domingo, 24 de março de 2013

Mina de conhecimentos



Tema: Escola, lugar de descoberta
Os projetos devem ser fecundos para os alunos. Temos que olhar o passado mas não podemos esquecer o presente. Olhando com cuidado para o passado percebemos no presente os passos que foram dados no sentido de promover ou eleger o aluno como um sujeito que faz história, que está presente na história. Por isso, a escola é um fundamento que não pode ser substituída por outra coisa. Ela não deve perder a sua essência em época de descrença.
A escola é um tesouro a ser descoberta pelos que estão no seu interior. A escola é uma mina de conhecimentos que precisa ser revelada em primeiro lugar aos doutores da educação, mestres, professores e alunos. Dizer que a escola não tem nada é apostar no fracasso da mina de conhecimentos. O tesouro será enterrado e os talentos removidos. Nesse sentido, impotente é quem defende a impotência da escola.
Se formam novas formas de injustiças quando associam o pobre com incapacidade, ser descartável do sistema. Ele não é. Ele representa uma maioria produtora de riquezas que simplesmente permanece nessa condição por imposição de um esquema político e econômico. Mas a reflexão se inicia com uma questão escolar. E sobre ela temos que dar uma satisfação.
Uma escola que se inspira em Paulo Freire assume um novo comportamento diante das dificuldades. Jamais deixará de fazer o necessário tendo em vista a promoção do aluno. A escola continua sendo o lugar de promoção humana. Lugar do despertar das raízes de todos e principalmente dos mais necessitados. Fazer parte dessa escola é motivo de felicidade. (Carlos: Professor)

sábado, 23 de março de 2013

Plano Pastoral

Hoje apresentaremos o plano pastoral da Região Episcopal Sul ao ECC da Paróquia de São José de Mipibu. São 35 ações para a região (agreste). Entre as ações não podemos perder de vista formação missionária. Não existe ação missionária sem formação. Por isso mesmo, a paróquia investe nesse ponto. O Documento de Aparecida deve ser estudado por todos, é um fundamento importante para o discípulo missionário. 
Precisamos de diretrizes para a caminhada pastoral. Diretrizes quer dizer rumos que indicam o caminho a seguir. Nesse sentido, o plano pastoral vai nos ajudar, apontar as perspectivas, metas e ações. Vamos recuperar a influência no campo da fé, com o Papa Francisco sendo o nosso maior exemplo de humildade a ser seguido por todos. Lembram-se ? "Quem quiser ser o maior seja o servo de todos". A Igreja se revigora com a humildade. (Carlos: Fé e Luz)

Educador de Jovens e Adultos

O professor da Educação de Jovens e Adultos tem a responsabilidade de conhecer a realidade da escola. Ele sabe que é necessário descer para o meio dos jovens e adultos e aprender a escutar também nossos jovens. Nossos alunos falam a partir do seu meio. Eles possuem uma linguagem, nós possuímos outra. A realidade causa impacto, ela é dolorosa e ao mesmo tempo desafiadora. Os maiores e melhores recursos não faltam na escola, o humano. Elaborar projetos sem a participação do aluno e suas necessidades significa reforçar a exclusão. A escola é também um campo de prática e de reflexão. Sendo assim, o aluno também constrói conhecimento, ele é capaz.
Um "objeto" a ser observado na escola é a prática educativa. Mas, observar a prática educativa dos outros é fácil. Cada um seja o observador de sua prática e descubra em que melhorar. Adotar o antigo discurso de que não tem recursos é querer sentar no banco e ver a chuva passar. Esse jeito não condiz com o compromisso político daqueles que estão na luta em defesa do bem comum. A escola não é lugar para endeusamento do individualismo, é lugar de promoção humana. (Carlos: Professor)

quinta-feira, 21 de março de 2013

Ele nos fortalece

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O verdadeiro poder é o serviço. O Papa deve servir a todos, especialmente aos mais pobres, aos mais fracos, aos mais pequeninos.
 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Leitor da obra freiriana?


Leitor da obra freiriana?
*Roberto Rossellini
Muitos educadores falam sobre Paulo Freire. Mas suas ações comprovam que nunca o compreenderam quando se dizem leitores do patrono da educação brasileira.
Um educador que humilha o colega professor em público, não   compreende o que é educação libertadora. Um educador que enxerga a educação como mercadoria não compreende o propósito da educação libertadora. O educador que se submete a opressão da rede privada não conhece a educação libertadora.
A leitura de fragmentos da obra freiriana supostamente confere a determinados educadores a citação de fragmentos de fragmentos como se fosse a  totalidade.
Esse equívoco histórico promove uma educação escolar baseada na pura e simples transmissão do professor "conhecedor, detentor do saber".
Onde fica o leitor crítico nesse contexto? É possível cidadania sem olhar crítico? A que e a quem se destina a educação escolar? Preparar para o mundo globalizado que chega ao ápice da exploração do homem pelo "homem"? Elevar simultaneamente a economia do país e a miséria? Sucatear os serviços públicos que são direitos do cidadão e obrigação do Estado?
Qual a responsabilidade do professor nessa história? Torna-se leitor crítico para depois formar leitores críticos. Libertar-se do opressor e ao mesmo tempo libertar o opressor dessa condição.
Não é possível conviver com professor opressor de professor e subserviente ao seu opressor.
 *Professor da rede pública

