sábado, 5 de outubro de 2013

"O espírito do mundo é a lepra e o câncer da Igreja e da sociedade", diz o Papa em Assis



Assis (RV) – A visita do Papa Francisco a Assis começou cedo, antes do horário previsto, com um encontro comovente com os doentes e as crianças com deficiência na igreja do Instituto Seráfico.

O Pontífice saudou todos os presentes, um a um, com palavras e gestos de carinho e afeto. A seguir, improvisou um discurso sobre as chagas de Jesus – chagas que precisam ser ouvidas e reconhecidas.

“Aqui, Jesus está escondido nesses jovens, nessas crianças, nessas pessoas. No altar, adoramos a Carne de Jesus. Neles, encontramos as chagas de Cristo – que precisam ser ouvidas talvez não tanto nos jornais, como notícias... Esta é uma escuta que dura um, dois, três dias. Devem ser ouvidas por aqueles que se dizem cristãos. O cristão adora e busca Jesus, e sabe reconhecer as suas chagas. A Carne de Jesus são as suas chagas nessas pessoas.”

O Instituto foi fundado em 1871 pelo frade franciscano Beato Ludovico de Casória. Hoje, é um ponto de referência nacional para a reabilitação de pessoas com graves deficiências físicas e mentais.

Da igreja do Instituto Seráfico, Francisco rezou no Santuário de S. Damião, onde foi acolhido pelo Ministro-geral da Ordem Franciscana dos Frades Menores, Fr. Michael Perry, e pela comunidade do Convento.

A sede episcopal foi a etapa sucessiva, onde se realizou uma visita histórica – a primeira de um Pontífice em 800 anos. No Bispado, se encontra a Sala da Espoliação, onde São Francisco renunciou aos bens paternos para consagrar-se a Deus. Nesta Sala, o Papa se encontrou com um grupo de pessoas assistidas pelas oito Caritas diocesanas.

E foi sobre este termo, espoliação, que Francisco deixou de lado seu discurso escrito, para falar aos pobres, entre os quais muitos estrangeiros.

“Esta é uma boa ocasião para fazer um convite à Igreja para se espoliar”, disse o Papa, recordando que todos somos Igreja, não só os sacerdotes e as freiras, e todos devemos ir pela estrada de Jesus, pela estrada de espoliação que ele mesmo percorreu. “Se quisermos ser cristãos, não há outro caminho. Sem a cruz, sem Jesus, sem espoliação, seremos cristãos de ‘confeitaria’”, ou seja, belos, mas não verdadeiros.

Francisco advertiu que a Igreja deve se espoliar hoje de um grave perigo, representado pelo mundano. “O cristão não pode conviver com o espírito do mundo, que nos leva à vaidade, à prepotência, ao orgulho. Isso é um ídolo, não é Deus. A idolatria é o pecado mais grave. É muito triste encontrar um cristão mundano, certo da segurança que o mundo lhe dá.” Deus é único, recordou o Pontífice, e o espírito do mundo não tem lugar na vida cristã.

“Muitos de vocês foram espoliados deste mundo selvagem, que não dá emprego, que não ajuda, ao qual não importa se existem crianças que morrem de fome no mundo, não importa se muitas famílias não têm o que comer, não têm a dignidade de levar o pão para casa, se tantas pessoas têm que fugir da escravidão, da fome e fugir em busca de liberdade. E quanta dor quando vemos que encontram a morte, como aconteceu ontem em Lampedusa. Hoje, é um dia de lágrimas. É o espírito do mundo que faz essas coisas”, explicou o Papa, que usou palavras fortes para quem se deixar levar por este espírito:

“É realmente ridículo que um cristão verdadeiro, que um padre, um freira, um bispo, um cardeal, um papa, queiram percorrer esta estrada do mundano, que é uma atitude homicida. O mundano mata, mata a alma, as pessoas, mata a Igreja. Hoje, aqui, peçamos a graça para todos os cristãos de que o Senhor nos dê a coragem de nos espoliar do espírito do mundo, que é a lepra e o câncer da sociedade, é o câncer da revelação de Deus. O espírito do mundo é o inimigo de Jesus.”

FONTE: Rádio Vaticano

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Passe livre é aprovado em primeira votação em Natal

Passe livre

O projeto de lei do Passe Livre (nº 98/2013), que institui a gratuidade para todos os estudantes no 
transporte de Natal, foi aprovado! O projeto é da vereadora Amanda Gurgel (PSTU), com os 
vereadores do PSOL, Marcos e Sandro. Na quarta-feira (dia 2), vencemos a primeira votação. 
No próximo dia 8, terça, às 14 horas, ele será votado em segunda discussão. 
Vamos vencer mais essa. É preciso lotar de novo a Câmara Municipal! 
 

Qual é o papel do cristão no terceiro mundo?

O Cristão no Terceiro Mundo
A expressão terceiro mundo designa o mundo ignorado, explorado e desprezado pelos que se dizem potências. É mundo visto de um ângulo capitalista como um produto a ser explorado. Essa expressão, terceiro mundo, foi usada pela primeira vez pelo demógrafo francês Alfred Sauvy (1952) num artigo intitulado: “Três mundos, um planeta”. Aqui estamos no terceiro mundo, o mundo que abrange os mais pobres. Quem são os mais pobres? Os moradores de rua, os que vivem de salário de fome, desempregados, subempregados. Todos que estão submetidos pelo modelo econômico a viverem de migalhas.
O papel do cristão nesse mundo é denunciar os responsáveis pela miséria criada no mundo com terras agricultáveis e produção de alimentos em abundância. O grande pecado social está aí, a fome e o empobrecimento são criação do modo de produção que acumula riquezas nas mãos de poucos e permite que a maioria viva sem nenhuma chance de vida digna. Podemos lembrar aqui de Dom Hélder Câmara que foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz em 1972. O que levou este homem a ser lembrado no mundo? A sua luta em defesa dos pobres, o profetismo imbuído em sua vida era o selo de Cristo, a marca indelével de todo cristão autêntico. O cristão que assume o seu profetismo não terá vida fácil. Será perseguido, caluniado por causa da Palavra de Deus. O cristão do século XXI sofre por dois motivos: o discurso e a prática. Tudo isso porque o discurso profético não agrada quem ignora a justiça, a verdade e a paz. O discurso profético não combina com o discurso da sociedade. A prática do cristão também incomoda porque ela é construída pelo discurso e vice-versa.
O cristão não se confunde com o político mas ele tem posições políticas que exige um posicionamento coerente com a verdade. O que mantém a autenticidade do cristão é o Evangelho. Por isso ele não se corrompe. O cristão não se corrompe, outra coisa sim.
(Carlos: catequista / Movimento Fé e Luz)

SER CRISTÃO NA AMÉRICA LATINA


SER CRISTÃO NA AMÉRICA LATINA

Temos um Papa da América Latina que por suas atitudes tem mostrado ao mundo a ternura de Deus. O Papa Francisco abre um sorriso no rosto dos mais pobres e oprimidos. Através do Papa Francisco Deus nos mostra que é possível sair do cativeiro e participar de um mundo novo. Jesus Cristo é o libertador, sempre libertador. Não é possível ser cristão sem ser libertador em terras de terceiro mundo. Ser cristão na perspectiva dos pobres é atualizar a vocação de Jesus Cristo. Isso exige conversão por parte de todos. Pois, uma Igreja com o rosto de Cristo é uma Igreja opção pelos pobres. Tudo isso porque Jesus fez primeiro essa santa opção pelos pobres e contra a pobreza e miséria produzida pela iniquidade do mundo.

A marginalização dos pobres é estrutural, é resultado dos esquemas sociais para manter a desigualdade e privilégios dos poderosos. Cristão indignado é coisa normal nesse mundo porque o mesmo não despreza seus irmãos, ele realiza o encontro pessoal com Cristo no mais pobre. Então, não se conforma com a exclusão de tantas famílias. A verdadeira militância cristã não dispensa os pobres porque eles necessitam de libertação. Contudo, a prática cristã denuncia as relações de opressão entre os homens. É importante salientar que o agir cristão incide nas mudanças sociais, nos modelos de sociedade que degenera o ser humano e destrói a sua dignidade, causando a transformação. O discurso do CRISTÃO vai de encontro ao projeto hegemônico e burguês. O projeto burguês de sociedade coloca o mais pobre na desgraça transforma-o em objeto e mercadoria. Contra essa mentalidade, o cristão responde com a autêntica palavra de Deus que diz: “Eu ouvi o clamor do povo e desci para libertá-lo”. Ao cristão é dado a missão de evangelizar.

Não existe o Evangelho sem a presença do pobre, sem a opção de Jesus pelos mais pobres. Jesus tinha visibilidade, principalmente, entre os mais pobres. O lugar social de Jesus era entre os pobres. Para fazer a experiência de cristão, se faz entre os mais pobres. Como diz o Papa Francisco, tem que ir para a periferia. Lá se encontram os mais necessitados, os excluídos e afastados da sociedade. É importante saber que Jesus  tinha poucos amigos ricos, eram amigos que entenderam a mensagem de Jesus. Pois, aqueles que não entendem fazem como o jovem rico que foi embora, não quis ouvir Jesus quando ele disse: “pegue seus bens venda e distribua com os pobres”.

Vivemos numa sociedade desumanizada onde o pobre é explorado. Esta sociedade é criada pela burguesia. Nela a ordem econômica e política marginaliza a maioria da população. Essa ordem econômica e política mudará quando os empobrecidos se tornarem sujeitos de sua libertação. “Os setores sociais explorados, as raças desprezadas, as culturas marginalizadas são o sujeito histórico de uma nova compreensão da fé” (G. Gutiérrez). Espera-se que um dia a mudança de mentalidade do clero e do laicato aconteça em função da ação missionária que fortaleça os setores explorados da sociedade a partir da compreensão da fé. Assim, continuamos guiados pelo Evangelho de Jesus Cristo. (Carlos: Movimento Fé e Luz)
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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

30 ANOS DA PASTORAL DA CRIANÇA

Data de publicação: 17/09/2013
Por Fernando Geronazzo


Criada em 1983, pelo empenho da médica sanitarista Zilda Arns Neumann e do então arcebispo de Londrina (PR) e hoje cardeal arcebispo emérito de Salvador (BA), dom Geraldo Majella Agnelo, na cidade de Florestópolis (PR), a Pastoral da Criança é reconhecida como uma das mais importantes organizações do mundo a trabalhar em programas voltados ao desenvolvimento integral das crianças desde o ventre materno até os seis anos de idade. Além de ampla presença no Brasil. Ao comemorar 30 anos, a Pastoral da Criança está presente em 21 países. 

O Atual coordenador nacional adjunto e coordenador internacional da Pastoral da Criança, o médico Nelson Arns Neumann, afirma que ao completar três décadas a Pastoral tem muito a comemorar. “Nosso país, de fato, mudou. A Pastoral da Criança nasceu com a motivação muito forte de combater a mortalidade infantil a desnutrição e isso de fato diminuiu muito nesse período”, afirma. 

O médico reconhece que houve uma grande mudança no jeito de o Brasil ver a saúde. “Quando a Pastoral da Criança foi criada, o acesso aos serviços de saúde era apenas para quem podia pagar, para os previdenciários do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), que tinham acesso ao serviço de saúde gratuito, e aqueles que eram atendidos pelas santas casas, os chamados ‘indigentes’. Apenas depois da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) que começa a existir a compreensão de que todos têm direito à saúde”, conta. 

Nelson Arns também ressalta que a Pastoral da Criança mostrou que a saúde depende muito da família e dos cuidados que a criança recebe em casa. “Tínhamos uma organização do serviço de saúde totalmente baseado em hospitais, ambulatórios e médicos e, de repente, vem a Pastoral da Criança e prova que a medicina comunitária e a prevenção são capazes de fazer muito e em algumas vezes até mais do que o próprio sistema de saúde. Não existe sistema de saúde que substitua o papel da mãe e os cuidados que ela dá para seus filhos”.


Receitas simples – A Pastoral da Criança se destacou no país ao popularizar fórmulas simples e eficazes de se combater a desnutrição e a mortalidade infantil. A mais famosa dela é a multimistura, servida como complemento ou suplemento alimentar, geralmente composta por farelos, sementes, pó de folhas e cascas de ovos, aproveitando os alimentos regionais disponíveis. Os agentes da pastoral ensinam as mães a preparar este complemento em sua própria casa. 

Outra medida simples e que causou um impacto positivo na saúde das crianças é o soro caseiro, eficaz no combate à diarreia. “Quando me formei em medicina, há 25 anos, das 14 vagas da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas de Curitiba (PR), 10 eram destinadas a crianças com desidratação. Hoje não há mais esses casos, porque a mãe aprendeu a lidar com esse problema por meio do soro”, conta Nelson. 

Outra campanha simples foi a do “Dormir de barriga para cima é mais seguro”, que orientava as mães quanto à posição mais indicada para as crianças dormirem. “Uma atitude simples como esta pode evitar até três mil mortes por ano no Brasil. Mas ainda de cada cinco mães, quatro colocam na posição errada”, alerta Nelson Arns.

A longo prazo – A metodologia utilizada pela Pastoral da Criança para resolver problemas imediatos como a desnutrição e mortalidade infantil também servem para conduzir a saúde durante toda a vida de uma pessoa, para que tenha não só uma primeira infância, mas também uma velhice saudável. Por isso, os agentes da pastoral ajudam as mães a prestarem a atenção no que eles chamam de primeiros mil dias da criança, da concepção até completar 2 anos de idade. 

“Neste período, a maneira que a criança se desenvolve na barriga da mãe e nos dois primeiros anos vão determinar se essa criança vai ser um idoso frágil ou não. Porque hipertensão, diabetes, obesidade, osteoporose, problemas cardíacos e renais já estão presentes na maneira como a criança cresceu no útero e na forma que ela foi alimentada nos primeiros dois anos de vida a ponto de prever que uma criança que nasce com baixo peso vai ser um adulto que terá o dobro de chances de usar remédios para controlar a pressão arterial”, salienta o coordenador nacional.

Fonte: Revista Família Cristã

Evangelho 03/10/2013 - Bvs. André de Soveral, Ambrósio e Companheiros Mártires


Evangelho (Lc 10,1-12)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.
2E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa.
8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’.
10Mas, quando entrardes nu­ma cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: 11‘Até a poeira de vossa cidade que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ 12Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.