sábado, 29 de setembro de 2012

Outubro: Os horizontes da Igreja

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Dom Francisco Biasin
Bispo de Barra do Piraí/Volta Redonda (RJ)
No mês de outubro que inicia somos convidados a abrir os nossos horizontes na amplidão da visão da nossa Igreja através de dois eventos que atraem a atenção do mundo todo, de maneira muito especial dos seus fiéis e de quantos, embora pertencendo a outras denominações cristãs ou outras religiões, tem sensibilidade para com o anúncio do evangelho e os valores da fé no mundo de hoje.
1. «A nova evangelização para a transmissão da fé cristã»! Este é o título que focará a reflexão dos bispos e dará consistência ao Sínodo a ser celebrado de 07 até 28 deste mês de outubro.
De fato, todas as instituições que geram sentido na vida das pessoas, como a escola, a família, as Igrejas, hoje estão preocupadas pela dificuldade de transmitir os valores do passado às novas gerações ou nos moldes da cultura pós-moderna que caracteriza o nosso tempo.
Preocupa a Igreja católica o fato de que, apesar da sua longa história e da sua rica tradição e apesar do esforço para adequar a sua mensagem à linguagem de hoje, não consiga transmitir a fé de forma satisfatória, vendo com muito sofrimento, uma parcela de seus fiéis migrar para outras experiência religiosas ou até perdendo a fé, declarando-se descrentes. Preocupa sobretudo a ausência de grande parte da juventude da participação às suas iniciativas e aos atos de culto: ter pouco jovens e não ter influência na juventude, significa perder um elo importantíssimo na transmissão da fé, identificado numa geração e, quando há uma interrupção geracional, o corte no curso da história é muito dolorido e difícil de ser sanado.
O Sínodo dos bispos em Roma, após a contribuição de reflexão de muitas Dioceses, procurará compreender este fenômeno e apresentará pistas de reflexão e de ação para toda a Igreja Católica. É claro que depois cada nação assumirá a fadiga e fará o esforço para agir concretamente de acordo com a realidade histórica e cultural em que a Igreja está presente em cada país.
2. Ligado a este evento e, de certa forma dando-lhe seguimento, é o Ano da Fé. Comemorando os 50 anos da celebração do início do Vaticano II e dos 20 anos da promulgação do Catecismo da Igreja Católica, o Santo Padre o Papa Bento XVI convocou toda Igreja Católica a viver um ano inteiro, até a Festa de Cristo Rei do ano que vem, na redescoberta da fé.
O Papa escreve: “Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao  poço para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De fato, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação”. (PF 3)
“Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. At 5, 31)...  Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que atua pelo amor» (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de ação, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17). (PF 6)
Preparemo-nos a entrar pela “porta da fé” que é o Batismo, objeto da nossa reflexão durante a próxima Assembleia diocesana e sobretudo empenhemo-nos a dar testemunho da fé pela nossa vivência batismal e pelo compromisso concreto da caridade, através do amor fraterno dentro da comunidade, e através do serviço aos pobres e necessitados que estão ao nosso redor.
Com minha bênção de pastor

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