25º Domingo do Tempo Comum Quem quiser ser o primeiro deve ser o servidor |
cônego Celso Pedro da Silva Sb 2,12.17-20; Sl 53 (54); Tg 3,16 – 4,3; Mc 9,30-37 Pela segunda vez, Jesus anuncia a sua Paixão, morte e ressurreição. Este anúncio é feito de forma breve: Ele vai ser entregue às mãos dos homens, que vão matá-lo, mas Ele ressuscitará. Jesus estava voltando para casa, em Cafarnaum, e durante o caminho conversava com os discípulos e ensinava a eles o que deviam aprender. No primeiro anúncio, Pedro reagiu e recebeu uma chamada. Agora, no segundo, ninguém disse nada. Não entenderam e tinham receio de perguntar. Durante o caminho, Jesus adiantou-se e os Doze vinham um pouco atrás, discutindo algum assunto. Em casa, Jesus perguntou sobre o que estavam discutindo, mas eles ficaram quietos. Continuavam com receio de falar ou estavam com vergonha do assunto sobre o qual discutiam. De fato, eles estavam brigando para saber quem deles era o maior, o mais importante do grupo dos Doze. Ora, enquanto Jesus anuncia sua entrega, seu sofrimento, sua morte, eles alimentam rivalidades e se tornam adversários uns dos outros. Com muita paciência, Jesus se senta, chama os Doze e lhes diz: “Quem quiser ser o primeiro deve ser o último de todos e o servidor de todos”. Jesus então pega uma criança e a abraça ensinando aos Doze que o serviço que se presta a alguém, aparentemente frágil e sem importância, é feito a Ele mesmo e a Deus Pai que o enviou. Na sociedade de então o homem era o primeiro, a mulher e a criança vinham depois. Jesus inverte o quadro e coloca quem é o primeiro a serviço dos demais. Pode ser que os Doze Apóstolos tenham entendido a lição. Seus sucessores e todos nós, entendemos? Cobiça, inveja, rivalidade geram a desordem, ensina São Tiago. É na paz que devemos viver, e ela é fruto da justiça. Dando atenção aos mais fracos, pondo-se ao lado dos indefesos, rejeitando o pecado, mas compreendendo os pecadores, Jesus incomodava, por isso queriam matá-lo. O “pecado” vai matá-lo porque Ele veio para tirar o pecado do mundo. Na sua morte, já não somos mais dependentes. Somos livres para criar um mundo novo, administrando com sabedoria a nossa inclinação para o mal. A sabedoria vem do alto e entra em nossa vida como força de equilíbrio. Os sete pecados capitais, expressão prática da nossa má inclinação, continuam tentando se assentar em nossas cabeças, mas não perdemos o equilíbrio. Necessitamos de autoestima sem, porém, nos deixarmos dominar pela inveja e pela soberba. Comemos sem ser gulosos, administramos sem avareza, reagimos sem ira, descansamos sem preguiça, geramos vida sem luxúria. O último lugar é o lugar de Jesus, lugar santificado e valorizado pela sua presença. Sua importância vem de seu próprio ser. Nele nada é artificial, não importa onde esteja. Importante é o lugar onde Ele está. Podemos ocupar o primeiro lugar e significar pouco para os tempos em que vivemos. Podemos estar no primeiro lugar e bloquear a passagem, impedir o crescimento, criar o vazio. No entanto, é verdade que o último lugar pode ser um lugar cômodo. O equilíbrio da sabedoria se faz necessário também aqui. Posso ocupar o último lugar não para servir, mas para não fazer esforço, para não ser chamado, para viver a minha vidinha. E o último lugar passa a ser o da mediocridade. |
21/09/2012 - 11:39 Mesa da Palavra |
sábado, 22 de setembro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário