sexta-feira, 21 de setembro de 2012

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A arte de bem governar

As eleições municipais são importantes para a vida do povo. Elas se realizam no próximo dia 07 de outubro, onde as pessoas moram, trabalham, estudam, sofrem, festejam. Todos se conhecem mais de perto a si mesmos, suas vidas e suas atuações. A eleição tornou-se o instrumento para a escolha de quem deve exercer o poder em nome do povo. Mas a eleição, em si, não é suficiente para caracterizar a democracia. Mais do que eleger pessoas é preciso eleger idéias e propostas viáveis. A ação política não se limita ao ato de votar; é importante acompanhar, e participar da vida política. È bom lembrar o conceito de política como "a arte de bem governar as cidades". Uma busca permanente de meios para a realização do Bem Comum. A sociedade civil se organiza e estabelece condições de convivência através da política. É sumamente importante encontrar o verdadeiro político, que busca o bem comum, não interesses pessoais. O eleitor deve procurar descobrir, em meio à avalanche de candidatos com as mirabolantes propostas, o político sincero que não se degrada com negociatas e promessas que mancham a democracia. A política é coisa séria. Muitas pessoas se deixam enganar por promessas eleitoreiras, pela propaganda e pela publicidade. O efeito de um voto irresponsável é o sofrimento do povo. Um voto dado com seriedade é felicidade para o município. O voto de cada eleitor vale um município melhor. As eleições determinam o futuro da sociedade. Por isso, precisa-se conhecer os propósitos dos candidatos e saber quais as atribuições de um prefeito e um vereador. Ao prefeito cabe governar a cidade, de forma conjunta com os vereadores, observando as questões políticas, executivas e administrativas. Ele administra, planeja e cumpre as leis. Sua atribuição consta da Lei Orgânica do Município. Cabe-lhe sancionar leis, governar e administrar o município, nomear e exonerar os secretários municipais, expedir decretos e portarias, dispor sobre a estrutura, propor a criação de cargos e funções, prestar contas à Câmara Municipal, Tribunal de contas do Estado e aos contribuintes, propor planejamento urbano, o plano diretor e tantas outras funções. É um líder da comunidade e não o dono do poder. Veja a dimensão do poder que o Evangelho aponta a partir do próprio Cristo, que garantiu: "Não vim para ser servido, mas para servir" (Mt 20,5). E vereador é velar pelo sossego e bem estar dos moradores do município. Seu principal papel é o de representar o povo na Câmara Municipal, participando e decidindo os destinos da cidade e do município; legislar, isto é, fazer as leis que interessam à comunidade e depois acompanhar a sua execução, o seu cumprimento; fiscalizar os atos do executivo; denunciar caso haja desmandos, corrupção, empreguismo, mau emprego do dinheiro público e lutar pela participação da comunidade na gestão pública. Portanto, os eleitores precisam estar atentos à competência e seriedade dos candidatos. Mais de 135 milhões de eleitores brasileiros elegerão prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de 5.565 municípios. O voto livre de cada cidadão é sinal de maturidade e, ao mesmo tempo, de responsabilidade na escolha de prefeitos e vereadores. Votar corretamente dentro das normas da lei eleitoral é tão importante como rezar. A oração, sem o cumprimento dos deveres de cidadão, não agrada a Deus e perde o sentido. Precisa-se votar com consciência para que a política seja para todos a arte de bem governar as cidades e os municípios. 

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena é Bispo da Diocese de Guarabira - PB e Secretário da Conferência Nacional de Bispos Regional Nordeste 2 (CNBB NE2).

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