sábado, 3 de novembro de 2012


Frei Betto: a morte anunciada dos Guarani-Kaiowá

03/11/2012
Frei Betto sempre esteve ao lado dos oprimidos e dos ameaçados de extinção como os indígenas. Aqui apresenta claramente o conflito que envolve os Guarani-Kaiowá, estes ameaçando suicídio coletivo caso suas demandas por terra não forem atendidas. São duas visões de mundo que se confrontam: aquela dos ruralistas que representam a perspectiva da terra como meio de produção numa lógica utilitarista e mercantil; a dos povos originários que veem a terra como prolongamento do corpo, como viva e “mãe do índio” como costumam dizer. Precisamos aprender desses representantes originários como entreter uma relação diferente para com a Terra, entendida como Gaia, Pacha Mama e Grande Mãe que nos dá gratuitamente tudo o que precisamos. Mãe não pode ser comprada, vendida ou tratada de qualquer jeito. Mãe é para ser venerada, respeitada e amada. Assim deve ser  com a Magna Mater, a boa e generosa Mãe Terra. LBoff
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A Justiça revogou a ordem de retirada de 170 índios Guarani-Kaiowá das terras em que habitam no Mato Grosso do Sul. Em carta à opinião pública, eles apelaram: “Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos, mesmo, em pouco tempo”.
         A  morte precoce, induzida – o que nós, caras-pálidas, chamamos de suicídio – é  recurso frequente adotado pelos Guarani-Kaiowá para resistirem frente às  ameaças que sofrem. Preferem morrer que se degradar. Nos últimos vinte anos,  quase mil indígenas, a maioria jovens, puseram fim às suas vidas, em protesto  às pressões de empresas e fazendeiros que cobiçam suas  terras.
        A  carta dos Guarani-Kaiowá foi divulgada após a Justiça Federal determinar a  retirada de 30 famílias indígenas da aldeia Passo Piraju, em Mato Grosso do  Sul. A área é disputada por índios e fazendeiros. Em 2002, acordo mediado pelo  Ministério Público Federal, em Dourados, destinou aos índios 40 hectares  ocupados por uma fazenda. O suposto proprietário recorreu à  Justiça.
         Segundo o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), vinculado à CNBB, há que  saber interpretar a palavra dos índios: “Eles falam em morte coletiva (o que é  diferente de suicídio coletivo) no contexto da luta pela terra, ou seja, se a  Justiça e os pistoleiros contratados pelos fazendeiros insistirem em tirá-los  de suas terras tradicionais, estão dispostos a morrerem todos nela, sem jamais  abandoná-las”, diz a nota.
        Dados  do CIMI indicam que, entre 2003 e 2011, foram assassinados, no Brasil, 503  índios. Mais da metade – 279 – pertence à etnia Guarani-Kaiowá. Em protesto, a  19 de outubro, em Brasília, 5 mil cruzes foram fincadas no gramado da  Esplanada dos Ministérios, simbolizando os índios mortos e  ameaçados.
      São  comprovados os assassinatos de membros dessa etnia por pistoleiros a serviço  de fazendeiros da região. Junto ao rio Hovy, dois índios foram mortos  recentemente por espancamentos e torturas.
        A  Constituição abriga o princípio da diversidade e da alteridade, e consagra o  direito congênito dos índios às terras habitadas tradicionalmente por eles.  Essas terras deveriam ter sido demarcadas até 1993. Mas, infelizmente, a  Justiça brasileira é extremamente morosa quando se trata dos direitos dos  pobres e excluídos.
