| Intenções do Papa para outubro | ||||||||||||||
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Neste mês de outubro, o Papa Bento XVI reza, em sua intenção geral de oração, “pelo desenvolvimento e o progresso da Nova Evangelização nos Países do antigo cristianismo”. Já na intenção missionária, as orações são voltadas para a celebração do Dia Mundial das Missões. O Pontífice reza para que este “seja ocasião de um renovado compromisso de evangelização”. As intenções de oração do Papa são, todos os meses, confiadas ao Apostolado da Oração, iniciativa que é seguida pela população em todo o mundo. * Foto: Canção Nova | ||||||||||||||
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Dom Orani: "A Rede Vida foi moldada com seu coração e sua generosidade"
Falecimento de Dom Antônio Maria Mucciolo, Arcebispo Emérito de Botucatu e presidente do INBRAC-RedeVida de Televisão
Recebo, comovido, a notícia da páscoa de
meu amado irmão no episcopado, Dom Antônio Maria Mucciollo, que, depois
de 89 anos de uma vida iluminada, contempla o rosto sereno e radioso de
Deus.
Tive a graça de conviver com Dom Antônio Maria Mucciolo desde o início de meu ministério episcopal, quando fui eleito Bispo de São José do Rio Preto, SP, e por ele e pelo inesquecível irmão Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, SJ fui chamado a compor o conselho do INBRAC, Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã, órgão mantenedor da Rede Vida de Televisão. Ali, nestes mais de quinze anos, pude observar a sua tenacidade, o seu amor à Igreja, a sua preocupação com as comunicações sociais e pelo anúncio do Evangelho pela Televisão.
Dom Antônio, junto com Dom Luciano e o Senhor João Monteiro Filho construíram a Rede Vida de Televisão, e o sonho destes três homens se transformou na primeira rede de televisão de inspiração católica de nosso país. Dom Antônio deu a sua vida pela RedeVida e a RedeVida foi moldada segundo o seu coração e a sua generosidade, pelo seu franco sorriso e pela sua conhecida caridade e acolhida a todas as pessoas.
É importante salientar o papel que ele teve na criação da primeira rede de televisão de inspiração católica no Brasil. É admirável a coragem e o ânimo com que superou todos os obstáculos. Esta história necessita ser proclamada para a memória da comunicação no Brasil. Será necessário dar o devido valor histórico a esse momento especial da comunicação da Igreja.
Quero elevar a Deus, por intercessão de Nossa Senhora de Fátima, minha prece especial pela vida e pelo legado de Dom Mucciolo. No céu, as comunicações sociais ganham um grande intercessor. Para todos os que, como eu, na RedeVida, choram a ausência física de Dom Antônio nos confortemos sempre com o seu permanente espírito de fé e de confiança inabalável em Deus.
Ele voltou ao Pai no dia dos Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel. Esse é o dia que o Santo Padre escolheu para anunciar ao mundo o tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais (Redes Sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização). Tudo a ver com a missão que Deus concedeu a D. Mucciolo.
Às Igrejas de Barretos e de Botucatu, das quais foi pastor próprio, aos seus distintos Bispos, Dom Edmilson Amador Caetano, e seu Arcebispo, Dom Maurício Grotto de Camargo, bem como aos respectivos presbitérios, apresento a minha solidariedade cristã e a minha proximidade neste momento de esperança da comunhão dos santos.
Aos familiares de Dom Antônio, na pessoa de seus irmãos, sobrinhos e das pessoas mais próximas, seus colaboradores, minhas condolências e preces de que Deus os ajude e reconforte neste momento por que passam. Ele foi por certo um Bom Pastor, que muitas marcas deixará na Igreja e em todo o Brasil.
Que Dom Antônio Maria Mucciolo descanse em paz!
Rio de Janeiro, RJ, 29 de setembro de 2012, Festa dos arcanjos Gabriel, Rafael e Miguel.
Tive a graça de conviver com Dom Antônio Maria Mucciolo desde o início de meu ministério episcopal, quando fui eleito Bispo de São José do Rio Preto, SP, e por ele e pelo inesquecível irmão Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, SJ fui chamado a compor o conselho do INBRAC, Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã, órgão mantenedor da Rede Vida de Televisão. Ali, nestes mais de quinze anos, pude observar a sua tenacidade, o seu amor à Igreja, a sua preocupação com as comunicações sociais e pelo anúncio do Evangelho pela Televisão.
Dom Antônio, junto com Dom Luciano e o Senhor João Monteiro Filho construíram a Rede Vida de Televisão, e o sonho destes três homens se transformou na primeira rede de televisão de inspiração católica de nosso país. Dom Antônio deu a sua vida pela RedeVida e a RedeVida foi moldada segundo o seu coração e a sua generosidade, pelo seu franco sorriso e pela sua conhecida caridade e acolhida a todas as pessoas.
É importante salientar o papel que ele teve na criação da primeira rede de televisão de inspiração católica no Brasil. É admirável a coragem e o ânimo com que superou todos os obstáculos. Esta história necessita ser proclamada para a memória da comunicação no Brasil. Será necessário dar o devido valor histórico a esse momento especial da comunicação da Igreja.
Quero elevar a Deus, por intercessão de Nossa Senhora de Fátima, minha prece especial pela vida e pelo legado de Dom Mucciolo. No céu, as comunicações sociais ganham um grande intercessor. Para todos os que, como eu, na RedeVida, choram a ausência física de Dom Antônio nos confortemos sempre com o seu permanente espírito de fé e de confiança inabalável em Deus.
Ele voltou ao Pai no dia dos Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel. Esse é o dia que o Santo Padre escolheu para anunciar ao mundo o tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais (Redes Sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização). Tudo a ver com a missão que Deus concedeu a D. Mucciolo.
Às Igrejas de Barretos e de Botucatu, das quais foi pastor próprio, aos seus distintos Bispos, Dom Edmilson Amador Caetano, e seu Arcebispo, Dom Maurício Grotto de Camargo, bem como aos respectivos presbitérios, apresento a minha solidariedade cristã e a minha proximidade neste momento de esperança da comunhão dos santos.
Aos familiares de Dom Antônio, na pessoa de seus irmãos, sobrinhos e das pessoas mais próximas, seus colaboradores, minhas condolências e preces de que Deus os ajude e reconforte neste momento por que passam. Ele foi por certo um Bom Pastor, que muitas marcas deixará na Igreja e em todo o Brasil.
Que Dom Antônio Maria Mucciolo descanse em paz!
Rio de Janeiro, RJ, 29 de setembro de 2012, Festa dos arcanjos Gabriel, Rafael e Miguel.
Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ
Enviado por Míriam Leitão -
01.10.2012
|09h00m
Homenagem
Eric Hobsbawm nos ajudou a entender melhor o mundo
O historiador Eric Hobsbawm, que morreu hoje, foi um pensador brilhante. Ele nos ajudou a entender melhor os momentos mais importantes dos séculos XIX e XX. Hobsbawm chegou aos 95 anos com uma lucidez impressionante. Recentemente, escreveu o obituário de uma pensadora contemporânea dele.Até morrer, fez o que gostava de fazer: pensar e escrever. Sua obra ficará conosco. Também fica a tristeza de perder uma inteligência como essa, mas a certeza de que os seus 95 anos foram bem vividos, ajudaram a humanidade a pensar.
Felizmente, sua família, que foi ameaçada pelo horror do nazismo, conseguiu escapar daquela perseguição absurda, fugindo para a Grã Bretanha.
Ele foi um pensador marxista, mas o próprio pensamento marxista evoluiu e ele foi junto nessa transformação. Mesmo quem não vê o mundo pelo prisma da luta de classes, sabe que não é possível entender o mundo, o capitalismo e seus defeitos sem avaliar as diferenças que são ditadas pelas classes sociais.
Que Eric Hobsbawm descanse em paz, sabendo que cumpriu seu papel na Terra.
| Bento XVI indica tema para Dia Mundial das Comunicações 2013 | ||||||||||||||
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“Redes Sociais: portais de verdade e de fé; novos
espaços de evangelização”. Este é o tema proposto pelo Papa Bento XVI
para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2013. O tema foi divulgado
na manhã do último sábado, dia 29 de setembro, com uma nota expedida
pelo Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais.
A nota divulgada destaca que um dos desafios mais significativos da evangelização nos tempos atuais é aquele que emerge dos meios digitais. O documento também enfatiza que, na verdade, não se trata mais de como utilizar a internet como um “meio” de evangelização, “mas de evangelizar considerando que a vida do homem de hoje se exprime também no ambiente digital”. Leia abaixo a íntegra da nota. Comunicado do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais Um entre os desafios mais significativos da evangelização nos dias de hoje é aquele que emerge do ambiente digital. É sobre este desafio que o tema deste ano, proposto pelo papa Bento XVI, para o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais: "Redes Sociais: portais de Verdade e de fé, novos espaços de evangelização" quer chamar a atenção, no contexto do Ano da Fé. Os elementos de reflexão são numerosos e importantes: em um tempo no qual a tecnologia tende a tornar-se o tecido que conecta muitas experiências humanas - como as relações e o conhecimento - é necessário questionar-se: - essa pode ajudar os homens a encontrar Cristo pela fé? Porém, não basta uma superficial adaptação da linguagem, mas é necessário poder apresentar o Evangelho como resposta a uma contínua pergunta humana de sentido e de fé, que também emerge da rede e nela mesma se faz estrada. Será também este o modo para humanizar e fazer vivo e vitalizado um mundo digital que impõe, atualmente, um comportamento mais definido: não se trata mais de como utilizar a internet como um “meio” de evangelização, mas de evangelizar considerando que a vida do homem de hoje se exprime também no ambiente digital. É necessário, de modo particular, levar em conta o desenvolvimento e a grande popularidade do social network, que consentiu a acentuação de um estilo dialógico e interativo na comunicação e na relação. O Dia Mundial das Comunicações Sociais, uma data estabelecida pelo Concílio Vaticano II ("Inter Mirifica", 1963), vem sendo celebrado em muitos países, com a recomendação dos bispos de todo o mundo, no domingo que antecede a Festa de Pentecostes (em 2013, 12 maio). A Mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Comunicações Sociais é tradicionalmente publicada em ocasião da recorrência da Festa de São Francisco de Sales, padroeiro dos Jornalistas (24 janeiro). * Fonte e foto: Canção Nova | ||||||||||||||
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domingo, 30 de setembro de 2012
Coluna no GLOBO
O mais grave dos riscos
O IBGE revelou uma notícia assustadora, mas não houve reação à altura. O Brasil tem um milhão quatrocentos e quinze mil crianças de 7 a 14 anos oficialmente analfabetas pelo registro da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad). E de 2009 a 2011 caiu — sim, é isso, caiu — o percentual de jovens de 15 a 17 anos na escola. Será que é assim que queremos vencer?A vastidão da tragédia educacional brasileira não caberia nesta coluna, e arruinaria — querida leitora, caro leitor — este seu domingo. Por isso vamos pensar juntos apenas em alguns números. Fomos informados dias atrás pelo IBGE que em 2009 o Brasil tinha 85,2% de jovens de 15 a 17 anos na escola. O que equivale a dizer que 14,8% não estavam, e isso já era um absurdo suficiente. Mas em 2011, a Pnad descobriu que o número tinha piorado e agora só há 83,7%. Aumentou para 16,3% o total de jovens nessa faixa crítica que estão fora da escola.
Em qualquer país do mundo, que saiba a natureza do desafio presente, esses números seriam motivo para se fazer um escândalo, iniciar uma investigação, chamar as autoridades à responsabilidade. O ministro se desculparia, os educadores seriam entrevistados para saber como resolver o problema, os contribuintes exigiriam mais respeito com seus impostos, os pais se mobilizariam. Mas a notícia foi dada numa sopa de outros indicadores e sumiu por lá. Em alguns jornais foi destaque, em outros, nem isso.
Como assim que em 2012 o país fica sabendo que tem menos — e não mais — jovens onde eles deveriam estar? E mesmo assim não se assusta, não reage? Difícil saber o que é pior: se a notícia em si ou a falta de reação diante da notícia.
Os demógrafos já nos informaram que estão nascendo menos brasileiros, e que, por isso, a população vai parar de crescer. Os empresários estão dizendo que há um apagão de mão de obra, falta trabalhador qualificado. Nem que seja por uma mera questão econômica, de formação de trabalhadores, o país deveria exigir explicação das autoridades. Afinal, estamos jogando fora cérebros que serão necessários à economia.
Mas a educação, evidentemente, não é só para formação de trabalhadores, como se fossem peças de uma máquina. É a única estrada que leva as pessoas à realização do seu potencial, a única forma de realmente incluir o cidadão, a melhor maneira de fortalecer a democracia.
A taxa de analfabetismo no Brasil é considerada a partir de 15 anos. Com esse recorte etário, a taxa foi de 8,6% em 2011. Uma melhora em relação a 2009, quando era de 9,7%. Com mais de 15 anos temos 12,9 milhões de analfabetos.
Mas se formos considerar quem não está na conta — os de 7 a 14 anos — existem mais 1,4 milhão de analfabetos. O problema desse número é que ele derrota a ideia de que o analfabetismo é um problema herdado pelos erros passados do Brasil. De fato, ele é maior quanto mais alta for a idade. Mas esses dados mostram que o país está repetindo agora o mesmo desatino. Há analfabetos jovens, hoje. Meio milhão deles estão na área rural. Aliás a taxa de analfabetismo rural brasileiro é de 21%.
Eu queria não estragar o domingo de você que me lê. Então vamos concluir assim: ainda há tempo. Se o Brasil se apressar, pode correr atrás dos ainda analfabetos. Pode tentar trazer de volta os jovens que desistiram da escola. Alguns mais céticos dirão que não há mais tempo e o cérebro não educado na infância jamais terá de volta a habilidade necessária. São tantos os casos de superação. É quase tarde demais, mas ainda há tempo. Se o Brasil não se apressar esses jovens continuarão em seu desamparo.
