentes na escola e vacinados, além de participar de programas de educação alimentar.
Um dos principais jornais econômicos do mundo, o britânico The Economist aponta o Bolsa Família como um dos principais programas de combate à pobreza do mundo, opinião compartilhada pelo francês Le Monde. Segundo levantamento do Governo Federal, cerca de 11 milhões de pessoas são beneficiadas pelo programa, tendo direito a permanecer nele por, pelo menos, dois anos.
Após dois anos recebendo os benefícios, se a família alcançou renda acima dos critérios utilizados pelo programa e já adquiriu condições para se sustentar, o Bolsa Família é encerrado para poder atender a outros núcleos. Caso uma família não cumpra as condições impostas pelo governo para participar do programa, ela pode sofrer punições gradativas, que vão desde uma notificação até a suspensão dos benefícios.
Prós e contras
Ainda que o Bolsa Família venha sendo elogiado por organismos no mundo todo, o programa é alvo de críticas principalmente entre os opositores do governo federal. Muitos consideram o programa eleitoreiro e reclamam de ele apenas transferir dinheiro, sem dar uma base às famílias para que possam se sustentar através de uma atividade econômica produtiva. Pior, os críticos acreditam que programas do gênero "viciam" e acomodam os beneficiários.
Responsável pela continuidade do programa, a presidente Dilma Rousseff defende a necessidade de se criar uma porta de saída para as famílias hoje beneficiadas pelo Bolsa Família. Diante da falta de oferta e da necessidade de mão de obra especializada no Brasil, Dilma quer oferecer ensino profissionalizante para as famílias mais pobres e empregar parte desses novos profissionais nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Essa pode ser uma boa saída para o Governo Federal, caso os beneficiários do Bolsa Família aceitem participar dos cursos profissionalizantes. Até lá, o que se tem de concreto é que, segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Bolsa Família vem tendo um resultado positivo na redução da desigualdade de renda no Brasil.
Mas, como a própria presidente da República já percebeu, isso não basta. É necessário que o programa dê subsídios às famílias para que possam garantir o seu sustento.

O Bolsa Família deve ser apenas um paliativo para solucionar um problema temporário e não um "remédio" que "dopa" seus usuários e os deixa dependentes do assistencialismo governamental.(Fonte:OI Educa)

1/11/1512 - As pinturas de Michelangelo na Capela Sistina são exibidas pela primeira vez
 
    A Capela Sistina fica no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa, na Cidade do Vaticano e foi inaugurada pelo Papa Sisto IV, em 15 de agosto de 1483. Em 1508, o papa Julio II encomendou a pintura do teto e da parede ao fundo do altar da capela a Michelangelo.

O artista iniciou seu trabalho em 1508 e terminou quatro anos depois. As imagens foram inspiradas no Antigo Testamento e a pintura apresenta cenas como a criação de Adão, a expulsão do paraíso, a embriaguez de Noé e o dilúvio.(Fonte: Oi Educa)
   
 

FORMAÇÃO NO SETOR I

Há pouco tempo encerramos a nossa formação no Setor I aqui na capela São Francisco. Estudamos o sétimo capítulo do Lumen Gentium: "Índole escatológica da Igreja peregrina e sua união com a Igreja celeste". Foi uma reunião bem participativa com os missionários que se preparam para no dia seguinte saírem em missão nas ruas localizadas no setor. Participaram do encontro: Irmã Lourdes, Irmã Raquel, Carlos, Benedita, Maria Emília, Suzana, Maria do Terço, Maria Gonçalves, Josileide e Dona Plácida.
Amanhã, a partir das 09 horas visitaremos algumas famílias que fazem parte do nosso setor. Que Nosso Senhor Jesus Cristo nos fortaleça na missão. (Carlos: Setor I)

sábado, 3 de novembro de 2012

31º Domingo do Tempo Comum (Todos os santos e santas)


         INICIAÇÃO
                Há uma perfeita coesão entre as três leituras deste 31º domingo do Tempo Comum, no qual a Igreja celebra a Festa de todos os santos e santas. A (primeira leitura) nos propõe elevar os olhos para a condição santa à qual o Pai nos destinou. Tal atitude, só será possível, se os fiéis souberem manter-se na fidelidade à sua vocação batismal, em meios às tribulações.
É percebível a presença pertinente de um fato: Deus, o Santo dos santos, quer promover-nos em santidade, imagens suas (2ª leitura). O Concílio Ecumênico Vaticano II nos lembra que todo cristão é chamado a ser santo. Jesus aponta as bem-aventuranças como o caminho alternativo para quem quer ser feliz e, consequentemente, o da santidade (Evangelho).
   
   ·       PRIMEIRA LEITURA (Ap 7,2-4.9-14)
O que é ser santo?
                Quando o assunto é santo, logo de cara, parece ser algo ligado a perfeição. Se for assim, quem então poderá ser santo? Só Deus, então? Realmente só ele está completamente acima do mundo perecível e efêmero no qual se vive.
                Uma ideia que é bastante conciliável entre muitos é que a santidade não é uma condição superior que possamos alcançar apenas com os nossos esforços ascéticos (disciplinas+exercícios espirituais), não é fruto só do nosso heroísmo, mas é, sobretudo puro dom de Deus. Ou seja, só ele pode tornar-nos santos.
                Os santos são ainda hoje considerados intermediários entre os fiéis e Deus. Por isso, são considerados como advogados, padrinhos, irmãos, que, juntamente conosco, dirigem-se sempre ao mesmo Pai.
                Alguns detalhes: Na primeira cena, a leitura apresenta os fiéis em meio a grandes tribulações. Deus, contudo, sem livrá-los das dificuldades, intervém, em seu favor. Trata-se ainda do selo, que, aliás, quer significar o batismo, a marca que o cristão recebe.
                Em seguida, o texto evidencia a visão dos eleitos no céu, aqueles que foram marcados com o selo. Eles são incontáveis (12x12x1000= 144.000, v. 4), e provém de todas as partes do mundo. Portam vestes brancas, a vida nova na qual se plenificaram na glória celeste. A veste branca é o símbolo da alegria e da inocência, as palmas são o sinal da vitória.
                Quem são os que estão de pé diante do trono do cordeiro? São as comunidades dos santos do céu. São os que neste mundo suportaram tribulações e perseguições e doaram sua vida pelos irmãos como fez o Cordeiro, que doou a sua vida (Jesus Cristo).
                Participam da liturgia celeste. O hino que cantam proclamam Deus e o Cordeiro como autor de salvação.
                Esta página foi escrita para estimular os cristãos perseguidos a perseverarem com paciência: está se realizando neles o que aconteceu com Jesus, o Cordeiro. Se o seguirmos como se segue um pastor, faremos parte do seu triunfo.
·      SEGUNDA LEITURA (1 Jo 3,1-3)
O primeiro versículo da leitura diz, acima de tudo, que a vida divina é um dom gratuito do Pai. Ainda que não possa ser verificada com os sentidos, sua presença não passa despercebida porque produz sinais inequívocos que todos entendem constatar.
A segunda parte da leitura recorda uma verdade muito consoladora: o Pai não aguarda o dia da nossa morte para dar-nos essa vida divina, ele no-la dá já hoje. Contudo, isso acontecerá quando “ele se manifestar e nós seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal qual ele é”.
Em fim, atenção: Diante de Cristo nossos olhos abrir-se-ão, e então compreenderemos o que Deus fez em nós.
·      EVANGELHO (Mt 5,1-12ª)
Quem nunca sentiu necessidade de encontrar Deus, seus pensamentos, seus planos? Mas como encontrá-Lo? Como agendar tal encontro? As experiências espirituais e religiosas mais antigas, tais como a de Moisés e Elias, por exemplo, as tiveram “no alto da montanha”.
No texto de hoje, dois detalhes aparecem com bastante significância: 1º) O lugar: O evangelista Mateus, ao tratar das bem-aventuranças, ele as coloca a partir duma montanha. 2º detalhe) os destinatários: as multidões vindas de tantos lugares (Síria), (Galiléia), (Decápole), (Jerusalém), (Judéia), (e o outro lado do Jordão).
Vendo as multidões, Jesus sobe a montanha que, simbolicamente, é o lugar de Deus e do encontro com ele. Na concepção do Mestre, não há fronteiras e muito menos discriminação. Ele promulga a nova constituição do povo de Deus, promovendo assim os marginalizados.
Jesus indica aos seus discípulos que, para segui-lo fielmente, terão que assumir um projeto de vida, e esse, só será possível a partir da proposta das bem-aventuranças. Tudo leva a crer numa nova perspectiva de vida, baseada na instalação do Reino de Deus, que já se inicia na alegria e no perdão. Claro que, a condição para se levar a cabo tal alternativa, terá que se concretizar no coração das pessoas, algumas condições, tais como: “os pobres em espírito” (1ª), “os que choram [os aflitos]” (2ª), “os mansos” (3ª), “os que têm fome e sede de justiça” (4ª), os misericordiosos” (5ª), “ os puros de coração”(6ª), “os pacíficos” (7ª), “os perseguidos por causa da justiça” (8ª).
As bem-aventuranças são propostas de felicidade. Jesus simplesmente constata a situação do povo que o segue (pobres, afligidos, despossuídos). Deus se solidariza com todos, confiando-lhes a ação do Reino de amor, justiça e paz.
Sobre quais valores firmar-nos enquanto estamos à espera de encontrar Cristo, de “vê-Lo tal qual é”? A proposta do evangelho é clara, nos indica as Bem-aventuranças. Cristo nos sugere que nos entreguemos de “corpo e alma” para podermos construir a “fraternidade perfeita”.
Pe. Francisco de Assis Inácio
- Pároco da Imaculada Conceição de Nova Cruz – RN -
( Pascom: Nova Cruz)

