Bento XVI abre oficialmente o Ano da Fé

No dia em que também se comemoram os 50 anos do início do Concílio
Vaticano II, o Papa presidiu a celebração eucarística com a participação
de 400 concelebrantes. Entre eles, estavam alguns brasileiros, como o
cardeal arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, que também
é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Fazendo memória ao jubileu de ouro do Concílio, um acontecimento que
marcou a vida da Igreja, o Papa explicou que a celebração foi
enriquecida com alguns sinais específicos. A procissão inicial quis
lembrar a procissão dos Padres conciliares, houve a entronização do
Evangeliário, que é uma cópia daquele utilizado durante o Concílio e a
entrada das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja
Católica.
“Estes sinais não nos fazem apenas recordar, mas também nos oferecem a
possibilidade de ir além da comemoração. Eles nos convidam a entrar mais
profundamente no movimento espiritual que caracterizou o Vaticano II,
para que se possa assumi-lo e levá-lo adiante no seu verdadeiro
sentido”, disse.
O Papa explicou que o Ano da Fé está em coerência com todo o caminho da
Igreja nos últimos 50 anos, desde o Concílio, passando pelo Magistério
do Servo de Deus, Paulo VI até chegar ao Jubileu do ano 2000, em que o
Bem-Aventurado João Paulo II propôs à humanidade Jesus Cristo como único
Salvador.
“Jesus é o centro da fé cristã. O cristão crê em Deus através de Jesus
Cristo, que nos revelou a face de Deus”, enfatizou o Papa. Ele lembrou
que, como diz o Evangelho do dia, Jesus Cristo é o “o verdadeiro e
perene sujeito da evangelização”.
Por que ter um Ano da Fé?
Ainda na homilia, o Papa Bento XVI explicou que a Igreja proclama um
novo Ano da Fé não para “prestar honras a uma efeméride”, mas sim porque
é necessário, mais ainda do que 50 anos atrás.
Isso porque nos últimos decênios o Papa lembrou que se tem visto o
avanço de uma “desertificação” espiritual, um vazio que se espalhou. Mas
estas situações, de acordo com o ele, permitem redescobrir a alegria e a
importância de crer.
“No deserto é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a
vida; assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de
Deus, do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos
implícita ou negativamente”.
Dessa forma, Bento XVI explicou que o modo de representar este Ano da Fé
é como uma peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se
deve levar apenas o essencial. “... nem cajado, nem sacola, nem pão, nem
dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao
enviá-los em missão (cf. Lc 9,3), mas sim o Evangelho e a fé da Igreja,
dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão
luminosa, assim como é o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20
anos”.
Concílio Vaticano II
Sobre o Concílio, Bento XVI destacou que seu objetivo não foi colocar a
fé como tema de um documento específico. No entanto, ele explicou que o
Concílio foi animado pela consciência e pelo desejo de “imergir mais uma
vez no mistério cristão, para poder propô-lo novamente e eficazmente
para o homem contemporâneo”.
O Santo Padre também enfatizou que numa ocasião como esta de hoje, o
mais importante é reavivar na Igreja aquele desejo ardente que se teve
no Concílio de anunciar novamente Cristo ao homem contemporâneo.
“Mas para que este impulso interior à nova evangelização não seja só um
ideal e não peque de confusão, é necessário que ele se apóie sobre uma
base concreta e precisa, e esta base são os documentos do Concílio
Vaticano II, nos quais este impulso encontrou a sua expressão”.
Fonte: Canção Nova
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