EDGAR
MORIN: A noção de desenvolvimento atual pode ser devastadora para os
índios - e não apenas para eles, mas para toda a humanidade,
considerando que a integração dos índios à sociedade não pode significar
a desintegração da cultura indígena. Isso pode trazer consequências
graves, como a degradação da floresta pelo uso de pesticidas nos
projetos agrícolas dos latifundiários.
Claro, há também a questão urbana e a favelização das cidades, tão grave como o crescimento do número de carros em circulação. O Brasil é um país pacífico, sem espírito colonialista ou de revanche contra os outros. É também um país em desenvolvimento, embora esse desenvolvimento seja o da classe média - o que pode representar no futuro uma intoxicação consumista. É preciso, antes de consumir, recuperar o hábito de reparar os objetos para que o mundo não vire um depósito de sucata.
Assentar os migrantes é, de fato, um grande problema, e acho que a demora em fazer uma reforma agrária no Nordeste pode significar o avanço da agroindústria na Amazônia, um perigo para a ecologia. Infelizmente, a corrupção no Brasil ainda é muito grande - considero o principal problema do país. É preciso enfrentar essa máquina infernal do liberalismo econômico que ainda vai destruir a Amazônia e as culturas indígenas, que são não só um patrimônio brasileiro, mas de toda a humanidade.
Prefiro trocar a palavra revolução por metamorfose. A palavra revolução foi reduzida a uma dimensão violenta. Essa violência cria apenas sistemas autoritários, já a metamorfose permite uma transformação natural e radical como a de uma borboleta, que se destrói e se constrói para se transformar, para adquirir novas habilidades, como a de voar.
-> Sociólogo, antropólogo, historiador e filósofo francês, Morin é doutor honoris causa em 17 universidades e um dos últimos grandes intelectuais da época de ouro do pensamento francês do século XX. Autor de mais de 60 livros sobre temas que vão do cinema à filosofia, da política à psicologia, e da etnologia à educação.
EDGAR MORIN NO FRONTEIRAS
- Conferência: "O caminho - para o futuro da humanidade"
Data: 8 de agosto de 2011 - Porto Alegre; 9 de agosto de 2011 - São Paulo
- Conferência: "1968-2008: o mundo que eu vi e vivi"
Data: 14 de abril de 2008 - Porto Alegre
Claro, há também a questão urbana e a favelização das cidades, tão grave como o crescimento do número de carros em circulação. O Brasil é um país pacífico, sem espírito colonialista ou de revanche contra os outros. É também um país em desenvolvimento, embora esse desenvolvimento seja o da classe média - o que pode representar no futuro uma intoxicação consumista. É preciso, antes de consumir, recuperar o hábito de reparar os objetos para que o mundo não vire um depósito de sucata.
Assentar os migrantes é, de fato, um grande problema, e acho que a demora em fazer uma reforma agrária no Nordeste pode significar o avanço da agroindústria na Amazônia, um perigo para a ecologia. Infelizmente, a corrupção no Brasil ainda é muito grande - considero o principal problema do país. É preciso enfrentar essa máquina infernal do liberalismo econômico que ainda vai destruir a Amazônia e as culturas indígenas, que são não só um patrimônio brasileiro, mas de toda a humanidade.
Prefiro trocar a palavra revolução por metamorfose. A palavra revolução foi reduzida a uma dimensão violenta. Essa violência cria apenas sistemas autoritários, já a metamorfose permite uma transformação natural e radical como a de uma borboleta, que se destrói e se constrói para se transformar, para adquirir novas habilidades, como a de voar.
-> Sociólogo, antropólogo, historiador e filósofo francês, Morin é doutor honoris causa em 17 universidades e um dos últimos grandes intelectuais da época de ouro do pensamento francês do século XX. Autor de mais de 60 livros sobre temas que vão do cinema à filosofia, da política à psicologia, e da etnologia à educação.
EDGAR MORIN NO FRONTEIRAS
- Conferência: "O caminho - para o futuro da humanidade"
Data: 8 de agosto de 2011 - Porto Alegre; 9 de agosto de 2011 - São Paulo
- Conferência: "1968-2008: o mundo que eu vi e vivi"
Data: 14 de abril de 2008 - Porto Alegre
Fotos da Linha do tempo
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