Exercício que transforma a vida

Deus ama a humanidade, Deus se dá a humanidade para marcá-la com o selo do amor. O amor é indispensável num mundo com tantas falhas e carente de Deus. Bastaria uma regra para tudo mudar: "Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles". Este seria um exercício contínuo que transformaria nossas vidas para o bem da humanidade. Podemos começar hoje mesmo. Bom exercício para todos! (Carlos: Fé e Luz)

domingo, 17 de março de 2013

Texto de Leonardo Boff


Francisco: um Papa que presidirá na caridade

16/03/2013

A grave crise moral que atravessa todo o corpo institucional da Igreja fez com que  o Conclave elegesse alguém que tenha autoridade e coragem para fazer profundas reformas na Cúria romana e presidir a Igreja na caridade e menos na autoridade jurídica, enfraquecendo as igrejas locais. Foi o que acenou o novo Papa Francisco em sua primeira fala. Se isso ocorrer ele será o Papa do terceiro milênio e abrirá uma nova “dinastia” de Papas vindos das periferias da cristandade.
A figura do Papa é talvez o maior símbolo do Sagrado  no mundo Ocidental. As sociedades que pela secularização exilaram o Sagrado, a falta de líderes referenciais e a nostalgia  da figura do pai como aquele que orienta, cria confiança e mostra caminhos, concentraram na figura do Papa  estes ancestrais anseios que podiam ser lidos nos rostos dos fiéis na praça de São Pedro. Nesse espírito quebrou os protocolos, se sentiu gente do povo, pagando sua conta no lugar onde se hospedou, indo de simples carro para a Basílica Santa Maria Maior e conservando sua cruz de ferro.
Para os cristãos é irrenunciável o ministério de Pedro como aquele deve “confirmar os irmãos e as irmãs na fé” segundo o mandato do Mestre. Roma onde estão sepultado Pedro e Paulo, foi desde os primórdios, referência de unidade, de ortodoxia e de zelo pelas demais as igrejas. Esta perspectiva é acolhida também pelas demais igrejas não-católicas. A questão toda é a forma como se exerce tal função. O Papa Leão Magno (440-461), no vazio do poder imperial, teve que assumir a governança de Roma para enfrentar os hunos de Átila. Tomou o título de Papa e de Sumo Pontífice que eram do Imperador, incorporou o estilo imperial de poder, monárquico e centralizado com seus símbolos, as vestimentas e o estilo palaciano. Os textos atinentes a Pedro que em Jesus tinham um sentido de serviço e de amor, foram interpretados, no estilo romano, como  estrito poder jurídico. Tudo culminou com Gregório VII que com o seu “Dictatus Papae”(a Ditadura do Papa) arrogou para si os dois poderes, o religioso e o secular. Surgiu a grande Instituição Total, obstáculo à liberdade dos cristãos e ao diálogo com o mundo moderno globalizado.
Esse exercício absolutista foi sempre questionado, especialmente, pelos Reformadores. Mas nunca foi amenizado. Como reconhecia João Paulo II, no seu documento sobre o ecumenismo: este estilo de exercer a função de Pedro é o maior obstáculo à unidade das Igreja e à aceitação por parte dos cristãos vindos do mundo democrático. Não basta a espetacularização da fé com grandes eventos para suprir tal deficiência.
A atual forma monárquica  deverá ser repensada à luz daquela intenção de Jesus. Será um Papado pastoral e não professoral. O Concílio Vaticano II estabeleceu os instrumentos para esta forma: o sínodo dos bispos, feito até agora apenas consultivo, quando fora pensado, deliberativo. Criar-se-ia um órgão executivo que com o Papa governaria a Igreja. Criou-se pelo Concílio a colegialidade dos bispos, quer dizer, as conferências continentais e nacionais ganhariam mais autonomia para permitir um enraizamento da fé nas culturais locais, sempre em comunhão com Roma. Não é impensável que representantes do Povo de Deus desde cardeais, até mulheres ajudariam a eleger um Papa para toda a cristandade. Faz-se urgente uma reforma da Cúria na linha da descentralização. Certamente o que fará o Papa Francisco. Por que o Secretariado para as religiões não cristãs não pode funcionar na Ásia? O Dicastério da unidade dos cristãos em Genebra, perto do Conselho Mundial de Igrejas?  O das missões, em alguma cidade da África? O dos direitos humanos e justiça, na América Latina?
A Igreja Católica poderia se transformar numa instância não autoritária de valores universais dos direitos humanos, os da Mãe Terra e da natureza,  contra a cultura do consumo, em favor de uma sobriedade  condividida. A questão central não é mais a Igreja mas a Humanidade e a civilização que podem desparecer. Como a Igreja ajuda em sua preservação?  Tudo isso é possível e realizável, sem renunciar em nada à substância da fé cristã. Importa que o Papa Francisco seja um João XXIII dos novos tempos, um “Papa buono”, como já o mostrou. Só assim poderá  resgatar a credibilidade perdida  e ser um luzeiro de espiritualidade e de esperança para todos.
Fonte: Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor