sábado, 3 de novembro de 2012

sábado, 3 de novembro de 2012

31º Domingo do Tempo Comum (Todos os santos e santas)


         INICIAÇÃO
                Há uma perfeita coesão entre as três leituras deste 31º domingo do Tempo Comum, no qual a Igreja celebra a Festa de todos os santos e santas. A (primeira leitura) nos propõe elevar os olhos para a condição santa à qual o Pai nos destinou. Tal atitude, só será possível, se os fiéis souberem manter-se na fidelidade à sua vocação batismal, em meios às tribulações.
É percebível a presença pertinente de um fato: Deus, o Santo dos santos, quer promover-nos em santidade, imagens suas (2ª leitura). O Concílio Ecumênico Vaticano II nos lembra que todo cristão é chamado a ser santo. Jesus aponta as bem-aventuranças como o caminho alternativo para quem quer ser feliz e, consequentemente, o da santidade (Evangelho).
   
   ·       PRIMEIRA LEITURA (Ap 7,2-4.9-14)
O que é ser santo?
                Quando o assunto é santo, logo de cara, parece ser algo ligado a perfeição. Se for assim, quem então poderá ser santo? Só Deus, então? Realmente só ele está completamente acima do mundo perecível e efêmero no qual se vive.
                Uma ideia que é bastante conciliável entre muitos é que a santidade não é uma condição superior que possamos alcançar apenas com os nossos esforços ascéticos (disciplinas+exercícios espirituais), não é fruto só do nosso heroísmo, mas é, sobretudo puro dom de Deus. Ou seja, só ele pode tornar-nos santos.
                Os santos são ainda hoje considerados intermediários entre os fiéis e Deus. Por isso, são considerados como advogados, padrinhos, irmãos, que, juntamente conosco, dirigem-se sempre ao mesmo Pai.
                Alguns detalhes: Na primeira cena, a leitura apresenta os fiéis em meio a grandes tribulações. Deus, contudo, sem livrá-los das dificuldades, intervém, em seu favor. Trata-se ainda do selo, que, aliás, quer significar o batismo, a marca que o cristão recebe.
                Em seguida, o texto evidencia a visão dos eleitos no céu, aqueles que foram marcados com o selo. Eles são incontáveis (12x12x1000= 144.000, v. 4), e provém de todas as partes do mundo. Portam vestes brancas, a vida nova na qual se plenificaram na glória celeste. A veste branca é o símbolo da alegria e da inocência, as palmas são o sinal da vitória.
                Quem são os que estão de pé diante do trono do cordeiro? São as comunidades dos santos do céu. São os que neste mundo suportaram tribulações e perseguições e doaram sua vida pelos irmãos como fez o Cordeiro, que doou a sua vida (Jesus Cristo).
                Participam da liturgia celeste. O hino que cantam proclamam Deus e o Cordeiro como autor de salvação.
                Esta página foi escrita para estimular os cristãos perseguidos a perseverarem com paciência: está se realizando neles o que aconteceu com Jesus, o Cordeiro. Se o seguirmos como se segue um pastor, faremos parte do seu triunfo.
·      SEGUNDA LEITURA (1 Jo 3,1-3)
O primeiro versículo da leitura diz, acima de tudo, que a vida divina é um dom gratuito do Pai. Ainda que não possa ser verificada com os sentidos, sua presença não passa despercebida porque produz sinais inequívocos que todos entendem constatar.
A segunda parte da leitura recorda uma verdade muito consoladora: o Pai não aguarda o dia da nossa morte para dar-nos essa vida divina, ele no-la dá já hoje. Contudo, isso acontecerá quando “ele se manifestar e nós seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal qual ele é”.
Em fim, atenção: Diante de Cristo nossos olhos abrir-se-ão, e então compreenderemos o que Deus fez em nós.
·      EVANGELHO (Mt 5,1-12ª)
Quem nunca sentiu necessidade de encontrar Deus, seus pensamentos, seus planos? Mas como encontrá-Lo? Como agendar tal encontro? As experiências espirituais e religiosas mais antigas, tais como a de Moisés e Elias, por exemplo, as tiveram “no alto da montanha”.
No texto de hoje, dois detalhes aparecem com bastante significância: 1º) O lugar: O evangelista Mateus, ao tratar das bem-aventuranças, ele as coloca a partir duma montanha. 2º detalhe) os destinatários: as multidões vindas de tantos lugares (Síria), (Galiléia), (Decápole), (Jerusalém), (Judéia), (e o outro lado do Jordão).
Vendo as multidões, Jesus sobe a montanha que, simbolicamente, é o lugar de Deus e do encontro com ele. Na concepção do Mestre, não há fronteiras e muito menos discriminação. Ele promulga a nova constituição do povo de Deus, promovendo assim os marginalizados.
Jesus indica aos seus discípulos que, para segui-lo fielmente, terão que assumir um projeto de vida, e esse, só será possível a partir da proposta das bem-aventuranças. Tudo leva a crer numa nova perspectiva de vida, baseada na instalação do Reino de Deus, que já se inicia na alegria e no perdão. Claro que, a condição para se levar a cabo tal alternativa, terá que se concretizar no coração das pessoas, algumas condições, tais como: “os pobres em espírito” (1ª), “os que choram [os aflitos]” (2ª), “os mansos” (3ª), “os que têm fome e sede de justiça” (4ª), os misericordiosos” (5ª), “ os puros de coração”(6ª), “os pacíficos” (7ª), “os perseguidos por causa da justiça” (8ª).
As bem-aventuranças são propostas de felicidade. Jesus simplesmente constata a situação do povo que o segue (pobres, afligidos, despossuídos). Deus se solidariza com todos, confiando-lhes a ação do Reino de amor, justiça e paz.
Sobre quais valores firmar-nos enquanto estamos à espera de encontrar Cristo, de “vê-Lo tal qual é”? A proposta do evangelho é clara, nos indica as Bem-aventuranças. Cristo nos sugere que nos entreguemos de “corpo e alma” para podermos construir a “fraternidade perfeita”.
Pe. Francisco de Assis Inácio
- Pároco da Imaculada Conceição de Nova Cruz – RN -
( Pascom: Nova Cruz)

Nenhum comentário:

Postar um comentário