quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Desmatamento da Amazônia cresce pelo segundo mês seguido


O desmatamento da Amazônia voltou a crescer em outubro, de acordo com dados divulgados na quarta-feira (14) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Segundo o Imazon, que faz um monitoramento independente por meio de imagens de satélites, foram derrubados mais de 487 km² de florestas em outubro de 2012. Essa quantidade representa um aumento de 377% em relação a outubro de 2011, quando se desmatou 102 km².

É o segundo mês seguido de aumento do desmatamento – em setembro, a quantidade de mata derrubada também foi alta. Nos últimos três meses, o desmate aumentou em todos os Estados, com exceção de Acre e Roraima. Mais da metade (51%) de toda a área derrubada se concentra no Pará, seguido de Mato Grosso (22%) e Rondônia (13%).
A maior parte do desmate continua concentrada em propriedades rurais – 62% do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou de posse. O Imazon também detectou grande parte do desmatamento em assentamentos da reforma agrária (22%) e unidades de conservação (12%). A unidade de conservação mais desmatado foi a APA Triunfo do Xingu, no Pará.
As cidades de Altamira (PA) e Porto Velho (RO) continuam na lista dos municípios que mais desmatam. As duas contam com grandes obras de infraestrutura, as usinas do Rio Madeira e Belo Monte, e como já mostramos aqui no Blog do Planeta, as hidrelétricas na Amazônia são um dos fatores que contribuem com o desmatamento na região.
Foto: Arquivo/MMA
"A criação geme em dores de parto
Em 2011, o Brasil inteiro refletiu sobre esse tema da campanha da Fraternidade. O que podemos ver é o ser humano respeitado nos discursos mas na prática são afetados pela lei do mercado que transforma tudo em recursos econômicos. Pelo que podemos perceber as pessoas se transformam em filtros humanos que absorvem a poluição destrutiva das chaminés das grandes fábricas. Na carta de São Paulo Apóstolo, ele deixa bem claro essa preocupação."Pois sabemos que a criação inteira geme e sofre as dores de parto até o presente"(Rm 8,22). 
Meu irmão em Cristo, minha irmã em Cristo, se vossas ações provocam destruição, fique sabendo que ainda é tempo de mudança, de conversão. Pois, Deus é misericordioso para com todos. A misericórdia combina com justiça. Por isso não é justo em nome do modelo econômico desgraçar a vida do planeta e abreviar a qualidade de vida que já é tão precária. 
O pulmão da cidade acumula a poluição gradualmente afetando nossas fontes e nosso ar. Alguém está preocupado com isso?    

REFLEXÃO

Para refletir durante a semana (e depois também): "O homem de bem exige tudo de si próprio; o medíocre espera tudo dos outros" (Confúcio).
"Sem um aprofundamento da comunicação, toda Missão terá menos força do que pode ter" (Por Fúlvio Costa)
"O primeiro areópago dos tempos modernos é o mundo das comunicações, que está a unificar a humanidade, transformando-a — como se costuma dizer — na ‘aldeia global’. Os meios de comunicação social alcançaram tamanha importância que são para muitos o principal instrumento de informação e formação, de guia e inspiração dos comportamentos individuais, familiares e sociais”.
Foi com esta frase da Encíclica Redemptoris Missio (n. 37) do papa João Paulo II, que o jornalista e assessor político da CNBB, padre Geraldo Martins Dias, deu início às atividades do 2º Encontro de Formação Missionária para Coordenadores, Animadores e Assessores de Comunicação dos Conselhos Missionários Diocesanos e Paroquiais (Comidis e Comipas). O evento teve início nesta quarta-feira, 14, no CCM, em Brasília e reúne 36 pessoas de várias regiões do país. É promovido pelo Centro Cultural Missionário (CCM) e pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM).
Em suas colocações, Geraldo enfatizou que a Igreja precisa apostar nos meios de comunicação para levar a mensagem cristã. Por isso, os comunicadores, de modo especial os missionários, que são os responsáveis pelo anúncio do Evangelho, devem estar atentos ao areópago do “mundo das comunicações”, conforme cita o documento de João Paulo II e o epicopado latino-americano. “Sem um aprofundamento da comunicação, todo trabalho evangelizador, toda missão, terá menos força do que pode ter. O Documento de Puebla já definiu isso de maneira muito feliz dizendo que evangelizar é comunicar”, afirmou.
Segundo o assessor, discutir comunicação com coordenadores de conselhos missionários é positivo, uma vez que eles estão à frente das ações missionárias e a comunicação passa necessariamente pelo seu trabalho. “A comunicação é o eixo central de tudo aquilo que nós fazemos e trazer os missionários aqui para discutir o que nós entendemos por comunicação é fundamental porque nós podemos correr o risco de achar que nos comunicamos, mas na verdade às vezes não o fazemos”.
Com um texto introdutório do livro “Até que ponto, de fato, nos comunicamos?” do pesquisador Ciro Marcondes Filho, Geraldo questionou os participantes sobre o sentido da comunicação e o seu significado nas atividades missionárias. “Comunicação não é mera informação, não é mera difusão de fatos pelos veículos, a comunicação é algo mais profundo. Implica a ligação com o outro. Quando a pessoa se dá a conhecer ao outro. Isso é processo. Será que nós como missionários estamos nos doando como devemos para comunicar e levar a Boa Nova?”, questionou. “Se identificar com o outro sem subjugá-lo é o ponto chave do missionário”, disse o assessor citando outro documento.
Concorda com padre Geraldo, Ari Kennedy Perereira, da arquidiocese de Brasília. Ele também entende que fazer Missão passa necessariamente pela boa comunicação. “Quando vamos ser missionários, primeiro devemos interagir com a cultura do povo para poder transformar nós mesmos. Essa relação nos aproxima e faz com a gente compreenda o signifcado do outro através da comunicação”.
“Não é possível fazer Missão sem comunicação”
Padre Geraldo apontou que as novas tecnologias da informação com toda a sua importância, jamais poderão substituir a essência do ser humano, indispensável para a Missão: “as relações interpessoais, o contato, a emoção. Porque aí mora a diferença”. O diretor nacional das POM, padre Camilo Pauletti, questionou o assessor sobre as motivações que levam a comunicação humana a se tornar cada vez mais mecânica e menos interpessoal. “Somos resultado do modelo de economia adotado. Da falta de tempo para as pessoas, da agenda lotada e queremos resolver tudo em menos tempo. Com isso acabamos perderdo o essencial que é a relação interpessoal. Às vezes é preciso nadar contra isso, pois também faz bem”.
Para a leiga Damiana Santos de Lima, de Quixadá (CE) não é possível fazer Missão sem comunicação, uma vez que um depende do outro para se concretizar. “O mandato missionário feito por Jesus feito no Evangelho de ir e fazer de todos os povos seus discípulos, indo ao encontro do outro se faz necessário. Precisamos nos comunicar com nosso jeito de ser, nossa linguagem, estando presente, se identificando com a realidade do outro e o entendendo. Por isso não é possível fazer Missão sem essa ligação profunda com a comunicação”.
O assessor político da CNBB fez ainda um caminho pela história da comunicação na Igreja Católica e pincelou a evolução desse processo ao longo dos séculos até chegar aos dias atuais. Pontuou diversos documentos eclesiais sobre o tema até chegar ao Documento de Aparecida que nos convida a entender o ciberspaço como ambiente fecundo para a Missão. “É necessário entendermos esse espaço, pois esses meios podem estar também a serviço da evangelização. Devemos entender, sobretudo, o mundo virtual como espaço, ambiente, onde precisa ser anunciado o Evangelho”. 
(Fonte: Pontifícias Obras Missionárias)

Alfabetização de crianças de 8 anos é 'prioridade da prioridade', diz ministro

Aloizio Mercadante diz que MEC vai buscar os problemas 'na raíz'. Segundo estudo, problemas estão na 6ª série e no 1º ano do Ensino Médio

Fonte: G1


O ministro da Educação Aloizio Mercadante afirmou nesta terça-feira (13) que a “prioridade da prioridade" do Ministério da Educação é alfabetizar as cerca de 8 milhões de crianças brasileiras de até 8 anos de idade matriculadas até o 3º ano do ensino fundamental.
Segundo o ministro, 15,3% das crianças brasileiras não aprendem a ler e escrever até completar essa idade. No Nordeste, a média é 23% e no Norte 28%, enquanto no Sul a taxa é bem mais baixa – 5%. O ministro chamou a atenção para a discrepância regional e afirmou que a “raiz da desigualdade está na educação”.
Os grandes gargalos do ensino, segundo Mercadante, estão na 6ª série do ensino fundamental e no 1º ano do ensino médio. Ele afirmou que governo perde entre R$ 7 bilhões a R$ 9 bilhões por ano com reprovações escolares.
Mercadante afirmou que realizar uma avaliação universal do ensino apenas na 5ª série pode ser tarde demais. “Muitas crianças não conseguem acompanhar o ensino e ficam para trás”, disse. “Vamos lá atrás, na raíz, identificar as dificuldades”.
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, lançado pela presidente Dilma Rousseff no último dia 8, terá como objetivo não apenas a alfabetização , mas a avaliação universal de todas crianças entre sete e oito anos de idade “para verificar se efetivamente aprenderam a ler, escrever, interpretar texto e se já estão conseguindo dominar as primeiras contas”, explicou o ministro. "Com essa avaliação, será possível recuperar crianças com dificuldades e que ainda não tenham o domínio da língua".
“O programa terá material, orientação, gestão, formação inicial continuada para professores alfabetizadores e vamos avaliar o resultado para realmente ter uma meta que realmente é a base de tudo”, completou.
Alfabetização
Para estimular as escolas e os professores a se engajar no projeto, o governo prometeu distribuir, no próximo ano, R$ 500 milhões para as instituições educacionais que apresentarem os melhores desempenhos. O dinheiro será repassado na forma de premiações às experiências bem-sucedidas.
Ao aderirem ao pacto, informou o governo federal, os gestores públicos se comprometem a alfabetizar todas as crianças em Língua Portuguesa e em Matemática. Também serão obrigações dos estados e municípios criar avaliações para os estudantes que estão no ciclo de alfabetização, além das que já são realizadas pelo MEC.
Os governos estaduais, contudo, ainda terão de oferecer apoio às prefeituras que tenham aderido ao programa, de modo a viabilizar o cumprimento das metas. As ações públicas voltadas para a alfabetização das crianças com menos de nove anos serão monitoradas pelo MEC por meio de um sistema de gerenciamento, acompanhamento e controle.
Para atingir o compromisso, ressaltou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, uma das principais medidas será a formação continuada de 360 mil professores alfabetizadores, que farão cursos durante dois anos (ênfase em linguagem e matemática) e receberão bolsa para essa capacitação.
Os professores, informou o ministro, poderão realizar os cursos no próprio município de trabalho e sua formação será supervisionada por 18 mil orientadores de estudo, capacitados em 34 universidades públicas brasileiras.
Outras ações do projeto são a distribuição de 26,5 milhões de livros didáticos para as escolas de ensino regular e campo, de 4,6 milhões de dicionários, 10,7 milhões de obras de literatura, 17,3 milhões de livros paradidáticos, além da construção de uma biblioteca em cada sala de alfabetização para incentivar a vivência dos alunos entre os livros.
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A unidade dos cristãos é um dom de Deus e de Cristo, porque a Igreja é sua: Bento XVI à assembleia geral do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos

Não se pode percorrer hoje em dia um autêntico caminho ecuménico ignorando a crise de fé que se verifica em vastas regiões do planeta, nomeadamente naquelas que foram as primeiras a acolher o anúncio do Evangelho – advertiu o Papa, ao receber, nesta quinta-feira, os participantes na assembleia plenária do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos”, que tem como tema “a importância do ecumenismo para a nova evangelização”.
“A pobreza de muitos dos nossos contemporâneos, que já não advertem como privação a ausência de Deus da sua vida, constitui um desafio para todos os cristãos”.
“A nós, crentes em Cristo – insistiu o Papa – é-nos pedido um retorno ao essencial, ao coração da nossa fé, para, conjuntamente, darmos ao mundo testemunho do Deus vivo, isto é, de um Deus que nos conhece e nos ama, sob cujo olhar nós vivemos; um Deus que aguarda a resposta do nosso amor na vida de cada dia”.
“Dar testemunho do Deus vivo - que se fez próximo em Jesus Cristo –é o imperativo mais urgente para todos os cristãos, e é também um imperativo que nos une, apesar da incompleta comunhão eclesial que experimentamos ainda.
Não devemos esquecer o que nos une, isto é, a fé em Deus, Pai e Criador, que se revelou no Filho Jesus Cristo, infundindo o Espírito que vivifica e santifica”.
Quase a concluir, Bento XVI sublinhou a importância de não esquecer que “a meta do ecumenismo é a unidade visível entre os cristãos divididos”. O que, em última análise, é um dom de Deus. “Esta unidade não é uma obra que podemos simplesmente realizar nós homens. Devemos empenhar-nos nesse sentido com todas as nossas forças, mas devemos também reconhecer que, em última análise, esta unidade é dom de deus, pode vir somente do pai, mediante o Filho, porque a Igreja é a sua Igreja”. (RV)
Fazendo-se homem revelou o humano

Apresento aqui um trecho da palavra do Santo Padre para a Bênção Urbi et Orbi do Natal: "'Desperta, ó homem! Por ti, Deus Se fez homem' (Santo Agostinho, Sermões, 185). Desperta, ó homem do terceiro milênio! No Natal, o Onipotente faz-Se menino e pede ajuda e proteção; o seu modo de ser Deus põe em crise o nosso modo de ser homens; o seu bater às nossas portas interpela-nos, interpela a nossa liberdade e pede-nos para rever a nossa relação com a vida e o nosso modo de a conceber. Muitas vezes, a Idade Moderna é apresentada como um despertar do sono da razão, como se a humanidade, saindo dum período escuro, chegasse à luz. Mas, sem Cristo, a luz da razão não basta para iluminar o homem e o mundo. Por isso, a palavra evangélica do dia de Natal – 'O Verbo era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, a todo o homem ilumina' (Jo 1, 9) – ressoa, hoje mais do que nunca, como anúncio de salvação para todos. 'O mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente' (Const. Gaudium et spes, 22). A Igreja vai repetindo incansavelmente esta mensagem de esperança, reproposta pelo Concílio Vaticano II que terminou precisamente há quarenta anos. Ó homem moderno, adulto e todavia às vezes débil de pensamento e de vontade, deixa o Menino de Belém conduzir-te pela mão; não temas, confia n’Ele! A força vivificante da sua luz dá-te coragem para te empenhares na edificação duma nova ordem mundial, fundada sobre relações éticas e econômicas justas. O seu amor guie os povos e ilumine a sua consciência comum de que são uma «família» chamada a construir relações de confiança e de mútuo apoio. Unida, a humanidade poderá enfrentar os numerosos e preocupantes problemas da atualidade: desde a ameaça terrorista às condições de humilhante pobreza em que vivem milhões de seres humanos, desde a proliferação das armas às pandemias e à degradação ambiental que ameaça o futuro do planeta".

Impressiona a afirmação do Papa: "No Natal, o Onipotente faz-Se menino e pede ajuda e proteção; o seu modo de ser Deus põe em crise o nosso modo de ser homens..." É uma intuição teológica profundíssima. Em Jesus, Deus coloca em crise o nosso modo de imaginar Deus! Ele não se apresenta como um Deus grande, potente, que resolve nossos problemas e se impõe à nossa liberdade. O Deus de Belém nada tem a ver com nossas imagens e expectativas sobre Deus. Tantos filósofos ateus afirmaram que Deus é invenção do homem para satisfazer suas carências, necessidades e expectativas. Pois bem, o Deus revelado em Belém desmoraliza tal filosofia! Acolhê-lo exige que nos convertamos ao Deus verdadeiro, que mudemos nosso modo de imaginar Deus. Deus não é o que esperamos dele; mas ele é surpreendentemente, aquilo que se revelou a nós na pobreza e na fragilidade da pessoa e da vida, da paixão e da morte de Jesus Cristo! (Aqui, pensem em quantas seitas que inventam um Deus e um Cristo self-service, totalmente falsificados.. Não Deus, mas um ídolo, com Bíblia e tudo!)

Mas, o Papa vai mais longe: em Belém Deus aparece como verdadeiro homem e revela o que é realmente o homem, colocando em crise profunda nossos modelos e modos de imaginar e definir o que é ser humano. Humano de verdade não é o homem dos modelos sociológicos, psicológicos, antropológicos, históricos, filosóficos... Certamente, tais modelos têm algo de verdadeiro e de útil, mas são também defeituosos e muito parciais. E isto, por um motivo simples: eles partem do homem tal qual o observam: o homem quebrado, desfigurado, deformado pelo pecado; o homem desumanizado! Humano de verdade é o Filho de Deus feito homem: ele é o homem perfeito, o homem como Deus sonhou! Quem dele se aproxima, quem assimila seus sentimentos e modo de ser, torna-se mais homem de verdade! É o sentido profundo da belíssima frase do Vaticano II: "O mistério do homem só se esclarece verdadeiramente no mistério do Verbo encarnado ".

Olhemos para Jesus e aprenderemos o que somos; tenhamos em nós os sentimentos e atitudes do Senhor Jesus Cristo e seremos nós mesmos: passaremos de nós deformados e alienados para nós transfigurados e reencontrados com o mais profundo de nós! Então, seremos felizes e faremos um mundo feliz!

(Dom Henrique Soares)