quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Terra Santa: Bispos pedem que fiéis não abandonem peregrinações



Jerusalém (RV) - Mesmo com os eventos trágicos de Gaza e as tensões no Oriente Médio, “não tenham medo de visitar a Terra Santa: os itinerários dos peregrinos são seguros e afastados dos perigos”. Esta é a exortação da Comissão Episcopal para as peregrinações, que atua dentro da Assembléia dos Ordinários Católicos, pedindo aos peregrinos de todo o mundo para não cancelarem suas viagens a Terra Santa.

O Patriarcado Latino de Jerusalém, no apelo referido pela Agência Sir, dirige-se aos peregrinos dizendo, que “aqui vocês serão sempre bem acolhidos por todos, judeus, cristãos e muçulmanos, pois o peregrino é uma figura de paz e de oração”.

“Nós acreditamos que as peregrinações para a Terra Santa – continua o comunicado - contribuam para a paz e sejam um sinal de solidariedade para os habitantes daqui. Estes tem necessidade de não se sentirem abandonados. Os dois Ministérios do Turismo, em Israel e na Palestina, fazem todo o possível para acolher os peregrinos na Terra Santa”.

Até hoje são três milhões e 300 mil os turistas e os peregrinos que visitaram Israel, 60% dos quais são cristãos. Em 2011, um milhão de peregrinos esteve em Belém. (JE)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

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Vinte anos do Catecismo: Jesus é a chave para interpretar toda a Bíblia



Cidade do Vaticano (RV) - A compreensão da Bíblia não pode ser somente fruto de um ato individual, mas deve ter diante de si o ensinamento da Igreja. Esse princípio é ressaltado com clareza pelo Catecismo da Igreja Católica (CIC), na parte em que o texto desenvolve a relação entre a Revelação e a sua transmissão. O jesuíta Pe. Dariusz Kowalczyk discorre sobre o assunto em sua rubrica dedicada aos 20 anos da publicação do Catecismo.

A transmissão da Revelação divina se realiza de dois modos: mediante a Tradição e com a Sagrada Escritura. Esses dois modos – como ensina o Catecismo – "estão estreitamente entrelaçados e são comunicantes" (CIC 80).

A Igreja considera a Bíblia a "norma suprema" da fé. Portanto, não somente consideramos as Sagradas Escrituras um texto profundamente religioso, mas consideramos que ele tenha sido inspirado pelo próprio Deus. Assim sendo, a Bíblia, enquanto tal, está isenta de todo e qualquer erro concernente à nossa salvação.

Isso significa que nos textos bíblicos podem existir, por exemplo, imprecisões de caráter histórico ou geográfico, devido aos limites do autor humano, mas a verdade que Deus nos quis revelar para fins da nossa salvação não tem erro.

Na Bíblia encontramos a verdadeira Palavra de Deus trazida pela língua do homem. Por isso – como lemos no Catecismo – "a fé cristã não é 'uma religião do Livro'" (CIC 108). O Novo Testamento não caiu do céu, mas é fruto da pregação das primeiras comunidades cristãs. Por isso as Sagradas Escrituras devem ser lidas e interpretadas na Tradição viva de toda a Igreja.

Esse princípio não nos impede uma leitura individual da Bíblia. Aliás, somos convidados a fazê-lo sistematicamente. A nossa compreensão pessoal, porém, deve ser colocada diante do ensinamento da Igreja.

Lendo as diversas páginas da Bíblia devemos recordar que o seu centro é constituído por Jesus. A sua morte e a sua ressurreição são, portanto, a chave interpretativa de toda a Bíblia.

Portanto, lemos a Sagrada Escritura individualmente e junto com a Igreja, descobrindo a multiplicidade de sentidos que ela contém. Para encorajar-nos a tal leitura, o Catecismo nos recorda as célebres palavras de São Jerônimo: "Ignorar as Escrituras é ignorar Cristo" (CIC 133). (RL)

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Cardeal Bertone: administrar com transparência os bens da Igreja a serviço da sua missão



Cidade do Vaticano (RV) - Os bens administrados por entidades vaticanas estão a serviço da missão universal da Igreja e hoje, em particular, é exigido "um empenho sempre mais incisivo" de retidão e transparência administrativa.