        Um quarto de século após a aprovação da carta  constitucional, em 1988, as terras dos Guarani-Kaiowá ainda não foram  demarcadas, o que favorece a invasão de grileiros, posseiros e agentes do  agronegócio.
       Participei, no governo Lula, de  toda a polêmica em torno da demarcação da Raposa Serra do Sol. Graças à  decisão presidencial e à sentença do Supremo Tribunal Federal, os fazendeiros  invasores foram retirados daquela reserva indígena.
       No caso dos Guarani-Kaiowá não se vê, por enquanto, a  mesma firmeza do poder público. Até a Advocacia Geral da União, responsável  pela salvaguarda dos povos indígenas – pois eles são tutelados pela União –  chegou a editar portaria que, na prática, reduz a efetivação de vários  direitos.
       O argumento dos inimigos de nossos povos  originários é que suas terras poderiam ser economicamente produtivas. Atrás  desse argumento perdura a ideia de que índios são pessoas inúteis,  descartáveis, e que o interesse do lucro do agronegócio deve estar acima da  sobrevivência e da cultura desses nossos ancestrais.
      Os índios não são estrangeiros nas terras do  Brasil. Ao chegarem aqui os colonizadores portugueses – equivocamente  qualificados nos livros de história de “descobridores” – se depararam com mais  de 5 milhões de indígenas, que dominavam centenas de idiomas distintos. A  maioria foi vítima de um genocídio implacável, restando hoje, apenas, 817 mil  indígenas, dos quais 480 mil aldeados, divididos entre 227 povos que dominam  180 idiomas diferentes e ocupam 13% do território brasileiro.  
        Não adianta o governo brasileiro assinar  documentos em prol dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável se  isso não se traduzir em gestos concretos para a preservação dos direitos dos  povos indígenas e de nosso meio ambiente.
        Bem fez a presidenta Dilma ao efetuar cortes no  projeto do novo Código Florestal aprovado pelo Congresso. Entre o agrado a  políticos e os interesses da nação e a preservação ambiental, a presidente não  relutou em descartar privilégios e abraçar direitos coletivos.  
       Resta agora demonstrar a mesma firmeza na  defesa dos direitos desses povos que constituem a nossa raiz e que marcam  predominantemente o DNA do brasileiro, conforme comprovou o Projeto Genoma  Humano.
Frei Betto é escritor, autor da novela indigenista  “Uala, o amor” (FTD), entre outros livros.
‎"Tudo dispuseste com medida, número e peso.
Teu grande poder está sempre ao Teu serviço,
e quem pode resistir à força de Teu braço?
O mundo inteiro, diante de Ti,
é como um grão de areia na balança,
uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra.
Entretanto, de todos tens compaixão,
porque tudo podes.
Fechas os olhos aos pecados dos homens,
para que se arrependam.
Sim, amas tudo o que existe,
e não desprezas nada do que fizeste;
porque, se odiasses alguma coisa,
não a terias criado.
Da mesma forma,
como poderia alguma coisa existir,
se não a tivesses querido?
Ou como poderia ser mantida,
se por ti não fosse chamada?
A todos, porém, Tu tratas com bondade,
porque tudo é Teu, Senhor, amigo da vida" (Sb 11,20-26).

Cultura da violência


Escola é o quarto lugar onde há mais atos violentos contra crianças e adolescentes


Deborah Ouchana

Uma cultura da violência que permeia os ambientes públicos e privados das relações sociais pode explicar por que atos de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão contra crianças e adolescentes continuam frequentes, mesmo após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990. Em todas as faixas etárias, as ocorrências são mais preponderantes nas residências das vítimas, mas também ocorrem onde as crianças deveriam estar protegidas: na escola.
Segundo dados do Mapa da Violência 2012: Crianças e Adolescentes do Brasil, elaborado por Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais no Brasil (FLACSO Brasil), a escola é o quarto local onde há mais ocorrências de violência contra crianças e adolescentes entre zero e 19 anos. Na faixa etária dos 10 aos 14 anos o número de ocorrências no ambiente escolar aumenta, representando 7,8% dos atendimentos, enquanto a partir dos dez anos as agressões em casa diminuem. O levantamento foi realizado junto aos atendimentos por violência no Sistema Único de Saúde (SUS).

"Existe uma espécie de cultura da violência que impera em diversos âmbitos de nossas vidas, como em casa, na escola, nas ruas", argumenta Jacobo. O sociólogo considera que a escola deve criar mecanismos de mediação de conflito com o objetivo de estimular a tolerância e o convívio com as diferenças. A medida é urgente se for considerado que o maior número de agressões acontece entre os próprios colegas de escola.
Dos 5 aos 9 anos as ocorrências de violência na escola por amigos ou conhecidos representam 49,7% dos casos. Dos 10 aos 14 anos, 60,16%, e dos 15 aos 19, 52%. Na categoria "desconhecidos", esse número cai para 8,5% dos 5 aos 9 anos, 7,1% dos 10 aos 14 e 16,6% dos 15 aos 19. Em último lugar verifica-se a violência por parte de pessoas da própria instituição com 7,9% na faixa dos 5 aos 9 anos, 5,8% dos 10 aos 14 e 5,5% dos 15 aos 19 anos.
De acordo com a pesquisa, em todas as faixas etárias a violência acontece de forma preponderante na residência das vítimas, totalizando 63,1% dos casos. Em segundo lugar aparecem as vias públicas, em terceiro outros ambientes e, por fim, em quinto, estão os bares.
Para chegar a esses números foram utilizados os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Em 2009, a notificação "violência doméstica, sexual e/ou outras violências" foi implantada no Sinan e deve ser realizada pelo gestor 1de saúde do SUS, por meio de uma ficha de notificação específica, diante de qualquer suspeita de ocorrência de violência. Essas informações, no entanto, são apenas uma parte do que realmente acontece. Paralelamente aos atendimentos declarados como decorrentes da violência, existe um enorme número de vítimas que não revelam o motivo de ir parar nos hospitais e, por isso, nunca chegam aos olhos públicos.(Fonte: Revista Educação)
BOLSA FAMÍLIA
Oportunidade ou paternalismo?

O Bolsa Família foi criado pelo governo Lula em 2003 com o objetivo de facilitar a transferência de renda no Brasil para a classe mais pobre. Fazem parte do programa as famílias com renda per capita até R$ 140, e os valores dos benefícios pagos variam entre R$ 22 e R$ 200 por família. Em contrapartida, os núcleos familiares beneficiados devem manter os filhos e dependentes na escola e vacinados, além de participar de programas de educação alimentar.
Um dos principais jornais econômicos do mundo, o britânico The Economist aponta o Bolsa Família como um dos principais programas de combate à pobreza do mundo, opinião compartilhada pelo francês Le Monde. Segundo levantamento do Governo Federal, cerca de 11 milhões de pessoas são beneficiadas pelo programa, tendo direito a permanecer nele por, pelo menos, dois anos.
Após dois anos recebendo os benefícios, se a família alcançou renda acima dos critérios utilizados pelo programa e já adquiriu condições para se sustentar, o Bolsa Família é encerrado para poder atender a outros núcleos. Caso uma família não cumpra as condições impostas pelo governo para participar do programa, ela pode sofrer punições gradativas, que vão desde uma notificação até a suspensão dos benefícios.
Prós e contras
Ainda que o Bolsa Família venha sendo elogiado por organismos no mundo todo, o programa é alvo de críticas principalmente entre os opositores do governo federal. Muitos consideram o programa eleitoreiro e reclamam de ele apenas transferir dinheiro, sem dar uma base às famílias para que possam se sustentar através de uma atividade econômica produtiva. Pior, os críticos acreditam que programas do gênero "viciam" e acomodam os beneficiários.
Responsável pela continuidade do programa, a presidente Dilma Rousseff defende a necessidade de se criar uma porta de saída para as famílias hoje beneficiadas pelo Bolsa Família. Diante da falta de oferta e da necessidade de mão de obra especializada no Brasil, Dilma quer oferecer ensino profissionalizante para as famílias mais pobres e empregar parte desses novos profissionais nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Essa pode ser uma boa saída para o Governo Federal, caso os beneficiários do Bolsa Família aceitem participar dos cursos profissionalizantes. Até lá, o que se tem de concreto é que, segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Bolsa Família vem tendo um resultado positivo na redução da desigualdade de renda no Brasil.
Mas, como a própria presidente da República já percebeu, isso não basta. É necessário que o programa dê subsídios às famílias para que possam garantir o seu sustento.

