sábado, 5 de janeiro de 2013


Trabalhar para o Bem Comum significa assumir a responsabilidade pelos outros. [328]

Domingo da Epifania do Senhor - comentário litúrgico


O Messias além de qualquer fronteira
1.    Introdução
O Evangelho quer mostrar antes de tudo que, enquanto os poderes político e religioso judaicos ficaram desapontados com a chegada de Jesus, os de fora, os de longe, os descrentes vêm fazer-lhe a mais sincera homenagem. Ainda bem que Ele não é propriedade de um povo, não. Ele veio para qualquer um; Ele veio para todos (cf. Vida Pastoral, janeiro-fevereiro de 2013, p. 39).
Dizem, e é verdade que, de quando em vês, algumas atitudes de determinadas pessoas que se dizem católicas, inclusive de comunhões diárias, falam pouco, ou quase nada do que vem a ser cristão, em relação a outros que não professam a nossa fé. Aliás, diga-se de passagem, é lamentável, o demonstrável testemunho hipócrita.
Se for assim, como é difícil a mentalidade mesmo de quem é bom e sinceramente católico. Tem razão a afirmação do profeta: “Os que não creem tem em comum com os que creem que o Senhor acredita neles” (Dom Helder).
§  I leitura (Is 60,1-6)
Pelo menos duas proposições são necessárias para que se compreenda o texto da primeira leitura: uma histórica e outra geográfica. Vamos à primeira.
Na primeira leitura do dia de Natal, leu-se a respeito dos dramáticos acontecimentos que, no ano de 587 a.C., levaram Jerusalém a uma terrível destruição.
Aos olhos do profeta, essa cidade humilhada, parece uma viúva arruinada, uma mãe desolada pelos filhos, após terem sidos deportados para uma terra estranha. Que situação humilhante para aquela que fora considerada a “Senhora das nações” (Lm 1,1), “o orgulho de todo o universo” (Is 62,7), agora vê-se transformada numa escrava idosa, decadente e abatida.
E agora a proposição geográfica: Para quem já foi a Jerusalém deve ter constatado que, sua localização está entre dois vales: o Geena e o Cedron. “De manhã, quando desponta o sol, a cidade logo fica envolvida por uma maravilhosa luminosidade, ao passo que os vales ao redor continuam envolto nas trevas da noite”.
É nesse contexto histórico e geográfico, transformado em símbolo pelo espetáculo natural, que o profeta Isaías lança a sua visão: Eis a despontar fulgurantes e esplendorosos os raios solares iluminadores da cidade.
E, agora, os que tinham sido levados como cativos e posteriormente se espalharam pelo mundo estão chegando de Jerusalém, vindos das mais distantes nações, celebrando a festa do retorno para casa.
Vale, aqui, salientar, a frase do escritor notável e político paraibano José Américo de Almeida, de que “voltar é uma forma de renascer e ninguém se perde no caminho da volta”.
Assim, sim, está aberto o caminho para entender o significado mais profundo da festa de hoje.
§  Evangelho (Mt 2,1-12)
                O episódio que vamos ouvir e refletir no evangelho é o motivo da festa da Epifania.
- Os magos, quem são eles?
Comecemos pelos magos. De partida, está comprovado de que eles desfrutam de muita popularidade: Tem-se a prova, quanto à afirmação feita que, já desde 150 anos depois do nascimento do Filho de Deus, nos cemitérios cristãos começa a ser reproduzida a sua efígie (cf. Fernando Armellini, celebrando a Palavra, ano c, p. 74).
                Contudo, o que nos parece, é que os cristãos reclamam da escassez de detalhes a respeito dos magos: De onde vinham: Da [África?], Da [Ásia?], Da [Europa?].  Quantos eram? A que cultura pertenciam: (um era branco?), (outro era amarelo?), (o outro era negro?). Como se chamavam: Gaspar? Melquior? Baltazar? Que meio de transporte usaram? O que fizeram depois de terem voltado para sua terra? Onde estão sepultados? Eram santos? Eram reis?
                Como responder a cada questão? Evidentemente, trata-se de histórias. É preciso ir ao ponto essencial tratado por Mateus. Porém, é preciso esclarecer algumas questões: Primeiro, os magos não eram reis. Certamente pertenciam a um grupo de pessoas que interpretavam sonhos, observavam o curso dos astros e, que sabiam ler a vontade de Deus através dos acontecimentos da vida.
                E sobre a estrela? Quanto à estrela, acreditava-se, na antiguidade, que quando nascia uma pessoa destinada a uma determinada missão, ao mesmo tempo surgia uma estrela no céu. Na verdade, essas ideias eram bastante familiares tanto para Mateus, quanto para os seus leitores.
                O interessante é que, somando Magos do Oriente com a estrela, o evangelista quer nos dizer que finalmente chegou o esperado salvador da estirpe de Jacó. É Jesus, o adorado pelos magos. É Ele, Jesus, a estrela. Basta!
                Guiados pela estrela, chegam a Belém; (com um detalhe, ela só reaparece depois que se afastaram de Herodes e de Jerusalém), chegam a Belém e encontram o menino. Nesse menino reconhecem o Rei que faz justiça, e se prostram diante dele. Realmente, os magos veem “o menino e a mãe”, prostram-se e oferecem tributos.
                O gesto de reconhecimento é seguido da oferta do que há de melhor em seus países: ouro, incenso e mirra. Porque servir a esse rei e pagar-lhe tributo? Porque ele é o rei que faz justiça.
                O texto termina mostrando um detalhe: Os magos voltam por outro caminho, que o discernimento lhes indicou. Romperam com Herodes e com Jerusalém. O texto diz que foram “avisados em sonhos”. Como entender isso? O sonho dos magos é a inspiração de que do poder opressor nada nasce de bom para a sociedade.
                A atitude dos magos nos ajuda a discernir a nossa opção, se será por Herodes, o defensor das esperanças perdidas e patrocinadas pelo anti-reino, por isso defensoras do mal; ou se será pela esperança verdadeira, capaz de indicar a certeza da salvação, patrocinada pela justiça em pessoa, Jesus, a alternativa tão aguardada por todos.
§  II leitura (Ef 3,2-3a.5-6)
               Nessa leitura, encontramos também o principal significado da festa de hoje.
                Mediante o Evangelho todos são chamados à vida e à liberdade trazidas por Jesus. É disso que Paulo se torna anunciador missionário, dedicando sua vida à evangelização dos pagãos. Daí, então, não só os israelitas, não só os judeus, mas também os pagãos são, a partir da prática de Jesus e de Paulo, co-herdeiros. A salvação é acessível, como oferta graciosa de Jesus, a todos, sem discriminação. Como precisamos corrigir nossa consciência cristã ainda bastante tacanha e pêca!
Pe. Francisco de Assis Inácio
Pároco da Paróquia Imaculada Conceição
Nova Cruz - RN (Fonte: Pascom Nova Cruz)