( Miriam Leitão)
DESIGUALDADES SOCIAIS, DESIGUALDADES LINGUÍSTICAS
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Desigualdades sociais, desigualdades linguísticas
Share on google_plusoToda sociedade complexa é bastante heterogênea, porque formada de indivíduos muito diferentes entre si. E essa diferença, que em princípio seria apenas de natureza, logo tende a tornar-se de valor. O Brasil, que, segundo dados recentemente divulgados, é a quarta nação mais desigual da América Latina, vive uma verdadeira luta de classes, permeada por todo tipo de preconceito e intolerância. E o que vale para a desigualdade social vale para a diversidade linguística, vista entre nós também como desigualdade: assim como há classes sociais dominantes e dominadas, certas variedades linguísticas são tidas como superiores, outras como inferiores.
Diante
da desigualdade social, há três atitudes políticas possíveis: uma
atitude conservadora, que procura manter tudo como está e estimula o
preconceito contra os menos favorecidos; uma atitude pseudoprogressista,
que valoriza a carência e trata a pobreza como virtude, como se
ignorância, subnutrição, falta de recursos, fome e desestruturação
familiar fossem um patrimônio cultural a ser preservado; e, finalmente,
uma atitude verdadeiramente progressista que, reconhecendo o problema,
procura saná-lo, atuando para que os pobres possam pouco a pouco sair da
pobreza e usufruir os mesmos bens da civilização que as elites.
Em
termos de língua, a atitude conservadora consiste em tachar aqueles que
não dominam a norma culta como ignorantes e analfabetos, exercendo
sobre eles o famoso preconceito linguístico (cerceamento do acesso a
direitos, exclusão social, chacota, etc.), mas nada fazendo para mudar a
situação. Já pseudoprogressista é afirmar que todas as variedades
linguísticas, inclusive as de menor prestígio, devem ser respeitadas e
estimuladas, que não se deve corrigir o aluno que diz "menas" ou
"pobrema", e que é legítimo que cada um fale como queira ou possa em
qualquer situação. Esse tipo de atitude se assemelha muito a certas
políticas demagógicas que, a pretexto de tirar crianças carentes de
situações de risco, as ensinam a tocar tambor ou a cantar funk (o da
favela, não o verdadeiro, dos negros americanos, bem entendido) sob a
alegação de que se trata de uma forma de inserção social e de incentivo à
cultura. Resta saber em qual sociedade essas crianças serão inseridas e
que tipo de cultura é essa que se está incentivando?
Realmente
progressista num caso como esse não seria dar às crianças a
possibilidade de aprender música de qualidade (um instrumento melódico,
partitura, solfejo)? Não seria dar-lhes a chance de ter acesso a outras
realidades (musicais, culturais e sociais) que abram sua cabeça e as
portas de uma vida mais feliz e mais plena, inclusive de oportunidades?
Infelizmente,
para certos setores que se dizem de esquerda (mas cuja ideologia de
endeusamento da miséria - principalmente da espiritual - é de fato
reacionária, já que só faz preservar a penúria), a pobreza é uma virtude
(talvez porque renda votos) e o importante é elevar a autoestima do
cidadão carente e não libertá-lo da carência.
Não
há dúvida de que os pobres merecem respeito como cidadãos e seres
humanos, mas respeitá-los em sua pobreza é uma coisa, tentar resgatá-los
dessa condição é algo bem diferente.
Que
a língua varia todos sabemos e a linguística já o provou há muito
tempo: é uma verdade científica. Que a variação linguística é
coextensiva da heterogeneidade social também já está provado. E, assim
sendo, a variedade é natural (porque pessoas diferentes não podem se
expressar de modo igual), irreprimível (pois não há como obrigar todos
os cidadãos a terem um mesmo comportamento) e benéfica para a
comunicação, já que só se pode dar conta de determinadas experiências em
certas variedades. Também é fato que a diversidade linguística é um
prato cheio para os cientistas da linguagem. Mas isso não quer dizer que
os linguistas sejam contra a escolarização e o ensino da norma culta
nas escolas - ainda que com todas as críticas que nossa gramática
normativa merece e tem recebido. Dizer que "nós foi" e "teje" é algo que
deva ser preservado e que reprimir tais usos com intuito educativo é
intolerância linguística constitui uma postura obscurantista. Assim como
o desejável não é respeitar, mas sim erradicar a pobreza, dando aos
excluídos a possibilidade de ascender socialmente por meio da educação, o
verdadeiro progressismo está em levar a todos o conhecimento das formas
mais prestigiosas da língua, até para que se possa decidir com bom
senso em que momento usá-las ou não. Do contrário, estaremos ensinando
crianças carentes a bater tambor e a gostar de funk sob a alegação de
que piano e violão são instrumentos pequeno-burgueses e de que Beethoven
e Tom Jobim representam a música das elites dominantes e opressoras. Ou
seja, em nome de um esquerdismo de salão, estaremos é sendo fascistas.
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