quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Mensagem de Bento XVI para exéquias do Cardeal Martini
Caros irmãos e irmãs,
Neste momento desejo expressar a minha proximidade, com a oração e o afeto, a toda a Arquidiocese de Milão, à Companhia de Jesus, aos parentes e as todos aqueles que estimaram e amaram o Cardeal Carlo Maria Martini e quiseram acompanhá-lo nesta última viagem.
"Tua palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho" (Sal 119 (118), 105): as palavras do Salmista podem resumir toda a existência deste Pastor generoso e fiel à Igreja. Foi um homem de Deus, que não somente estudou a Sagrada Escritura, mas a amou intensamente, fez dela luz para a sua vida, a fim de que tudo fosse , para a maior glória de Deus. E justamente isso foi capaz de ensinar aos fiéis e àqueles que estão à procura da verdade que a única Palavra digna de ser ouvida, acolhida e seguida é a de Deus, porque indica a todos o caminho da verdade e do amor. E o foi com uma grande abertura de ânimo, jamais rejeitando o encontro e o diálogo com todos, respondendo concretamente ao convite do Apóstolo a estar "sempre pronto a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede" (1 Pd 3, 15). E o foi com um espírito de caridade pastoral profunda, segundo o seu lema episcopal, "Pro veritate adversa diligere, atento a todas as situações, especialmente as mais difíceis, fazendo-se próximo, com amor, a quem se encontrava no desânimo, na pobreza e no sofrimento.
Numa homilia de seu longo ministério a serviço desta Arquidiocese ambrosiana assim rezava: (Homilia de 29 de março de 1980).
O Senhor, que guiou o Cardeal Carlo Maria Martini em toda a sua existência acolha na Jerusalém do Céu esse incansável servidor do Evangelho e da Igreja. A todos os presentes e àqueles que choram a sua partida chegue o conforto da minha Bênção.
De Castel Gandolfo, 3 de setembro de 2012
Neste momento desejo expressar a minha proximidade, com a oração e o afeto, a toda a Arquidiocese de Milão, à Companhia de Jesus, aos parentes e as todos aqueles que estimaram e amaram o Cardeal Carlo Maria Martini e quiseram acompanhá-lo nesta última viagem.
"Tua palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho" (Sal 119 (118), 105): as palavras do Salmista podem resumir toda a existência deste Pastor generoso e fiel à Igreja. Foi um homem de Deus, que não somente estudou a Sagrada Escritura, mas a amou intensamente, fez dela luz para a sua vida, a fim de que tudo fosse , para a maior glória de Deus. E justamente isso foi capaz de ensinar aos fiéis e àqueles que estão à procura da verdade que a única Palavra digna de ser ouvida, acolhida e seguida é a de Deus, porque indica a todos o caminho da verdade e do amor. E o foi com uma grande abertura de ânimo, jamais rejeitando o encontro e o diálogo com todos, respondendo concretamente ao convite do Apóstolo a estar "sempre pronto a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede" (1 Pd 3, 15). E o foi com um espírito de caridade pastoral profunda, segundo o seu lema episcopal, "Pro veritate adversa diligere, atento a todas as situações, especialmente as mais difíceis, fazendo-se próximo, com amor, a quem se encontrava no desânimo, na pobreza e no sofrimento.
Numa homilia de seu longo ministério a serviço desta Arquidiocese ambrosiana assim rezava: (Homilia de 29 de março de 1980).
O Senhor, que guiou o Cardeal Carlo Maria Martini em toda a sua existência acolha na Jerusalém do Céu esse incansável servidor do Evangelho e da Igreja. A todos os presentes e àqueles que choram a sua partida chegue o conforto da minha Bênção.
De Castel Gandolfo, 3 de setembro de 2012
Onde dormirão os pobres?
Publicado por Jblibanio em 13/5/2012 (165 leituras)
ONDE DORMIRÃO OS POBRES (Êxodo 22, 26)?
