Domingo, 30 de setembro 2012
É necessário que você persevere na fé
A fé é tudo. Quem crê
progride, ama, amadurece. É isso que Deus lhe dá quando o chama pela
primeira vez. Ele não o chama para testá-lo. Ele lhe dá tudo de que
necessita. E você fica com uma armadura espiritual muito forte. No seu
coração o Espírito Santo de Deus começa a trabalhar e você aguenta
qualquer sobrecarga, pois para suportá-la tem de ter fé.
É preciso que perseveremos, que não percamos a convicção. Para isso,
temos de ter fibra para segurar a nossa fé; de lutar por ela. “Eu creio,
mas aumentai a minha fé”. Isso saiu da boca do discípulo de menos fé.
“De fato, é preciso que perseveres para cumprir a vontade de Deus e alcançar o que Ele prometeu” (Hebreus 10,36).
Não podemos nos “desligar” de Deus. A nossa fé é o “fio” que vai entre o
nosso coração e Deus. Tudo o que nos alimenta vem d’Ele. Mas se nos
desligamos, acaba a Providência. O cristão que vive pela fé, deixa-se
levar para o que é perfeito. Mas o cristão, que vive da aparência,
retrocede para a perdição. Se você está ligado em Deus, você está
buscando a perfeição e a santidade. Um cristão que não anda pela fé,
volta aos antigos caminhos e desperdiça sua vida. Andar pela fé
significa obedecer a Palavra de Deus e viver para Jesus Cristo, buscando
a salvação. É buscar o dia inteiro, dia após dia, ano após ano, a vida
inteira.
Temos de ter fé, ter meta, querer o céu, mesmo que não compreendamos o
sentido das provações, pois por trás das aparências há a Providência
Divina. Por trás da aparência dos sofrimentos há providência. Deus está
com você, deixe-O trabalhar em você. Não tema! A graça lhe será dada à
medida que dela precisar. Não tema, mesmo que a aspereza do caminho lhe
faça perder o fôlego. O essencial é que esse caminho seja uma subida,
uma ascensão. Não tema, mesmo quando não perceber mais a doçura da
confiança. É melhor morrer da verdade criada por Deus do que viver da
mentira que nós mesmos fabricamos.
Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
domingo, 30 de setembro de 2012
08:30 | Postado pela Assessoria de Comunicação CNBB NE2
“O uso da imagem de Jesus foi inadequado e inapropriado por parte da revista”, afirma Dom Leonardo
Na tarde de hoje, 28 de setembro, o secretário geral da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner,
concedeu uma entrevista, na sede da Conferência, em Brasília (DF), na
qual repudiou a publicação de revista esportiva em que faz alusão à
imagem de Jesus Cristo crucificado. Na fotomontagem da capa da revista,
um jogador aparece como Jesus na cruz.
Para o secretário geral da CNBB a revista agiu de maneira inadequada e
inapropriada. “Houve um uso inadequado da imagem da pessoa de Jesus
Cristo. Certamente muitos cristãos se sentiram ofendidos, mas nós temos
que dizer que foi um uso inadequado, inapropriado da pessoa de Jesus,
que para os cristãos é uma pessoa decisiva, é o fundamento da vida dos
cristãos, por isso acho que é uma ofensa. Depois o Ocidente todo está
marcado por Jesus Cristo crucificado, por isso usar uma imagem de uma
pessoa tão decisiva (Jesus) foi um despropósito da revista”, disse o
secretário, que destacou não crer que a população brasileira haja da
mesma forma que alguns países islâmicos, como no caso recente do filme
sobre o profeta Maomé. “A população brasileira reage de modo diverso. A
nossa cultura é outra, mas certamente sentiremos mais por meio de sites,
blogs e mídias sociais, a manifestação contrária a capa da revista. Nós
já recebemos manifestações contrárias, e claro, não se espera que essas
manifestações se estendam às ruas como tem acontecido em outras
culturas”, sublinhou o secretário geral.
Dom Leonardo Steiner discorda da afirmação do diretor da revista que já
se pronunciou a respeito da capa negando que faça alusão à Jesus.
Segundo o bispo, a imagem exposta na revista é sim a figura explícita de
Jesus Cristo. “Nós vemos ali os elementos fundamentais da figura de
Jesus Cristo. É visível isso na capa. Até porque aparecem os elementos,
como o resto da túnica de Jesus que envolve o corpo e o sinal do
traspassamento da lança”, disse.
