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Uma Igreja em estado permanente de missão, é uma Igreja presente na base para a partir da base refletir a Palavra de Deus. É preciso ter uma consciência eclesial e cristológica para assumir o compromisso com as comunidades de base. A referência para acontecer a mudança é a própria comunidade que acredita na força da organização. Não é fácil ser cristão hoje porque exige conversão. Desse modo, a comunidade passa a olhar a realidade social e política de outra forma, como uma realidade a ser transformada com os pobres e oprimidos como sujeitos de sua própria história. Não podemos perder a utopia. Quando se perde a utopia perde-se, também, a capacidade de transformar a realidade.
Uma comunidade eclesial de base torna-se um motivo de escândalo para quem vive num espírito de conformismo e se beneficia com a falta de conhecimento do povo. Com a comunidade organizada, desprivatiza-se o discurso da liberdade. Ela passa a ser o discurso do povo. Nesse ponto, é preciso reconhecer a importância do estudo em grupo, das reuniões em família.
Numa comunidade de base, a linguagem a respeito de Deus muda porque o povo vai percebendo que o mesmo Deus que agiu na libertação no Egito antigo, continua agindo na história. É um Deus libertador. Uma comunidade de base torna-se um pesadelo somente para quem é opressor e, ao mesmo tempo torna-se uma alternativa para os oprimidos. "Só se usa a própria liberdade para aliviar a dor de toda a criação, que é escrava: e isto é ser o sacramento da esperança"(Moltmann). Que as comunidades de base sobrevivam nesse tempo de mudança. (Carlos: Coordenador do Setor I, Centro)