Ameaças ao bispo Casaldáliga, condenação das instituições
13/12/2012 | MISNA Diante de novas ameaças por causa de sua posição corajosa em solidariedade com os povos indígenas e trabalhadores da terra, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, expressou "seu mais firme apoio ao bispo Casaldáliga, um humanista que é motivo de orgulho para todos os brasileiros e todos os que estão comprometidos com os direitos humanos", afirma em comunicado emitido a partir de Brasília, acompanhado de muitas manifestações de apoio que chegaram nos últimos dias por iniciativa de várias organizações da sociedade civil para com monsenhor Pedro Casaldáliga, 84, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia.
Nascido na Catalunha, Dom Casaldáliga chegou à Amazônia brasileira em 1968, depois de passar sete anos como missionário na Guiné Equatorial. Conhecido expoente da teologia da libertação, recentemente tornou-se novamente alvo de ameaças por setores contrários a um decreto-lei que estabeleceu a retirada dos invasores de terras indígenas pertencentes aos povos Marãiwasèdè Xavante após 20 anos de batalhas legais.
Juntamente com outras organizações, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) têm chamado de "atitude irresponsável o fato de atribuir a dom Pedro a responsabilidade pela demarcação da terra Xavante", sublinhando que o bispo "sempre atuou em defesa dos interesses dos pobres, dos povos indígenas e dos trabalhadores precários".
Desde os anos 30 do século passado há sinais da presença de terras Xavantes Marãiwasèdè: desde os anos 60, com a chegada das fazendas e em particular o Suiá Missu começaram a ser expulsos de seu território, que se tornou progressivamente invadido por latifundiários, políticos e comerciantes.
POESIA DE CASALDÁLIGA
Eu morrerei de pé como as árvores.
Me matarão de pé.
O sol, como testemunha maior, porá seu lacre
sobre meu corpo duplamente ungido.
E os rios e o mar
serão caminho
de todos meus desejos,
enquanto a selva amada sacudirá, de júbilo, suas cúpulas.
Eu direi a minhas palavras:
- Não mentia ao gritar-vos.
Deus dirá a meus amigos:
- Certifico
que viveu com vocês esperando este dia.
De golpe, com a morte,
minha vida se fará verdade.
Por fim terei amado!
Fonte: www.misna.org
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