33º Domingo do Tempo Comum
Introdução
A temática central deste 33º domingo do Tempo Comum é
a“consumação da história, coma parusia do Senhor”. “Parusia”, quer dizer “no
último dia” (Jo 6,39-40. 44.54; 11,24); “no fim do mundo” (LG 48). Também a
terminologia “escatologia”, carrega cosigo o mesmo sentido, ou seja, “para
entrar na casa de Deus, é preciso atravessar o limiar, símbolo da passagem do mundo ferido pelo pecado para o
mundo da vida nova ao qual todos os homens são chamados. Finalmente, a Igreja
tem um significado escatológico” (CIC, n. 1186).
A (I leitura) ao tratar da
consumação, preanuncia a ressurreição, no final dos tempos, daqueles
considerados os justos; eles receberão a vida eterna.
Também e, sobretudo, o (evangelho),
nos estimula a descobrir os sinais de um mundo novo que está nascendo das
cinzas do reino do mal.
E a (II leitura), o que tem a nos
dizer? O sacerdócio de Cristo garante para o homem desesperado: Cristo foi
ontem, é hoje e será amanhã, a esperança, porque Ele derrotou e derrotará
sempre o pecado, fazendo reinar a vida.
I leitura (Dn 12,1-3)
O
texto (12,1-3) faz parte do livro de Daniel e é conhecido como um texto
“apocalíptico”. Apocalipse, o que significa? Alguns pensam que esta palavra
significa “confusão”, “mistério estranho”. Nada disso.
Apocalíptico
é uma forma literária na qual os ensinamentos são transmitidos através de
imagens, aparentemente misteriosas, mas explicáveis.
A
I leitura e o evangelho deste domingo utilizam a linguagem apocalíptica, porque
falam do “sol que escurece”, das “estrelas que caem”, dos “anjos que convocam
os eleitos dos quatro cantos do mundo”, do “filho do homem que vem dobre as
nuvens do céu”, do “arcanjo Miguel, do tempo da grande aflição”, da
“ressurreição dos mortos”.
É
válido salientar que esse livro surgiu no tempo de muitas dificuldades para o
povo de Deus (II século a.C). O autor procura mostrar, portanto, o conflito
entre o povo de Deus e os dominadores para daí tirar lições de vida.
Quanto
ao objetivo do livro e desse modo de escrever é animar o povo para a
resistência diante dos opressores, sobretudo da dominação selêucida, com
Antíoco IV Epífanes [morto no ano 164 a.C.] (cf. Pe. Bertolini, Roteiros Homiléticos, p. 483). O povo
não está sozinho, mas pode contar com Deus, o seu Eterno parceiro.
A
lição que poderá ser tirada é esta aqui: se a luta é sincera, isto é, é em prol
da vida e tem Deus como parceiro, ela não será improfícua. Ou seja, nenhum
sofrimento, nenhuma lágrima se perderá. A nossa fidelidade acelerará o
alvorecer do mundo novo.
Evangelho (Mc 13,24-32)
Vejamos bem, o cap. 13 do evangelho
de Marcos é considerado “apocalipse de Marcos”. Duas situações são tratadas
pelo autor: a destruição do templo de Jerusalém, no ano 70 da nossa história
(13,1-8) e o futuro da comunidade cristã dentro da história (13,9-37).
O interesse catequético que está por
trás das letras é o “final dos tempos”. Ou seja, a catequese feita é sobre “o rumo da história e sobre a vinda
do Filho do Homem”.
A situação em que se encontra a
comunidade é de perseguição, opressão, tortura e condenação à morte. Entre eles
há também discórdias e divisões. Para esses cristãos, abalados pela tentação do
mal, sentem-se abalados, Marcos recorda as palavras de Jesus: o Filho do homem
não permitirá que eles sejam dispersos.
Para esses cristãos, deprimidos
pela tentação do desânimo, Marcos recorda as palavras de Jesus: o Filho do
Homem não permitirá que eles sejam dispersos. Reuni-los-á, não para a prestação
de contas, para o julgamento, mas para a salvação.
a) “A
vinda do Filho do Homem é julgamento e salvação”
Há
sempre interrogações por parte dos discípulos e da comunidade a respeito de sinais sobre a vinda do Filho do Homem.
O Mestre garante que a comunidade sobreviverá à destruição de Jerusalém e do
Templo. A tribulação é sempre sinal de que a vinda do Filho do Homem está
próxima.
A
vinda do Filho do Homem é descrita no v. 26 como próprio poder de Deus que age
na história.
b. O que fazer até
a vinda do Filho do Homem? (vv. 28-32)
Catequeticamente
falando, a metáfora da figueira mostra, por um lado, que o Reino de Deus já
está presente na vida da comunidade. Mas ainda é necessário prestar atenção nos
sinais e nos acontecimentos da história.
A
lição a ser tomada: A esperança que nasce desse texto é que Deus salvará seus
eleitos e julgará os que combateram o projeto divino de liberdade e vida. Daí
nasce a urgência do compromisso que passa pelo discernimento, em vista da
construção do mundo novo.
II leitura (Hb 10,11-14)
Um detalhe: Israel herdou muito
das práticas tradicionais antepassadas. No tempo dos sacerdotes ofereciam
continuamente sacrifícios a Deus para destruir os pecados do povo.
Alcançavam eles o seu objetivo?
Claro que não! Como é que o sangue de animais poderia purificar o coração de
pessoas?
Só o sacrifício de Cristo tem o
poder de comunicar essa purificação. Oferecido uma vez para sempre, ele
libertou de fato os homens e mulheres dos seus pecados.
Dito isto, a pergunta: Quais os
inimigos de Cristo a comunidade cristã deverá submeter-lhe debaixo de seus pés?
Como cristãos, qual tem sido a nossa reação enquanto aguardamos a vinda do
Filho do Homem?
Pe.
Francisco de Assis Inácio
Pároco
da Imaculada Conceição – Nova Cruz-RN
Fonte: Pascom Nova Cruz
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