sábado, 12 de janeiro de 2013

Editorial: Um convite para trabalhar pelo bem comum



Cidade do Vaticano (RV) –  Também neste início de ano o Papa Bento XVI lançou o seu olhar sobre os grandes temas que afligem povos e nações nos quatro cantos do mundo. A oportunidade, como nos anos precedentes, foi a audiência que o Pontífice concedeu na Sala Regia, no Vaticano os membros do Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé para as felicitações de novo ano.
No seu longo e denso discurso Bento XVI mais uma vez tocou questões que dizem respeito à vida de milhões de pessoas com a única preocupação de preservar o grande valor da vida. O Papa falou de países em guerra – Síria, Terra Santa, Iraque, Líbano; falou da construção da paz que parte da vida.
O Pontífice afirmou, ainda, que “num mundo de fronteiras cada vez mais abertas, construir a paz através do diálogo não é uma opção, mas uma necessidade!”.
Sublinhou que verdade, justiça e paz mão são utopias que se excluem entre elas, mas para o cristão é o contrário, pois não pode existir paz sem verdade; e mais uma afirmação, a violência nasce da negação de Deus.
No seu discurso Bento XVI não deixou de tocar temas como o respeito pela liberdade religiosa, e a colaboração entre todos os segmentos da sociedade. Sobre o fanatismo de ordem religiosa, que continua a fazer vítimas, o Santo Padre voltou a sublinhar que se trata de uma “falsificação da própria religião", já que a religião visa reconciliar o homem com Deus, tornando claro que cada homem é imagem do Criador. Falou ainda sobre as suas viagens ao México, Cuba e Líbano.
Outro pilar das palavras do Santo Padre foi a crise econômica e financeira que atinge muitos países no mundo, com referência especial aos países europeus. É necessário recuperar o sentido do trabalho e de um lucro a esse proporcionado. O lucro com muita frequência, foi absolutizado em detrimento do trabalho, e muitos se aventuraram desenfreadamente pelos trilhos da economia financeira em vez da real. O Papa pede para não se concentrar na contratação financeira deixando de lado a “contração do bem-estar social”.
Um discurso amplo no qual o Papa sublinha mais uma vez que a dimensão católica da Igreja, que a leva a abraçar todo o universo, não constitui, uma ingerência na vida das diversas sociedades, mas serve para iluminar a reta consciência dos seus cidadãos e convidá-los a trabalhar pelo bem de cada pessoa e o progresso do gênero humano.
Alguns dados sobre a diplomacia vaticana:
Em 1900 a Santa Sé mantinha relações diplomáticas com 20 países, hoje são 179. No Pontificado de Bento XVI foram iniciadas relações com 5 novos países: Montenegro, Emirados Árabes Unidos, Botswana, Federação Russa e Malásia. Os Núncios Apostólicos são 99: 48 italianos. Oito países não mantêm relações diplomáticas com a Santa Sé: Afeganistão, Arábia Saudita, Butão, China Popular, Coréia do Norte, Maldivas, Omã e Tulavu, na Polinésia. (Silvonei José)

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