A FÉ NÃO É UM ATO INDIVIDUAL

Papa reza pelas vítimas do furacão Sandy e ensina que a fé nunca é um ato puramente individual


Vaticano, 31 Out. 12 / 11:12 am (ACI).- Em sua catequese desta quarta-feira, 31 de outubro, o Papa Bento XVI expressou sua solidariedade com as vítimas do furacão Sandy que abateu a costa atlântica dos EUA e deixou estragos e vítimas na América Central e afirmou que a fé sempre contém um elemento comunitário, denunciando as tentativas do processo de secularização que buscam relegar a fé exclusivamente à dimensão privada da existência humana.

“Consciente da devastação causada pelo furacão que recentemente atingiu a costa leste dos Estados Unidos da América, ofereço as minhas orações pelas vítimas e manifesto a minha solidariedade com os que estão empenhados no trabalho de reconstrução”, disse o Papa em inglês diante dos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro em Roma na manhã de hoje.

Segundo informaram agências de notícias e jornais norte-americanos os estados de Nova York e Pensilvânia foram os mais atingidos pelo desastre natural até o momento.

O furacão passou ainda por países do Caribe, deixando um saldo de muitos estragos e cerca de 70 falecidos, como recordou o Papa no ângelus dominical. Os países caribenhos atingidos foram: Cuba, Haiti, Jamaica e Bahamas.

Falando sobre a Fé, no contexto do novo ciclo de catequeses recentemente inagurado, Bento Xvi falou da tendência, hoje muito difundida, a relegar a fé para a esfera pessoal, esquecendo que é, ao mesmo tempo, um acto pessoal e comunitário.

“A fé é um dom de Deus que nos é transmitido através da comunidade cristã, isto é a Igreja. Esta insere-nos na multidão dos fiéis, uma comunhão que não é apenas sociológica, mas radicada no amor de Deus. A nossa fé só é realmente pessoal se for comunitária, porque se, por um lado, dizemos creio (na primeira pessoa), por outro é na comunidade eclesial que o dizemos”, afirmou Bento XVI.

“A fé, dom de Deus que transforma a nossa existência, não é uma realidade de caráter exclusivamente individual. O meu crer, a minha fé, não é o resultado de uma reflexão pessoal, mas o fruto de um diálogo com Jesus que se dá na comunidade de fé que é a Igreja”, ressaltou.

“De fato, desde o dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos, a Igreja não cessa de cumprir a sua missão de levar o Evangelho a todos os cantos da terra. A Igreja é o espaço da fé: o espaço no qual, pelo batismo, nos inserimos no Mistério Pascal de Cristo, entrando em comunhão com a Santíssima Trindade. Por isso, precisamos da Igreja para ter a garantia que a nossa fé corresponde à mensagem originária de Cristo, pregada pelos Apóstolos; precisamos da Igreja para poder fazer uma experiência dos dons de Deus: da sua Palavra, dos Sacramentos, da ação da Graça e do seu Amor”, assinalou o Pontífice.

“Quando o nosso “eu” entra no “nós” da Igreja, então fazemos a experiência do comunhão com Deus, que funda a comunhão entre os homens”, concluiu o Papa no resumo em português de sua alocução desta quaarta-feira.


Começa prova do Enem em todo país após boato de cancelamento

DE SÃO PAULO
Começou às 13h deste sábado (horário de Brasília) a aplicação das provas do Enem em todo o país. Esse é o primeiro dia do exame. A outra prova acontece amanhã no mesmo horário. Os estudantes em Estados com fuso horário diferente ou fora do horário de verão devem ficar atentos para não perderem a prova.
Mais cedo, um boato de que a prova teria sido cancelada circulou pelas redes sociais e preocupou os candidatos. Segundo a assessoria do Inep (órgão ligado ao Ministério da Educação e responsável pelo Enem), a origem do boato já foi identificada e a Polícia Federal informada.
Neste sábado, primeiro dia, os inscritos vão responder a questões de ciências humanas e ciências da natureza. Amanhã (4), serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e matemática, além da redação, que representa 50% da nota total.
Ao todo, 5,8 milhões pessoas se inscreveram no Enem neste ano. A previsão é de que os gabaritos do exame sejam divulgados na próxima quarta-feira (7). Os resultados gerais da prova devem sair no dia 28 de dezembro.(Fonte: Folha de São Paulo)

ELE ERA COMPROMETIDO

As contribuições de Dom Eugênio para a Igreja no Brasil continua viva e eficaz. Para quem não sabe a campanha da fraternidade foi uma iniciativa dele. Se somos atualizados quanto às questões sociais, ele deixou sua marca. Ele é uma grande referência não somente para os padres mas para todos os cristãos. Viveu intensamente a comunhão com a Santa Igreja. Para as paróquias setorizadas, ele representa um testemunho a ser seguido por todos. 
(Carlos: Setor I)



Dom Eugênio e a fidelidade ao Papa. Ouça


  Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Bento XVI presidiu este sábado, na Basílica Vaticana, à Santa Missa em sufrágio dos Cardeais e Bispos que faleceram no decorrer do ano.

Entre os Cardeais, a Igreja no Brasil recorda Dom Eugênio de Araújo Sales, que morreu no dia 9 de julho deste ano.

