sábado, 15 de dezembro de 2012

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Fruto da Visita Pastoral: Lei da Ficha Limpa para cargos comissionados será aplicada em Jaboatão

As Visitas Pastorais realizadas há quase dois anos pelo arcebispo de Olinda e Recife tem motivado as paróquias e fiéis a assumir um compromisso com a missão a eles confiada no Batismo. Não é só a dimensão espiritual que tem sido levada em conta. São suscitadas também ações concretas para transformar a realidade local tanto no âmbito social quanto no político.  Várias propostas e projetos têm surgido ao longo deste período.

Na visita à Paróquia Santo Amaro, a cidade de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, ocorrida entre os dias 27 e 29 de abril deste ano, foi realizado encontro com autoridades políticas e candidatos aos cargos municipais. Na ocasião, ocorreu debate sobre a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010) defendida e proposta pela Igreja através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A instituição publicou a nota “Eleições Municipais de 2012″ durante a 50ª Assembleia Geral (18 e 26 de abril) defendendo entre outras coisas “a necessidade de a “Ficha Limpa” ser aplicada também aos cargos comissionados para maior consolidação da democracia. Desta forma, dá-se importante passo para colocar fim à corrupção, que ainda envergonha o nosso país.” A proposta foi reafirmada pelo arcebispo metropolitano, Dom Fernando Saburido, durante a reunião com as lideranças políticas da cidade.
Os frutos do encontro de abril começam a surgir. O prefeito reeleito, Elias Gomes, revelou ao arcebispo durante audiência nesta quinta-feira, 13, que fará um decreto, posteriormente, transformado em lei exigindo dos nomeados para os cargos comissionados de Jaboatão a apresentação até o dia da posse de documento comprovando que ele cumpre a lei da Ficha Limpa, ou seja, que ele não tenha sido condenado por órgão judicial colegiado. “A CNBB influenciou na decisão ao colocar este tema. A gente decidiu fazer porque concorda e pode ajudar a muitos gestores a dar este passo”, afirmou o prefeito.
A notícia foi recebida com alegria por Dom Fernando. “Fiquei muito contente pela iniciativa e em saber que o prefeito tomou esta atitude após o encontro realizado na Visita Pastoral e com base na Mensagem da CNBB. É uma conquista não só para a Igreja, mas para o município de Jaboatão”, ressaltou o arcebispo.

Fonte: Pascom da Arquidiocese de Olinda e Recife

Festa das cebs


MISSÃO


Ameaças ao bispo Casaldáliga, condenação das instituições

13/12/2012 | MISNA Diante de novas ameaças por causa de sua posição corajosa em solidariedade com os povos indígenas e trabalhadores da terra, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, expressou "seu mais firme apoio ao bispo Casaldáliga, um humanista que é motivo de orgulho para todos os brasileiros e todos os que estão comprometidos com os direitos humanos", afirma em comunicado emitido a partir de Brasília, acompanhado de muitas manifestações de apoio que chegaram nos últimos dias por iniciativa de várias organizações da sociedade civil para com monsenhor Pedro Casaldáliga, 84, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia.
A Comissão Especial da Câmara elogiou "a presença, o apoio e a autoridade moral do bispo perante a resistência dos Xavantes indígenas a favor do retorno ao seu território". Também reconheceu "a legitimidade de sua militância como um defensor dos direitos humanos, por ter agido em defesa do povo oprimido no campo". Na moção, os deputados condenaram a ocupação de terras indígenas, observando que "a retirada dos fazendeiros é imperativo para a paz nas zonas rurais". Também pediram que as autoridades "acelerem o processo de demarcação e inserção dos povos indígenas em seus territórios no Mato Grosso e em outros estados onde há conflitos devido à ocupação de áreas indígenas".
Nascido na Catalunha, Dom Casaldáliga chegou à Amazônia brasileira em 1968, depois de passar sete anos como missionário na Guiné Equatorial. Conhecido expoente da teologia da libertação, recentemente tornou-se novamente alvo de ameaças por setores contrários a um decreto-lei que estabeleceu a retirada dos invasores de terras indígenas pertencentes aos povos Marãiwasèdè Xavante após 20 anos de batalhas legais.
Juntamente com outras organizações, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) têm chamado de "atitude irresponsável o fato de atribuir a dom Pedro a responsabilidade pela demarcação da terra Xavante", sublinhando que o bispo "sempre atuou em defesa dos interesses dos pobres, dos povos indígenas e dos trabalhadores precários".
Desde os anos 30 do século passado há sinais da presença de terras Xavantes Marãiwasèdè: desde os anos 60, com a chegada das fazendas e em particular o Suiá Missu começaram a ser expulsos de seu território, que se tornou progressivamente invadido por latifundiários, políticos e comerciantes.
POESIA DE CASALDÁLIGA
Eu morrerei de pé como as árvores.
Me matarão de pé.
O sol, como testemunha maior, porá seu lacre
sobre meu corpo duplamente ungido.
E os rios e o mar
serão caminho
de todos meus desejos,
enquanto a selva amada sacudirá, de júbilo, suas cúpulas.
Eu direi a minhas palavras:
- Não mentia ao gritar-vos.
Deus dirá a meus amigos:
- Certifico
que viveu com vocês esperando este dia.
De golpe, com a morte,
minha vida se fará verdade.
Por fim terei amado!
Fonte: www.misna.org

Dom Leonardo Ulrich Steiner: Precisamos ser discípulos-missionários para o mundo”

14/12/2012 | Fúlvio Costa
O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, provocou os membros da Pontifícia Obra da Propagação da Fé a se esforçarem pelo discipulado missionário.
Ele deu início na manhã desta sexta-feira, 14, às atividades da 5ª Assembleia da Obra que reúne membros de todos os estados do país. Com o tema "Ide e fazei discípulos entre todas as nações (Mt 28, 19)" ele foi enfático quanto à mensagem do Evangelho.
"Precisamos ser discípulos-missionários para o mundo. Essa iniciativa é necessária e urgente por que somos anunciadores e nossa tarefa é ir por todo o mundo e anunciar a Boa Nova a toda criatura, conforme nos pede a Palavra de Deus", exortou dom Leonardo. O prelado aprofundou sua reflexão em quatro pontos: espiritualidade, missionariedade, jovialidade e Deus que habita em luz inacessível (1 Tm 6, 16).
Antes de dar início às reflexões, dom Leonardo convocou os jovens a serem menos objetivos quanto às definições daquilo que queremos compreender. "Temos a tendência de definir as coisas com muita objetividade. É uma maneira que a maioria das pessoas adota e passa a ver o mundo. Somos motivados por aquilo que impacta, mas devemos também observar de outra forma, como exemplo, ler o mesmo livro várias vezes", sublinhou.
De acordo com o secretário da CNBB, "precisamos estar mais abertos, ouvir mais e se deixar encontrar pelo outro. Falar de espírito é pensar num modo de espera, ou seja, não ir direto ao ponto". Ele disse aos participantes da Assembleia que a espiritualidade (cuidar do espírito) "não é uma ciência de dominação, não é estudo do espírito, mas um modo próprio de existir". E afirmou que é importante por que "é o espírito que cuida de nós".
Dom Leonardo demonstrou algumas formas de deixar o espírito cuidar. "Devemos ter abertura da nossa parte, pois é o espírito de Deus que vem ao nosso encontro. Quando nos esquecemos disso vivemos de maneira alienada. Ao lermos a Bíblia, damos abertura ao espírito e criamos a possibilidade de mergulhar na profundidade de nossa existência", refletiu.

