"Sem um aprofundamento da comunicação, toda Missão terá menos força do que pode ter" (Por Fúlvio Costa)

"O
primeiro areópago dos tempos modernos é o mundo das comunicações, que
está a unificar a humanidade, transformando-a — como se costuma dizer —
na ‘aldeia global’. Os meios de comunicação social alcançaram tamanha
importância que são para muitos o principal instrumento de informação e
formação, de guia e inspiração dos comportamentos individuais,
familiares e sociais”.
Foi com
esta frase da Encíclica Redemptoris Missio (n. 37) do papa João Paulo
II, que o jornalista e assessor político da CNBB, padre Geraldo Martins
Dias, deu início às atividades do 2º Encontro de Formação Missionária
para Coordenadores, Animadores e Assessores de Comunicação dos Conselhos
Missionários Diocesanos e Paroquiais (Comidis e Comipas). O evento teve
início nesta quarta-feira, 14, no CCM, em Brasília e reúne 36 pessoas
de várias regiões do país. É promovido pelo Centro Cultural Missionário
(CCM) e pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM).

Segundo o
assessor, discutir comunicação com coordenadores de conselhos
missionários é positivo, uma vez que eles estão à frente das ações
missionárias e a comunicação passa necessariamente pelo seu trabalho. “A
comunicação é o eixo central de tudo aquilo que nós fazemos e trazer os
missionários aqui para discutir o que nós entendemos por comunicação é
fundamental porque nós podemos correr o risco de achar que nos
comunicamos, mas na verdade às vezes não o fazemos”.
Com um
texto introdutório do livro “Até que ponto, de fato, nos comunicamos?”
do pesquisador Ciro Marcondes Filho, Geraldo questionou os participantes
sobre o sentido da comunicação e o seu significado nas atividades
missionárias. “Comunicação não é mera informação, não é mera difusão de
fatos pelos veículos, a comunicação é algo mais profundo. Implica a
ligação com o outro. Quando a pessoa se dá a conhecer ao outro. Isso é
processo. Será que nós como missionários estamos nos doando como devemos
para comunicar e levar a Boa Nova?”, questionou. “Se identificar com o
outro sem subjugá-lo é o ponto chave do missionário”, disse o assessor
citando outro documento.

“Não é possível fazer Missão sem comunicação”
Padre
Geraldo apontou que as novas tecnologias da informação com toda a sua
importância, jamais poderão substituir a essência do ser humano,
indispensável para a Missão: “as relações interpessoais, o contato, a
emoção. Porque aí mora a diferença”. O diretor nacional das POM, padre
Camilo Pauletti, questionou o assessor sobre as motivações que levam a
comunicação humana a se tornar cada vez mais mecânica e menos
interpessoal. “Somos resultado do modelo de economia adotado. Da falta
de tempo para as pessoas, da agenda lotada e queremos resolver tudo em
menos tempo. Com isso acabamos perderdo o essencial que é a relação
interpessoal. Às vezes é preciso nadar contra isso, pois também faz
bem”.

O
assessor político da CNBB fez ainda um caminho pela história da
comunicação na Igreja Católica e pincelou a evolução desse processo ao
longo dos séculos até chegar aos dias atuais. Pontuou diversos
documentos eclesiais sobre o tema até chegar ao Documento de Aparecida
que nos convida a entender o ciberspaço como ambiente fecundo para a
Missão. “É necessário entendermos esse espaço, pois esses meios podem
estar também a serviço da evangelização. Devemos entender, sobretudo, o
mundo virtual como espaço, ambiente, onde precisa ser anunciado o
Evangelho”.
(Fonte: Pontifícias Obras Missionárias)
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