Na Basílica de São Pedro, participou da Missa o Arcebispo emérito de São Paulo, Card. Claudio Hummes, que em entrevista à Rádio Vaticano falou “da lembrança viva” de Dom Eugênio:

"Minha lembrança é muito viva ainda. É um homem que marcou bastante também a minha vida de bispo no Brasil. Ele já era bispo quando eu fui feito bispo em 1975, já era sempre um homem de referência para a Igreja no Brasil todo. Teve uma história muito marcante, na época sobretudo da ditadura militar no Brasil. Mas de um modo geral foi um homem extremamente ligado ao Papa, numa comunhão muito profunda com ele. Para D. Eugênio, a grande referência era o Papa, como orientava a pastoral no mundo inteiro. Ele era muito fiel a isso. Foi um santo homem, um grande pastor, que também na presença da Igreja no social marcou muito, porque foi ele que começou a Campanha da Fraternidade no Nordeste e outras iniciativas no MEB, no tempo da ditadura militar ele protegeu pessoas que eram visadas pelo regime, foi um homem que frequentava muito as favelas, ele ia às favelas, no meio do povo. Ele aliás levou o Papa João Paulo II para a favela numa de suas visitas ao Rio de Janeiro. Foi um homem, portanto, que marcou muito a todos nós. Todos nós o conhecíamos justamente como homem extremamente ligado ao Papa, ao que pensava e como dirigia a pastoral. Este era o grande caminho dele sempre. Foi um santo homem."

(BF)
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Comemoração dos fiéis defuntos. Papa: a morte não interrompe a ligação com Deus

Depois de ter celebrado ontem, 1 de Novembro, a festa de Todos os Santos, a Igreja faz hoje memória dos Fiéis defuntos. Falando ontem, ao meio-dia, na Praça de São Pedro, Bento XVI recordou que “nos santos nós vemos a vitória do amor sobre o egoísmo e sobre a morte”. E acrescentou, já em alusão à celebração de hoje, dos fiéis defuntos:

Só a fé na vida eterna nos faz amar verdadeiramente a história e o presente, mas sem apegos, na liberdade do peregrinos, que ama a terra porque tem o coração no céu. A Virgem Maria nos obtenha a graça de acreditar fortemente na vida eterna e de nos sentirmos em verdadeira comunhão com os nossos caros defuntos”.

Esta tarde, pelas 18 horas, Bento XVI desceu à cripta da basílica de São Pedro, para um momento de oração pessoal junto dos túmulos dos últimos Papas.
Amanhã, sábado, de manhã, o Santo Padre preside, na basílica de São Pedro, a uma celebração eucarística em sufrágio pelos 11 cardeais e pelos 143 bispos falecidos nos últimos 12 meses. De entre estes, três portugueses o bispo emérito de Beja, D. Manuel Falcão, o bispo emérito de Coimbra, D. Albino Cleto, e o bispo emérito de Angra do Heroísmo, D. Aurélio Escudeiro. (RV)
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A vida eterna não é um desdobramento infindo do tempo presente, mas algo de completamente novo: Bento XVI, na missa de sufrágio pelos Bispos falecidos


“A vida eterna não é um desdobramento interminável do tempo presente, mas algo de completamente novo” – sublinhou Bento XVI, neste sábado de manhã, na Missa a que presidiu, na basílica de São Pedro, em sufrágio pelos cardeais e bispos falecidos nos últimos doze meses.
O Papa começou por observar que a tradição de visitar os cemitérios por ocasião dos Fiéis Defuntos permite renovar o elo que nos une às pessoas queridos que nos deixaram.
“Paradoxalmente, a morte conserva aquilo que a vida não pode manter”.- observou. Como os nossos defuntos viveram, aquilo que amaram, recearam, esperaram, … nós o descobrimos, de modo singular, a partir dos túmulos, que permanecem como um espelho da sua existência… É como se os túmulos nos interpelassem, convidando-nos a restabelecer com os defuntos um diálogo que a morte pôs em crise… “Os lugares de sepultura constituem como uma espécie de assembleia, na qual os vivos encontram os próprios defuntos, com eles reforçando os vínculos de uma comunhão que a morte não pôde interromper”.
E o Papa prosseguiu aludindo às Catacumbas romanas, onde se adverte, mais do que em qualquer outro lugar, os elos profundos que nos ligam à cristandade antiga. É como se entrássemos em comunicação com aquele que ali conservam o seu passado, feito de alegrias e de dores, de derrotas e de esperanças.

“Isto acontece porque a morte diz respeito ao homem de hoje, exatamente como ao de então. E mesmo se tantas coisas dos tempos passados se nos tornaram alheiras, a morte permanece a mesma”.
Perante esta realidade, o ser humano de cada época procura um raio de luz que o faça esperar, que fale ainda de vida. È este desejo que a visita aos túmulos exprime. “Mas como respondemos nós, cristãos, à questão da morte?” – interrogou-se Bento XVI.
“Respondemos com a fé em Deus, com um olhar de sólida esperança que se fundamenta na Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Então a morte desabrocha na vida, na vida eterna, que não é um desdobramento infindo do tempo presentes, mas algo de completamente novo”.
Sublinhando que é neste clima de fé e de oração que a assembleia litúrgica se encontrava reunida à volta do altar para oferecer o sacrifício eucarístico em sufrágios dos bispos falecidos no último ano, Bento XVI mencionou um a um os dez cardeais mortos desde dezembro passado, incluindo o cardeal Martini, a 31 de agosto…
A mesa eucarística – observou o Papa – antecipa de modo eloquente o que o Senhor prometeu no sermão da montanha: a posse do Reino dos Céus, o tomar parte na Jerusalém celeste. “A nossa oração é alimentada por esta firme esperança, que não engana, porque garantida por Cristo, que quis viver na carne a experiência da morte para triunfar sobre ela com o prodigioso acontecimento da Ressurreição”.
“É o próprio Espírito Santo, por meio do qual o amor de Deus foi derramado nos nossos corações, a fazer com que a nossa esperança não seja vã” – recordou o Papa. É graças ao Mistério pascal de Cristo, o único Justo, que, superando o limiar da morte, os nossos olhos poderaão ver a Deus, contemplar o seu rosto.
E Bento XVI concluiu a sua homilia convidados a dirigir o olhar a Maria, com amor confiante. Que ela vele sobre todos os que dormem o sono da paz, aguardando em jubilosa esperança a ressurreição. “E nós elevamos por eles, a Deus, a nossa oração, firmes na esperança de nos encontrarmos todos um dia, unidos para sempre no Paraíso”.

Ontem, dia dos Fiéis Defuntos, o Santo Padre deslocou-se à cripta desta mesma basílica para um momento de oração pessoal junto dos túmulos dos últimos Papas. Ocasião em que o Papa exortou os prestentes à oração de sufrágio: "Confiamos à misericórdia do Pai aqueles que têm aqui a sua sepultura, aguardando a ressurreição da carne, em especial os Sumos Pontífices que desempenharam o serviço de pastores da Igreja universal para que participem da eterna liturgia do céu". (RV)

Catecismo da Igreja:
Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição.  

"Ao morrer, reencontramos nossos mortos queridos. Não estaremos no vazio do nada,mas adentraremos o sítio do amor, da plenitude"(Karl Jaspers)

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

PALAVRAS DE ENCERRAMENTO DO CONGRESSO PAROQUIAL

O Congresso Eucarístico Paroquial foi um grande investimento na vida da paróquia. As palavras do Padre Matias Soares diz aquilo que foi o Congresso. A nossa caminhada continua firme e forte.