(Carta para a Folha de São Paulo)
A Igreja defrontou-se sempre com o binômio imagem e realidade. As análises sociológicas e críticas ajudam-na a perceber a defasagem entre ambas. “Requiem para a libertação” de Otávio Frias Filho prestou-lhe esse serviço, não desvendando-lhe a essência - papel da teologia -, mas retratando-lhe o rosto.
O autor percebeu bem o deslocamento de uma figura de Igreja da libertação, que marcou presença nas escuras décadas da repressão até o heroísmo de seus mártires, para uma Igreja festiva da visibilidade mediática.
A Igreja da libertação revelara naqueles momentos a força germinal da fé. Iluminou-lhe a teologia da libertação. Não era “materialista”, nem se confinara a uma sociologia coletivista, mas recuperara a dimensão ética inegociável do Cristianismo. Rompera, sim, a barreira dualista entre dimensão espiritual e material da existência, como o próprio mistério da Encarnação - fazer-se carne - do Verbo Divino - espírito - realisticamente revela.
A dimensão religiosa humana não se identifica com o coração da fé cristã. Os efeitos espiritualistas, estimulados por instrumentos da técnica mediática, não são experiências cristãs sem mais. Estas são indissociáveis do compromisso sério e conseqüente com os pobres na linha do seguimento de Cristo. A Lei Antiga, que o Cristianismo assumiu, mostra-nos Deus ouvindo o clamor do estrangeiro, da viúva, do órfão, do pobre (Ex 20, 20-26). Javé se preocupa pelo “onde dormirão os pobres”. Essa exigência ética e teologal fez a preocupação e a ocupação da teologia da libertação. Nenhum papa pode dizimá-la, porque iria contra o cerne da fé bíblico-cristã.
A Igreja da libertação pôde ter descuidado outras dimensões humanas da afetividade e da festa, hoje em voga. Isso não significa sua morte. É momento de rever os pontos em que falhou e integrar no seu seio a alegria, o gozo da oração e da festa, sem abrir mão em nada da seriedade de seu engajamento com os pobres. Aí está o seu futuro. J. B. Libanio
Publicado por Jblibanio em 13/5/2012 (165 leituras)
ONDE DORMIRÃO OS POBRES (Êxodo 22, 26)?
(Carta para a Folha de São Paulo)
A Igreja defrontou-se sempre com o binômio imagem e realidade. As análises sociológicas e críticas ajudam-na a perceber a defasagem entre ambas. “Requiem para a libertação” de Otávio Frias Filho prestou-lhe esse serviço, não desvendando-lhe a essência - papel da teologia -, mas retratando-lhe o rosto.
O autor percebeu bem o deslocamento de uma figura de Igreja da libertação, que marcou presença nas escuras décadas da repressão até o heroísmo de seus mártires, para uma Igreja festiva da visibilidade mediática.
A Igreja da libertação revelara naqueles momentos a força germinal da fé. Iluminou-lhe a teologia da libertação. Não era “materialista”, nem se confinara a uma sociologia coletivista, mas recuperara a dimensão ética inegociável do Cristianismo. Rompera, sim, a barreira dualista entre dimensão espiritual e material da existência, como o próprio mistério da Encarnação - fazer-se carne - do Verbo Divino - espírito - realisticamente revela.
A dimensão religiosa humana não se identifica com o coração da fé cristã. Os efeitos espiritualistas, estimulados por instrumentos da técnica mediática, não são experiências cristãs sem mais. Estas são indissociáveis do compromisso sério e conseqüente com os pobres na linha do seguimento de Cristo. A Lei Antiga, que o Cristianismo assumiu, mostra-nos Deus ouvindo o clamor do estrangeiro, da viúva, do órfão, do pobre (Ex 20, 20-26). Javé se preocupa pelo “onde dormirão os pobres”. Essa exigência ética e teologal fez a preocupação e a ocupação da teologia da libertação. Nenhum papa pode dizimá-la, porque iria contra o cerne da fé bíblico-cristã.
A Igreja da libertação pôde ter descuidado outras dimensões humanas da afetividade e da festa, hoje em voga. Isso não significa sua morte. É momento de rever os pontos em que falhou e integrar no seu seio a alegria, o gozo da oração e da festa, sem abrir mão em nada da seriedade de seu engajamento com os pobres. Aí está o seu futuro. J. B. Libanio
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Palavra de encerramento na festa de Sant’Ana e São
Joaquim 2012.
Querido Povo de Deus, devoto de Sant’Ana e São Joaquim,
Excelentíssimo e Reverendíssimo Arcebispo Metropolitano, D. Jaime
Vieira,
Reverendíssimos irmãos presbíteros e diáconos,
Reverendissimas e queridas religiosas,
Seminaristas,
Exma Sra. Prefeita Norma Ferreira,
Deputados,
Vereadores,
Demais Autoridades civis e militares,
Equipes de trabalho da festa, às quais agradeço e reconheço pelo bem
feito,
Temos tanto a agradecer. Agradecemos a Deus
por mais uma oportunidade que nos é concedida de poder encerrar mais uma festa
dos padroeiros. Sem dúvida, Tivemos um Novenário que nos proporcionou um
momento muito especial de encontro com Jesus Cristo, através de tudo que
celebramos e vivemos. Tivemos um tempo da graça de Deus na vida da nossa
Paróquia e, sem dúvida, na história do nosso Município. Não podemos dissociar o
que é São José de Mipibu de hoje, esquecendo o que foi, o que é e o que será a
Igreja Católica. Por isso, precisamos continuar a investir e confiar nos
cristãos e, conseqüentemente, nos seus cidadãos. Confio que os cristãos de São
José de Mipibu, como tantos outros do passado, precisam qualificar o que pode
ser este Município no desenrolar do tempo. Que elementos determinantes da dignidade
humana dos filhos desta terra são vistos? Que potencialidades nós temos, que
poderão fazer a diferença da história mipibuense no futuro? Quem, deveras, está
preocupado com isto? Tenho certeza que na festa dos nossos padroeiros,
refletimos sobre estas várias possibilidades. Tudo graças ao encontro das
famílias, dos jovens, das crianças, das pessoas de boa vontade que entendem o
valor da experiência da vida em comunidade. Isto mesmo! A Igreja forma as
pessoas para o verdadeiro sentido da beleza comunitária. Pois, ela tem seu
encanto porque se harmoniza pela diferença. Ela trás, pelos símbolos, mas antes
de tudo, pelo que ela é e por Quem ela é, as reais condições de fortalecimento
da vida em Sociedade. Partindo da Palavra, que é Deus, diz ao ser humano o que
ele mais precisa e anseia para sua felicidade. Por isso, a verdade, a justiça,
a paz, que só se solidificarão quando cada um tiver o que for necessário para o
seu bem estar, devem ser a anunciadas e vividas. Jesus afirmou que veio para
que todos tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10,10). Essa consciência de
que o que esperamos do futuro já devemos buscá-lo no tempo presente, não pode
ser esquecido pelas palavras e pelo testemunho cristãos. Jesus Cristo, na
perspectiva do tempo de Deus, que é eterno e, por isso, sempre atual, disse:
convertei-vos e crede no Evangelho, porque o Reino de Deus está próximo (Mc
1,15). A grande e mais excelsa missão da Igreja é traduzir no tempo o que Deus
quer para a Humanidade. Para São José de Mipibu o Plano de Salvação é o mesmo.
Precisamos nos converter a Ele e, a partir do encontro pessoal com Jesus
Cristo, tornarmo-nos Discípulos/Missionários. Eis a urgência da ação pastoral
da Igreja para os tempos atuais. Não podemos trair a Jesus Cristo! Não podemos
trair a Igreja! Não podemos trair o nosso Batismo! Não podemos trair a nossa
Filiação Divina! E isto serve para todos. Nós, ministros ordenados,
governantes, deputados, vereadores, representantes da justiça, lideranças
comunitárias, candidatos a cargos eletivos deste ano, famílias, jovens,
estudantes, universitários, profissionais liberais, agricultores, professores
e, muito especialmente, os mais pobres dos pobres, que enquanto sujeitos
tornam-se ao mesmo tempo objeto do que nós devemos dizer e fazer para o
desenvolvimento da Paróquia e do Município. Particularmente, sinto que, como
cristãos e cidadãos, devemos ser mais inquietos e abertos a novas realidades.
São José de Mipibu não será e não terá futuro se não for capaz de visualizar o
futuro. Estamos na Região Metropolitana do Estado, na Grande Natal. Com suas
perspectivas de crescimento estrutural e econômico, que devido a alguns
empreendimentos de proporção internacional, a saber: a construção do Aeroporto
Internacional de São Gonçalo e a realização da Copa do Mundo, sofrerá um rápido
desenvolvimento, que, para o qual, talvez não esteja preparado humanamente para
absolver tamanha exigência na área dos recursos humanos que são necessários.
Não só como Município, mas também como Igreja, precisamos visualizar os desafios
concomitantes a estes fenômenos. Além de um projeto de Evangelização ousado e
objetivo, teremos que aprimorar e aguçar nossa capacidade de interpretação da
realidade (hermenêutica). A V Conferência de Aparecida já deu uma luz para que
a Igreja possa adentrar na dinâmica necessária para a demanda desta Nova Evangelização.
O que temos que fazer, no momento, é termos determinação na aplicação do que já
nos foi proposto, lembrando-nos da importância do Estado de Missão Permanente,
a Formação Permanente e, por que não dizer, a Setorização Paroquial ampliada
das práticas missionárias que nos levarão ao mínimo (pequenas comunidades) e a
presença também nos meios de comunicação que nos colocarão diante de todos e
para todos. Temos o Espírito Santo de Deus, nossa Força, temos a Palavra, que é
de Deus e é Eterna, temos a “Eucarístia que, há 250 anos é fonte de
evangelização nestas terras do Mipibu”, temos um Povo querido, que tem desejo
de Cristo, que ama a Igreja e que, por isso, pode abrir o coração à missão e a
busca de melhores condições de vida e dignidade humana. Desta forma, também
faz-se necessário que os representantes públicos, do presente e do futuro,
possam apostar nas condições e possibilidades do nosso povo, “tendo um projeto,
não só político, mas mais ainda de gestão” que contemple realmente as
necessidades mais urgentes das nossas comunidades, como a educação, saúde,
segurança, saneamento básico, lazer de qualidade, que valorize a cultura e a
vida dos nossos jovens e crianças, dentre outras peculiaridades. Para que estes
bens e valores possam fazer parte da vida dos mipibuenses mais rapidamente, o
apoio simbólico da Igreja pode ser determinante. O povo mipibuense ama a Igreja
e confia na Igreja, pois tem consciência que ela sempre esteve ao lado da comunidade
e com a comunidade. Basta lermos nossa história. São 250 anos que se
entrecruzam a vida religiosa com a vida civil. Vejamos onde está e o que
representa a Igreja Matriz para o povo mipibuense (axis mundi). Nela está o
centro de Mipibu. Pois é a síntese arquitetônica da beleza inconsciente da
comunidade. Ela tem Cristo eucarístico sempre presente no sacrário. Nela a Eucarístia
é diariamente celebrada pela santificação de todos, que amam a Cristo e a
Igreja.
Querido Povo de Deus, vamos continuar, vamos
evangelizar! A especial realização da festa dos nossos padroeiros, mais uma
vez, nos diz que podemos e, mais ainda, que devemos. Não podemos pecar por
omissão e falta de fé. Quem somos nós sem Deus? O que pode ser da vida humana sem
a presença Daquele que é o princípio e o fim de tudo? O mundo moderno e os
pobres de espírito da atualidade querem o ofuscamento de Deus da vida dos
homens; porque se Deus é escondido, tudo pode ser permitido, como a injustiça,
a miséria, a fome, a corrupção e a morte de inocentes, o desrespeito aos
miseráveis e etc. Deus é amor e só quem se entregou ao maligno ofende e sabota
o que é de Deus. Quem O ama terá a vida plena e a promoverá aos outros.
Por fim, querido Pastor, D. Jaime Vieira
Rocha, nosso Arcebispo Metropolitano, o senhor acabou de receber o PÁLIO, que é
a insígnia própria dos metropolitas, ou seja, daqueles que devem ser referência
da Unidade e da Comunhão numa determinada província eclesiástica e na relação
com a pessoa do Santo Padre. Querido Pastor, os santos Padres sempre afirmaram
que onde está o Bispo,aí, está a Igreja. Nós acreditamos verdadeiramente nesta
sentença e queremos como Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim dizer que estamos
em comunhão com o Senhor e com a Igreja de Cristo. Estamos ao seu lado nas alegrias
e nas dificuldades. Formamos o nosso querido Povo para a comunhão e a verdade
de Cristo, que é a mesma da Igreja. O Senhor nos alegra com sua presença e nos
confirma na Fé. Este ano, com o Ano da Fé, celebraremos o IV Congresso
Eucarístico Paroquial, e sua presença, aqui e agora, já é um presságio do que queremos
testemunhar neste aniversário dos 250 anos da nossa Paróquia, os 50 anos do
Conc. Vat II e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica. Precisamos
fortalecer a Fé dos que nos foram confiados. Sua presença já é para nós
catequese e testemunho da presença de quem é um BOM PASTOR. Deus seja louvado!
Obrigado, D. Jaime! Obrigado, querido Povo de Deus e Viva Sant’Ana e São
Joaquim!
São José de Mipibú, 26 de julho de 2012
Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibú e Vigário
Episcopal Sul da Arquidiocese.
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Equipe Executiva do Conselho Missionário Nacional se reúne em Brasília
A sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília (DF), acolheu nos dias 30 e 31 de agosto, mais uma reunião da Equipe Executiva do Conselho Missionário Nacional (COMINA). A pauta contemplou uma avaliação das principais atividades coordenadas pelos organismos envolvidos da animação e reflexão missionária.
Ao abrir a reunião, dom Sérgio Braschi, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e do COMINA, citou o Documento de Aparecida: “A renovação das paróquias no início do terceiro milênio exige a reformulação de suas estruturas, para que seja um a rede de comunidades e grupos, capazes de se articular conseguindo que seus membros se sintam realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo em comunhão” (172). Dom Sérgio justificou a escolha dessa citação ao anunciar o tema central da próxima Assembleia Geral da CNBB em 2013: “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. Recordou ainda que o trabalho do COMINA deverá ajudar a não deixar de lado a dimensão missionária das paróquias.
O assessor do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), padre Paulo Suess fez uma reflexão sobre a relação entre o Estado secular e as religiões. “Até onde o Estado pode intervir na religião?”, indagou o teólogo citando como exemplo a recente decisão do Tribunal Regional de Colônia na Alemanha de considerar crime de lesão corporal a circuncisão de menores. Ele se referia ao caso de um garoto muçulmano de quatro anos de idade que em 2010, fora submetido à uma intervenção cirúrgico-ritual de circuncisão. Diante da complexidade do tema padre Suess questionou: “Onde se situa a circuncisão: entre o direito à integridade física da criança e o dever dos pais de introduzi-la na cultura religiosa que lhe confere identidade, pertença, passado e futuro?” Na opinião do teólogo, “tais proibições não contribuiriam para salvar direitos individuais de crianças ou adolescentes, mas seria o início do fim da identidade do respectivo povo”. Para ele, “o Estado secular não só tolera as diferentes religiões, mas as reconhece como sujeitos coletivos de direitos humanos. Ele as necessita porque o mundo religioso mantém viva a consciência daquilo, que falta ao Estado secular”, concluiu.
Avaliação do 3º Congresso Missionário Nacional
O evento realizado em Palmas (TO) no mês de julho reuniu mais de 600 pessoas e foi avaliado positivamente. Padre Fábio Gleiser, da Arquidiocese de Palmas, secretário executivo do Congresso relatou a avaliação da equipe local. “Realizar um congresso desse porte em Palmas, diante das dificuldades, já foi muito positivo. Houve um entrosamento entre as 12 equipes de trabalho e a disponibilidades das 280 famílias na hospedagem dos participantes foi louvável”, destacou padre Fábio.
A maioria dos presentes achou que os problemas pontuais foram consideradas normais para um evento de grande porte. Para o diretor Nacional das POM, padre Camilo Pauleti, “o importante foi fazer uma reflexão sobre a missão da Igreja e a necessidade de intensificar a participação do Brasil na missão universal”.
JMJ - Rio 2013
Por ocasião da JMJ-Rio 2013, as Pontifícias Obras Missionárias de vários países do mundo promoverão uma Semana Missionária em São Gonçalo (RJ), no mesmo período em que se realiza a Semana Missionária em todas as dioceses do Brasil (dias 16 a 20 de julho 2013). Segundo padre Marcelo Gualberto Monteiro, secretário da Obra da Propagação da Fé e Juventude Missionária, o objetivo é reunir jovens que virão para a JMJ e desejam refletir sobre a Missão. No dia 23 de julho acontecerá o Encontro Internacional da Juventude Missionária. Durante a JMJ as POM terão sua sede Missionária na paróquia São Domingos em Niterói (RJ) e um espaço na Expo católica do Rio.
Missão na Amazônia e Povos Indígenas
Irmã Irene Lopes dos Santos, assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB falou sobre o Encontro realizado em julho para marcar os 40 anos do Documento de Santarém (PA). Relatou ainda, aspectos da viagem que fez a Macapá e ao Oiapoque, na fronteira com a Guiana. “Passando pelas comunidades da região percebe-se a realidade triste do tráfico de meninas para fins de exploração sexual, a prostituição, o consumo elevado de bebidas alcoólicas e drogas, inclusive em comunidades indígenas”, lamentou a religiosa. “Diante desses desafios, acredito muito na Igreja missionária da Amazônia”, disse Irmã Irene.
O representante do CIMI, Cleber Buzatto, informou sobre a situação dos Povos Indígenas em diversas regiões do Brasil, de maneira particular com relação à saúde e questões fundiárias. Explicou que Advocacia Geral da União (AGU) publicou uma orientação (Portaria 203), na qual pede que os advogados da União utilizem como parâmetro as atenuantes propostas no caso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, para todas as Terras Indígenas no Brasil. “O que mais preocupa é a questão fundiária e especificamente alguns instrumentos que vem sendo usado nas diferentes instâncias do Estado (Congresso e Senado) para atacar os direitos dos povos indígenas”, afirmou Buzatto.
Solidariedade com o Haiti
A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) foi representada pela irmã Antônia Mendes. Sobre o Projeto de Solidariedade com o Haiti, realizado numa parceria entre a CRB e a CNBB, com a ajuda da Cáritas brasileira, irmã Antônia comunicou o envio de mais uma religiosa. Trata-se da irmã Goreth Ribeiro dos Santos, missionária teresiana que em breve vai reforçar a equipe de seis religiosas atuando pelo Projeto naquele país. O trabalho contempla ação evangelizadora, humana e social. Irmã Antônia comunicou também a realização do “Fórum de atuação profético-missionário”, promovido pelas CRB e marcado para os dias 06 a 09 de setembro, em Belo Horizonte (MG).
Sob a coordenação da irmã Dirce Gomes da Silva, assessora da Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e Secretária Executiva do COMINA, a Equipe tratou também de assuntos referentes à Missão Continental, cursos realizados no Centro Cultural Missionário (CCM), Seminário “Juventude e Missão”, site “Além-fronteiras” e publicação das memórias do 3º Congresso Missionário Nacional.
O COMINA é um organismo da Igreja católica no Brasil que tem como finalidade a animação, a formação, a organização e a cooperação missionária além-fronteiras das igrejas locais através de um serviço qualificado de assessoria, de coordenação e de projeto. É formado pelos bispos responsáveis e assessores da Dimensão Missionária da CNBB, pelo diretor e secretários das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e do Centro Cultural Missionário (CCM), presidente da Conferências dos Religiosos do Brasil (CRB), do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e da Pastoral dos Brasileiros no Exterior (PBE), coordenadores dos Conselhos Missionários Regionais (COMIREs) e pelos representantes de institutos, organismos e imprensa missionária.
Fonte: CNBB
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