Meditação bíblica, sábado, 22 de setembro 2012
Hoje à tarde, missa em uma paróquia de
periferia de Veneza com um grupo que atua na Pax Christi, organização
dedicada à paz, principalmente em Israel entre judeus e palestinos e no
Oriente Médio (Síria e Iraque). A celebração é em uma sala transformada
em capela. Como as primeiras comunidades cristãs, celebramos em redor de
uma mesa e todos juntos, jovens, leigos/as e padres, todos como
ministros de Deus.
O evangelho é Marcos 9, 30 em diante.
Jesus caminha para a Galiléia sem querer que todos saibam porque queria
formar o grupo de seus discípulos. E fala de como sente que acontecerá
ao chegar em Jerusalém. Os discípulos não compreendem, mas não querem
perguntar. Não querem reconhecer que estão tomados pela ideologia da
sociedade dominante e pelo que o evangelho chama de "fermento dos
fariseus". O fermento era o símbolo de algo que se preocupa com a
aparência e sem realidade por baixo. Como o pão que incha com o
fermento, mas a massa não corresponde ao tamanho e à aparência. Jesus
revela sua opção de ser um servidor e de assumir o sofrimento e a cruz.
Não porque goste, mas porque é a consequência de sua missão. Ao
contrário, no mesmo caminho de Jesus, os discípulos estão discutindo não
como ser solidários a ele e sim quem deles teria mais poder e
prestígio. Não basta seguir Jesus para assumir sua causa. Os discípulos
seguiam Jesus mas pensavam e queriam coisas que eram contrárias a ele.
Hoje ainda muitos cristãos e mesmo pastores da Igreja pensam seguir
Jesus mas estão sim presos ao poder e ao desejo de dominar os outros. A
contribuição de Jesus para a paz do mundo foi propor um caminho de
serviço simples, despojado e baseado no não poder ou no anti-poder. Não
há possibilidade de paz na competição e na ambição.
Jesus propôs acolher os pequeninos e
solidarizar-nos com eles/elas. Esse é o caminho para a paz e para um
mundo mais justo e humano.
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