CONVERSA COM MARCELO BARROS

Conversa, quinta feira, 01 de novembro 2012

Hoje visitei o centro histórico de San Juan de Porto Rico. Uma cidade linda, patrimônio da humanidade que me lembra muito Havana antiga, agora restaurada em todo o seu esplendor. Ali descobri que a ilha de Porto Rico foi invadida pelos holandeses em 1625, um ano depois de terem invadido a Bahia. Também me chocou o fato de tudo ser em inglês e com bandeira norte-americana. A senhora que me guiou me contou que os norte-americanos tinham derrubado todos os coqueiros para que aquela área fosse mais desprotegida e ninguém pudesse se aproximar do Morro sem que eles vissem. Depois uma conversa com o bispo de Caguas, Mons. Ruben Gonzalves. Recebeu-me muito amigavelmente. Sobre a política, me disse que o povo é dividido e fala pouco disso. Tive a impressão de uma boa pessoa, simples e acessível. 
Aos cristãos daqui perguntei: E a Igreja? Eles me responderam: não se compromete como Igreja a não ser pelos valores morais e espirituais.... Mas, o que são esses valores? Eles não teriam também dimensão política. 
Aqui fiquei muito contente com a notícia de que no Brasil, os nossos irmãos indios Kaiowá do Mato Grosso do Sul conseguiram chamar a atenção sobre a sua realidade e a justiça voltou atrás e sustou o decreto de expulsão dos indios de sua terra ancestral. Graças a Deus. Mesmo de longe, celebro com eles essa vitória que também foi vitória de tanta gente que divulgou a notícia e a denunciou. Bendito seja Deus. 
Hoje à noite terei o lançamento da agenda latino-americana 2013. Vou ter de falar sobre economia e espiritualidade. E parece que no auditório estarão muitos economistas. Que Deus me ilumine.

‘Temporada de Caça’ Ilegal a Aves Expõe Tráfico de Animais no Brasil

Filhote de papagaio é alimentado no Cras
Filhote de papagaio é alimentado por veterinária em centro de recuperação em São Paulo
O período de vai setembro a dezembro é a época de reprodução da arara e do papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), duas das principais vítimas do mercado negro de animais silvestres no Brasil. Esse é também o período em que as autoridades mais registram ocorrências do tráfico ilegal dessas aves e de outros animais. Os criminosos retiram as aves de seus ninhos em troncos de árvores enquanto elas ainda estão nos ovos ou não têm penas para voar. Um filhote de papagaio-verdadeiro é vendido aos traficantes, por sitiantes e trabalhadores rurais do interior do país, por cerca de R$ 30.
A ave é então revendida ilegalmente pelos criminosos por R$ 150 em feiras do sudeste do país. O filhote também pode receber uma anilha falsa e ser vendido por até R$ 1.000 – como se sua origem fosse um criadouro legalizado. Além das aves, também são vítimas do comércio ilegal animais como cobras, peixes ornamentais, macacos em risco de extinção e até anfíbios – usados em pesquisas científicas por indústrias farmacêuticas.
Só neste ano, a Polícia Federal apreendeu em suas operações quase 14 mil animais silvestres. A maior parte deles pássaros – cerca de 13 mil. Apesar de variar muito anualmente, o número de animais apreendidos pelo órgão vem crescendo. Em 2007, foram menos de 500 espécimes recuperados. Os policiais dizem acreditar que o número de animais apreendidos seja apenas uma pequena parte do número de espécimes contrabandeados. O Ibama – órgão responsável pela fiscalização – foi procurado pela BBC Brasil para comentar o assunto, mas decidiu não se manifestar.

Rotas

A maior parte dos animais silvestres apreendidos pela polícia foi capturada por criminosos nas regiões norte e nordeste do país, segundo o delegado Adalto Machado, da Delemaph (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico) da Polícia Federal de São Paulo.
Mas, segundo ele, um grande número de animais também procede de Estados como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e até do Uruguai. Depois de capturados por moradores locais, os bichos são vendidos para traficantes que os escondem às centenas em carros de passeio. Na viagem até São Paulo, os animais enfrentam a superlotação das gaiolas, o calor e às vezes até a falta de água e comida.
Quando chegam ao local de revenda, os animais normalmente ficam escondidos em cômodos pequenos e sujos. Cerca de 20% deles morrem na viagem ou até dez dias após terem sido apreendidos pela polícia, segundo a veterinária Liliane Milanelo, do Cras (Centro de Recuperação de Animais Silvestres) do governo de São Paulo.
“Eles chegam (em centros de recuperação) com elevado grau de estresse, algumas vezes com lesões permanentes, fraturas e olhos furados, devido à aglomeração. Chegam também desidratados, com desnutrição e alguns animais em óbito, infelizmente”, disse ela.
O delegado Machado afirmou que, segundo investigações da PF, uma parte dos animais silvestres que chegam a São Paulo é enviada ao exterior – principalmente para a Europa e os Estados Unidos.
As principais rotas de saída do Brasil são voos para Portugal e rotas terrestres que cruzam as fronteiras com a Argentina e o Uruguai.

Recuperação

Os animais vítimas de traficantes que são recuperados pela polícia são enviados para centros especiais de recuperação. Neles, são identificados, marcados e separados segundo espécies e idade. Recebem então uma avaliação clínica. Segundo a veterinária Mila Nelo, os que estão doentes passam por cirurgias ou tratamentos com medicamentos. Aqueles que estão desnutridos ou estressados são submetidos a um processo de reabilitação.
Ele inclui treinamentos para obter comida sozinho, voar – no caso das aves – e para evitar a aproximação das pessoas. Os animais aguardam então a formação de lotes para que sejam enviados em grupo aos seus Estados de origem, onde são soltos na natureza.
Contudo, segundo ativistas, o Ibama não tem capacidade para dar esse tipo de tratamento a todos os animais apreendidos. O órgão passa por um processo de descentralização, mas ainda não tem locais de reabilitação suficientes para atender a demanda. Para tentar resolver o problema, credencia entidades estaduais ou privadas para receber os animais. (Fonte: BBC Brasil)
Acordo fracassado PDF Imprimir E-mail
ImageNações fracassam em acordo para proteger mares ao redor da Antártida
Importantes nações não conseguiram chegar a um acordo nesta quinta-feira (1) para a criação de grandes áreas marinhas protegidas na Antártida, dentro de um plano para intensificar a conservação de espécies como baleias e pinguins em torno do continente gelado.
A Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR, na sigla em inglês) concordou, no entanto, com a realização de uma sessão especial na Alemanha em julho de 2013 para tentar romper o impasse depois do encontro de 8 de outubro a 1o de novembro em Hobart, na Austrália.
Ambientalistas criticaram a falta de acordo sobre novas áreas marinhas protegidas no Mar de Ross e no Leste da Antártida, que abriga pinguins, focas, baleias e aves marinhas, bem como estoques valiosos de krill.
"Estamos profundamente desapontados", disse à Reuters Steve Campbell, da Aliança Oceano Antártico, que agrupa organizações de conservação, no final da reunião anual da CCAMLR. Ele contou que a maior resistência veio da Ucrânia, Rússia e China.
Ambientalistas disseram que os Estados Unidos, União Europeia, Austrália e Nova Zelândia estão entre os países que pressionam por um acordo sobre novas zonas protegidas.
Algumas frotas de pesca estão rumando para o sul porque os estoques estão esgotados mais perto de casa e algumas nações se preocupam com o fechamento de grandes áreas dos oceanos. A CCMALR é composta por 24 Estados-Membros e a União Europeia.
"Este ano, a CCAMLR se comportou como uma organização de pesca em vez de uma organização dedicada à conservação das águas da Antártida", disse Farah Obaidullah, do Greenpeace.
Entre as propostas, um plano EUA-Nova Zelândia teria criado uma área protegida de 1,6 milhão de quilômetros quadrados no Mar de Ross -- aproximadamente do tamanho de Irã.
E a UE, Austrália e França propuseram uma série de reservas de 1,9 milhão de km² no Leste da Antártida -- maior do que o Alasca.
Na semana passada, o ator Leonardo di Caprio lançou uma petição para proteger os mares em torno da Antártida com o grupo de campanha Avaaz, dizendo que "as baleias e pinguins não podem falar por si, por isso cabe a nós defendê-los".
Em 2010, os governos estabeleceram a meta de ampliar as áreas protegidas para 10 por cento dos oceanos do mundo para salvaguardar a vida marinha do excesso de pesca e outras ameaças, como a poluição e alterações climáticas. Em 2010, o total era de 4 por cento.
A CCAMLR disse em um comunicado que os membros haviam identificado várias regiões do Oceano Antártico que merecem elevados níveis de proteção.
"Essas áreas importantes podem fornecer uma referência para pesquisa científica sobre os impactos das atividades, como a pesca, bem como oportunidades significativas para monitorar os impactos das mudanças climáticas no Oceano Antártico", disse.
(Por Alister Doyle, em Oslo)
Fonte: IG
02.11.2012

