quarta-feira, 19 de setembro de 2012

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Cruz e dores

A Igreja católica celebra, no mês de setembro, duas festas litúrgicas, muito próximas no calendário e no seu significado. No dia 14, celebra a Exaltação da Santa Cruz e no dia 15 contempla Nossa Senhora das Dores. “A Cruz recorda o Cristo crucificado, o seu sacrifício, o seu martírio que nos trouxe a salvação. Assim sendo, a Igreja há muito tempo passou a celebrar, exaltar e venerar a Cruz, inclusive como símbolo da árvore da vida que se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, quando a serpente do paraíso trouxe a morte, a infelicidade a este mundo, incitando os pais a provarem o fruto da árvore proibida. (Gn 3,17-19)” “Maria participa na dor de Cristo no alto da cruz e na obra da salvação.” A devoção do povo católico a Nossa Senhora das Dores tem fundamento bíblico. Primeira dor: Apresentação de Jesus no templo. “Na primeira dor o Coração de Maria foi transpassado por uma espada, quando Simeão profetizou que o Filho dela seria a salvação de muitos, mas também serviria para ruína de outros.” Sua segunda dor: A fuga para o Egito. “Quando Jesus, Maria e José fugiram para o Egito, foi grande dor saber que desejavam matar o seu filho, aquele que trazia a salvação!” Terceira dor: A perda do Menino Jesus. “Maria procurou Jesus por três dias. Ela tinha consciência de que Jesus era o Messias prometido. Quando o encontrou no Templo, no meio dos doutores”. Quarta dor: o doloroso encontro no caminho do Calvário. “Contemplemos e vejamos se há dor semelhante à Dor de Maria Santíssima, quando encontrou-se com seu divino Filho a caminho do Calvário, carregando uma pesada cruz e insultado como se fosse um criminoso.” Quinta dor: “Maria aos pés da Cruz. “No momento da crucificação de Jesus os judeus diziam: ‘Se Ele é Deus, por que não desce da cruz e se livra a si próprio?!’ ” Sexta dor: “Uma lança atravessa o Coração de Jesus. A dor de ver transpassar o Coração de Jesus com a lança, conferiu a Maria o poder de introduzir, em seu amável Coração, a todos aqueles que a ele recorrerem.” Sétima dor: Jesus é sepultado. “Por humildade, Jesus submeteu-se à própria sepultura, para depois, ressuscitar dentre os mortos!”.
A Cruz de Cristo tornou-se instrumento de salvação, por isso, os católicos a veneram. As Dores de Maria, dores de mulher e mãe, encontram sua força na redenção de Cristo. Cruz e dores fazem parte da vida de qualquer pessoa. Em sua condição humana, Cristo, pelo martírio da sua Cruz, e Maria, pelo martírio de suas Dores, continuam falando à humanidade que carrega sua cruz e tem suas dores.
Dom Genival Saraiva de França é Bispo da Diocese de Palmares - PE; Presidente da Conferência Nacional de Bispos Regional Nordeste 2 (CNBB NE2), Responsável pela Comissão Regional de Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz; Diretor presidente do Conselho de Orientação do Ensino Religioso do Estado de Pernambuco (CONOERPE); Membro efetivo do Conselho Econômico da CNBB NE2.

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