Por Fúlvio Costa
01 / Fev / 2013 07:31
Responsável
pela temática Teologia da Missão, a religiosa Inês Costalunga, da
Congregação das Missionárias da Imaculada (PIME) abriu as atividades do
Curso de Extensão em Missiologia e Animação Pastoral, que teve início na
noite desta quarta-feira, 30, e segue até o próximo dia 10 de
fevereiro, no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília. A formação
reúne 50 pessoas, entre leigos, padres e religiosos.
Este é o terceiro e último módulo do
curso. O primeiro, realizado em 2011, tratou do tema O Anúncio da
Palavra; o segundo, no ano passado trabalhou “A comunidade em missão”.
Desta vez, para concluir a última etapa, a formação aprofunda sobre
“Testemunhas a serviço do Reino”.
Para o
secretário executivo do CCM, padre Estevão Raschietti, com a conclusão
do ciclo formativo, os missionários devem estar aptos a desenvolver uma
prática missionária. “Espera-se, com a conclusão deste módulo, que o
missionário esteja capacitado a partir de instrumentos básicos, a fazer
projetos missionários com coordenadas e critérios para orientar e animar
a pastoral nos diversos ambientes: comunidades, dioceses e
além-fronteiras”, disse.
Segundo o
secretário, a Igreja precisa urgentemente de missionários preparados
para lidar com os problemas universais contemporâneos e o curso oferece
os mecanismos necessários para esse objetivo. “Precisamos de um modelo
de Igreja que seja correspondente aos desafios que temos hoje,
reorientar a caminhada eclesial segundo os critérios que obedeçam a uma
Missão na atualidade”. Padre Estevão destacou ainda que um modelo de
Igreja fechada deve ser descartado de uma vez por todas. “Não precisamos
de uma Igreja fechada em si mesma”, acentuou. “Precisamos de uma Igreja
aberta a todos; para isso devemos mudar a nossa mentalidade que surge
através de um aprofundamento crítico”, completou.
Teologia da Missão
Para
colaborar com os objetivos do curso, irmã Inês trabalhou o fundamento
trinitário da Missão e a natureza missionária da Igreja, na manhã de
ontem, 31. Ela abordou sobre a teologia da missão a partir do Evangelho
de Jesus passando pelos documentos da Igreja, com ênfase no Concílio
Vaticano II, para uma nova compreensão da missão. “Trabalho com eles a
Teologia da Missão que nos últimos 50 anos ficou esquecida e somente foi
retomada com as congregações chamadas de ad gentes. É de fundamental
importância desenvolver esse tema para todo o povo de Deus: leigos,
religiosos, sacerdotes, em diálogo com outras igrejas e toda a
humanidade”, sublinhou.
Padre
Severino Correia da Silva é pároco há 26 anos. Atualmente ele trabalha
na paróquia de São Vicente Férrer cuja cidade leva o mesmo nome no
interior do Pernambuco. Ele é um entusiasta da dimensão missionária e já
participou de outros cursos ministrados pelo CCM. Para ele, a formação
missionária é indispensável para o sacerdote que trabalha diretamente
com o povo. “Eu participo das formações missionárias quando posso por
que elas me dão as ferramentas necessárias para servir melhor o povo de
Deus. Meu objetivo é ter uma fundamentação teológica para servir melhor a
Igreja”, destacou o sacerdote.
Dilton
Maria Pinto, 46, sacerdote da diocese de Guanhães (MG) também acredita
que a formação é um eixo importante e indispensável para que o trabalho
missionário seja feito com qualidade. “Entendo que o missionário para
melhor anunciar Jesus deve sempre beber na fonte do batismo e buscar
sempre novos conhecimentos além da troca de experiência no contato e
convívio com outras pessoas”, afirmou. “Sinto que o dinamismo
missionário em algumas dioceses não acontece muitas vezes por que falta
uma formação permanente para aqueles que estão à frente das comunidades.
Daí o meu empenho de participar do curso oferecido pelo CCM”, completou
ainda padre Dilton.
A leiga
Cristina Guizzi, 32, coordenadora do Conselho Missionário Diocesano
(COMIDI) de São José do Rio Preto (SP), ressalta a importância da Igreja
não ficar amarrada às próprias estruturas. “Uma das maiores graças da
minha vida foi fazer missão em Rondônia. Como disse Dom Helder Câmara,
Missão é partir, deixar tudo e sair de si. Por isso, é preciso ter
formação para poder trabalhar. Esse curso me levou a ampliar a minha
dinâmica missionária e a compreensão de que missão vai de encontro a
todos os povos”, destacou.
Neste
terceiro módulo da formação, ainda haverá intervenções do mestre em
filosofia e educação, doutorando em filosofia e psicanálise, Júlio César
Werlang, (4 a 6 de fevereiro) que vai trabalhar o tema “A missão num
mundo globalizado”. Padre Estevão Raschietti, por sua vez, fecha a
formação com o tema “Projeto comunitário de missão”, nos dias 7 a 10 de
fevereiro.Fonte: Pontifícias Obras Missionárias
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