domingo, 2 de setembro de 2012


thiago damato 
POEMA DE LIBERTAÇÃO

E trancado neste pequeno apartamento
Numa periférica cidade da América Latina
Eu ainda sinto o peso do colonialismo,
da escravidão, do ouro roubado de Minas,
do latifúndio consagrado.

Mas uma brisa leve balança as cortinas
E eu penso que esta mesma brisa secou lágrimas de Che,
Bolívar, Oscar Romero, Allende, Frei Tito de Alencar.
Então, raios de sol devassam o quarto, levando-me ao longe.
Sobrevoo as Cordilheiras, a Amazônia, o Canal do Panamá,
o Pacífico e o Atlântico.

De volta, hora de aterrissar.
Abro os olhos e fixo-me no Cristo crucificado
Guardando uma parede branca , velha e descascada.

E num lugar tão pequeno, num momento tão fugaz,
percebo algo grandioso, sublime:
A esperança dos menores é eterna!

Thiago Damato, poeta menor
Niterói/RJ, Brasil.
Inverno de 2012

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