Odetinha: a pequena candidata carioca aos altares

A Congregação para as Causas dos Santos aprovou “nihil obstat”, nesta quarta-feira, 31 de outubro, que o processo da candidata carioca aos altares, Odette Vidal de Oliveira, mais conhecida como “Odetinha” tenha início. Mística da Eucaristia, ao receber a comunhão, com apenas 7 anos de idade, ela já tinha abertura de coração para pedir: “Oh meu Jesus, vinde agora ao meu coração!”.
Reconhecendo sua fé viva, sua confiança inabalável e intenso amor por Deus e pelo próximo, a Igreja no Rio de Janeiro criou uma comissão coordenada pelo Vigário Episcopal para a Vida Consagrada, Dom Roberto Lopes, para apresentar a candidata oficialmente à Congregação para as Causas dos Santos.
— O primeiro passo foi apresentar a Odetinha, fazendo o pedido oficial à Congregação para as Causas dos Santos, para darmos o início às pesquisas. O Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, abençoou e assinou esse nosso pedido e, agora, a Congregação já responde àquilo que nós estávamos esperando, que é o “nihil obstat”. O próximo passo é a abertura do processo arquidiocesano. Temos como projeto que, no dia 18 de janeiro de 2013, durante a festa de São Sebastião, se faça essa abertura, quando Dom Orani vai nomear o tribunal, com todos os responsáveis e, a partir daí, a equipe vai convocar todas as pessoas que por ventura tiveram contato com a Odetinha, para que as mesmas respondam perguntas a seu respeito. A ideia inicial é que também, no dia 20 de janeiro, tenhamos uma Missa na Catedral, onde seja designada a Igreja para a qual Odetinha será levada e onde vão ficar suas relíquias. Teremos a exumação de seu corpo e uma série de atividades vão acontecer até o mês de janeiro, preparando tudo isso, contou Dom Roberto.
Breve Histórico
Odette Vidal de Oliveira nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1930. Chamada carinhosamente pelos pais de “Odetinha”, lírio de pureza e caridade, dotada de um amor extraordinário a Jesus Eucarístico, ia à missa com sua mãe. Desde muito pequena, aos quatro anos, já possuía colóquios íntimos com o Senhor Sacramentado.
Tendo se mudado para o bairro de Botafogo, na zona sul do Rio, fez a sua Primeira comunhão no Colégio São Marcelo, da Paróquia Imaculada Conceição, ao lado de sua casa, em 15 de agosto de 1937, aos sete anos de idade. Desde então, ao receber a comunhão, dizia: “Oh meu Jesus, vinde agora ao meu coração!”. Seu confessor atestou sua fé viva, confiança inabalável, intenso amor a Deus e ao próximo.
Demonstrou profunda caridade para com os pobres e a busca da santidade de forma impressionante e extraordinária para uma criança tão nova. Inserida de fato na causa de promoção dos mais carentes, gostava muito de ajudá-los com obras concretas de misericórdia, e atividades caritativas semanais (sua mãe fazia uma feijoada aos sábados para os pobres a seu pedido e ela colocava seu avental e servia a todos alegremente). Irradiou e inspirou uma imensa obra social, assumida com seriedade pelos seus pais, tornando-os grandes apóstolos da caridade por toda sua vida. Estes colaboraram efetivamente com muitos Institutos de Vida Religiosa, salvando alguns da falência, além do trabalho com as meninas órfãs (um pedido de Odetinha), até hoje administrado por religiosas e voluntários.
Sua piedade explica o segredo de todo o bem que realizou com máxima paciência, admirada por todos até o fim. A modéstia e o pudor foram um grande sinal de uma alma pura e boa, nos divertimentos mais inocentes de sua infância. Amava os lírios e rezava o terço diariamente, revelando, assim, sua confiança total em Nossa Senhora. Queixava-se, ainda, pelo fato de São José, que tanto trabalhou e sofreu por Jesus e Nossa Senhora, ser tão pouco honrado.
Nos últimos quarenta e nove dias de sua vida sofreu dolorosa enfermidade – paratifo, suportada com paciência cristã. No leito de dor, dizia: “Eu vos ofereço, ó meu Jesus, todos os meus sofrimentos pelas missões e pelas crianças pobres (Cf. Ef. 5, 1-2)”. No dia de sua morte, ocorrida em 25 de novembro de 1939, Odetinha recebeu a Sagrada Comunhão às 7h30min e na ação de graças disse: “Meu Jesus, meu amor, minha vida, meu tudo”. Assim, serenamente, às 8h20min entregou sua alma inocente a Deus.
Ele escolhe tantas vezes os pequeninos para tornar mais evidente as maravilhas de sua Graça. “Foi arrebatada para que a malícia não lhe mudasse o modo de pensar ou para que as aparências enganadoras não seduzissem a sua alma”. (Sb. 4,11).
Seu túmulo situa-se na quadra 06, n.º. 850, no Cemitério São João Batista (Botafogo). Até hoje é um dos mais visitados, sobretudo aos sábados e domingos, por inúmeras pessoas que ali acorrem para agradecer benefícios espirituais e temporais que atribuem à sua intercessão junto a Deus. Sua biografia oficial, lançada no ano seguinte de sua morte pelo Padre Afonso Maria Germe, causou grande comoção na sociedade carioca.
Eis como Odetinha rezava seu “Tercinho de amor”: nas contas pequenas – “Meu Jesus eu vos amo!”; nas contas grandes – “Quero passar meu céu fazendo bem à terra”; nas três últimas contas – “Meu Jesus, abençoai-me, santificai-me, enchei o meu coração de vosso amor”.
Oração
Ó querido Jesus, que escolhestes as criancinhas, curando-as e as abençoando, demonstrando particular predileção por elas, que Vos louvam com um louvor perfeito e revelando, assim, o Reino de Deus aos menos favorecidos da sociedade, aos simples e aos humildes.
Olhai com carinho nosso pedido, pelos méritos infinitos de Vosso Santíssimo Coração e do Coração Imaculado da Santíssima Virgem que, se for para a Vossa maior Glória e bem de nossas almas, Vos digneis glorificar, diante de toda a Igreja, a menina Odete Vidal de Oliveira (Odetinha), lírio de pureza e caridade da Igreja Particular de São Sebastião do Rio de Janeiro e exemplo de vida para o povo de Deus.
Unidos em Comunhão eucarística e guiados pela doçura do Espírito Santo, concedei-nos, por sua intercessão, a graça que Vos pedimos. Amém.
Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.
Colaboração: Marcylene Capper e Padre João Cláudio (Fonte: Arquidiocese do RJ)

