sábado, 13 de outubro de 2012

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Presidente da Pontifícia Academia das Ciências no Sínodo: ciência e fé se complementam


Cidade do Vaticano (RV) - Conclui-se neste sábado a primeira semana de trabalhos do Sínodo dos Bispos, dedicado à nova evangelização. Na programação de hoje, a continuação da discussão geral na Sala do Sínodo.

Já na tarde desta sexta-feira os Padres sinodais ouviram o pronunciamento do Dr. Werner Arber, presente na Assembléia como convidado especial. Prêmio Nobel para a medicina em 1978, em 2011 Arber foi nomeado por Bento XVI presidente da Pontifícia Academia das Ciências, primeiro protestante a desempenhar tal encargo. As relações entre ciência e fé estiveram no centro de seu pronunciamento.

Ciência e fé são e devem continuar sendo elementos complementares para o conhecimento humano: esse foi o ponto focal do pronunciamento de Arber. Um discurso técnico, mas também muito humano, baseado na consciência de que a ciência "até agora não conseguiu encontrar respostas pertinentes" a todas as interrogações do homem, sobretudo àquelas que "transcendem a esfera natural". Papel que, ao invés, os credos religiosos podem desempenhar.

Bento XVI encontrava-se presente na Sala do Sínodo e ouviu com atenção o presidente da Pontifícia Academia das Ciências citar o Gênesis para demonstrar que desde então existia uma concordância entre fé e ciência, porque o Antigo Testamento traz uma sequência lógica de eventos possíveis para a criação da vida.

O presidente da Pontifícia Academia das Ciências afirmou que "até então a ciência ainda não tem uma noção precisa dos fundamentos da vida", ou melhor, da chamada "criação do nada", a qual permanece "matéria a ser tratada mediante a filosofia".

E mesmo considerando que possa existir vida em outros planetas, o Nobel chamou a atenção: falta a evidência científica dessa hipótese.

Mas a que serve hoje a ciência? Arber o disse claramente: a ciência abre a novas aplicações tecnológicas que melhoram a vida e o ambiente do homem, plasmando o seu futuro. Nessa ótica, portanto, Igreja, sociedade civil, economia e ciência são chamadas a assumir a co-responsabilidade de estabelecer uma nova concepção do futuro que comporte benefícios a longo prazo para toda a humanidade.

Para alcançar esse resultado é preciso que as sociedades modernas respeitem regras de conduta oportunas, facilmente aceitáveis se radicadas na fé religiosa. No fundo, afirmou Arber, também Jesus seria favorável à aplicação da ciência para o bem da humanidade e no respeito pelas leis da natureza.

As plantas transgênicas são um exemplo prático de tal princípio: métodos adotados para criá-las seguem as leis naturais da evolução biológica, explicou Arber, e não comportam riscos ligados à engenharia genética.

Portanto, nessa ótica poderiam realmente mitigar o problema da fome no mundo, em vista de um futuro em que o desenvolvimento seja seguro, responsável e sustentável. (RL)

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