O Bolsa Família deve ser apenas um paliativo para solucionar um problema temporário e não um "remédio" que "dopa" seus usuários e os deixa dependentes do assistencialismo governamental.(Fonte:OI Educa)

1/11/1512 - As pinturas de Michelangelo na Capela Sistina são exibidas pela primeira vez
 
    A Capela Sistina fica no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa, na Cidade do Vaticano e foi inaugurada pelo Papa Sisto IV, em 15 de agosto de 1483. Em 1508, o papa Julio II encomendou a pintura do teto e da parede ao fundo do altar da capela a Michelangelo.

O artista iniciou seu trabalho em 1508 e terminou quatro anos depois. As imagens foram inspiradas no Antigo Testamento e a pintura apresenta cenas como a criação de Adão, a expulsão do paraíso, a embriaguez de Noé e o dilúvio.(Fonte: Oi Educa)
   
 

FORMAÇÃO NO SETOR I

Há pouco tempo encerramos a nossa formação no Setor I aqui na capela São Francisco. Estudamos o sétimo capítulo do Lumen Gentium: "Índole escatológica da Igreja peregrina e sua união com a Igreja celeste". Foi uma reunião bem participativa com os missionários que se preparam para no dia seguinte saírem em missão nas ruas localizadas no setor. Participaram do encontro: Irmã Lourdes, Irmã Raquel, Carlos, Benedita, Maria Emília, Suzana, Maria do Terço, Maria Gonçalves, Josileide e Dona Plácida.
Amanhã, a partir das 09 horas visitaremos algumas famílias que fazem parte do nosso setor. Que Nosso Senhor Jesus Cristo nos fortaleça na missão. (Carlos: Setor I)

sábado, 3 de novembro de 2012

31º Domingo do Tempo Comum (Todos os santos e santas)


         INICIAÇÃO
                Há uma perfeita coesão entre as três leituras deste 31º domingo do Tempo Comum, no qual a Igreja celebra a Festa de todos os santos e santas. A (primeira leitura) nos propõe elevar os olhos para a condição santa à qual o Pai nos destinou. Tal atitude, só será possível, se os fiéis souberem manter-se na fidelidade à sua vocação batismal, em meios às tribulações.
É percebível a presença pertinente de um fato: Deus, o Santo dos santos, quer promover-nos em santidade, imagens suas (2ª leitura). O Concílio Ecumênico Vaticano II nos lembra que todo cristão é chamado a ser santo. Jesus aponta as bem-aventuranças como o caminho alternativo para quem quer ser feliz e, consequentemente, o da santidade (Evangelho).
   
