MP que complementa veto parcial a royalties é publicada |
A
medida provisória que trata dos royalties do petróleo foi publicada em
edição extra do Diário Oficial da União na noite de ontem. O texto
enviado ao Congresso pela presidente Dilma Rousseff complementa o veto
parcial ao projeto aprovado pelos parlamentares.
Os porcentuais defendidos pelos
congressistas para a distribuição dos recursos foram mantidos, mas a
nova divisão só vale para contratos firmados a partir de 3 de dezembro
de 2012. Com a nova divisão, Estados e municípios produtores perderão
porcentuais dos recursos de royalties e participação especial para quem
não produz. A União também terá uma receita proporcionalmente menor.
O texto da MP destina ainda para a
educação todos os recursos dos novos contratos de concessão, seja da
União, de Estados ou municípios. A educação receberá ainda pelo menos
50% dos rendimentos do Fundo Social, que é uma espécie de poupança feita
com recursos dos royalties e da exploração de petróleo do modelo de
partilha, que será usado para o pré-sal.
O Congresso terá agora até 120 dias para
analisar a MP, descontado o recesso parlamentar. Alguns parlamentares
pretendem propor alterações no texto para que a nova distribuição valha
também para as áreas já concedidas. Outra alternativa em estudo é
pressionar pela votação dos vetos, que protegeu Estados e municípios
produtores.
Vetos. A presidente Dilma barrou a
alteração na distribuição de royalties do petróleo de áreas já
licitadas, deixando expresso o entendimento de que a mudança violaria a
Constituição. Os 23 vetos parciais foram divulgados ontem. Além de
considerar "direito adquirido" o atual tratamento especial a Estados e
municípios produtores, ela afirmou que congelar receitas seria
"desvirtuar" a proporcionalidade entre exploração e compensação.
O número de vetos foi bem superior ao
anunciado na sexta-feira. A maioria, porém, deriva da decisão de barrar o
artigo que tratava da distribuição de recursos das áreas já concedidas.
Na justificativa, a presidente afirma ser inconstitucional alterar
regras sobre os campos já licitados.
Para Dilma, as mudanças aprovadas pelo
Congresso nesse tema "violam frontalmente" o artigo da Constituição que
garante o "direito adquirido" e o "ato jurídico perfeito". Outro
argumento é que, na expectativa desses recursos, Estados e municípios
produtores já utilizaram a receita via antecipações e securitizações.
O tom do governo também foi duro nos
outros vetos. Sobre o congelamento das receitas dos produtores em níveis
de 2011, a presidente justifica o veto com o conceito de que royalties é
compensação. Foi derrubado ainda trecho que procurava excluir os
produtores da partilha dos recursos a todos os Estados e municípios,
afirmando que não se pode "obrigar os Estados e municípios a renunciarem
a direito constitucional originário para participar da distribuição do
Fundo Especial destinado a todos os entes federados".
(Estadão) |
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