A FESTA DOS PADROEIROS 

NO

CONTEXTO DAS MISSÕES

Uma grande multidão se fez presente ao chamado da Igreja para homenagear nossos santos padroeiros. O nosso pároco, o Padre Matias Soares, é a nossa maior referência católica nas terras de Mipibu. Pois, o mesmo é responsável e articulador do grande projeto pastoral que cobre os setores da Paróquia. Ao se aproximar do povo através dos setores missionários, a Igreja se fortalece e fortalece o povo, principalmente os mais pobres. Os diversos momentos de reflexão e oração nos leva a redefinir o conceito de cristão. Nesse contexto de Aparecida e diretrizes da evangelização no Brasil, o cristão é aquele que vive a comunhão com o seu pároco sendo testemunha viva de uma Igreja que é fiel a Cristo. Para quem acompanha o Padre Matias, ele é um daqueles padres que jamais deixarão o profetismo cair. 

Esse grande evento foi capaz de reunir milhares de pessoas no coração da Igreja. Todo paroquiano sente-se feliz em ver a grandeza de Deus se realizar a partir dos pequenos. A missão continua e exige de cada um a responsabilidade em participar dessa jornada permanente que tem a nossa frente Jesus Cristo. 

Santana e São Joaquim: Nossos Padroeiros

O povo católico de São José de Mipibu tem um sentimento de pertença aos padroeiros, de uma confiança sem medida que atravessa gerações. É o valor da tradição que alimenta a fé de um povo sofrido mas que guarda com carinho a devoção aos santos padroeiros. Existe um clima que é privilégio dos paroquianos e somente nesse dia 26 de julho passa em todos os corações dos mipibuenses. 

Nossos padroeiros, nossas raízes que se articulam e nos leva para Jesus Eucarístico. Isso nos basta e é a razão de nossa presença ativa nos espaços sagrados. Os 250 anos de história contam a herança que recebemos dos antepassados. É a função continuativa que "se exerce na Igreja enquanto esta vive na história"(Clodovis Boff). A nossa paróquia se renova com a Palavra de Deus. Nossa missão continua firme e forte logo após os festejos dos padroeiros. Nossos setores são núcleos para a ação missionária acontecer.

O Concílio Vaticano II e a Renovação da Igreja

A Igreja passou por uma renovação profunda com a realização do Concílio Vaticano II. Quem fez a abertura do Concílio foi o Papa João XXIII, por inspiração do Espírito Santo, Ele mesmo conseguiu um sentido novo para a Igreja. Muitos desejavam uma renovação da Igreja Católica, especialmente Dom Hélder Câmara que empenhou sua vocação em defesa dos empobrecidos. A partir daquele concílio o mundo católico nunca mais foi o mesmo. Pois, a semente da renovação e atualização é permanente na Igreja. O texto e o contexto do concílio continua avançado para as gerações. Mesmo assim estamos dando passos para uma Igreja comunhão e participação. Dando passos para dialogar com o mundo, podemos constatar na Gaudium et Spes. Segundo esta constituição pastoral : "Para levar a cabo esta missão, é dever da Igreja investigar a todo momento os sinais dos tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho; para que assim possa responder, de modo adaptado a cada geração, às eternas perguntas dos homens a cerca do sentido da vida presente e da futura, e da relação entre ambas"(GS, 4).
A Igreja está permanentemente em diálogo com o mundo, interpretando os sinais dos tempos. É missão da Igreja levar toda a humanidade para Cristo. Muitos são chamados a cooperar por intermédio do batismo e confirmação na salvação do mundo. É importante lembrar que nosso mundo é dominado pela técnica e ciência, apresenta soluções fáceis para quem tem o domínio do poder. Mas por outro lado destrói a esperança de um mundo regulado pelo amor, bondade e justiça. 
A nossa missão nasce daí, da falta de esperança de muitos se criam as possibilidades do amor de Deus reinar nos corações dos homens. Não ignoramos o movimento da história mas participamos dela como fermento na massa para fazer crescer a vontade de Deus no coração humano. Toda nossa gratidão a Deus Pai pelo evento Concílio Vaticano II. (CARLOS: bacharelando em teologia)

OS LEIGOS NA IGREJA

Estamos vivenciando um tempo novo na Igreja de Santana e São Joaquim com a participação dos leigos nas pastorais, serviços e movimentos. É tempo do verdadeiro protagonismo dos leigos. É quando se vê na Igreja e nos setores missionários, os leigos proclamando a Palavra de Deus. Quem são os leigos? "Conjunto dos fiéis que, por haverem sido incorporados em Cristo pelo batismo e constituídos em Povo de Deus, e por participarem a seu modo do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, realizam na Igreja e no mundo, na parte que lhes compete, a missão de todo o povo cristão"(LUMEN GENTIUM). 

Os poucos leigos que estão doados à missão permanente fazem a diferença. Eles também são responsáveis pela mobilidade de muitos que saem dos setores para matriz formando esta variedade na Igreja tão importante e bonita. Podemos dizer que o apostolado dos leigos fortalece a Igreja toda. Para Karl Rahner, o leigo é "o cristão que permanece no mundo". É preciso estar no mundo para conhecermos a realidade que nos desafia de forma permanente.(CARLOS: SETOR I)

ENTREVISTA COM LEONARDO BOFF

DESAFIOS DA EVANGELIZAÇÃO NOS SETORES

São muitos os desafios que enfrentamos no dia a dia de nossa paróquia. Um deles que vamos aqui refletir é construir uma forte consciência missionária em toda a Igreja. Para isto acontecer é necessário conversão pastoral, mudança de mentalidade, leitura da Palavra de Deus e fidelidade ao projeto de evangelização. Nesse sentido, o conteúdo tem que ter mais peso do que as dinâmicas. Tudo isso porque não podemos ter déficit de conteúdo. O conteúdo do evangelizador é Jesus Cristo, o primeiro e maior missionário. Não podemos recuar agora nem ter medo de avançar na dimensão missionária. 

Com a setorização da paróquia saímos da "sacristia" para o meio do povo, lugar onde encontramos os maiores desafios da Igreja missionária. Para ser uma Igreja missionária não podemos nos apequenar dentro de uma sala de aula. Eu não posso ser um evangelizador só de sala de aula. Há muitos lá fora esperando por nós, querendo ouvir a Palavra de Deus. É importante saber que a maioria está do lado de fora. Faz sentido o que disse Jesus: "Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura". O que não faz sentido, é não sair para o lado de fora e perceber a grande maioria sem rumo e sem direção espiritual.

Em termos estratégicos, fazer missão é sair de um lugar para outro a fim de evangelizar. É claro que existem os problemas, as limitações mas também existem as oportunidades para superarmos tudo isso. Contudo, é necessário que todos se encontrem em estado de atualização e missão permanente.

(Carlos: bacharelando em teologia)

Recomendo a leitura do documento nº 97 da cnbb