sábado, 17 de novembro de 2012

Publicações/Vaticano: Novo livro do Papa vai ajudar a «repensar» o Natal, diz cardeal Gianfranco Ravasi

Presidente do Conselho Pontifício da Cultura é um dos responsáveis pela apresentação mundial da obra

Braga, 17 nov 2012 (Ecclesia) – O livro final da trilogia de Bento XVI sobre “Jesus de Nazaré” vai ajudar a “repensar o mistério do Natal”, disse hoje em Braga o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé).
“Este livro terá um relevo particular para os crentes, por causa do tema da encarnação, sobretudo nas proximidades do Natal, mas também tem um valor para todos, porque aborda o tema das crianças, da maternidade, da paternidade, do massacre dos inocentes, da fuga do Egito”, disse à ECCLESIA.
Segundo este responsável, os episódios abordados pelo Papa enfrentam “temas dramáticos”, que não interessam “apenas aos crentes”.
O cardeal Ravasi e a teóloga brasileira María Clara Bingemer vão apresentar na terça-feira o novo livro de Bento XVI, que aborda a infância de Jesus, editado pelo Vaticano e a Rizzoli, com edição portuguesa a cargo da Principia, chegando às livrarias na quarta-feira.
Na publicação, o Papa defende que a figura de Cristo se distingue das personagens da mitologia e apela à “seriedade” da pesquisa histórica.
“Jesus não nasceu nem apareceu publicamente no vago ‘outrora’ do mito. Ele pertence a um tempo datável exatamente e a um ambiente geográfico indicado com clareza”, escreve Bento XVI.
O livro vai abordar os chamados “evangelhos de infância”, sobre os primeiros anos de vida de Cristo, e é apresentado pelo próprio Papa como uma introdução aos dois livros precedentes sobre a figura e a mensagem de Cristo.
O cardeal Ravasi, um especialista no estudo da Bíblia, destaca que os evangelhos têm de ser lidos a partir da história e da literatura, mas também com um “olhar teológico” que remete para a “dimensão transcendente”.
O primeiro volume de ‘Jesus de Nazaré’ tinha sido publicado em 2007 e era dedicado ao começo da vida pública de Cristo (desde o batismo à transfiguração).
A segunda parte da obra foi apresentada em março de 2011, passando em revista os momentos que precederam a morte de Jesus e a sua ressurreição.
Toda a obra começou a ser escrita no verão de 2003, antes da eleição de Joseph Ratzinger como Papa.
“Espero que o pequeno livro, não obstante os seus limites, possa ajudar muitas pessoas no seu caminho rumo a e com Jesus”, sublinha agora Bento XVI.
A Principia Editora, como já tinha acontecido aquando do segundo volume, foi selecionada no âmbito de uma consulta internacional lançada pela editorial italiana Rizzoli, detentora dos direitos mundiais da obra e responsável pelas negociações para a cedência dos direitos de publicação para cada idioma.
A divulgação e a apresentação da obra em Portugal têm o apoio da Agência ECCLESIA.
PTE/OC

Defenda a vida


REFLEXÃO


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33º Domingo do Tempo Comum



Introdução
               A temática central deste 33º domingo do Tempo Comum é a“consumação da história, coma parusia do Senhor”. “Parusia”, quer dizer “no último dia” (Jo 6,39-40. 44.54; 11,24); “no fim do mundo” (LG 48). Também a terminologia “escatologia”, carrega cosigo o mesmo sentido, ou seja, “para entrar na casa de Deus, é preciso atravessar o limiar, símbolo da passagem do mundo ferido pelo pecado para o mundo da vida nova ao qual todos os homens são chamados. Finalmente, a Igreja tem um significado escatológico” (CIC, n. 1186).
            A (I leitura) ao tratar da consumação, preanuncia a ressurreição, no final dos tempos, daqueles considerados os justos; eles receberão a vida eterna.
            Também e, sobretudo, o (evangelho), nos estimula a descobrir os sinais de um mundo novo que está nascendo das cinzas do reino do mal.
            E a (II leitura), o que tem a nos dizer? O sacerdócio de Cristo garante para o homem desesperado: Cristo foi ontem, é hoje e será amanhã, a esperança, porque Ele derrotou e derrotará sempre o pecado, fazendo reinar a vida.
I leitura (Dn 12,1-3)
O texto (12,1-3) faz parte do livro de Daniel e é conhecido como um texto “apocalíptico”. Apocalipse, o que significa? Alguns pensam que esta palavra significa “confusão”, “mistério estranho”. Nada disso.
Apocalíptico é uma forma literária na qual os ensinamentos são transmitidos através de imagens, aparentemente misteriosas, mas explicáveis.
A I leitura e o evangelho deste domingo utilizam a linguagem apocalíptica, porque falam do “sol que escurece”, das “estrelas que caem”, dos “anjos que convocam os eleitos dos quatro cantos do mundo”, do “filho do homem que vem dobre as nuvens do céu”, do “arcanjo Miguel, do tempo da grande aflição”, da “ressurreição dos mortos”. 
É válido salientar que esse livro surgiu no tempo de muitas dificuldades para o povo de Deus (II século a.C). O autor procura mostrar, portanto, o conflito entre o povo de Deus e os dominadores para daí tirar lições de vida.
Quanto ao objetivo do livro e desse modo de escrever é animar o povo para a resistência diante dos opressores, sobretudo da dominação selêucida, com Antíoco IV Epífanes [morto no ano 164 a.C.] (cf. Pe. Bertolini, Roteiros Homiléticos, p. 483). O povo não está sozinho, mas pode contar com Deus, o seu Eterno parceiro.
A lição que poderá ser tirada é esta aqui: se a luta é sincera, isto é, é em prol da vida e tem Deus como parceiro, ela não será improfícua. Ou seja, nenhum sofrimento, nenhuma lágrima se perderá. A nossa fidelidade acelerará o alvorecer do mundo novo.
Evangelho (Mc 13,24-32)
            Vejamos bem, o cap. 13 do evangelho de Marcos é considerado “apocalipse de Marcos”. Duas situações são tratadas pelo autor: a destruição do templo de Jerusalém, no ano 70 da nossa história (13,1-8) e o futuro da comunidade cristã dentro da história (13,9-37).
            O interesse catequético que está por trás das letras é o “final dos tempos”. Ou seja, a catequese feita  é sobre “o rumo da história e sobre a vinda do Filho do Homem”.
            A situação em que se encontra a comunidade é de perseguição, opressão, tortura e condenação à morte. Entre eles há também discórdias e divisões. Para esses cristãos, abalados pela tentação do mal, sentem-se abalados, Marcos recorda as palavras de Jesus: o Filho do homem não permitirá que eles sejam dispersos.
            Para esses cristãos, deprimidos pela tentação do desânimo, Marcos recorda as palavras de Jesus: o Filho do Homem não permitirá que eles sejam dispersos. Reuni-los-á, não para a prestação de contas, para o julgamento, mas para a salvação.
a)     “A vinda do Filho do Homem é julgamento e salvação”
Há sempre interrogações por parte dos discípulos e da comunidade a respeito de sinais sobre a vinda do Filho do Homem. O Mestre garante que a comunidade sobreviverá à destruição de Jerusalém e do Templo. A tribulação é sempre sinal de que a vinda do Filho do Homem está próxima.
A vinda do Filho do Homem é descrita no v. 26 como próprio poder de Deus que age na história.
b. O que fazer até a vinda do Filho do Homem? (vv. 28-32)
Catequeticamente falando, a metáfora da figueira mostra, por um lado, que o Reino de Deus já está presente na vida da comunidade. Mas ainda é necessário prestar atenção nos sinais e nos acontecimentos da história.
A lição a ser tomada: A esperança que nasce desse texto é que Deus salvará seus eleitos e julgará os que combateram o projeto divino de liberdade e vida. Daí nasce a urgência do compromisso que passa pelo discernimento, em vista da construção do mundo novo.
II leitura (Hb 10,11-14)
            Um detalhe: Israel herdou muito das práticas tradicionais antepassadas. No tempo dos sacerdotes ofereciam continuamente sacrifícios a Deus para destruir os pecados do povo.
            Alcançavam eles o seu objetivo? Claro que não! Como é que o sangue de animais poderia purificar o coração de pessoas?
            Só o sacrifício de Cristo tem o poder de comunicar essa purificação. Oferecido uma vez para sempre, ele libertou de fato os homens e mulheres dos seus pecados.
            Dito isto, a pergunta: Quais os inimigos de Cristo a comunidade cristã deverá submeter-lhe debaixo de seus pés? Como cristãos, qual tem sido a nossa reação enquanto aguardamos a vinda do Filho do Homem?
Pe. Francisco de Assis Inácio
Pároco da Imaculada Conceição – Nova Cruz-RN
Fonte: Pascom Nova Cruz

"Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei!" (Salmos 111, 1)
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Simpósio da Penitenciaria Apostólica: A Penitência entre Gregório VII e Bonifácio VIII

Cidade do Vaticano (RV) - Teve início nesta sexta-feira, em Roma, no Palácio da Chancelaria, o simpósio promovido pela Penitenciaria Apostólica sobre o tema "A Penitência entre Gregório VII e Bonifácio VIII".

Participam do evento os estudantes das universidades pontifícias e estatais da capital, apaixonados por história da Igreja, direito canônico, liturgia e pastoral, autoridades eclesiásticas e civis. Os trabalhos foram abertos pelo Cardeal Manuel Monteiro de Castro, que preside à Penitenciaria Apostólica.

"É um período histórico de grande importância política, mas também de forte conotação religiosa porque amadurecia cada vez mais no coração dos pontífices, a consciência de que fosse necessária uma nova cristianização do mundo. Um projeto que exigia necessariamente uma vasta obra de reforma e que dava ao clero um papel de liderança na sociedade" – explicou o purpurado o valor do tema.

Segundo o Cardeal Castro, "o simpósio deste ano se insere no contexto muito particular do Ano da Fé e se realiza logo após o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã".

"Nesta ocasião, foi reiterado por alguns Padres sinodais que a nova evangelização também passa pelo confessionário. O Sacramento da Penitência é um instrumento eficaz, que regenera o ser humano a partir de dentro, porque o ajuda a descobrir a verdade sobre si mesmo, ou seja, de ser filho predileto do Pai, rico em misericórdia e sempre disposto a lhe dar incondicionalmente o seu perdão e paz" – concluiu o purpurado. (MJ)
Mensagem do Papa ao "Átrio dos Gentios", nestes dias, em Portugal - Guimarães e Braga


Este o texto da mensagem do Papa, lida sexta-feira ao fim da tarde, em Guimarães:

"Queridos amigos,

Com viva gratidão e afecto, saúdo todos os congregados no «Átrio dos Gentios», que se inaugura em Portugal nos dias 16 e 17 de Novembro de 2012, reunindo crentes e não-crentes ao redor da aspiração comum de afirmar o valor da vida humana sobre a maré crescente da cultura da morte.
Na realidade, a consciência da sacralidade da vida que nos foi confiada, não como algo de que se possa dispor livremente, mas como dom a guardar fielmente, pertence à herança moral da humanidade. «Mesmo entre dificuldades e incertezas, cada homem sinceramente aberto à verdade e ao bem, com a luz da razão e não sem o secreto influxo da graça, pode chegar a reconhecer na lei natural inscrita no coração (cf. Rm 2, 14-15) o valor sagrado da vida humana desde o primeiro momento do seu início até ao seu termo» (Enc. Evangelium vitæ, 2). Não somos produto casual da evolução, mas cada um de nós é fruto de um pensamento de Deus: somos amados por Ele.
Mas, se a razão pode alcançar tal valor da vida, porquê chamar em causa Deus? Respondo citando uma experiência humana. A morte da pessoa amada é, para quem a ama, o acontecimento mais absurdo que se possa imaginar: aquela é incondicionalmente digna de viver, é bom e belo que exista (o ser, o bem e o belo, como diria um metafísico, equivalem-se transcendentalmente). Entretanto, a mesma morte da mesma pessoa aparece, aos olhos de quem não ama, como um acontecimento natural, lógico (não absurdo). Quem tem razão? Aquele que ama («a morte desta pessoa é absurda») ou o que não ama («a morte desta pessoa é lógica»)?
A primeira posição só é defensível, se cada pessoa for amada por um Poder infinito; e aqui está o motivo por que foi preciso apelar a Deus. De facto, quem ama não quer que a pessoa amada morra; e, se pudesse, impedi-lo-ia sempre. Se pudesse… O amor finito é impotente; o Amor infinito é omnipotente. Ora, esta é a certeza que a Igreja anuncia: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna» (Jo 3, 16). Sim! Deus ama cada pessoa e, por isso, é incondicionalmente digna de viver. «O sangue de Cristo ao mesmo tempo que revela a grandeza do amor do Pai, manifesta como o homem é precioso aos olhos de Deus e como seja inestimável o valor da sua vida» (Enc. Evangelium vitæ, 25).
Na modernidade, porém, o homem quis subtrair-se ao olhar criador e redentor do Pai (cf. Gn 4, 14), fundando-se sobre si mesmo e não sobre o Poder divino. Quase como sucede nos edifícios de cimento armado sem janelas, onde é o homem que provê ao clima e à luz; e, no entanto, mesmo em tal mundo auto-construído, vai-se beber aos «recursos» de Deus, que são transformados em produtos nossos. Que dizer então? É preciso tornar a abrir as janelas, olhar de novo a vastidão do mundo, o céu e a terra e aprender a usar tudo isto de modo justo. De facto, o valor da vida só se torna evidente, se Deus existe. Por isso, seria bom se os não-crentes quisessem viver «como se Deus existisse». Ainda que não tenham a força para acreditar, deviam viver na base desta hipótese; caso contrário, o mundo não funciona. Há tantos problemas que devem ser resolvidos, mas nunca o serão de todo, se Deus não for colocado no centro, se Deus não se tornar de novo visível no mundo e determinante na nossa vida. Aquele que se abre a Deus não se alheia do mundo e dos homens, mas encontra irmãos: em Deus caem os nossos muros de separação, somos todos irmãos, fazemos parte uns dos outros.
Meus amigos, gostava de concluir com estas palavras do Concílio Vaticano II aos homens de pensamento e de ciência: «Felizes os que, possuindo a verdade, a procuram ainda a fim de a renovar, de a aprofundar, de a dar aos outros» (Mensagem, 8 de Dezembro de 1965). Tal é o espírito e a razão de ser do «Átrio dos Gentios». A vós comprometidos de várias maneiras neste significativo empreendimento, manifesto o meu apoio e dirijo o meu mais sentido encorajamento. O meu afecto e a minha bênção vos acompanham hoje e no futuro."

Vaticano, 13 de Novembro de 2012. (FONTE: RV)