Professores do Município

Professores da Rede Municipal da Escola Profº Severino Bezerra de Melo estão de parabéns pelo trabalho que desenvolvem no sentido de promoverem mais alunos para o IFRN. Professores e alunos são verdadeiros heróis numa situação difícil em passa a educação brasileira. Eles demonstraram sua capacidade e compromisso por um projeto maior. Tenho plena certeza que se os professores tivessem mais recursos investiriam muito mais. (Carlos: Professor)
"A coerência da crítica está na autocrítica" (Pedro Demo)

A árvore que estava caindo,cortada por um forte machado,deu um longo suspiro porque viu que o cabo do machado era feito de madeira de árvore.
Por nossos irmãos perseguidos e discriminados
Pela fidelidade ao Papa,
Pelo zelo e amor à liturgia, pela retidão da doutrina
E pelo amor à Igreja, nossa Mãe católica,
Para que ponha, a esperança e encontrem consolo
No Nome do Salvador!

Bento XVI diz não ao "capitalismo financeiro sem regras": comentário do economista Quadrio Curzio



Cidade do Vaticano (RV) - No Dia Mundial da Paz, celebrado na última terça-feira, dia 1º, Bento XVI falou sobre tensões no mundo, terrorismo, criminalidade e injustiças sociais. O Papa denunciou "um capitalismo financeiro sem regras". Para uma análise econômica, a Rádio Vaticano ouviu o economista Albert Quadrio Curzio. Eis o que disse:

Albert Quadrio Curzio:- "Compartilha-se totalmente a afirmação de Bento XVI, que se insere na mesma linha que já havia indicado e sobre a qual muitos bispos e sacerdotes já tinham retornado, linha esta que indica o perigo muito grande – quer para o valor social, institucional, bem como para o valor econômico – de confiar no mercado cada vez mais menos regulado e sempre mais voltado para o mundo financeiro. Trata-se de dois aspectos que nos anos passados, a partir sobretudo do início dos anos noventa, foram considerados resolutivos de todo e qualquer problema, quase como se o bem-estar pudesse ser gerado exclusivamente pelo liberalismo, e não também pela solidariedade e pela subsidiariedade, que são os dois grandes valores nos quais as comunidades humanas se organizam inclusive no econômico."

RV: Os efeitos deste capitalismo financeiro sem regras estão diante dos olhos de todos, sobretudo das massas que estão pagando a crise. O senhor pode nos esclarecer onde faltam as regras?

Albert Quadrio Curzio:- "A economia é feita de dois grandes componentes, além, obviamente do mais importante de tudo, que é o componente da pessoa, que mediante o trabalho realiza a si mesma e uma obra de criatividade num contexto comunitário. Um componente é a economia real, que se expressa na manufatura, na indústria, na agricultura, e também numa parte significativa da prestação de serviços. O outro componente é a economia bancária e financeira. Na melhor das situações possíveis, a economia bancária e financeira é complementar à economia real: não é uma entidade independente, em cujo âmbito se dão ganhos muito velozes mediante meras operações de natureza financeira. O ponto é que quando se rompe a união entre economia real e economia financeira-bancária (estamos falando de finanças e bancos porque é o sistema bancário que alimenta o sistema financeiro), se produzem os efeitos negativos que vimos nestes anos, que foram os piores efeitos."

RV: O Papa fala também sobre "focos de tensão e de contraposição, causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres". Trata-se de um veemente apelo do Santo Padre...

Albert Quadrio Curzio:- "De fato, é um veemente apelo. Faz-nos olhar para bem distante com visão de futuro e nos pede que reflitamos sobre qual pode ser um desenvolvimento que tenha no centro a pessoa, as pessoas, as comunidades. O desenvolvimento deve ser gradual, deve ser contínuo, deve ser dosado e deve ser difuso entre todas as pessoas. Desenvolvimento que deve ser feito, mas que deve ser acompanhado de formas de equidade: que não significa igualdade de tipo comunista, mas equidade, que significa diferenças compatíveis, significa desejo de crescer, de atingir a meta, desejo de construir, mas não certamente de polarizar as entidades de riqueza e de pobreza." (RL)