sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Movimentos populares

Os movimentos populares latino-americanos junto ao Papa Francisco

10/01/2014
Algo inaudito está acontecendo com a Igreja Católica sob a direção do Papa Francisco. Uma coisa é falar dos pobres e dos excluidos e denunciar a violência praticada contra eles. E deixá-los lá longe com suas penas. A Igreja assumia, normalmente, uma função tribunícia: se propunha representar, como um  tribuno, os pobres. Agora com esse Papa, na linha da tradição latino-americsna, os pobres e excluidos são considerados sujeitos autônomos. Como tais são convocados a Roma, junto à Sé Apostólica, para falarem por si mesmos. Ouvir a versão das vitimas e não apenas ouvir os analistas cinetíficos das causas que os tornam o que são, excluidos e explorados. O Papa empenhou a Academia Pontificia de Ciências para estudar as causas desta perversão. O tema fala por si: “A emergência dos Exluidos“. Isso nos remete a um tema central da Teologia da Libertação ainda nos seus primórdio:”A emergência dos pobres“.  Lá estava João Pedro Stédile do Movimento dos Sem Terra- Via Campensina, Juan Grabois  do Movimento do Trabalhadores Excluidos e  ainda os Trabalhadores da Economia Popular entre  outros que falaram no seu próprio dialeto de movimentos de base. Grabois foi posteriormente recebido pessoalmente pelo Papa. Uma coisa é ver o Brasil a partir das caravelas dos colonizadores: a paisagem é uma. Outra coisa é ver o Brasil a partir da praia: uma paisagem diria paradisíaca composta de indios inocentes, nus e hospitaleiros. É um outro Brasil. Algo semelhante ocorre aqui. Agora podemos ouvir como as vítimas denunciam elas mesmas os causadores de sua desgraça e da guerra total que se move contra a Mãe-Terrra. Como vão se justificar os “donos” do mundo, do dinheiro, dos rumos que impõem com força e violência aos outros? Terão que vir a público e todos poderemos ver  as suas desrazões e a crueldade e impiedade que praticam contra o sistema-vida, sistema-Humandidade e sistema-Terra. Por que a grande mídia não deu relevância nenhuma a este fato? É porque essa “gente” não conta para o sistema. Somente atrapalham “o crescimento”. Mas algo do Spirtus Creator, chamado de “Pater pauperum” pela liturgia da festa do Espírito Santo, o “Pai dos Pobres” está irrompendo na Humanidade pelos caminhos da Igreja franciscana de Francisco de Roma, seguidor de Francisco de Assis. Poderá ser o começo de uma nova vontade de reinventar a Humanidade para que não seja tão malvada e inimiga da vida. (Lboff)


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