segunda-feira, 15 de outubro de 2012






Cardeal Terrazas anima fiéis a viverem Ano da Fé


Santa Cruz (RV) - Neste domingo, o Cardeal Julio Terrazas abriu em Santa Cruz, Bolívia, o Ano da Fé. Eis um síntese de sua alocução: A fé que não fala com clareza de Cristo, é somente uma crença; por isso o grande desafio é a busca profunda da fé e falar dela com valentia em meio a tantos males que ocorrem em nosso país. "A fé é um caminho, é sempre ir ao encontro dessa verdade que nos torna livres, é ir ao encontro do que está longe", assinalou.

Ele se referiu a males como a droga, da qual muitos na Bolívia são vítimas de pessoas que a vendem em estabelecimentos educativos, e pediu testemunhar a fé que se tem, para que ela seja uma esperança na nossa realidade que, cada vez mais, encontra menos razões para viver e crer; a fé não pode morrer diante de pequenas ou grandes objeções do nosso tempo.

"Que a fé que temos no coração se eleve e se torne um grito de esperança, dando razões não a partir de ideologias pré-fabricadas ou de interesses mesquinhos, mas a partir do mesmo sonho de Deus para que a felicidade de cada homem e cada povo, se faça semeando o bem e não as discórdias e o mal."

Ele observou que o grande desafio da fé é aceitar o projeto de Deus como Ele o apresenta e não como cada um quer imaginar: pede-se despojar-se de todo o material, espiritual, moral ou de coisas que afastam da vigência do Reino de Deus, são muitas as condições para entrar no céu, e os que estão sujeitos as suas riquezas e prazeres tem mais dificuldades.

Parafraseando o Evangelho, explicou que os ricos hoje são também aqueles que pensam que o poder é algo que deve ser imposto com força ou aquele que está totalmente desarticulado da vida de seu povo à procura de prazeres, rico é aquele que adora novos ídolos e prostra diante deles.

A mensagem do Cardeal Julio ao iniciar, em Santa Cruz, o Ano da Fé, convocada pelo Papa Bento XVI, no dia 11 de outubro, terminou animando todos a vivererem este especial "Ano da Fé", para frequentar Palavra de Deus e encontrar nela a inspiração para enfrentar tantos problemas que conturbaram a realidade boliviana, "essa é a Palavra que se deve esperar, não as que se adornam com música ou são gritos de pavor." (Rádio Vaticano)

Líbano: Catequistas e missionários "convidados especiais" no Ano da Fé

15/10/2012 | Agência Fides Os "convidados especiais no Ano da Fé", para irradiar o espírito missionários e o estímulo à solidariedade universal serão os mais de 700 sacerdotes, religiosas, formadores, animadores e catequistas que receberam um solene "mandato missionário" de Sua Beatitude Mar Bechara Boutros Rai, Patriarca maronita de Antioquia e de todo o Oriente, e Presidente da Assembleia dos Patriarcas e Bispos Católicos no Líbano. É o que informa à Agência Fides pe. Paul Karam, Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) no Líbano, frisando que a solene celebração, realizada nos últimos dias em Bkerke, sede do Patriarcado maronita, "abriu o mês missionário e apresentou à comunidade a Carta Apostólica 'Porta Fidei', em que o Papa explica o conteúdo e o espírito do Ano da Fé". Na celebração, observa, foi explicada a profunda relação entre o Ano da Fé e a dimensão missionária a que são chamados todos os fiéis do Oriente Médio". Também o Núncio Apostólico n o Líbano, Arcebispo Caccia, presente na Eucaristia, quis ressaltar "o papel missionário dos catequistas, como reiterado na Exortação Apostólica Ecclesia in Medio Oriente", entregue pelo Papa em sua recente viagem ao Líbano. "A Igreja no Líbano - conclui o Diretor das POM - quer motivar seus animadores, catequistas, religiosos e missionários para que renovem o impulso da evangelização no Ano da Fé".
Fonte: www.fides.org


  Home > Sínodo > 2012-10-15 10:36:04



Bispos portugueses intervieram sábado no Sìnodo


Pausa dominical, ontem, no Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização. Os trabalhos retomaram esta manhã, prosseguindo com as intervenções dos Padres sinodais. Entretanto, sábado de manhã intervieram os bispos do Porto e de Lamego, representantes portugueses no Sínodo.
D. Manuel Clemente, vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, afirmou que o tema em debate desafia à “redescoberta e aprofundamento da novidade constante de Cristo, nas atuais circunstâncias da Igreja e do mundo”. “A dispersão e itinerância tornam difícil a convivência habitual, familiar e comunitária. A individualização da vida, potenciada pela tecnologia, leva ao subjetivismo e ao virtualismo que rarefazem a realidade social e eclesial”, declarou o prelado, citado pelo boletim oficial do Sínodo dos Bispos.
O bispo do Porto aludiu à realidade portuguesa, que disse ser caraterizada por “uma população muito móvel e frequentemente opaca na mentalidade”. D. Manuel Clemente destacou que essa opacidade “poda derivar da maior densidade das ‘realidades temporais’ quando absorvem a atenção imediata e as intenções a médio prazo”, dificultando a abertura ao “horizonte espiritual e religioso”. “Generaliza-se assim o secularismo pessoal e ambiental”, alertou.
Por sua vez D. António Couto, bispo de Lamego (foto), considerou que a Igreja “deverá ter a dinâmica das primeiras comunidades cristãs”, como um “átrio permanente da fraternidade aberta ao mundo”. “Deverá ser, por outro lado, uma Igreja anunciadora, completamente vinculada ao seu Senhor, não seduzida pelas novidades da última moda”, acrescentou, apelando a um “estilo de vida pobre, humilde, despojado, feliz, apaixonado, audaz, próximo e dedicado”.
“Deixo a pergunta: porque é que os santos lutaram tanto, e com tanta alegria, para serem pobres e humildes, mas nós esforçamo-nos tanto para ser ricos e importantes?”, concluiu o presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização.
No final da nona reunião geral dos participantes, D. Manuel Clemente foi eleito como um dos membros da Comissão para a Informação deste Sínodo, presidida pelo arcebispo italiano D. Claudio Maria Celli, responsável máximo do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (Santa Sé).
A primeira semana da assembleia sinodal contou com mais de 130 intervenções dos mais de 260 bispos presentes e outros convidados, tendo ficado marcada pela diversidade de temas e preocupações apresentadas, da secularização e relativismo na sociedade à imagem que os media transmitem da Igreja, passando por questões ligadas à liturgia e sacramentos, formação do clero, organização territorial, imigração, família, arte e cultura, ecumenismo ou mesmo um pedido de consagração do mundo ao Espírito Santo.
(Cfr Agência Ecclesia)
Home > Igreja > 2012-10-15 10:38:11



Beatificados em Praga 14 franciscanos mártires da fé


Foram beatificados neste sábado14 frades franciscanos na Catedral de São Vito em Praga na República Checa. A primeira beatificação do Ano da Fé foi para 14 religiosos que foram martirizados no sec. XVII por uma multidão enfurecida e animada pelo ódio contra Igreja Católica. Estavamos na boemia no ano de 1611 onde proliferavam várias seitas protestantes hostis aos católicos e, sobretudo à dinastia católica dos Habsburgo. O Padre Frederico Bachstein, mestre dos noviços do convento e todos os seus companheiros da Ordem dos Frades Menores, foram assassinados no interior do convento no dia 15 de Fevereiro de 1611.

Em representação do Papa, esteve a presidir à celebração o Cardeal Angelo Amato Prefeito da Congregação para a causa dos santos. Aos microfones da RV referiu que nos inícios do sec.XVII em várias zonas da Europa vivia-se um clima de ódio aos católicos e estes estavam muitas vezes em perigo de vida. "Ninguém podia acusar os frades do Convento de Nossa Senhora da Graça de serem nacionalistas ou conspiradores políticos porque a maioria eram estrangeiros e sem qualquer posição política assumida" - disse o Card. Amato que aproveitou para enquadrar a heroicidade dos beatos frades: "O seu testemunho de fé fica demonstrado no sua humilde vida na caridade de Cristo, pelo seu calvário, pelo seu perdão. A sua beatificação inspira sentimentos de paz, fraternidade e alegria.
(Fonte: Rádio Vaticano)

Conteúdo da intervenção de D. António Couto, no Sínodo


Eis a intervenção de D. António Couto, sábado de manhã, no Sínodo dos Bispos (texto divulgado):
"A Igreja de ontem, de hoje e de sempre, deverá possuir os traços do rosto de Jesus Cristo. Deve, por isso, ser filial, fraterna, afectuosa, próxima e acolhedora, como bem a representou o beato Papa João Paulo II na Catechesi tradendae [1979], n. 67, e na Christifideles Laici [1988], n. 26. Deverá ter a dinâmica das primeiras comunidades cristãs, como o autor do livro dos Actos dos Apóstolos as apresentou: permanentemente atentas à Palavra de Deus, à comunhão, à fracção do pão e à oração (2, 42-47; 4, 32-35; 5, 12-15), átrio permanente da fraternidade aberta ao mundo, de modo a ser e a espelhar uma Igreja jovem, ágil e bela, tão jovem, ágil e bela que as pessoas lutarão para entrar nela.
Deverá ser, para além disso, uma Igreja anunciadora, completamente vinculada ao seu Senhor, não seduzida pelas novidades da última moda, mas bem consolidada na fidelidade ao seu Senhor, que se traduz no dom total de si, num estilo de vida pobre, humilde, despojado, feliz, apaixonado, audaz, próximo e dedicado. Sim, temos necessidade de anunciadores do Evangelho sem ouro, prata, cobre, alforge, duas túnicas… Sim, é de conversão que falo, e pergunto-me: porque é que os Santos lutaram tanto, e com tanta alegria, para serem pobres e humildes, e nós esforçamo-nos tanto para sermos ricos e importantes?" (Fonte: Rádio Vaticano)

Home > Audi�ncias e Angelus > 2012-10-14 15:47:12




Os ricos usem a riqueza para dar sentido à vida: Bento XVI no Angelus deste domingo, em que recordou a beatificação, em Praga, os primeiros Beatos deste Ano da Fé


Como habitualmente, também neste domingo, Bento XVI apareceu ao meio dia, à Janela do seu apartamento, sobre a Praça de São Pedro, para rezar a oração do Angelus e fazer uma breve reflexão com os fieis ali reunidos e no mundo inteiro, através dos de comunicação social.

Tal como sugere o Evangelho deste domingo em que São Marcos fala do encontro de Jesus com o rico opulento, foi sobre a questão da partilha das riquezas com os mais necessitados que o Papa centrou as suas palavras.

No encontro com esse rico, fiel observante dos mandamentos da lei de Deus, mas que não tinha ainda encontrado a felicidade e pergunta, por isso, a Jesus “como fazer para ter a vida eterna”, Jesus aproveita o desejo profundo desse homem habituado a “comprar” tudo com o dinheiro e apegado aos seus bens materiais, para lhe propor dar tudo aos pobres e a segui-Lo. “Vem, segue-me!”

Mas o homem que pensava que Jesus lhe ai propor algum mandamento especial que pudesse, quem sabe, cumprir também com a ajuda do dinheiro, não compreendeu essa proposta de Jesus. O Filho de Deus colhe, então, a ocasião para explicar aos seus discípulos “quão difícil é para os ricos entrar no reino de Deus”, Aliás, disse, “é mais fácil para um camelo passar pelo fundo duma agulha do que para um rico entrar no reino de Deus”

Perante o espanto dos discípulos, Jesus acrescentou todavia, que isto é impossível para os homens, mas não para Deus, porque a Deus tudo é possível .

E a este respeito o Papa citou São Clemente de Alexandria, segundo o qual a parábola do rico opulento ensina aos ricos que não devem descurar a sua salvação, como se fossem já condenados a não entrar no reino dos céus, nem devem considerar a sua riqueza hostil à vida, mas devem, isso sim, aprender a usá-la para dar sentido à vida

O Papa recordou ainda que a Igreja está cheia de exemplos de pessoas ricas que souberam usar os próprios bens de forma evangélica, chegando mesmo à santidade… E lembrou o caso de São Francisco, Santa Isabel da Hungria ou São Carlos Borromeo…

Bento XVI concluiu as suas reflexões com os fieis invocando Nossa Senhora, sede da sabedoria, para nos ajudar a acolher com alegria o convite de Jesus, para entrar na plenitude da vida.

Depois da Oração o Papa saudou os peregrinos em diversas línguas, começando por recordar, em italiano, que, ontem em Praga, foram proclamados os primeiros beatos deste Ano da Fé: Federico Bachstein e treze confrades da ordem dos Frades Menores fraciscanos, martirizados em 1611 por causa da sua fé. Recordam-nos – disse o Papa – que acreditar em Cristo significa estar dispostos também a sofrer com Ele e para Ele.

Em esloveno e polaco, Bento XVI saudou os peregrinos da Eslovénia e da Polónia, recordando os 250 anos da paróquia de Dob Pri Domzalah na Eslovénia, e o “Dia do Papa, com o lema “João Paulo II – Papa da Família”, na Polónia.

“N’ayons pás peur de vivre e de proclamer notre foi en Dieu”

Em língua francesa Bento XVI exortou os cristãos a não terem medo de viver e de proclamar a própria fé em Deus e recordou que hoje como ontem viver para Deus obriga a fazer escolhas por vezes difíceis e convidou, neste mês do Rosário, a virar o olhar para Maria, confiando-lhe as nossas famílias a Assembleia sinodal reunida no Vaticano para reflectir sobre a Nova Evangelização.

Have de Cougare to ask Lord wahta morte can we do….”

Em inglês Bento XVI convidou a ter a coragem de perguntar a Deus “que mais podemos fazer, especialmente para os pobres, as pessoas sós, os doentes, os que sofrem de algum modo, por forma a sermos testemunhos e herdeiros da vida eterna prometida por Deus. 

Fonte: Rádio Vaticano)
 A generosidade do Papa 
                                                      Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá


Apresentou-se certa vez, a Bento XIV, um pobre pai de família e, contando-lhe suas necessidades, pediu-lhe um auxílio.
- Tenho apenas vinte escudos – disse o Papa – se lhe bastam, dou-os com gosto.
 Um jovem prelado, que estava presente, advertiu-o, em voz baixa, que vinte escudos eram demais, bastavam dez.
 – O senhor tem dez escudos consigo? - Perguntou-lhe o Pontífice.
O prelado, metendo a mão no bolso, apresentou-lhe dez escudos. Então o Papa, entregando ao pobre seus vinte escudos com mais aqueles dez, disse:
- Agradeça também ao Monsenhor, que concorre ao benefício, acrescentando à minha oferta a sua de dez escudos.
- O prelado ficou bastante desapontado, mas calou-se...
Uma simples história de caridade, talvez um pouco forçada como a do Monsenhor, acabou sendo mais uma ajuda para quem estava precisando.
O evangelho deste domingo é um conjunto de palavras do Senhor Jesus, que continua ensinando aos seus discípulos. Primeiro ele diz que ninguém pode fazer milagres em seu nome e depois falar mal dele. O importante é que “toda língua confesse que Jesus é o Senhor, para a glória de Deus Pai” diz a carta aos Filipenses (2,11). No nome de Jesus só se deveria fazer o bem a quem precisa - também se simples e, aparentemente, insignificante como um copo de água. O escândalo acontece quando o nome de Jesus é usado para prejudicar alguém ou dar vantagem a uns sobre contra outros. Jesus não pode ser de parte. Por isso, os pequenos e os pobres ficam escandalizados porque acreditam no amor do Pai para com todos. Privilégios e enriquecimentos, usando o nome de Deus, só podem desnortear a fé dos simples. Pensando bem, porém, todos os discípulos verdadeiros deveriam ser os simples e pobres de coração que procuram amar a Deus servindo ao seu próximo, com generosidade e desprendimento, porque somente de Deus aguardam a  recompensa.
Na última parte do evangelho, encontramos aquelas palavras de Jesus que não deixam de nos surpreender e incomodar. Entendemos que elas não devem ser tomadas literalmente cortando mesmo mãos, pés e arrancando olhos. No entanto, a decisão de mudar certas atitudes ou costumes nos custa quase quanto arrancar membros do nosso corpo. Mais uma vez, devemos entender as palavras de Jesus como um convite à liberdade. Liberdade para amar e fazer o bem. Para possuir o grande tesouro que é “entrar no reino de Deus” vale a pena renunciar não somente aos males, mas também a outros “bens” menos valiosos. Não por desprezo ou heroísmo. Como considerar inúteis uma mão, um pé ou um olho? Eles podem ser, porém, obstáculos para a nossa participação no reino. A porta para entrar é sempre estreita, precisa deixar fora muitas coisas. Sabemos que por nosso orgulho, muitas vezes, custa-nos demais renunciar a uma ideia ou uma opinião. Perdemos amizades, até a própria família, mas não admitimos erros, não pedimos socorro para nos libertar de certos vícios que estão grudados em nós, mais do que os membros do nosso corpo.
Achamos tudo isso tão difícil e até inútil porque o reino do qual Jesus fala nos parece tão longe! Por que deveríamos renunciar a algo bom para nós, hoje, pensando num prêmio tão duvidoso no futuro? Na realidade o bem que fazemos já é sinal e presença do reino. A renúncia a algo de menos importância é para começarmos a ser felizes hoje, escolhendo a parte melhor, aprendendo a amar, a servir, a nos doar. Ninguém aprende a fazer isso de uma vez só, precisamos treinar também para amar, talvez com pequenos gestos – o copo de água! – um sorriso, uma mão estendida, uma ajuda a quem sofre.
Talvez precisamos de alguém que nos empurre para doar. O Monsenhor da história não ficou muito feliz por ter dado os dez escudos, mas já os tinha entregado. Aprendeu com a lição do papa Bento XIV (14 mesmo), lá pelos anos de 1700.