sexta-feira, 14 de junho de 2013

Alteridade x Diversidade



AlteridadeXDiversidade
Na vida em comunidade temos conflitos. Quem não quiser tê-los viva sozinho. O Papa Francisco nos disse nestes últimos dias que seria caso de psiquiatria o fato de não querermos viver com amigos e isolados. A vida em comunidade tem, também, esta riqueza: é nela que nos tornamos mais humanos. Diz o salmista que “é bom os amigos habitarem todos juntos” (Sl 133,1). Saibamos que não existe possibilidade de vida comunitária feliz sem o reconhecimento do Outro. Ou será que almejamos viver na comunidade sem estar com o Outro?!
Temos que estar cientes da existência dum problema político a ser aprofundado para o amadurecimento da Democracia na Posmodernidade. A alucinação da subjetividade desconstruiu os paradigmas tradicionais, mas ainda não elaborou epistemologicamente o que deseja para o Ser Humano que está aí, neste momento da História. Existe uma desordem social, porque se confunde o que é o Humano na sua Totalidade. Esta só pode ter Forma se partir do que é essencial para o acidental, e não do acidental para o essencial. Onde é que podemos encontrar o Humano a não ser nele mesmo, com sua individualidade e na Totalidade. Para isto, se faz necessário o “acolhimento da corporeidade como meio do ser para os outros, a corporeidade humana pertence essencialmente a sua personalidade” (R. Spaemann). Quando esta é vista como um dado secundário, desencarnando a subjetividade da sua estrutura biológica, teremos sérios problemas para que a Diferença não torne-se Diversidade, mas sim complementaridade. A falta de aprofundamento antropológico do conceito de Diversidade está ofendendo e confundindo a verdade sobre a Democracia. É sofismático e violento o intento de muitos grupos subjugarem os interesses da maioria dos cidadãos para serem reconhecidos pelos semelhantes. Onde está o problema? Na superficialidade da ideia de Diversidade que é apresentada pelos ideólogos atuais.
Uma proposta que deveria ser pensada nos ambientes acadêmicos que tratam destas questões é a ideia de Alteridade. Pensadores como Emmanuel Levinas e Martin Bubber podem ser referências neste campo. Só pela aceitação do Outro como pessoa, seja (ele/ela) ateu, religioso, negro, branco, agnóstico ou afins, será possível o reconhecimento do Outro como Ser Humano, com direitos e deveres a serem respeitados. O Outro não é o Diverso, O Outro é o Diferente que nos completa pela sua e pela nossa Condição Humana. A Democracia tem que ser pensada na Posmodernidade como meio de Encontro dos Diferentes, não como oposição entre as Diversidades. Nunca haverá a Tolerância, tão estimada pelos Iluministas, sem essa possibilidade prévia de respeito entre os Seres Humanos por aquilo que eles são e não por aquilo que eles não são e nunca poderão ser. Violentar o natural é irracional.
Por fim, temos que ir adiante nesta questão. A realidade é muito complexa e ao mesmo tempo real e verdadeira. Não podemos destruí-la com a mentira e a força. Só a verdade sobre o Ser Humano vai fazê-lo capaz de aceitar as novidades com as quais ele terá que conviver. Mas estejamos atentos! Isto não acontecerá se nós não formos capazes de parafrasear o salmista: “Como é bom que a Humanidade esteja bem unida”! Que o Deus do amor e da paz nos abençoe! Assim o seja!
Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibu-RN e Vig. Episc. Sul.           

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Os vereadores de Natal estão fazendo suas emendas para o orçamento da Prefeitura em 2014. Cada parlamentar tem direito a R$ 274 mil para destinar à área que julgue mais necessária. Depois de conversar com professores e alunos da rede pública, a vereadora Amanda Gurgel (PSTU) decidiu dedicar sua emenda para a aquisição de 500 quadros brancos e 24 condicionadores de ar. Os quadros irão para cerca de 42 escolas públicas de Natal e os condicionadores de ar vão para bibliotecas em escolas da Zona Norte. “Pode parecer simples, mas não é. Estamos na era da lousa digital, e, mesmo assim, boa parte de nossas escolas ainda tem quadro de giz. Um absurdo. Mudar para o quadro branco não é qualquer coisa. Mudar do giz para o piloto faz toda a diferença para quem está em sala de aula.”, comentou a vereadora Amanda Gurgel. #assessoria

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Uma mensagem para refletirmos

"O povo está caminhando e lutando já há séculos; nós apenas nos incorporamos em suas lutas" (L. Boff).

domingo, 9 de junho de 2013

A promoção humana está longe

A promoção humana é uma necessidade dos mais pobres. Existe uma dívida do poder com os mais pobres. Os pobres esperam pela sua promoção humana a partir da geração de renda e emprego, educação de qualidade e saúde. A fotografia da cidade nos mostra um declínio nesse sentido. Falta tudo e não falta a violência, ganância, desemprego e miséria. Uma vergonha. Não tem o que comemorar na cidade. O que sobra para os pobres, quando existe, são atitudes paternalistas. Por outro lado os causadores da pobreza celebram às custas da derrota acumulada dos mais pobres. Isso é uma questão política. Por isso mesmo não sai na mídia esse retrato social. Meu voto é pelo fim da pobreza, a favor dos pobres. (Carlos)

sábado, 8 de junho de 2013

O Papa Francisco disse ...