Espiritualidade e Missão
A abertura é um modo de vida indispensável ao trabalho do missionário, segundo dom Leonardo. Ele disse que, "o Evangelho deve ser um horizonte e se queremos ser cristãos anunciadores, temos que nos ater a ouvir o mundo pelo espírito" e salientou que a missionariedade não é algo a ser acrescentado na vida do cristão, mas faz parte da sua vida. "A missionariedade trata-se de uma força que é dada ao missionário. Ele não é enviado por que quer ir, mas porque Deus o envia através do Evangelho e a pessoa vai pelo amor de Deus que é uma força que impulsiona para fora de nós mesmos".
A alegria de ser discípulo-missionário é outro ponto que deve ser observado pelo missionário, comentou ainda dom Leonardo. Ele citou o Documento de Aparecida (DAp) para justificar essa questão. "Aqui está o desafio fundamental que afrontamos: mostrar a capacidade da Igreja para promover e formar discípulos e missionários que respondam à vocação recebida e comuniquem por toda parte, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo (n. 14)". Completou dizendo que "o envio não é imposto e que pelo rosto do missionário se sabe se ele é enviado ou não".
A palavra jovialidade, explicou o bispo auxiliar de Brasília, "significa ter a força de Deus", portanto, não deve ser confundida com qualidade da força biológica, mas "uma vitalidade que vem de Deus". Com relação a Deus que habita em luz inacessível, dom Leonardo explicou que é a capacidade do cristão de deixar-se encontrar. "Inacessível é o modo como Deus veio até nós: Deus me toca, agora posso tocá-lo; Deus ama, agora posso amá-lo; Deus me deseja, agora posso deseja-lo. Falamos de inacessibilidade por que eu que fui tocado por ele".
Dom Leonardo aprofundou esse último tema de sua orientação espiritual destacando que a inacessibilidade de Deus é próprio do Cristianismo, por que ele nos ama antes, se faz próximo de nós através da pequenez, do sofrimento, da cruz e se deixa tocar. "Deus é tão grande que mesmo suspenso numa cruz ele não enxerga mais o horizonte, mas continua a amar o Pai e entrega seu espírito a Deus". O missionário, completou o bispo, "deve ser envolvido por esse mesmo amor e se doar completamente pela Missão", completou.
Fonte: www.pom.org.br

A SEGUNDA: A VELA DE BELÉM



 
A primeira vela de Advento foi a vela da Profecia. A segunda vela é a Vela da Preparação para a vinda do Salvador, denominada a Vela de Belém. Muitos pensamentos se acumulam na mente dos cristãos durante esta época cheia de atividades de Advento. É da maior importância que os nossos corações se atenham à admoestação de João Batista, de arrependimento, por causa da presença do Reino de Deus entre nós. José e a Virgem Maria fizeram uma jornada até Belém. Foi uma longa e cansativa jornada. Mas a viagem era necessária em preparação para o grande evento daquele primeiro Natal.

Escreve o evangelista Mateus (2.6), citando as palavras do profeta: E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo, Israel.

A mensagem da Vela da Preparação, ou a Vela de Belém, nos leva a meditar e render graças a Deus que colocou até mesmo um imperador pagão, César Augusto, a nosso serviço, para que o Salvador nascesse na cidade designada por Deus. E reconheçamos o grande privilégio de pertencermos como membros, ao corpo de Cristo, pela fé. Recebamos em nossos corações o Emanuel, Deus conosco!

O anjo parte, a missão permanece e Jesus, o Deus que salva, fica

 

“Penso que seja importante ouvir também a última frase da narração do Evangelho de S. Lucas da Anunciação: “E o anjo a deixou” (Lc 1,38). A grande hora do encontro com o mensageiro de Deus, na qual toda a vida muda, passa; e Maria fica sozinha com a tarefa que verdadeiramente supera toda a capacidade humana. Não há anjos ao seu redor; ela deve prosseguir pelo seu caminho, que passará através de muitas obscuridades, a começar pelo espanto de José perante a sua gravidez até o momento em que se diz de Jesus que está `fora de si´ (Mc 3,21; cf. Jo 10,20), antes, até a noite da Cruz.

Quantas vezes, em tais situações, Maria terá interiormente voltado à hora em que o anjo de Deus lhe falara, terá escutado de novo e meditado a saudação `alegra-te, cheia de graça´, e as palavras de conforto `não temas!´. O anjo parte, a missão permanece e, juntamente com esta, matura a proximidade interior a Deus, o íntimo ver e tocar a sua proximidade.”

Joseph Ratzinger/Bento XVI,
A infância de Jesus, São Paulo: Planeta, 2012, p. 38