Foram dois dos conceitos principais reiterados na manhã desta terça-feira pelo Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, no discurso feito na apresentação do novo Regulamento da Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Santa Sé.

Foi Paulo VI quem quis que, na Cúria Romana por ele reformada, existisse um setor preposto para a gestão dos Assuntos Econômicos da Santa Sé. Tal setor deveria desempenhar tarefas precisas: conhecimento, supervisão, vigilância e coordenação "de todos os investimentos e operações econômicas mais importantes da Santa Sé".

Paulo VI sentia a necessidade de modernizar todo o trabalho nesse setor, realizado com o objetivo de assegurar à Igreja um aspecto essencial para a sua subsistência, o aspecto da "auto-suficiência econômica".

Além disso, ressaltou o Cardeal Bertone, a Igreja sempre buscou "considerar a mera instrumentalidade dos bens temporais tendo em vista o desenvolvimento de sua missão", ou seja, "o culto divino, as obras de apostolado e de caridade, a honesta sustentação do clero e dos outros ministros".

Inclusive o Código de Direito Canônico estabelece que para o alcance de seus "fins institucionais" é lícito para a Igreja "a aquisição, posse e administração dos bens temporais", recordou o Secretário de Estado.

Todavia, prosseguiu o purpurado, "a Igreja, enquanto tal, não possui bens: ela os possui mediante entidades que a compõem", daí, o papel central desempenhado por um organismo como a Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Santa Sé.

No passado recente, observou o Cardeal Bertone, a praxe reduziu, de certo modo, as atribuições com as quais a Prefeitura fora pensada, transformando-a numa "espécie de contabilidade central da Santa Sé", sendo ofuscadas as tarefas de "programação e coordenação econômica geral".

Agora, com o novo regulamento, acrescentou, "se volta ao espírito originário", no qual a Prefeitura dos Assuntos Econômicos se coloca como uma entidade superior diante de cada administração vaticana, diretamente relacionada com a Secretaria de Estado, com a qual deve concordar as linhas diretivas e de programação.

O Cardeal Bertone concluiu ressaltando que, mais do que nunca, é necesário que aumente em todos a consciência do dever de favorecer não somente a missão da Igreja e da Santa Sé, mas também a sua credibilidade. (RL)








Palavra revelada

Na Dei Verbum, um dos documentos dogmáticos do Concílio Vaticano II, aparece a palavra “revelação” como sendo a realidade do diálogo que acontece entre Deus e o seu povo. Na visão conciliar, a iniciativa é sempre daquele que fala, a iniciativa é de Deus, vindo ao encontro da criatura, que tinha se distanciado do Criador.
Mas é um diálogo que supõe e espera receptividade. Não basta somente Deus falar. Suas palavras devem ser acolhidas pelas pessoas, tendo relevância na vida comunitária. Com isto, o diálogo não se restringe apenas entre Deus e o povo, mas também entre as pessoas em sua convivência localizada.
A compreensão da Palavra de Deus não é fruto apenas de uma intuição da pessoa. Ela existe para ser formalizada no encontro com Deus em Jesus Cristo, porque Ele é a Palavra eterna que se fez carne e veio habitar entre as pessoas, no contexto do mundo criado.
O distanciamento que temos de Deus é fruto do pecado. Mas Deus não se distancia de sua criatura. Seu gesto revelador se baseia no amor, dirigindo-se às pessoas como a amigos para reatar a comunhão perdida. Sendo assim, podemos dizer que Deus se dá a conhecer no diálogo.
Antes da Palavra escrita já havia a iniciativa divina, certamente difícil de ser percebida. Com a Palavra já formalizada na Sagrada Escritura, o caminho de encontro e diálogo tornou-se muito mais evidente e possível. Há sempre um anseio, até natural, de ambas as partes, de serem amados.
Na verdade, a Palavra tem força transformadora e consegue conduzir as pessoas para o caminho da salvação. Mas tem que ser escutada de coração acolhedor e aberto ao Deus que fala. Ela é Palavra e ação divina, que diz e faz e consegue apresentar-se como viva e eficaz.
A Palavra de Deus é eterna, que nos leva à comunhão com o Pai, possibilitando nossa participação em sua vida. É a íntima ligação com a vida trinitária, ocasionando vida fraterna. A realização plena de tudo isto acontece quando pertencemos a uma comunidade de vida na Igreja.
Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo da Diocese de Uberaba.

