Editorial: O Papa no Twitter


Mas por que chama atenção uma notícia como essa? Certamente por que é o Papa, líder de mais de um bilhão de católicos em todo o mundo. Mas chama a atenção principalmente pelo motivo do gesto do Santo Padre: usar os meios de comunicação que a genialidade do homem produziu para fazer chegar as reflexões e mensagens do Sucessor de Pedro a um mundo que dia após dia cresce, o mundo das redes sociais. As redes não são um instrumento de evangelização como muitos poderiam afirmar, mas sim um espaço, um lugar onde milhões de pessoas interagem, constroem relações e se descobrem, é um verdadeiro “continente digital”.
Precisamente por causa disso, o Papa vê a grande importância das redes sociais e tem dedicado a elas as suas mensagens para o Dia Mundial das Comunicações. Já em 2010, o Papa incentivou os sacerdotes a enfrentarem os desafios decorrentes da nova cultura digital. “A nova mídia – disse - se for conhecida e devidamente valorizada, pode oferecer a todos os sacerdotes e agentes pastorais uma riqueza de dados e conteúdos que anteriormente eram de difícil acesso, e proporcionar meios de colaboração e crescimento da comunhão impensável no passado”. Se a nova mídia é usada com sabedoria pode ser um instrumento, um espaço válido e eficaz de evangelização.
Na mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais do ano passado, o Papa Bento XVI, depois de ter realçado o valor do silêncio que ajuda e dá corpo às nossas palavras, escreveu que também pouquíssimas palavras dão a possibilidade de transmitir mensagens grandiosas. Ai vem a ideia do Twitter, modo sintético de comunicar.
A decisão do Papa de ter uma conta no Twitter certamente vai na direção da verdade para ajudar aqueles milhões de “habitantes do continente digital” a terem uma palavra que pode dar fascínio e sentido à vida, sem se perder no fluxo interminável de informações muitas vezes vazias e tendenciosas capazes de violar o próprio direito das pessoas. No sentido contrário dessas tendências se move o Papa que fornecerá - nos 140 toques - motivos de reflexão e de esperança, e a oportunidade de conhecer Deus.
Com esta iniciativa, Bento XVI demonstra “a sua sensibilidade para as oportunidades que as novas tecnologias oferecem à comunicação e à comunicação de seus ensinamentos” – disse Dom Celli.
Esse novo momento de comunicação do Papa com o mundo nos faz recordar outro evento da história, o distante 12 de fevereiro de 1931, quando o Papa Pio XI dirigiu ao mundo a sua primeira mensagem através da Rádio Vaticano. Pela primeira vez, pessoas nos quatro cantos do mundo puderam ouvir a voz do sucessor de Pedro, certamente uma emoção única. Agora cabe aos “visitantes do mundo digital” receber as palavras do Papa.
Assim, nos modos, tempos e linguagem do homem moderno, Bento XVI pretende levar Cristo ao mundo de hoje. (Silvonei José)
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