

Santa Hildegarda de Bingen Doutora da Igreja


No âmago do pensamento teológico e espiritual da santa está a Criação, no sentido não só moderno, porque remete sempre para o seu autor, Deus o Criador, que pelo seu amor incomparável à existência criadora, quis pôr o homem no centro da Criação. Santa Hildegarda nunca vê o homem e o mundo, o corpo e a alma, a natureza e a graça, como fenômenos isolados. A antropologia está fortemente ligada à cosmologia e, consequentemente, também à ecologia. Toda a Criação transparece repetidamente através do nexo vivo que existe entre todos os fenômenos.
Para descrever este nexo intrínseco de toda a Criação, e, sobretudo, a «harmonia» com a qual as criaturas se relacionam umas com as outras até se completarem, Hildegarda usa com frequência o termo «sinfonia», principalmente nas poesias e nos seus cânticos. Santa Hildegarda não tem dúvidas quando afirma que Deus criou o nosso mundo como mundo bom. Ela não fecha os olhos diante do mal e do pecado que causaram tanta destruição e desarmonia na Criação.
Portanto, tudo depende da conversão do homem. São célebres três escritos que contêm as suas visões: o Scivias, Conosci le vie (1141-1151), o Liber Vitae Meritorum (1158-1163), o livro dos méritos da vida, e o Liber Divinorum Operum(1165-1174), o livro das obras divinas. Este último livro com as visões cosmológicas é considerado a obra-prima da sua mente criativa. Entre os anos 1150 e 1160 adquiriram forma os seus escritos sobre as ciências naturais e sobre a medicina; obras que representam, no estado atual, uma coletânea de experiências populares, herança clássica e tradição cristã. (SP- Karl Lehmann, Bispo de Mainz)
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