"Um filho foi-nos dado"


Carta de Natal de dom Francesco Cavina, bispo de Carpi, Itália

CARPI, terça-feira, 18 de dezembro de 2012 (ZENIT.org) - "O Filho de Deus, fazendo-se homem, veio nos revelar quem é Deus e quem é o homem". Desta revelação partem as reflexões que o bispo de Carpi, dom Francesco Cavina, dedica neste natal ao mistério da paternidade de Deus, numa carta intitulada "Um filho foi-nos dado".
"O que significa reconhecer que Deus é Pai? O que significa o fato de Jesus ser o Filho de Deus?" Estas são as perguntas iniciais do idílico percurso por que Cavina conduz o leitor, através das referências à Palavra de Deus e aos Padres da Igreja, coletando ainda pensamentos e provocações de autores contemporâneos.
"Ao enviar o Filho, o Pai nos enviou outro ‘Si mesmo’", diz Santo Agostinho: Jesus, portanto, escreve o bispo, “não veio apenas revelar-nos quem é Deus, mas fazer os homens entenderem o que sempre foram no plano de Deus: filhos. Àqueles que o acolhem, o Verbo Encarnado dá o poder de se tornarem filhos de Deus. A nossa filiação é um dom recebido, um ‘poder’ que nos é dado, uma graça que alcança a nossa vida".
Estamos diante do mistério da Encarnação e do Natal, no seu mais verdadeiro significado de dom gratuito para a felicidade e para a liberdade. É um caminho que toca em algumas das declarações de Jesus na Última Ceia, diante das quais, escreve o bispo de Carpi, "é de se ficar atordoado"; uma estrada que vai do reconhecer-se do pai-nosso, rico em misericórdia, ao sentir-se filhos e, portanto, irmãosem Jesus Cristo.
A conclusão das reflexões aborda a identidade e a missão da Igreja como lugar onde "o Pai, o Filho e o Espírito Santo vêm até nós, se interessam por nós, ainda que, ao mesmo tempo, aconteçam traições terríveis. Habituar-nos a este milagre pode nos tirar também a reverência e nos tornar inconscientes. Continua sendo verdade, porém, que ficamos cara a cara com Aquele que nos criou, que criou os céus e a terra, com Aquele que, na hora em que pudermos vê-lo, nos deixará infinitamente espupefatos".
O mesmo estupor é incentivado como atitude para o leitor, que se sente “levado pela mão” até a frente do estábulo de Belém, convidado a presenciar a revelação de Deus Paiem seu Filho Jesus.
O texto da carta está disponível no site da diocese de Carpi, em italiano: www.carpi.chiesacattolica.it
Tudo fala de Ti, tudo prepara para Ti, tudo Te anuncia!


“Predito por todos os profetas,
esperado com amor de mãe pela Virgem Maria,
Jesus foi anunciado e mostrado presente no mundo por são João Batista.
O próprio Senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do Seu Natal,
para que Sua chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando os Seus louvores” (Liturgia do Advento).