   ·       PRIMEIRA LEITURA (Ap 7,2-4.9-14)
O que é ser santo?
                Quando o assunto é santo, logo de cara, parece ser algo ligado a perfeição. Se for assim, quem então poderá ser santo? Só Deus, então? Realmente só ele está completamente acima do mundo perecível e efêmero no qual se vive.
                Uma ideia que é bastante conciliável entre muitos é que a santidade não é uma condição superior que possamos alcançar apenas com os nossos esforços ascéticos (disciplinas+exercícios espirituais), não é fruto só do nosso heroísmo, mas é, sobretudo puro dom de Deus. Ou seja, só ele pode tornar-nos santos.
                Os santos são ainda hoje considerados intermediários entre os fiéis e Deus. Por isso, são considerados como advogados, padrinhos, irmãos, que, juntamente conosco, dirigem-se sempre ao mesmo Pai.
                Alguns detalhes: Na primeira cena, a leitura apresenta os fiéis em meio a grandes tribulações. Deus, contudo, sem livrá-los das dificuldades, intervém, em seu favor. Trata-se ainda do selo, que, aliás, quer significar o batismo, a marca que o cristão recebe.
                Em seguida, o texto evidencia a visão dos eleitos no céu, aqueles que foram marcados com o selo. Eles são incontáveis (12x12x1000= 144.000, v. 4), e provém de todas as partes do mundo. Portam vestes brancas, a vida nova na qual se plenificaram na glória celeste. A veste branca é o símbolo da alegria e da inocência, as palmas são o sinal da vitória.
                Quem são os que estão de pé diante do trono do cordeiro? São as comunidades dos santos do céu. São os que neste mundo suportaram tribulações e perseguições e doaram sua vida pelos irmãos como fez o Cordeiro, que doou a sua vida (Jesus Cristo).
                Participam da liturgia celeste. O hino que cantam proclamam Deus e o Cordeiro como autor de salvação.
                Esta página foi escrita para estimular os cristãos perseguidos a perseverarem com paciência: está se realizando neles o que aconteceu com Jesus, o Cordeiro. Se o seguirmos como se segue um pastor, faremos parte do seu triunfo.
·      SEGUNDA LEITURA (1 Jo 3,1-3)
O primeiro versículo da leitura diz, acima de tudo, que a vida divina é um dom gratuito do Pai. Ainda que não possa ser verificada com os sentidos, sua presença não passa despercebida porque produz sinais inequívocos que todos entendem constatar.
A segunda parte da leitura recorda uma verdade muito consoladora: o Pai não aguarda o dia da nossa morte para dar-nos essa vida divina, ele no-la dá já hoje. Contudo, isso acontecerá quando “ele se manifestar e nós seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal qual ele é”.
Em fim, atenção: Diante de Cristo nossos olhos abrir-se-ão, e então compreenderemos o que Deus fez em nós.
·      EVANGELHO (Mt 5,1-12ª)
Quem nunca sentiu necessidade de encontrar Deus, seus pensamentos, seus planos? Mas como encontrá-Lo? Como agendar tal encontro? As experiências espirituais e religiosas mais antigas, tais como a de Moisés e Elias, por exemplo, as tiveram “no alto da montanha”.
No texto de hoje, dois detalhes aparecem com bastante significância: 1º) O lugar: O evangelista Mateus, ao tratar das bem-aventuranças, ele as coloca a partir duma montanha. 2º detalhe) os destinatários: as multidões vindas de tantos lugares (Síria), (Galiléia), (Decápole), (Jerusalém), (Judéia), (e o outro lado do Jordão).
Vendo as multidões, Jesus sobe a montanha que, simbolicamente, é o lugar de Deus e do encontro com ele. Na concepção do Mestre, não há fronteiras e muito menos discriminação. Ele promulga a nova constituição do povo de Deus, promovendo assim os marginalizados.
Jesus indica aos seus discípulos que, para segui-lo fielmente, terão que assumir um projeto de vida, e esse, só será possível a partir da proposta das bem-aventuranças. Tudo leva a crer numa nova perspectiva de vida, baseada na instalação do Reino de Deus, que já se inicia na alegria e no perdão. Claro que, a condição para se levar a cabo tal alternativa, terá que se concretizar no coração das pessoas, algumas condições, tais como: “os pobres em espírito” (1ª), “os que choram [os aflitos]” (2ª), “os mansos” (3ª), “os que têm fome e sede de justiça” (4ª), os misericordiosos” (5ª), “ os puros de coração”(6ª), “os pacíficos” (7ª), “os perseguidos por causa da justiça” (8ª).
As bem-aventuranças são propostas de felicidade. Jesus simplesmente constata a situação do povo que o segue (pobres, afligidos, despossuídos). Deus se solidariza com todos, confiando-lhes a ação do Reino de amor, justiça e paz.
Sobre quais valores firmar-nos enquanto estamos à espera de encontrar Cristo, de “vê-Lo tal qual é”? A proposta do evangelho é clara, nos indica as Bem-aventuranças. Cristo nos sugere que nos entreguemos de “corpo e alma” para podermos construir a “fraternidade perfeita”.
Pe. Francisco de Assis Inácio
- Pároco da Imaculada Conceição de Nova Cruz – RN -
( Pascom: Nova Cruz)