Reflexão dominical - 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Pe. Francisco de Assis
EVANGELHO
(Mc 9,30-37)
- Primeira parte (vv. 30-32)
O
Filho de Deus encontra-se a caminho para Jerusalém. Por três vezes Jesus avisa que vai a Jerusalém. Fazer o que por
lá? Sofrer e morrer. O texto de Marcos deste domingo refere-se ao segundo
anúncio.
Um
detalhe a ser observado, é que Jesus, enquanto está a caminho com os seus
discípulos, retoma a temática do evangelho do domingo próximo passado: “A
entrega de sua própria vida”. A sua preocupação se baseia em passar a limpo a
lição, isto é, corrigir totalmente a ideia equivocada que determinadas pessoas
formaram a respeito dele. Como vemos, Jesus é o próprio formador.
Porém,
é impressionante perceber como os alunos são lentos e tímidos em compreender a
lição esplanada pelo Mestre Jesus. Tanto o é, que o texto é seguido por uma
observação: “Não entendiam estas palavras e tinham medo de pedir-lhe
explicações” (vv. 30-32).
- Segunda parte (vv. 33-37)
Quem
sabe, talvez ainda estejam bastante marcados pela fortíssima repreensão que o
Mestre deu a Pedro, chamando-o de “Satanás”, por não aceitá-lo em negar a
possibilidade de viver um messianismo glorioso e vencedor, mas a opção de dar a
sua própria vida. Por essas e outras, eles têm medo de Jesus. Jesus “não brinca
em serviço”, é intransigente, não aceita ser contrariado, nem ser aconselhado,
sobretudo, quando o conselho é incoerente.
Quando ele, o Mestre, revela o seu
perfil de “servo”, não é possível não sentir medo. É necessário coragem para
olhá-lo de frente, para fazer-lhe indagações, para ouvi-lo, para entender e
aceitar de uma vez por todas, a opção serena e decidida pelo seu segmento de
vida.
A
reação dos discípulos é sempre negativa e desastrosa, e o é por pavor em
relação às consequências. Contudo, é preciso compreender que o referido
comportamento é decorrente do ensinamento patrocinado pelos rabinos da época,
que, conforme seus ensinamentos, diziam que Deus não morrerá jamais, que
triunfará sobre todos os seus inimigos.
- Terceira parte (vv. 36-37)
Na terceira e última parte do
texto, vê-se um gesto recheado de muito significado. Jesus chama um dos
meninos, coloca-o nos braços e diz assim: “Quem acolhe um destes pequenos em
meu nome, a mim acolhe”. Quanta bondade e ternura comprovadas pelo Mestre! E
diz mais: “Quem não aceita o reino do céu como uma criança, não poderá entrar
nele”.
Observar é preciso! Torna-se claro o
sentido que tem o gesto do Mestre. Ele espera que os seus discípulos
estabeleçam como centro dos próprios interesses, preocupações e dos próprios
projetos, os pequenos e marginalizados, os que não contam na sociedade.
I LEITURA
(Sab 2,12.17-20)
A proposta do Mestre é uma
autêntica loucura para quem alcança e, portanto, vive em meio a “sabedoria” do
mundo.
Por
lhe faltar a sabedoria de Deus, o impiedoso, desumano e cruel (ímpio) são
disponibilizados a praticar maldade contra os justos, porque a presença desses os
incomoda. “É a eterna história dos maus que querem arrastar os outros para o
mal, tornando-os iguais a eles”. Assim sendo, tem razão o dito popular; “quem é
mal não quer ser só”.
Diante de tudo isso, como Deus
reage? De acordo com o vers. 18, assim diz o autor: “Se, de fato, o justo é
´filho de Deus´, Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos”. Ou
seja, Deus é solidariedade comprovada.
II LEITURA
(Tg 3,16-4,3)
Tiago nos ajuda a compreender e,
por isso nos alerta, para que orientemos nossas vidas conforme a “sabedoria que
vem do alto”.
CONCLUSÕES DAS CONCLUSÕES:
- Como os discípulos, nós também ainda temos muita
dificuldade de entender o que Ele quer de nós. Quem realmente é e o que Jesus
significa na nossa compreensão da fé?
- Que tal procurarmos interagir melhor
a fé que professamos, de modo especial, todos os domingos na Missa, com a nossa
vida, vivendo o serviço aos irmãos pobres, os preferidos de Deus?
- São Tiago nos orienta para segamos
o caminho da “sabedoria que vem do alto”, isto é, o próprio Espírito de Deus
que nos é comunicado. Assim sendo, é bom tomarmos cuidado com a tirania dos
ímpios que, muitas vezes nos atingem também.