Fundação Joseph Ratzinger organiza Simpósio na PUC-Rio

A Fundação Vaticana Joseph Ratzinger – Bento XVI, com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), através de seu Departamento de Teologia, promoverá nos dias 8 e 9 de novembro de 2012, no Campus da PUC-Rio, o II Simpósio sobre o pensamento de Joseph Ratzinger.
Tomando como base a indagação sobre “o que faz o ser humano, humano”, o título deste II Simpósio será: Humanização e sentido da vida. Divididos em eixos temáticos e de comunicações: filosófico-teológico; midiático; expressões culturais; socioeconômico; técnico-científico.
Este Simpósio herda a experiência do primeiro realizado na cidade de Bydgoszcz, na Polônia, nos dias 27 e 28 de outubro de 2011. Os organizadores do evento estimam reunir reitores de prestigiosas universidades do Brasil e de outros dez países como membros do comitê científico, o qual é presidido pelo Pe. Josafá Carlos de Siqueira, S.J. Reitor da PUC-Rio.
A Fundação Vaticana Joseph Ratzinger – Bento XVI foi criada em 1º de março de 2010, com a finalidade de promover o conhecimento e o estudo da teologia, e a premiação de pesquisadores e a organização e a realização de eventos de alto valor cultural e científico.
Entre os personagens mencionados na programação, destaca-se a presença do Cardeal Dom Cláudio Hummes, que fará a primeira conferência, assim como do Comitê Honorário composto por Dom Orani João Tempesta, Arcebispo de Rio de Janeiro e Mons Giuseppe A. Scotti, Presidente da Fundação Joseph Ratzinger. Os Arautos do Evangelho estão envolvidos na organização do evento.
Uma das motivações para a realização do Simpósio no Rio de Janeiro é a visita do Papa Bento XVI à cidade, em virtude da Jornada Mundial da Juventude em julho de 2013.

O pensamento do Papa Bento XVI 
A definição de ser humano e o sentido da vida em um mundo globalizado serão objetos de estudo do II Simpósio sobre o Pensamento de Joseph Ratzinger, que será realizado na Universidade, nos dias 8 e 9 de novembro. Com organização do Departamento de Teologia, da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e da Fondazione Vaticana Joseph Ratzinger – Benedetto XVI, o simpósio contará com a presença de professores de dez universidades estrangeiras. Bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio, Dom Paulo Cezar Costa, professor da PUC do Departamento de Teologia e membro do comitê organizador do simpósio, falou ao PUC URGENTE sobre o estudo do pensamento do Papa Bento XVI.
 Qual é a importância de estudar o pensamento de Joseph Ratzinger?
Dom Paulo Cezar –  Este Papa é um teólogo. Joseph Ratzinger publicou muitas obras e foi considerado, em 2005, uma das maiores personalidades intelectuais do ano pela revista Time. Além do conhecimento teológico, Ratzinger tem uma cultura muito vasta. A reflexão do Papa Bento XVI busca um diálogo com a sociedade e com o meio acadêmico. Ele aponta para uma das questões mais importantes do mundo de hoje: alargar a razão. Vivemos em um mundo técnico. O perigo pode ser nos determos naquelas pequenas parcelas de conhecimento nas quais somos especialistas. Assim, não percebemos que a razão é bem maior. O Papa nos convida, então, a alargar a razão, para que ela dialogue com as outras formas de saber, principalmente com o mundo da fé. Ele tem certeza de que a fé tem um discurso para iluminar a ciência e o sentido da vida.

Qual é a reflexão proposta pelo Papa Bento XVI?
Dom Paulo Cezar –  Queremos mostrar que Joseph Ratzinger propõe alargar a razão. E, assim, criando mais diálogos, demonstrar que uma única leitura não dá conta da totalidade da realidade. Ele diz que a razão deve encontrar a si mesma no sentido de que ela é mais ampla do que pensamos. O mundo de hoje é muito fragmentado. É bom porque temos mais condições de aprofundar um estudo, como provam os grandes especialistas de diversas áreas do saber. Mas o perigo é estarmos fechados em nossa área do saber, sem o diálogo com outros campos de conhecimento como a filosofia e a teologia. O diálogo mostra onde estão as nossas deficiências e incapacidades. Mostra, ao mesmo tempo, nossa força e nossa fragilidade, aquilo que sabemos e também as respostas que não temos. Certas respostas são dadas apenas pela ciência. Algumas respostas mais profundas só podem ser dadas pela fé.
Quais são os objetivos do II Simpósio sobre o Pensamento de Joseph Ratzinger?
Dom Paulo –  O simpósio tem como objetivo promover o diálogo. Nós queremos fazer com que o pensamento de Joseph Ratzinger possa dialogar com os mundos da cultura, da ciência e educação e da política. O simpósio pretende mostrar que o Papa Bento XVI quer que a fé fale ao coração do ser humano do mundo de hoje. Tem como temas a humanização e o sentido da vida. É um convite aos jovens e acadêmicos a perceber que o sentido da vida não se encontra simplesmente nas realidades deste mundo. O sentido vai além do ter e possuir. A vida tem um sentido mais profundo que, em última instância, só Deus pode realizar.
O que representa para a PUC sediar o Simpósio a menos de um ano da Jornada Mundial da Juventude?
Dom Paulo – O simpósio será sediado no Brasil, na PUC, por causa da Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio de Janeiro em julho de 2013. O simpósio está ligado à preparação da Jornada Mundial da Juventude. Nós escolhemos uma universidade porque é a comunidade do saber. É um lugar próprio para o diálogo dos saberes. O primeiro simpósio foi realizado numa universidade da Polônia e, agora, será na PUC-Rio. O Papa Bento XVI é um homem de ciência. Queremos que o pensamento dele se relacione com a academia e com a sociedade. Por isso, teremos literatos e economistas, por exemplo, na programação do simpósio.

Fonte: PUC-Rio - Por: Guilherme de Oliveira

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Natureza espiritual

Há coisas que passam, devido à sua insignificância, e há fatos que ficam na memória das pessoas, em razão de sua significação. A mente humana, sabiamente, deleta do arquivo da memória aquele acervo de informações que não mais é útil ao indivíduo, jogando-o na lixeira do esquecimento. Por sua importância, conserva a memória daquilo que diz respeito ao mundo de suas relações institucionais e pessoais. Nesse universo, sem dúvida, deixam traços duradouros as relações das pessoas com o mundo de sua convivência e do exercício de suas atividades; porém, realmente duradouras são as experiências das relações interpessoais porque aí falam mais alto a vida familiar e o círculo de amizade.
A memória de cada pessoa guarda, com especial destaque, sentimentos, palavras e fatos que envolvem as pessoas mais próximas, pelos laços de consanguinidade e de amizade. De muitas maneiras e nas mais diversas circunstâncias, a memória se coloca diante de um passado mais ou menos longínquo, envolvendo pessoas que continuam tocando o seu coração, com a marca da saudade. Esse fato, mais do que um elemento puramente natural, pode ser visto numa ótica mais profunda – a relação espiritual. “O Homem, enquanto animal, ou seja, indivíduo dotado de estrutura biofísica e capacidade sensitiva então nós temos de admitir que sua morte é uma consequência natural do seu processo existencial: ser gerado, nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer. Notemos que todos estes momentos da existência humana são idênticos em qualquer animal, porém, o Homem não se reduz a uma estrutura biofísica naturalmente direcionada à morte física: ele é um ser espiritual em um corpo material vivente. De fato, seu corpo físico só é ‘corpo’ humano por causa da alma espiritual que nele habita como uma morada corruptível. (...) O homem, por sua natureza também material, ‘deve’ morrer, mas por sua natureza também espiritual, ‘não-precisa’ morrer.”
Humanamente, a morte de uma pessoa atinge a família e não é indiferente à comunidade, em razão da separação definitiva que provoca. A celebração de finados, no dia 2 de novembro, é um momento de memória coletiva, marcado por tristeza e saudade. Todavia, os cristãos encontram o sentido da vida, na memória de seus mortos porque o fazem fundamentados na promessa da ressurreição que Jesus assegurou àqueles que nele creem. (cf. Jo 11, 17-27)
Por sua origem e vocação, o ser humano não conhece os limites da morte natural, como ensina a Sagrada Escritura: “Deus criou o homem para a imortalidade e o fez à imagem de sua própria natureza”. (Sb 2,23)
Dom Genival Saraiva de França é Bispo da Diocese de Palmares - PE; Presidente da Conferência Nacional de Bispos Regional Nordeste 2 (CNBB NE2), Responsável pela Comissão Regional de Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz; Diretor presidente do Conselho de Orientação do Ensino Religioso do Estado de Pernambuco (CONOERPE); Membro efetivo do Conselho Econômico da CNBB NE2.