"Corruptos fazem muito mal à Igreja. Santos são a luz"



A Educação é prioridade?

Tudo passa pela educação. Uma educação voltada para o bem comum se faz com homens e mulheres que tenham consciência de sua vocação no mundo. É contraditório pensar nisso e ficar à serviço de um poder que sempre foi opressor e forma o seu time, equipe, com os "melhores". Escolhidos porque são fiéis não porque são capacitados para o bem comum. "A serviço de quem ou contra quem", pois não existe neutralidade. (Carlos)

Reflexão: O Papa Francisco vai na raiz da questão

Editorial: Sou ladrão do pobre?



Cidade do Vaticano (RV) –  “A comida que jogamos fora é roubada da mesa de quem é pobre, de quem tem fome”: palavras do Papa Francisco na última quarta-feira durante a Audiência geral na Praça São Pedro, no Vaticano. Palavras duras que acertam de cheio a nossa consciência e fazem tremer, por assim dizer, as nossas convicções de que “eu não sou culpado pela fome no mundo”. Diante de uma multidão de mais de 70 mil fiéis provenientes de todas as partes do mundo, Papa Francisco aproveitando a comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente celebrado pelas Nações Unidas no mesmo dia, 5 de junho, voltou a pedir que jamais nos esqueçamos de que o valor da vida deve estar sempre acima dos interesses econômicos. O Papa tocou em vários aspectos do respeito pelo meio ambiente, ou seja pela criação, dom de Deus ao homem e à mulher, mas também da essência do valor da pessoa humana; de fato, recordou que “quem morre de frio, sem um abrigo, no meio da rua não faz notícia. Já, ao contrário, quando temos uma queda de 10 pontos na bolsa de valores é uma tragédia”. O valor da vida deveria estar sempre acima dos interesses econômicos, da visão do lucro, que a nossa sociedade atual muitas vezes impõe como normalidade. Nesta ótica, Francisco chama a atenção para aquilo que vemos todos os dias nas ruas de nossas cidades, e não temos a coragem de enfrentar, de nos indignar, como se não fosse de nossa competência, como se não fosse nossa responsabilidade. O homem faminto foi descartado, as pessoas são descartadas como se fossem desperdício. São homens e mulheres, disse o Papa, “sacrificados aos ídolos do lucro e do consumo”. É a cultura do descartável. Vivemos sem profundidade, sem dar importância, tudo passageiro, nos tornamos insensíveis diante de realidades que deveriam nos indignar. Morre-se de fome quando temos mesas abastadas e lixos ainda mais abastados. Lamentável quando em muitas partes do nosso mundo pessoas, principalmente crianças, sofrem de fome e subnutrição. Nos dias passados as Nações Unidas alertaram para o fato de que todos os anos 1 bilhão e 300 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados, ou seja, um terço da comida produzida no mundo vai parar nas lixeiras. Esse desperdício seria suficiente para alimentar 870 milhões de pessoas que passam fome.

O consumismo levou as pessoas a habituarem-se ao supérfluo e ao desperdício diário de alimento. Diante dessa situação que vê o ser humano espezinhado e sacrificado no altar da indiferença, o alerta do Papa Francisco de que a pessoa humana hoje “está em perigo”, por isso é urgente uma “economia humana”: “O perigo é grave porque a causa do problema não é superficial, mas profunda: não é só uma questão de economia, mas de ética e de antropologia”. A Igreja já o sublinhou muitas vezes. Mas o sistema continua igual: o que comanda hoje não é o homem, é o dinheiro.

O homem se modernizou, foi ao espaço, encurtou distâncias, ficou mais veloz, criou bem-estar, mas não aprendeu a partilhar recursos que poderiam salvar vidas e dar dignidade às pessoas. Criou ídolos que o tornam não pessoas livres, mas amarradas, amordaçadas sem a verdadeira liberdade, que somente a solidariedade, filha da caridade pode dar. Tornamo-nos escravos da busca do bem-estar sem levar em consideração a essência de nossas vidas, das nossas esperanças, ou seja, o amor, e a comunhão com Deus e o nosso próximo.

É possível mudar essa situação, é possível erradicar a pobreza, mudando nossas atitudes, nossos comportamentos consumistas e indiferentes. Temos que retomar a cultura da solidariedade – pede o Papa – do encontro, do importa-se com o outro. Temos que retomar a paixão pelo ser humano. Não podemos ser uma “sociedade descartável”, que despreza a vida humana. A pergunta martela na cabeça, somos ladrões do futuro do nosso irmão? É o momento para responder com ações e não somente com palavras, com uma cultura da solidariedade e do encontro. É o momento da “sociedade da partilha”, de saber partilhar o pouco que somos e temos e não nos fecharmos nunca em nós mesmos. (Silvonei José)

Fonte: Site da Rádio Vaticano