O que temos aí é uma corrida desenfreada em busca de prestígio e poder. Quando alguém sem espírito cristão alcança um cargo "elevado" na sociedade passa a sentir fome de elogios, bajulações e exercita a ganância. É o filme que passa permanentemente. Nesse sentido, o elogiado e o que faz elogio sentem a mesma fome. Por sua vez, o povo para eles representa o nada. O povo faz parte apenas da retórica deles. Para eles não importa a condição social, política e econômica do povo. Hoje não está diferente de ontem o abismo entre pobres e ricos aprofunda-se cada vez mais. Os arrogantes do poder não reconhecem essa situação porque avaliam a partir do lugar em que estão inseridos. Eles nunca fizeram a experiência a partir do lugar dos empobrecidos. Claro, senão não estariam no lugar que ocupam.
Até agora o povo não tem motivo para comemorar, fazer festa porque é historicamente oprimido. O que muda é a face da opressão mas ela continua. Povo marginal é povo que fica à margem da sociedade por imposição das condições políticas e econômicas. Quem vai libertar o povo dessa condição não é o opressor mas os oprimidos são os sujeitos de sua libertação. Quem quer ser coerente com o título de cristão deve romper com os poderosos e ficar do lado dos empobrecidos. (Carlos: Fé e Luz)