História dos Concílios (1)
1. Foram ao todo 21 Concílios.
Neste texto resumiremos 16 deles:
1.1. A Igreja define as bases de
sua fé: 1) Nicéia I (em 325): declara
que Jesus e o Pai são iguais em natureza – Redige-se o Credo Apostólico; 2) Constantinopla I (em 381): Define a
natureza divina do Espírito Santo e redige a segunda fórmula do Credo; 3) Éfeso (em 431): Define que Jesus Cristo é, ao
mesmo tempo, Filho de Deus e Filho de Maria Santíssima, portanto, Maria, como
Mãe de Jesus Cristo, é Mãe de Deus; 4)
Calcedônia (em 451): Jesus é uma pessoa, mas com duas naturezas. Ele é, ao
mesmo tempo, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, portanto, com duas
naturezas, a divina e a humana, numa só pessoa; 5) Constantinopla II (em 553): Condena erros doutrinais do teólogo
Orígenes e do Bispo Nestório; 6)
Constantinopla III (em 680-691). Transforma em dogma a fé nas duas
naturezas em Cristo, que estava sendo contestada;
1.2 – A Igreja se torna
independente e se estrutura: 7) Nicéia
II (em 787), regula, segundo a fé, a veneração e culto às imagens cristãs; 8) Constantinopla IV (em 869-870):
define como ilegítimo o Patriarca Fócio, acentuando divergências entre a Igreja
Latina e Grega; 9) Latrão I (em 1123
e realizado na Basílica de São João do Latrão, Roma): Termina com a histórica intromissão
do Estado na vida e organização da Igreja. A Igreja se torna independente dos
governos; 10) Latrão II (em 1139):
Torna obrigatório o celibato para os Padres da Igreja ocidental e acaba com a possibilidade
de mais de um Papa ao mesmo tempo; 11)
Latrão III (em 1179): Traça as normas para eleição de Papa e escolha de
bispos. Expulsa da Igreja as autoridades que apóiam os Cátaros (na França)
considerados dissidentes; 12) Latrão IV
(em 1215): Define o Dogma da transubstanciação (a presença real de Jesus Cristo
no pão e o vinho consagrados); Determina a Primeira Confissão e a Primeira Eucaristia
já a partir dos 07 anos de idade; condena dissidentes católicos (Albigentes,
Maniqueístas, Valdenses);
1.3 – A Igreja se defende e se expande:
13) Lião I (em 1245): Depõe o
imperador Frederico II da Germânia, imperador do Sacro Império Romano, que
lutava para conquistar os territórios do Papa; 14) Lião II (em 1274): Define a existência do Purgatório;
Regulamenta a Assembléia (Conclave) de eleição do Papa; toma meios para a
reconciliação com a Igreja Ortodoxa. Lança a Cruzada para a conquista da Terra
Santa; 15) Viena (em 1311-1312): Suprime a Ordem dos Cavaleiros Templários;
Suprime os bordéis de Roma; decide por um Arcebispo em Pequim, China; 16) Constança (em 1414-1415): Extinção
da Grande divisão da Igreja do Ocidente; condenação dos hereges João Wycliffe e
Jan Hus. Declaração de que o Concílio tem supremacia sobre o Papa (mais tarde
isso foi abolido) e eleição do Papa Martinho V.
Nota. Completaremos o quadro no próximo texto. Nossa
Igreja tem uma história, marcada por acertos e falhas. Ela é divina (guiada
pelo Espírito Santo) e humana (formada por pessoas humanas, pois, nós que a
formamos, somos humanos). Além de, aos poucos, definir sua doutrina, ela lutou
para manter intacta a sucessão de São Pedro até Bento XVI. De tempos em tempos
faz um balanço para redimensionar sua vida e missão e traçar rumos para a sua
renovação e seu ardor missionário...
Irmão Nery
fsc, de
Machado, MG, é Religioso Irmão de La
Salle, educador, catequeta e escritor.