Alfabetização de crianças de 8 anos é 'prioridade da prioridade', diz ministro
Aloizio Mercadante diz que MEC vai buscar os
problemas 'na raíz'. Segundo estudo, problemas estão na 6ª série e no 1º
ano do Ensino Médio
Fonte: G1
O ministro da Educação Aloizio Mercadante afirmou nesta terça-feira
(13) que a “prioridade da prioridade" do Ministério da Educação é
alfabetizar as cerca de 8 milhões de crianças brasileiras de até 8 anos
de idade matriculadas até o 3º ano do ensino fundamental.
Segundo o ministro, 15,3% das crianças brasileiras não aprendem a ler e
escrever até completar essa idade. No Nordeste, a média é 23% e no
Norte 28%, enquanto no Sul a taxa é bem mais baixa – 5%. O ministro
chamou a atenção para a discrepância regional e afirmou que a “raiz da
desigualdade está na educação”.
Os grandes gargalos do ensino, segundo Mercadante, estão na 6ª série do
ensino fundamental e no 1º ano do ensino médio. Ele afirmou que governo
perde entre R$ 7 bilhões a R$ 9 bilhões por ano com reprovações
escolares.
Mercadante afirmou que realizar uma avaliação universal do ensino
apenas na 5ª série pode ser tarde demais. “Muitas crianças não conseguem
acompanhar o ensino e ficam para trás”, disse. “Vamos lá atrás, na
raíz, identificar as dificuldades”.
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, lançado pela
presidente Dilma Rousseff no último dia 8, terá como objetivo não apenas
a alfabetização , mas a avaliação universal de todas crianças entre
sete e oito anos de idade “para verificar se efetivamente aprenderam a
ler, escrever, interpretar texto e se já estão conseguindo dominar as
primeiras contas”, explicou o ministro. "Com essa avaliação, será
possível recuperar crianças com dificuldades e que ainda não tenham o
domínio da língua".
“O programa terá material, orientação, gestão, formação inicial
continuada para professores alfabetizadores e vamos avaliar o resultado
para realmente ter uma meta que realmente é a base de tudo”, completou.
Alfabetização
Para estimular as escolas e os professores a se engajar no projeto, o
governo prometeu distribuir, no próximo ano, R$ 500 milhões para as
instituições educacionais que apresentarem os melhores desempenhos. O
dinheiro será repassado na forma de premiações às experiências
bem-sucedidas.
Ao aderirem ao pacto, informou o governo federal, os gestores públicos
se comprometem a alfabetizar todas as crianças em Língua Portuguesa e em
Matemática. Também serão obrigações dos estados e municípios criar
avaliações para os estudantes que estão no ciclo de alfabetização, além
das que já são realizadas pelo MEC.
Os governos estaduais, contudo, ainda terão de oferecer apoio às
prefeituras que tenham aderido ao programa, de modo a viabilizar o
cumprimento das metas. As ações públicas voltadas para a alfabetização
das crianças com menos de nove anos serão monitoradas pelo MEC por meio
de um sistema de gerenciamento, acompanhamento e controle.
Para atingir o compromisso, ressaltou o ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, uma das principais medidas será a formação continuada de 360
mil professores alfabetizadores, que farão cursos durante dois anos
(ênfase em linguagem e matemática) e receberão bolsa para essa
capacitação.
Os professores, informou o ministro, poderão realizar os cursos no
próprio município de trabalho e sua formação será supervisionada por 18
mil orientadores de estudo, capacitados em 34 universidades públicas
brasileiras.
Outras ações do projeto são a distribuição de 26,5 milhões de livros
didáticos para as escolas de ensino regular e campo, de 4,6 milhões de
dicionários, 10,7 milhões de obras de literatura, 17,3 milhões de livros
paradidáticos, além da construção de uma biblioteca em cada sala de
alfabetização para incentivar a vivência dos alunos entre os livros.