Dom Leonardo afirmou também que revista quer calar o direito da torcida
em se manifestar em relação ao atleta santista, usando uma imagem de
Jesus no calvário. “Uma capa neste estilo, neste teor é uma agressão à
liberdade da torcida. Estão querendo calar a torcida, que tem direto a
se manifestar, e, usar a Jesus Cristo crucificado para dizer que o
jogador está sendo crucificado é inibir a liberdade de expressão da
torcida. O ‘cai-cai’, a que se refere a revista, foi um elemento que
levou a criação da fotomontagem”.
Em relação ao jogador, o secretário geral ressalta que não espera que
haja manifestações contrárias por causa da revista. “Espero que não
aconteça isso (manifestações). O jogador merece todo o respeito. Ele tem
a sua dignidade e espero que ele mantenha esta dignidade, este respeito
da parte da torcida em relação a ele”.
Fonte: CNBB
sábado, 29 de setembro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
26º Domingo do Tempo Comum Comentário Litúrgico
Conforme já é do conhecimento de quase todos os
cristãos católicos, neste último domingo do mês de setembro, a Igreja celebra o
dia da Bíblia. Encerramos, portanto, o mês da Bíblia, a Carta magna do povo de
Deus. Por ela o Espírito nos deu a oportunidade de conhecer e amar o seu
Projeto de Amor.
Como acontece em todas as
celebrações dominicais, a liturgia nos oferece sempre um número de três
leituras. As leituras selecionada para este domingo são as seguintes: Nm
11,25-29; Tg 5,1-6; Mc 9,38-48.
Evangelho
Desta vez, irei me deter na
segunda parte do trecho do Evangelho (vv. 41-48), que, aliás, contém uma série de
ensinamentos independentes um do outro, tais como: “Apelo à hospitalidade”;
“palavras duras contra aqueles que escandalizam os pequenos”; por fim, a
advertência a respeito de uma modalidade de escândalo, a quem vem do íntimo”.
Essas analogias usadas por Jesus
eram bastante conhecidas no seu tempo e frequentemente ditas pelos rabinos para
advertir, sacudindo as pessoas a uma seriedade de vida mais profunda, em
relação aos deveres em relação a Deus e ao próximo.
Na verdade, o que interessa a Jesus
é que os seus seguidores não desperdicem a própria vida neste mundo. Quem
dissipa a própria vida, perde para sempre a oportunidade de crescimento no amor
de Deus, no amor aos seus semelhantes.
Como vemos, o Evangelho está bem
sintonizado com a primeira leitura. Convida
ao respeito e à confiante expectativa, e a perceber nos que não são dos nossos
não um inimigo em potencial ou um concorrente, mas uma sintonia interior, que pode
terminar sendo a de um companheiro de fé (Missal Dominical, XXVI).
É-nos visível em Jesus a sua
preocupação em colocar de sobreaviso seus discípulos contra a tentação de
querer ter o “monopólio” dos dons do Senhor.
A mesma atitude devem ter as
instituições, mesmo provindo da iniciativa divina. O que importa é o uso que delas
fazem os homens. “Cuidado para monopolizar a Deus”.
É
repugnante e triste pensar que o Espírito Santo só age em nós, em nossas
comunidades, nas nossas pastorais, nos nossos movimentos, nos nossos grupos, na
nossa Igreja. Total equívoco!
E mais: "O
moralismo
e o juridicismo fizeram muito mal à Igreja. São gravemente responsáveis pela
partida de muitos, pela indiferença de um número ainda maior de outros, e pela
falta de interesse dos que poderiam olhar a Igreja com simpatia, mas são
tomados de desânimo diante do nosso farisaísmo."
Será
a surpresa de cristãos e de católicos quando virem que não entrarão sozinhos na
casa do Pai... Porque o coração do Pai é muito maior que os registros de mentes
fechadas, e que o Espírito do Pai sopra por toda parte, mesmo lá aonde os missionários
ainda não aportaram!
1ª leitura
Na primeira leitura, encontramos
Moisés reclamando a Deus: Eu sozinho não posso suportar a carga de um povo tão
numeroso e indisciplinado (cf. Nm 11, 10).
O Senhor então respondeu a Moisés:
“Escolhe 70 homens (anciãos) que estejam em condições de colaborar contigo:
sobre eles farei descer o mesmo espírito que se encontrava em ti” (Nm
11,16-18). Os setenta anciãos representam as lideranças para animar a
organização do povo. Eles pertencem, portanto, ao grupo liderado por Moisés.
Mais eis que duas pessoas chamadas: “Eldade” e “Medad”, que não estavam na
tenda recebem o dom do Espírito e começam a profetizar.
E, então, formou-se uma grande
confusão! A questão é: como era possível que pessoas estranhas tivessem
recebido o mesmo dom Deus sem fazerem parte do grupo dos escolhidos? Quanto fechamento!
Foi triste agir assim! Quando deveriam alegrar-se pelo fato que o espírito
também tinha descido sobre os que não pertenciam à “estrutura”. Por isso, alguém
ficou indignado e foi pedir a Moisés para que interviesse a fim de impedi-los
de profetizar. Impressiona-nos em ver o próprio Josué, associando-se aos que
queriam restabelecer a ordem e a hierarquia.
Moisés, porém, respondeu: Por que és
tão zeloso por mim? Prouvera que todos os membros do povo do Senhor recebessem
o espírito e se tornassem profetas.
E, agora, que ensinamentos tirarmos
de tal episódio?
-
1º) Que
história é essa de proclamar que o Espírito Santo dirige a gente, a história, e
somente quando tudo corre de acordo com nossa vontade? Nenhuma instituição, sequer de
origem divina, pode monopolizar a Ação do Espírito de Deus;
-
2º) Atenção para o ensinamento central da leitura: a reprovação do fanatismo.
Fanático é aquele que agride a quem não pense como ele ou que não faz parte do
seu grupo. Cuidado com os fanáticos, porque eles são perigosos demais! E quando
se dizem religiosos, haja perigo!
2ª leitura
Pela posição dada por Tiago, é
possível que sim, é possível que não, serem esses ricos exploradores membros da
comunidade. Quantos cristãos, cuja fé é morta. Contudo, é seguro a preocupação
do autor em relação a terrível injustiça social.
Sem
sombra de dúvida, Tiago, de maneira categórica, denuncia a situação social em
que os pobres estão sendo oprimidos.
Quando
a Igreja denuncia a injustiça social, conforme faz Tiago, é considerada
comunista. Aliás, é possível que alguém venha a ignorar o que o trecho está
dizendo, mais ou menos assim: A riqueza acumulada não mãos desses senhores,
fruto do suor e do sangue dos marginalizados, se tornará motivo de sua própria
condenação. É bom tomarmos cuidado, lendo bem o texto e o contexto,
aplicando-os a nós mesmos!
Quer
dizer que a virtude das virtudes, a virtude sem a qual, todas as demais nada
são e nada valem é a Caridade. Deus é Amor.
“O Papa João XXIII que mergulhara nessa
verdade, nos avisava e nos pedia: “Não saiam da caridade para vocês não saírem
de Deus” (D. Helder).
Pe.
Francisco de Assis Inácio
Pároco
de Nova Cruz - RN
O que é Missão Continental
A Missão Continental não é um
exercício missionário isolado, mas uma opção missionária que pretende
renovar a comunidade eclesial em seu conjunto, para que todos os
batizados, convertidos em discípulos missionários, sejam capazes de dar
testemunho da Boa Notícia em nosso mundo de hoje.
Não é um projeto missionário propriamente dito, mas trata-se de um projeto de animação missionária. Um dos compromissos centrais de Aparecida foi despertar a consciência discipular dos cristãos, resgatar a dimensão missionária da Igreja e convocar para uma Missão em todo o Continente. “Este despertar missionário, em forma de uma Missão Continental, cujas linhas fundamentais foram examinadas por nossa Conferência e que esperamos sejam portadoras de sua riqueza de ensinamentos, orientações e prioridades, será ainda mais concretamente considerada durante a próxima Assembleia Plenária do CELAM em Havana. Exigirá decidida colaboração das Conferências Episcopais e de cada diocese em particular. Procurará colocar a Igreja em estado permanente de missão” (DAp 551).
Nas palavras de Aparecida, a Igreja está chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais. (...) Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. Isso não depende tanto de grandes programas e estruturas, mas de homens e mulheres novos que encarnem essa tradição e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de uma vida nova para América Latina que deseja reconhecer-se com a luz e a força do Espírito.
Esta firme decisão missionária deve impregnar toda a Igreja e todos na Igreja, as estruturas eclesiais, os planos pastorais de dioceses, paróquias e comunidades religiosas, movimentos e qualquer instituição na Igreja. Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favorecem a transmissão da fé (DAp 365). (Missão Continental)
Investir na juventude
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte
Arcebispo de Belo Horizonte
A constatação óbvia de que o
investimento nas novas gerações modifica cenários do presente e prepara o
futuro aponta para uma necessidade urgente: é preciso investir nos
jovens. A Jornada Mundial da Juventude, que acontece de 22 a 28 de julho
de 2013 no Rio de Janeiro, é uma oportunidade singular para que toda a
sociedade exercite essa convicção e adote como prioridade o desafio de
investir na juventude.
Nos próximos anos, o Brasil recebe
eventos de grande importância cultural, esportiva, econômica e política.
Em 2014, será realizada a Copa do Mundo e, em 2016, os Jogos Olímpicos.
Estes eventos estão mobilizando governos e os mais diversos segmentos
da sociedade. As exigências no âmbito da infraestrutura poderão deixar
um legado interessante para a sociedade brasileira. Esses avanços
requeridos podem resultar - é o que se espera, sobretudo quando se
observa a situação econômica do Brasil no contexto mundial – na
superação de carências que amargam a vida de tantos e de muitos modos.
Particularmente, há de se pensar nas urgências e necessidades dos mais
pobres e dos que são de modo tão desumano sacrificados por exclusões
brutais.
O Brasil não pode perder essa
oportunidade para crescimentos e conquistas cidadãs. Nesse sentido,
também é importante incluir, em lugar especial e com interesse
particular, na agenda de grandes acontecimentos, a Jornada Mundial da
Juventude(JMJ). A importância desse evento é incontestável quando se
considera, por exemplo, a magnitude da congregação de dois a três
milhões de jovens, procedentes do mundo inteiro, na Cidade Maravilhosa,
para uma semana de eventos, confraternização, espiritualidade e
partilha. A juventude, razão de compromisso, prioridade de opção e força
determinante nos rumos da sociedade, no presente e no futuro, é um
tesouro que precisa de investimentos volumosos e determinantes.
Nesse sentido a imprensa é muito
importante. Com sua força própria, seu papel educativo e até regulador
da sociedade, a imprensa precisa se juntar aos governos e todos os
segmentos para apoiar efetivamente a Jornada Mundial da Juventude. A
Igreja Católica do Brasil inteiro está em profunda sintonia com a
Arquidiocese do Rio de Janeiro, anfitriã do evento. Ali se culminará um
caminho missionário de forte mobilização da juventude, iniciado em
setembro do ano passado, em São Paulo, com a peregrinação da Cruz da
JMJ. Eventos, experiências e conquistas maravilhosas estão acontecendo
pelo Brasil afora e, antes da Jornada Mundial da Juventude, haverá um
momento especial de preparação em todo o país, em cada diocese: a Semana
Missionária.
A Arquidiocese de Belo Horizonte já se
mobiliza para a realização deste evento, que deve reunir na capital
mineira mais de 25 mil peregrinos do mundo inteiro. Todos os jovens de
nossas comunidades de fé, suas famílias, já estão convidados a
participar, especialmente com a oferta de suas casas para acolher
peregrinos. Também será realizado em Belo Horizonte o Congresso Mundial
de Universidades Católicas, que deverá reunir cinco mil participantes,
entre universitários, professores e reitores. No coração desse evento,
acontecerá a Feira Minas Sempre, valorizando e promovendo a cultura,
gastronomia, patrimônio imaterial, religiosidade e tradições do povo
mineiro.
A opção preferencial pelos jovens na
Igreja Católica é uma exigência para alcançar a meta de uma Igreja dos
jovens e com os jovens, e destes na Igreja, desenhando com os valores do
Evangelho um caminho seguro e de formação integral para a juventude. É
hora de dar voz aos jovens, aos eventos e projetos que os envolvem.
Torna-se inadiável um coro de Igrejas, governos, escolas e segmentos
todos da sociedade para garantir e efetivar o compromisso de investir na
juventude. As novas gerações representam um enorme potencial para o
presente e o futuro da sociedade. A Igreja tem a tarefa de propor aos
jovens o encontro com Jesus Cristo, alicerçando caminhos e desenhando
horizontes para que eles estejam presentes em todos os espaços: na
esfera política, na produção da cultura, na superação de reducionismos
antropológicos, na reversão do quadro horrendo da dependência química,
na conquista da educação e de oportunidades, na construção cidadã da
sociedade. Apoiar a Jornada Mundial da Juventude é investir nos jovens.
Não podemos perder esta oportunidade para abrir uma nova etapa da
história.
A Arquidiocese de Belo Horizonte já se
mobiliza para a realização deste evento, que deve reunir na capital
mineira mais de 25 mil peregrinos do mundo inteiro. Todos os jovens de
nossas comunidades de fé, suas famílias, já estão convidados a
participar, especialmente com a oferta de suas casas para acolher
peregrinos. Também será realizado em Belo Horizonte o Congresso Mundial
de Universidades Católicas, que deverá reunir cinco mil participantes,
entre universitários, professores e reitores. No coração desse evento,
acontecerá a Feira Minas Sempre, valorizando e promovendo a cultura,
gastronomia, patrimônio imaterial, religiosidade e tradições do povo
mineiro.
A opção preferencial pelos jovens na
Igreja Católica é uma exigência para alcançar a meta de uma Igreja dos
jovens e com os jovens, e destes na Igreja, desenhando com os valores do
Evangelho um caminho seguro e de formação integral para a juventude. É
hora de dar voz aos jovens, aos eventos e projetos que os envolvem.
Torna-se inadiável um coro de Igrejas, governos, escolas e segmentos
todos da sociedade para garantir e efetivar o compromisso de investir na
juventude. As novas gerações representam um enorme potencial para o
presente e o futuro da sociedade. A Igreja tem a tarefa de propor aos
jovens o encontro com Jesus Cristo, alicerçando caminhos e desenhando
horizontes para que eles estejam presentes em todos os espaços: na
esfera política, na produção da cultura, na superação de reducionismos
antropológicos, na reversão do quadro horrendo da dependência química,
na conquista da educação e de oportunidades, na construção cidadã da
sociedade. Apoiar a Jornada Mundial da Juventude é investir nos jovens.
Não podemos perder esta oportunidade para abrir uma nova etapa da
história.
Outubro: Os horizontes da Igreja
Dom Francisco Biasin
Bispo de Barra do Piraí/Volta Redonda (RJ)
Bispo de Barra do Piraí/Volta Redonda (RJ)
No mês de outubro que inicia somos
convidados a abrir os nossos horizontes na amplidão da visão da nossa
Igreja através de dois eventos que atraem a atenção do mundo todo, de
maneira muito especial dos seus fiéis e de quantos, embora pertencendo a
outras denominações cristãs ou outras religiões, tem sensibilidade para
com o anúncio do evangelho e os valores da fé no mundo de hoje.
1. «A nova evangelização para a
transmissão da fé cristã»! Este é o título que focará a reflexão dos
bispos e dará consistência ao Sínodo a ser celebrado de 07 até 28 deste
mês de outubro.
De fato, todas as instituições que geram
sentido na vida das pessoas, como a escola, a família, as Igrejas, hoje
estão preocupadas pela dificuldade de transmitir os valores do passado
às novas gerações ou nos moldes da cultura pós-moderna que caracteriza o
nosso tempo.
Preocupa a Igreja católica o fato de
que, apesar da sua longa história e da sua rica tradição e apesar do
esforço para adequar a sua mensagem à linguagem de hoje, não consiga
transmitir a fé de forma satisfatória, vendo com muito sofrimento, uma
parcela de seus fiéis migrar para outras experiência religiosas ou até
perdendo a fé, declarando-se descrentes. Preocupa sobretudo a ausência
de grande parte da juventude da participação às suas iniciativas e aos
atos de culto: ter pouco jovens e não ter influência na juventude,
significa perder um elo importantíssimo na transmissão da fé,
identificado numa geração e, quando há uma interrupção geracional, o
corte no curso da história é muito dolorido e difícil de ser sanado.
O Sínodo dos bispos em Roma, após a
contribuição de reflexão de muitas Dioceses, procurará compreender este
fenômeno e apresentará pistas de reflexão e de ação para toda a Igreja
Católica. É claro que depois cada nação assumirá a fadiga e fará o
esforço para agir concretamente de acordo com a realidade histórica e
cultural em que a Igreja está presente em cada país.
2. Ligado a este evento e, de certa
forma dando-lhe seguimento, é o Ano da Fé. Comemorando os 50 anos da
celebração do início do Vaticano II e dos 20 anos da promulgação do
Catecismo da Igreja Católica, o Santo Padre o Papa Bento XVI convocou
toda Igreja Católica a viver um ano inteiro, até a Festa de Cristo Rei
do ano que vem, na redescoberta da fé.
O Papa escreve: “Não podemos aceitar que
o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16).
Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir
como a samaritana ao poço para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a
beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos
readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus transmitida
fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de
quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De fato, em nossos dias
ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai,
não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida
eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O
escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de
fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta
de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6,
29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar
definitivamente à salvação”. (PF 3)
“Nesta perspectiva, o Ano da Fé é
convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único
Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou
plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por
meio da remissão dos pecados (cf. At 5, 31)... Em virtude da fé, esta
vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da
ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e
os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a
pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais
completamente terminado nesta vida. A «fé, que atua pelo amor» (Gl 5,
6), torna-se um novo critério de entendimento e de ação, que muda toda a
vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17). (PF
6)
Preparemo-nos a entrar pela “porta da
fé” que é o Batismo, objeto da nossa reflexão durante a próxima
Assembleia diocesana e sobretudo empenhemo-nos a dar testemunho da fé
pela nossa vivência batismal e pelo compromisso concreto da caridade,
através do amor fraterno dentro da comunidade, e através do serviço aos
pobres e necessitados que estão ao nosso redor.
Com minha bênção de pastor
Concílio: Sob o signo da alegria e da esperança
Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)
Bispo de Jales (SP)
Estamos chegando ao mês de outubro deste
ano de 2012. Ele traz uma data muito esperada: o dia 11, quando se
completam 50 anos da inauguração oficial do Concílio Vaticano II,
acontecida a 11 de outubro de 1962.
Como os peregrinos sentiam alegria ao
ver Jerusalém às portas, depois de longa caminhada, assim foi naquele
dia tão esperado, em que finalmente começaria o Concílio proposto pelo
Papa João XXIII.
Neste ano somos convidados a descobrir
quais foram os motivos de tanta alegria. E ver se conseguimos também
hoje, depois de 50 anos, reencontrar caminhos de esperança, para a
Igreja e para a humanidade.
Na abertura do Concílio, ficou famoso o
discurso do Papa João XXIII. Ele transmitiu a certeza de que o Concílio
era fruto de inspiração divina, e que tinha chegado a hora da Igreja se
renovar, se aproximar do mundo de hoje, e se colocar a serviço da
humanidade, com a qual queria assumir solidariamente suas grandes
causas, e a ela oferecer a luz do Evangelho.
Ele começou seu discurso com a bonita
expressão: “Gaudet Mater Ecclesia”, “Alegra-se a Mãe Igreja”. Foram as
primeiras palavras do Concílio.
Quatro anos depois, terminava o Concílio
com as mesmas palavras de alegria e de esperança. Pois o último
documento conciliar foi a constituição pastoral sobre a Igreja no mundo
de hoje. Ele começa com as palavras: “Gaudium et Spes”, “As alegrias e
as esperanças”.
É significativa esta constatação. Entre
o início e o fim do Concílio, há uma coincidência especial. No começo, a
alegria da Igreja que via chegar o dia tão esperado. No final, esta
mesma alegria, alargada para toda a humanidade.
“Gaudet Mater Ecclesia”, e “Gaudium et
Spes”. Alegria no começo, alegria no final. Entre as duas manifestações,
se realizou o Concílio. Ele foi feito sob o signo da alegria e da
esperança.
Nesta constatação dá para perceber a
grande influência exercida por João XXIII no Concílio. Poucos meses
depois da abertura, ele iria morrer, no início do mês de junho de 1963.
Mas àquela altura dos acontecimentos, o Concílio já tinha sua
trajetória garantida, pela firme direção proposta por João XXIII. Os
sentimentos do início, permaneceram até o final.
O preâmbulo do documento sobre a Igreja
no mundo de hoje, pode ser considerado o texto que melhor expressa o
espírito e os propósitos do Concílio. De todos os documentos aprovados, a
Gaudet et Spes foi o único que não estava previsto nos esquemas
preparatórios. Ele surgiu ao longo das discussões conciliares. Pode ser
considerado como “filho legítimo” do Vaticano II.
Assim começa a Guadium et Spes:
“As alegrias e as esperanças, as
tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de
todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as
tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; não há realidade
alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração... Por
este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao gênero
humano e à sua história.”
Verdade é que as alegrias do Concílio
foram respaldadas por um período histórico de muito otimismo, como foram
as décadas de 50 e 60. Mas permanece o desafio: como reencontrar
motivos de alegria e de esperança, mesmo em meio aos novos problemas que
a realidade hoje nos apresenta.
O exemplo do Concílio permanece válido. Ele começou e terminou sob o signo da alegria e da esperança!
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