História dos Concílio Vaticano II (3)
1. O 21° Concílio Ecumênico aconteceu no Estado do Vaticano, há 50 anos,
entre 1962 e 1965, e recebeu a denominação de Concílio Vaticano II. O Papa João
XXIII (que antes se chamava Cardeal Ângelo Roncalli) havia sido eleito Papa em
28 de outubro de 1958, sucedendo ao Papa Pio XII. Quatro meses depois, ciente
da defasagem da Igreja em relação à evolução do mundo, anunciou a 25 de janeiro
de 1959, a possibilidade da realização de um Concílio. Houve resistências e
apoios. Depois de muito diálogo ele convocou o Concílio, no dia de Pentecostes,
17 de maio de 1959, encaminhou os preparativos e, depois, iniciou, a 11 de outubro
de 1962, o grande evento, que foi concluído, em 1965, por seu sucessor, o Paulo
VI (antes Cardeal João Batista Montini). Roma abrigou durante as sessões
conciliares mais de 2.451 participantes, eleitos pelas Conferencias Episcopais
de todo o mundo, convidados especiais especialistas em Bíblia, teologia,
pastoral, filosofia, história, política e ciências.
2. A graça de lá estar. Tive o privilégio de estar na Praça de São
Pedro, como estudante na Universidade Lateranense, nos meus 20 anos de idade, vendo
emocionado e em prece, aquela imensa multidão de `padres´ e `peritos
conciliares` em procissão, passando pelo meio do povo. Depois lá da janela dos
aposentos do Papa, aconteceu uma memorável saudação de João XXIII a Roma e ao
mundo, para sintonizar a todos com aquele grande evento, que se tornou o maior
acontecimento da Igreja no século XX.
3. “Aggirornare la chiesa”. O Papa João XXIII, para expressar o objetivo do
Concílio Vaticano II, recorreu à expressão italiana “aggiornare la Chiesa”,
isto é, trazer a Igreja para o mundo de hoje, adaptá-la, inseri-la na
atualidade. Não se tratava de condenar erros, se bem que algumas lideranças
queriam um “anátema sit” para o comunismo e os comunistas. O Papa da Bondade,
não queria condenação alguma, mas uma Igreja mais fiel a Jesus e ao mundo de
hoje, uma Igreja a serviço de um mundo justo, fraterno, solidário, melhor, e
buscando respostas eficazes aos grandes desafios e oportunidades do mundo
moderno. No final da primeira sessão foi preciso tomar a decisão de mais
sessões, de modo que o Concílio durou até seu encerramento no dia 8 de dezembro
de 1965. Os participantes levavam muito trabalho para casa e voltavam a Roma,
para longas sessões de trabalho, busca de consenso e votações.
4. A novidade do Concílio
Vaticano II. Em comparação com
os 20 Concílios Ecumênicos anteriores, o Vaticano II decidiu ser um Concílio eminentemente
pastoral, dando à Igreja um novo modo de olhar, sentir, perceber: a) o mundo (como
Igreja solidária); b) os outros cristãos como (Igreja em atitude ecumênica); c)
as outras religiões (como Igreja em atitude de diálogo); c) a si mesma, como Igreja
Povo de Deus, servidora do mundo e da humanidade. O Concílio deu um grande
impulso à renovação da vida interna da própria Igreja (em todos os aspectos) e
no seu modo de lidar com as realidades deste mundo, a ciência, a política, os
governos, priorizando a busca da felicidade do ser humano, de todo e qualquer
ser humano, sobretudo, os pobres, os feridos em sua dignidade, os excluídos
sociais.
5. Próximos artigos. Destacaremos, nos próximos artigos, a mensagem
central dos textos conciliares, com ênfase na Constituição Dogmática sobre a Igreja (Lumen Gentium), na
Constituição Pastoral sobre a Igreja no
Mundo (Gaudium et Spes), na Constituição Dogmática sobre a Palavra de Deus (Dei Verbum) e na
Constituição Conciliar sobre a Sagrada
Liturgia (Sacrossanctum Concilium).
Irmão Nery fsc – irnery@yahoo.com.br
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