Protesto de estudantes na Espanha: “Se não há solução, haverá revolução!”
Nessa quinta-feira (18), estudantes, professores,
pais e mães saíram às ruas de várias cidades espanholas em protesto
contra as medidas de austeridade impostas no setor da educação
19/10/2012
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Em Madri, cerca de 100 mil pessoas saíram às ruas - Foto: Jan Slangen/CC |
Após
uma greve de três dias inserida numa semana de luta estudantil, que
também foi marcada por manifestações e assembleias, milhares de
estudantes, professores, pais e mães concentraram-se, em Madri, contra
os cortes de 4.000 milhões de euros na Educação, o aumento das
mensalidades universitárias, o aumento do horário letivo dos professores
e a demissão de 50 mil docentes, que foram impostos pelo governo
espanhol.
Os cerca de 100 mil madrilenos que
participaram do protesto, convocado pelo Sindicato de Estudantes e pela
Confederação de Associações de Pais e Mães de Alunos, contestaram ainda
as medidas de austeridade implementadas na Comunidade de Madri na área
da Educação, como por exemplo, o corte de 10 milhões de euros em
refeições escolares e a substituição dos apoios para compras de livros
por um sistema de empréstimo.
Ao som de palavras
de ordem como “Por uma Educação pública de tod@s e para tod@s” e “Se não
há solução, haverá Revolução!”, a marcha, que começou na Praça Netuno e
passou pelo Ministério da Educação, juntou-se, na Praça do Sol, ao
protesto dos trabalhadores do Metrô de Madri e da Empresa Municipal de
Transportes. No local, um grupo de estudantes da Real Escola Superior de
Arte Dramática realizou uma performance para ilustrar as consequências
da austeridade no setor e assinalar a sua intenção de continuar a luta
contra as medidas impostas pelo executivo de Mariano Rajoy.
“Vivam os radicais e abaixo os ultras”
Francisco
García, secretário-geral da Federação de Ensino das Comissões Operárias
(CCOO) de Madri, sublinhou, durante o protesto, que os estudantes não
se importam que lhes chamem “radicais”. “Sim somos radicais e
extremistas em defesa do ensino e dos direitos dos cidadãos, já o
ministro é um ‘ultra espanholista’, um ultra liberal e um ultra
conservador”, disse García. “Então, sim, vivam os radicais e abaixo os
ultras”, salientou, respondendo às afirmações do ministro da Educação
espanhol, que afirmou que a convocatória do protesto “estava inspirada
em supostos da extrema esquerda radical e antissistema”.
O
protesto, durante o qual foi feito um apelo à mobilização para a greve
geral de 14 de novembro, contou com a presença dos sindicatos UGT, CCOO e
STES, bem como de Cayo Lara, representante da Izquierda Unida.
Manifestações em várias cidades espanholas
Realizaram-se
ainda protestos contra os cortes na Educação em várias outras cidades
espanholas, tais como Barcelona, Valência e Granada.
Conforme
informa a Confederação Intersindical Galega (CIG), nessa quinta-feira
(18) aconteceram 23 manifestações contra os cortes na Educação nas
principais cidades e vilas da Galiza, no noroeste do país.
No município de Corunha, os alunos de Arquitetura da Universidade da Corunha fecharam a faculdade.
(Fonte: Brasil de Fato)
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