16 de junho: 11º domingo do tempo comum
AMOR QUE VEM DO PERDÃO
O Evangelho de Lucas é o evangelho da
misericórdia de Deus. Servindo-se das diferenças entre a mulher pecadora
e o fariseu Simão, o evangelista apresenta Jesus como o Deus que perdoa
e ama sem condições.
A mulher, conhecida na cidade como
pecadora, aproxima-se de Jesus. Em silêncio, sem nada exigir,
demonstra-lhe todo o seu amor. As suas lágrimas são um misto de dor e
alegria, pois carregam o sofrimento de quem é vítima da hipocrisia e do
preconceito, mas também a felicidade de sentir-se amada e, por isso,
perdoada pelo Mestre. Reconhecendo-se pecadora, a mulher reconhece o
amor de Jesus, aproxima-se dele e com perfume demonstra-lhe seu amor. Um
verdadeiro caminho de fé e libertação, modelo para todos nós,
seguidores de Jesus.
Já o fariseu, em vez de se considerar
devedor a Deus, necessitado do seu perdão, faz julgamentos sobre Jesus.
Toma distância da pecadora e espera que o Mestre siga sua lógica, que
divide as pessoas em boas e ruins, em pecadoras e santas, em merecedoras
da bênção ou do castigo de Deus. Mas, com a história dos dois devedores
perdoados, Jesus faz o fariseu tomar consciência do rigorismo com que
vivia as relações, bem diferente do amor da mulher que sente necessidade
de agradecer, com gestos concretos, a quem lhe havia perdoado.
A atitude do fariseu mostra que o amor
de gente que se diz religiosa pode por vezes se confundir com uma
relação superficial e legalista para com Deus. O Mestre ensina a acolher
quem está afastado, quem é vítima da hipocrisia e do preconceito, quem
está necessitado de amor. Nossa atitude é a de seguidores de Jesus à
medida que nos sentimos necessitados do perdão de Deus e à medida que
nos sentimos perdoados por um Deus que vai além de toda mesquinhez
desumana.
O amor de nosso Deus é sempre maior, é
infinito. Dele só pode vir o perdão, que gera amor e alegria. Mas o que
carregam hoje nossas lágrimas, e como estamos demonstrando ao Mestre
nosso agradecimento?
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
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