domingo, 21 de outubro de 2012

Vaticano: Bento XVI entregou «nobel» da Teologia

«Prémio Ratzinger» distinguiu teólogo norte-americano Brian Daley e historiador francês Rémi Brague

Osservatore Romano/Reuters | Bento XVI saúda padre Brian Daley, um dos vencedores do Prémio Ratzinger 2012
Cidade do Vaticano, 20 out 2012 (Ecclesia) – Bento XVI entregou hoje no Vaticano o “nobel” da Teologia, designado como “Prémio Ratzinger”, ao teólogo norte-americano Brian Daley e ao historiador francês Rémi Brague.
Numa cerimónia realizada na sala Clementina do Palácio Apostólico, o Papa saudou “o esforço de pesquisa, o trabalho científico e o serviço valioso de ensino” que os dois galardoados têm prestado “ao longo de tantos anos” e em benefício da Igreja Católica, “cada um à sua maneira, um sacerdote jesuíta, outro leigo casado”.
“Personalidades como o padre Daley e o professor Brague são exemplos essenciais para a transmissão do conhecimento que une ciência e sabedoria, rigor científico e paixão pelo Homem, para que ele possa descobrir a arte de viver”, sublinhou Bento XVI, citado pela sala de imprensa do Vaticano.
A entrega do prémio foi acompanhada por representantes católicos de todo o mundo que se encontram em Roma a participar no Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, entre os quais o bispo do Porto, D. Manuel Clemente, e o bispo de Lamego, D. António Couto.
O Papa sublinhou que a Igreja precisa de “pessoas que, através de uma fé iluminada e vivida, tornem Deus credível e o aproximem do Homem de hoje”, cumprindo assim um dos grandes objetivos do Concílio Vaticano II (!962-1965), “mais atual do que nunca” através do esforço renovado que a Igreja quer dar ao anúncio de Cristo.
Recordando o 50.º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, Bento XVI convidou o padre Brian Daley e o professor Rémi Brague a refletirem consigo sobre três documentos saídos daquele evento histórico:
A Declaração “Nostra Aetate”, sobre a relação da Igreja com as religiões não-cristãs, o Decreto “Unitatis Redintegratio”, dedicado ao Ecumenismo, e a Declaração “Dignitatis Humanae”, sobre a Liberdade Religiosa.
“Ao estudar a fundo os Padres da Igreja, o padre Daley entrou na melhor escola para conhecer e amar a Igreja una e indissolúvel, apesar de todas as suas diversas tradições; por isso, ele presta também um serviço de grande responsabilidade na relação com a Igreja Ortodoxa”, realçou o Papa.
No que diz respeito ao professor Rémi Brague, Bento XVI considerou-o um “grande estudioso da filosofia das religiões, em particular da fé hebraica e islâmica durante a época medieval”.
O “Prémio Ratzinger” é promovido pela Fundação do Vaticano Joseph Ratzinger e consiste num pergaminho e num cheque de 50 mil euros.
JCP/ AGÊNCIA ECCLESIA

Papa canoniza primeira indígena norte-americana

Atualizado em  21 de outubro, 2012 - 07:09 (Brasília) 09:09 GMT
O papa Bento 16 canonizou neste domingo sete novos santos, incluindo o primeiro indígena do continente americano.
A indígena Kateri Tekakwitha, que viveu no Canadá no século 17, foi uma fervorosa católica que impressionou os missionários europeus por sua dedicação à religião.
Ela morreu aos 24 anos. Entre os milagres creditados à santa, estão a cura de um menino indígena de cinco anos de idade, que tinha uma grave infecção.
A cerimônia de canonização ocorreu neste domingo na Praça de São Pedro, no Vaticano.
(Fonte: BBC Brasil)

sábado, 20 de outubro de 2012

                       
 Leonardo Boff
                                                                                                                                                                  "A crise mundial está produzindo novos pobres que vivem do lixo a ponto de a pefeitura de Madrid enchaveirar os latões por saúde pública".
Parceria

Educação integral conta com a contribuição de universidades

A Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação promoveu, de terça-feira, 16, a quinta, 18, em Brasília, reunião técnica com universidades parceiras para debater o papel da universidade no desenvolvimento da educação integral. O encontro, sob o tema Programa Mais Educação: Construindo a Política da Educação Integral no Brasil, contou com a presença de 30 instituições federais de educação superior.

Desde 2008, representantes das universidades parceiras encontram-se semestralmente para debater os programas e as ações que as instituições vêm realizando no campo da educação integral. As propostas em destaque apresentam novos conceitos para formação de professores nos cursos de pedagogia e licenciatura e defendem a produção de conhecimento com base na pesquisa de pós-graduação.

Para a diretora de Currículos e Educação Integral da SEB, Jaqueline Moll, as federais devem participar da construção da política educacional brasileira. “As universidades têm um papel importante na construção dessa política e no diálogo com as escolas, para construir outros conceitos de educação integral”, disse.

A professora Ana Emília Gonçalves de Castro, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que desenvolve projetos de extensão voltados para a educação em tempo integral, defende que o papel dessas instituições vai além da formação de profissionais que atuam na educação. “Estamos construindo algo novo em um processo que já está acontecendo, por isso precisamos de pesquisa e extensão no campo da educação integral. A universidade pública tem uma responsabilidade com a sociedade”, afirmou.

O programa Mais Educação foi criado em 2007 para atender, inicialmente, 1.380 escolas que apresentavam os piores resultados no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb). De acordo com a proposta do programa, no turno oposto ao das aulas, os alunos têm acompanhamento pedagógico obrigatório. Contam ainda, com café da manhã, almoço e lanche. Os professores ajudam nas tarefas, tiram dúvidas e dão aulas de reforço, principalmente de português e matemática. Em 2012, o programa chegou a 32 mil escolas.

Assessoria de Comunicação Social (ACS MEC)

Para reduzir a pobreza e a fome

Este ano, o Dia Mundial da Alimentação, celebrado em 16 de outubro, está lembrando as cooperativas, que têm participação decisiva na produção e distribuição de alimentos.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) escolheu o tema para o Dia Mundial da Alimentação 2012: “Cooperativas agrícolas alimentam o mundo”. Tal opção está relacionada às comemorações do Ano Internacional do Cooperativismo.
Todos os anos, o Dia Mundial da Alimentação é celebrado no dia 16 de outubro. Trata-se de um chamamento aos países para a adoção de políticas, programas e ações com o objetivo de eliminar a fome no mundo e assegurar a segurança alimentar dos povos.
Conforme comunicado da FAO, “as cooperativas estão presentes em todos os países e setores, incluindo agricultura, alimentação, finanças, saúde, comercialização, seguros e crédito”. Ainda segundo a FAO, “estima-se que as cooperativas tenham um bilhão de membros em todo o mundo, gerando mais de 100 milhões de empregos. Na agricultura, silvicultura, pesca e pecuária, os seus membros participam em atividades de produção, partilha de riscos e lucros, poupança de custos e geração de rendimento, que lhes proporcionam maior poder de negociação na hora de vender ou comprar no mercado”.
O Dia Mundial da Alimentação 2012 destaca as cooperativas agrícolas e sua contribuição para a redução da pobreza e da fome. Afinal, do número aproximado de 925 milhões de pessoas que passam fome no mundo, 70% vivem em áreas rurais, onde a agricultura é a principal atividade econômica. As cooperativas agrícolas e alimentares já são um importante instrumento contra a pobreza e a fome, mas podem fazer muito mais.
É tempo de fortalecer essas organizações e facilitar sua expansão, bem como criar um ambiente comercial, legal, político e social favorável em que possam se desenvolver.
Fonte: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) / Fotografia: Douglas Mansur

Santuário de Lourdes é evacuado após inundação

Lourdes / AP
Transbordamento de rio forçou evacuação de santuário de Lourdes, na França
Autoridades francesas evacuaram neste sábado centenas de peregrinos que visitavam o santuário católico de Lourdes, no sudoeste da França, devido ao transbordamento de um rio local.
A elevação do nível de água forçou a maior parte do fechamento do santuário, que atrai anualmente cerca de 6 milhões de visitantes.
A cidade de Lourdes tornou-se um centro de peregrinação para os católicos, especialmente doentes e deficientes, após o relato da aparição da Virgem Maria a uma menina camponesa em 1858.
(Fonte: BBC Brasil)

sábado, 20 de outubro de 2012

Comentário litúrgico - 29º Domingo do Tempo Comum


Atenção! Tenhamos presente que, celebrar a Eucaristia sem ter presente a memória Daquele que disse que veio a este mundo e a cada um de nós, não para “ser servido, mas para servir” e, que, por isso, terminou morrendo, para ser fiel ao projeto de seu Pai, provando seu amor incondicional por nossa causa, é viver totalmente iludido (evangelho). Viver de acordo com a ética cristã é lutar e defender a vida, a exemplo de Deus, e se preciso, sacrificar a própria vida (I leitura). Como Jesus, nós também devemos ter a coragem de descer ao nível das “massas sobrantes”, dos oprimidos e marginalizados.
1ª leitura (Is 53,10-11)
                A pretensão de muitos é ter o domínio sobre os seus semelhantes; colocar-se a serviço de alguém é algo muito raro.
            Nos versículos apresentados, a narração trata do quarto canto do servo de Javé: sua paixão, morte e vitória. O “servo” é vitimado por um julgamento iníquo, consequência de uma sociedade patrocinadora da injustiça.   
            Tem-se a impressão que este “servo” fora castigado por Deus. Olhando sem o devido aprofundamento teológico-bíblico, parece até que Deus se felicita com o sofrimento dos outros.
            Nada disso! Aquilo que aos olhos dos homens é um fracasso, para Deus é um triunfo. É através do sacrifício, do sofrimento, dom de si mesmo que realiza a salvação.
            A imagem do “servo sofredor” é a imagem de Jesus, que nos patrocinou a salvação, humilhando-se para servir a todos, doando-lhes gratuitamente a própria vida.
A atitude de fidelidade ao Pai faz o “servo sofredor” oferecer a sua vida como sacrifício expiatório, o que garantirá o triunfo do plano de Deus, que é vida em plenitude para todos.
Evangelho (Mc 10,35-45)
Jesus e os discípulos estão se dirigindo a Jerusalém e o ministério de Jesus se aproxima do fim. Atenção para um detalhe: É sempre um caminho pedagógico. Mas, qual é mesmo a preocupação do Mestre? Dessa vez, a sua preocupação “número um” é demonstrar para os seus discípulos, que tipo de Messias ele O é. Não obstante, Pedro ter confessado a Jesus que Ele era o Messias, não o convenceu suficientemente. É necessário superar a ideia de que o Messias seria o líder poderoso prestes a manifestar domínio e glória. Pois bem, a questão aqui é a seguinte: Depois de cerca de três anos de convívio, os discípulos ainda manifestam incompreensão em relação à novidade de Jesus, imaginando que ele assumiria o poder (a “glória”) em Jerusalém.
Diante das pretensiosas e equivocadas reivindicações dos discípulos e das contendas entre eles, Jesus faz uma crítica do exercício do poder neste mundo.
Trata-se, aqui de um outro detalhe: Tiago e João que são os filhos de Zebedeu, eles são a segunda dupla a ser chamada por Jesus no início de seu ministério, conforme narração dos evangelhos sinóticos. Eles aparecem, ainda, com frequência, junto com Pedro, como um trio mais próximo a Jesus. O evangelho de João não menciona o nome de Tiago. Tiago foi decapitado por Herodes Agripa em 42 d.C.
Há uma menção do apóstolo Paulo a “Tiago, irmão do Senhor” (Gl 1,19). Trata-se de Tiago “Menor”, parente de Jesus, que foi chefe da Igreja de Jerusalém e foi martirizado por apedrejamento em 62 d.C.
Rejeitando, de maneira generalizada, o abuso de poder dos chefes das nações e de seus grandes, Jesus reafirma a novidade do Reino. Enquanto a sociedade é dividida entre poderosos e opressores e oprimidos explorados, Jesus propõe a conquista da unidade a partir da humildade e do serviço, resgatando-se a vida dos mais excluídos e marginalizados. Porém, quando Jesus é suspenso na cruz, são dois marginalizados que estão à sua direita e à sua esquerda, em duas cruzes.
Sem muitas demoras, Jesus logo nos leva a compreender que só há uma maneira de ser que caracteriza a autenticidade cristã, totalmente diferente do que é institucionalizado pelos grandes e importantes neste mundo: A lógica defendida por Jesus contradiz a lógica do mundo. Como assim? “Aquele que quiser se grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o servo de todos”.
É exatamente essa compreensão que falta aos discípulos de ontem e aos de hoje; nem sempre alcançamos que seguir a Jesus, significa estar dispostos não só a falar, mas a viver, a beber o seu cálice. O caminho para chegar a isso não é o do poder, mas do serviço até o dom da vida. Finalmente é a via escolhida por Jesus, servo sofredor.
Um alerta para todos os cristãos, especialmente para nós os agentes da missão: Como discernimos o poder-serviço em nossa vida de homens e mulheres consagrados a Deus e ao povo?
Quais as relações que predominam em nossa sociedade? Em nossas comunidades? Em nossas próprias famílias?
2ª leitura (Hb 4,14-16)
            O segundo texto lido na liturgia deste 29º Domingo do Tempo Comum, no seu vers. 15, diz assim: “Com feito, temos um sumo-sacerdote capaz de compadecer-se de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado”. A única diferença é que, enquanto nós frequentemente faltamos com a fidelidade a Deus, ele jamais deixou-se contaminar pelo pecado.
            Conclusão: “Jesus exerceu e continua exercendo seu sacerdócio solidarizando-se com qualquer um que seja filho de Deus”. “Porque solidário com nossas fraquezas, ele inspira confiança e esperança na comunidade cristã: “Por isso, permaneçamos    firmes na fé que professamos” (v. 14b).

Pe. Francisco de Assis Inácio
Pároco da Paróquia da Imaculada Conceição
Pascom Nova Cruz - RN