Em que sentido podem os cristãos afirmar que Jesus foi “predito por todos os profetas”? Não seria esta afirmação um exagero, uma extrapolação? Não!
Os cristãos não afirmam que todos os profetas falaram explicitamente do Messias que viria; não afirmam também que todos os livros das Escrituras dos judeus falam explicitamente do Messias que viria.
Os cristãos professam, sabem e têm convicta e serena certeza que toda a Escritura e toda a história de Israel, antigo povo de Deus, caminham misteriosamente para o Cristo Jesus. Neste sentido, é toda a Escritura, é toda profecia, é cada acontecimento da história do Israel da Antiga Aliança que, pouco a pouco, apontam para o Cristo, testemunham-No, levam a Ele, na medida da presciência misteriosa do Deus Santo, que no Espírito do Seu Filho já falava pelos profetas e já fecundava a toda a história de Israel, mesmo nos seus momentos mais obscuros e sofridos... “Como é profunda a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus! Como são insondáveis as Suas decisões, e como são impenetráveis Seus caminhos! Quem poderá compreender o pensamento do Senhor? Quem foi o Seu conselheiro? Quem Lhe emprestou alguma coisa, para que Ele tenha algo a devolver? Porque todas as coisas vêm Dele, por meio Dele e vão para Ele. A Ele pertence a glória para sempre. Amém” (Rm 11,33-36).



Escrito por Dom Henrique 

Juventude Missionária avalia caminhada e aponta desafios

Por Jaime Carlos Patias   
15 / Dez / 2012 08:34
Os coordenadores estaduais da Juventude Missionária (JM) do Brasil, reunidos em Brasília na 5ª Assembleia Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé apontaram, na tarde desta sexta-feira, 14, as principais realizações e desafios enfrentados nas atividades.
Para Fernando Diego Furtado, coordenador da JM no estado do Amazonas, uma das dificuldades encontradas na região é a falta de compromisso das pessoas para assumir o trabalho. “O pouco conhecimento da JM no estado e a sua integração com a catequese, são outros desafios enfrentados no momento”.
Articular a JM nas dioceses que ainda não tem Infância e Adolescência Missionária (IAM), cooperar com a Missão permanente, dialogar com as juventudes, articular a missão além-fronteiras e ad gentes, encontrar assessores com o carisma da JM e assumir uma atitude mais profética diante das questões sociais, foram desafios apontados por Érica Júlia Ventura, coordenadora da JM em Minas Gerais, estado que conta com 28 dioceses. Os destaques positivos da JM no estado são, segundo a coordenadora, “a participação na vida da comunidade, a articulação por província eclesiástica, as parcerias com a IAM, o COMIRE e o Conselho Missionário dos Seminários (COMISE), os encontros paroquiais, diocesanos e estaduais, a interação através dos meios de comunicação e a participação nas Santas Missões Populares”.
Em Sergipe, nas três dioceses, Aracajú, Propriá e Estância, existem grupos de JM. Segundo a coordenadora estadual, Fernanda Rodrigues Santana “a questão financeira, a articulação do Conselho Missionário Regional (COMIRE) e a falta de perseverança dos jovens são as principais dificuldades”. Fernanda avalia como pontos positivos a parceria da JM com a Infância e Adolescência Missionária (IAM). “Os nossos trabalhos são feitos juntos”. Destacou ainda o reconhecimento e o apoio por parte dos padres e das Religiosas. Sobre a articulação e organização destaca “a boa comunicação entre as três dioceses o que fortalece o trabalho”. O comprometimento dos jovens, as missões realizadas, as implantações de novos grupos, são outras luzes.
Gabriel Araújo Pacheco, representante da JM do estado de Tocantins destacou como positivo “a boa organização na coordenação, o apoio dos bispos das cinco dioceses no estado e o acompanhamento das Irmãs religiosas”. Já os maiores desafios, segundo ele, são “as distâncias entre as dioceses, o insuficiente domínio da metodologia e o fraco conhecimento do que é a JM por parte de membros do clero”.
Em geral os grandes desafios apontados pelos coordenadores foram a organização e articulação de equipes, o comprometimento dos jovens, a formação dentro da metodologia da JM e a resistência por parte de alguns padres e grupos de jovens em aderir ou apoiar os trabalhos.
Com o tema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações!” (Mt 28, 19), e lema: “Eis-me aqui envia-me” (Is 6, 8), a 5ª Assembleia da Obra da Propagação da Fé teve início no último dia 13 e se estenderá até domingo, 16. Além dos coordenadores estaduais da JM, participam ainda representantes das Famílias Missionárias, Idosos e Enfermos Missionários, atividades que juntamente com a Juventude Missionária, fazem parte da mesma Obra.