NO TÉRMINO DA NOSSA VIDA É O QUE NOS JULGARÁ É O AMOR

Mensagem do Padre Toninho , no programa "Sorrindo pra Vida" da TV Canção Nova, desta sexta-feira, dia 2 de novembro de 2012.

A Palavra meditada, hoje, está em II Coríntios 5,1-10.

" Saiba que a morte não tem mais a última palavra em nossa vida, porque Jesus 'matou a morte', no alto da Cruz."
Foto: Cancaonova.com


Essa palavra vem nos ajudar muito neste dia de finados. O nosso corpo é moradia nesta terra, mas Deus os dá outra moradia no céu. Jesus disse à Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que esteja morto viverá.” Essa é a nossa esperança.

Nós não queremos abrir mão desta vida, do nosso corpo mas e se hoje for o seu dia ? Lembre-se que precisamos estar preparados! Não sabemos o dia e nem hora que iremos nos encontrar com o Senhor. A Igreja reza no prefácio dos fiéis defuntos, que quando morrermos vamos nos libertar desse corpo de morte, e vamos abraçar a vida eterna.
Muitas vezes as pessoas perguntam: Padre se eu era coxo, cego, surdo lá no céu eu também serei deficiente? Não meu irmão. No céu você terá um corpo glorioso, um corpo novo. Mas para ir para lá precisamos passar pela morte.

Preparar-se para a morte é a máxima de hoje. Somos cidadãos dos céus. Essa é nossa verdadeira morada. São Francisco de Assis chamava a morte de irmã. E eu quero dizer para você: a morte está 24horas ao seu lado. Elá está on line.

São João da Cruz ele dizia: “No término da nossa é que nos julgará é o amor.” O amor nos impele a desejar o céu. A morte é uma etapa que precisamos viver para estarmos definitivamente com Deus.

Sabe porque nós nos desesperamos quando vemos a morte ? Saiba que a morte não tem mais a ultima palavra em nossa vida, porque Jesus matou a morte, no alto da Cruz. Jesus é a ressurreição.

Quando meu pai morreu eu tinha 17 anos, foi no dia da minha formatura de colegial. Ele me disse que no dia de sua morte: “Meu filho o Pai vai embora, mas quando eu chegar no céu, eu vou pedir a Jesus por você.” Essa palavra do meu pai me dá forças até hoje.

É o amor que vai nos unir lá no céu. O que vai nos identificar é o amor. Não coloque sua esperança aqui nesta vida. Aqui é somente um estágio, pelo qual nós passamos. A morte não deve ser vista com um bicho-papão. Mas ela deve ser vista como nosso passaporte. Onde uma árvore tomba, ela fica. Onde a nossa alma tomba, lá ela fica.

Eu não sei quanto tempo eu tenho. O importante é viver bem o dia de hoje, e aproveitar para me preparar para meu encontro definitivo com o Senhor. Tenha uma visão espiritual. Não pare naquilo que é externo.

Qual é o sentido que estou dando à minha vida? Não pare no aspecto da morte. O que a morte dessa pessoa quer me ensinar? Não culpe Deus pela morte, o nosso Deus é o Deus da vida. Se a morte entrou no mundo foi por causa da desobediência do homem e da mulher.

Não perca tempo. Reconcilie-se com a irmã morte. Quem ama prepara o outro para se encontrar com Deus. Quem ama gera os filhos e filhas, marido, amigos para Deus. Lembre-se você foi feito para o céu, mas para ir pra lá não tem como pular etapas. É preciso viver bem essa vida e preparar bem sua morada definitiva. A morte é essa passagem necessária para entrarmos na vida eterna.

Diga para pessoa que você a ama hoje, porque se você morrer hoje você vai morrer em paz. Não deixe para amar amanhã. Ame hoje. Ponha sua confiança no Senhor, é para lá que dirigimos a nossa vida.

Neste dia de finados elevemos o nosso olhar para o céu. Lá é o nosso lugar. Tenha esse anseio de ganhar o céu, mas comece aqui na terra: amando, perdoando, nãos endo ranzinza. Senhor hoje eu quero ganhar o céu. Eu quero trabalhar todos os dias, para ganhar o céu.

Padre Toninho
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

Padre explica o que acontece à pessoa após a morte

André Luiz
Da Redação


Arquivo Canção Nova
Padre Wagner Ferreira, Doutor em Teologia Moral e Formador Geral da Comunidade Canção Nova
Nesta sexta-feira, 2, a Igreja celebra um dia especial de orações pelos fiéis defuntos, o dia de Finados. Desde os primeiros séculos, os cristãos já visitavam os túmulos dos mártires para rezar por eles e por todos aqueles que um dia fizeram parte da comunidade primitiva. No século XIII, o dia dos fiéis defuntos passou a ser celebrado oficialmente em 2 de novembro, já que no dia 1º de novembro era comemorada a solenidade de todos os santos.
Ao celebrar esta data, é comum pensarmos sobre o fim da vida neste mundo. Logo, é possível se perguntar: o que acontece após a morte? Para onde foram os que morreram? Céu e inferno são realmente lugares ou apenas estados de espírito?

Padre Wagner Ferreira, Doutor em Teologia Moral e Formador Geral da Comunidade Canção Nova,  explica, segundo a doutrina da Igreja Católica, o que acontece à pessoa após a morte. O padre fala ainda sobre céu, inferno e purgatório e,  esclarece a diferença entre o juízo final e o fim do mundo.
noticias.cancaonova.com Em primeiro lugar, como devemos olhar a realidade da morte?

Padre Wagner Ferreira – Quando a Igreja lida com a morte, Ela sempre tem o seu olhar voltado para o Mistério de Cristo Vivo e Ressuscitado. Como diz o livro do Apocalipse, Ele é o vivente. Ele é fonte de vida e ressurreição para aqueles que nele crêem. A Igreja vê a realidade da morte como uma realidade dramática, que toca toda e qualquer pessoa humana, mas ao mesmo tempo, tendo o seu olhar fixo em Jesus Ressuscitado, a Igreja crê na morte humana como uma passagem, um momento em que vamos definitivamente ao encontro de Deus, com muita esperança.
noticias.cancaonova.comO que a Igreja ensina sobre o céu e o inferno?

Padre Wagner Ferreira – O céu é a própria vida de Deus, da Santíssima Trindade. Fomos salvos por Jesus para viver eternamente na vida de Deus. No céu, nós experimentaremos plenamente o amor do Senhor. É a nossa alegria eterna, a felicidade eterna. O inferno é aquele estado da alma em que, a pessoa, com clareza, com consciência muito clara, rejeitou a vida de Deus. É uma realidade dramática até pensar nisso. Deus tem um amor profundo e imenso pela pessoa humana. Criou cada pessoa livre e Ele não quer que ninguém O ame de forma obrigada. Deus não nos criou para sermos robôs. Mas, no respeito da nossa liberdade, ele respeita também aquele filho que quis dizer não a Ele. Portanto, o inferno seria esse momento definitivo em que a pessoa escolhe de forma muito clara, uma existência eterna, porém, sem Deus.
noticias.cancaonova.com Segundo a Bíblia e a doutrina Católica, o que acontece após a morte?

Padre Wagner Ferreira - A partir da revelação bíblica, dos textos das Sagradas Escrituras, principalmente os textos do Novo Testamento, a Igreja crê que as pessoas, depois de sua morte, fazem a experiência do chamado juízo particular. Se elas estiveram, em sua vida terrena, comprometidas com Deus, com os valores do Reino de Deus, da justiça, do amor, da solidariedade para com o próximo e tudo mais, é claro que estas pessoas viveram uma vida de seguimento de nosso Senhor Jesus Cristo e vão seguir o Senhor também em sua vitória na Ressurreição. Essas pessoas em seu juízo particular, vão para a glória de Deus, para o Céu, para a Vida Eterna.
Agora, quem, infelizmente, viveu sua vida terrena sem compromisso com Deus, com a fé, com o amor ao próximo, a justiça, a solidariedade, depois de sua morte a pessoa segue para um juízo particular de condenação. É Claro que Deus não condena ninguém, mas a pessoa que, durante sua vida, escolheu uma vida sem Deus, descomprometida, desvinculada do amor ao próximo, da solidariedade e assim por diante, ela mesmo se condena. Mas, a Igreja nunca se pronuncia dizendo: tal pessoa foi para o inferno! Por mais terrível que tenha sido aquela pessoa, jamais a Igreja se pronuncia desta forma.
noticias.cancaonova.comE o purgatório, como compreendê-lo?

Padre Wagner Ferreira - Se a pessoa procurou seguir a Cristo, mas em alguns momentos de sua vida, essa opção pelo Senhor e pela vivência dos valores do Reino de Deus não foi vivida com tanta coerência, a Igreja acredita que a pessoa passa, depois de sua morte, por uma experiência de purificação final, antes de participar eternamente da glória de Deus. É o que a Igreja chama de purgatório, ou seja, uma purificação final para que a pessoa possa participar eternamente da glória de Deus.
noticias.cancaonova.comQuanto à salvação: é dom de Deus ou fruto do esforço humano?

Padre Wagner Ferreira - A Igreja professa essa verdade, juntamente com o Apóstolo São Paulo: as pessoas são salvas pela graça de Deus, pela fé em Jesus Cristo. Mas, o Apóstolo São Tiago também diz que se a fé não for acompanhada pelas obras ela é morta. Portanto, se eu creio em Jesus Cristo, e entro numa dinâmica de Salvação, esta fé me leva ao seguimento de Jesus, a um testemunho que se verifica em obras de amor, de justiça, de solidariedade, e etc. Mas, aquele que diz: creio em Jesus Cristo, mas no dia-a-dia não vive conforme esta fé na realidade, está enganado. Uma autêntica fé em Cristo me leva a um compromisso com a verdade. São obras de fé que testemunham a graça redentora de Cristo.
noticias.cancaonova.comO que dizem as Escrituras e a doutrina católica sobre o juízo final? Ele corresponde também ao fim do mundo?

Padre Wagner Ferreira - O juízo final é uma verdade de fé, presente nas Sagradas Escrituras, em diversos textos bíblicos. A revelação bíblica e a tradição da Igreja nos ensinam que Nosso Senhor Jesus Cristo, um dia, virá para manifestar plenamente a glória de Deus na existência e na história humana. Jesus veio uma primeira vez, estabeleceu definitivamente o Reino de Deus e, depois, Ele ascendeu à glória de Deus. Mas, nós cremos que um dia Ele virá em sua glória para julgar os vivos e os mortos. De modo a estabelecer definitivamente o seu Reino. A vinda gloriosa de Jesus não significa fim do mundo ou destruição do mundo. Mas, será um momento, segundo a Igreja, de renovação de todas as coisas, de um estabelecimento definitivo do Reino de Deus, onde Deus será tudo em todos.
noticias.cancaonova.com E, por que é preciso rezar pelos mortos?

Padre Wagner Ferreira - Esta prática de oração pelos defuntos tem o seu embasamento nas Sagradas Escrituras. Particularmente, existe uma passagem do segundo livro dos Macabeus capítulo 12, versículo 46, que diz assim: “Eis por que ele, Judas Macabeu, mandou oferecer este sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos de seu pecado”. Então, essa prática de rezar pelos defuntos é muito antiga, vem desde o povo de Israel. Por isso a Igreja entendeu, desde a sua origem, como uma prática importante. Nós somos chamados a rezar pelos fiéis defuntos para que possam ser agraciados com a Misericórdia, com o perdão, com o Amor de Deus. É uma prática piedosa e que a Igreja quis estabelecer um dia para que todos nós, Igreja Peregrina, rezemos pela Igreja Padecente.
noticias.cancaonova.com Além de rezar pelos que já morreram, existem outras formas de se viver bem este dia de Finados?

Padre Wagner Ferreira – Além desta atenção especial para com os fiéis defuntos, Finados também é uma oportunidade para que nós como Igreja Peregrina neste mundo possamos rever as nossas opções. Uma vez que a morte pode bater a nossa porta a qualquer momento, nós precisamos ter essa atenção também, não por medo da morte ou de ir para o inferno, mas, pelo contrário, mas por uma adesão mais bonita pelas coisas de Deus e o ao amor ao próximo. É também uma oportunidade para que nós possamos rever as nossas escolhas, tendo em vista também nós comungarmos eternamente da glória de Deus.
Mensagem do dia
 
Sexta-Feira, 02 de novembro 2012
Qual é a razão de sua vida? A Igreja inteira em todas as partes da terra rezava - na época do Concílio Vaticano II - pedindo o Espírito Santo como um novo Pentecostes. E porque a Igreja rezou no mundo inteiro, o Senhor a atendeu. Ela pediu que se renovassem os carismas como na Igreja primitiva e o Senhor a atendeu.

Graças a Deus, mesmo se a Renovação Carismática Católica (RCC) não estivesse firme, a Igreja ainda assim estaria se renovando, pois a vinda do Senhor está próxima. E urge que façamos de tudo para levar todos à arca da salvação: o Coração de Cristo. É necessário que vivamos e estejamos – com Jesus – nos caminhos, leis e mandamentos divinos.

Nosso mundo está cheio de lama, na miséria moral e espiritual, e Deus já não aguenta mais essa situação; não suporta ver este mundo emporcalhado, porque ama os filhos d’Ele. Quem o sujou foi o inimigo de Deus, e, infelizmente, ele teve e continua tendo muitos adeptos para isso. Agora, o Senhor vai voltar para limpar a face da terra; para fazer justiça. Justiça não é apenas castigar os maus, mas também premiar aqueles que são bons, que estão fazendo o bem. Os que lutam para viver os mandamentos de Deus merecem este mundo limpo.

É preciso que decidamos a quem servir. Pois muitos dos nossos servem a Deus e aos "ídolos" também; obedecendo mais ou menos as leis divinas, deixando-se, muitas vezes, levar pelas paixões e pelo pecado. Não podemos mais viver assim “pulando de galho em galho” como se nada estivesse acontecendo. Deus já teve paciência demais conosco; não podemos mais abusar.

Não fomos criados apenas para viver 80, 90, 100 anos de prazeres nesta terra, aliás, é uma ingenuidade pensar que isso seja possível. Fomos criados por Deus e para Deus para fazer parte de Sua família, para estar com Ele para sempre no céu. Esta é a razão de sua vida, esta é a razão de minha vida, porque antes de tudo, fomos criados para a vida eterna, resgatados pelo Preciosíssimo Sangue de Cristo. Façamos nossa parte, irmãos!

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova