sábado, 22 de setembro de 2012


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Jovens levam o Evangelho a comunidades ribeirinhas do Pará



Uma hora. É o tempo que separa a cidade de Belém do distrito de Icoaraci, no Pará. Mas pegar a estrada de asfalto é só uma parte do caminho, que começou às 5h, quando os primeiros saíram de casa com destino ao Porto do Distrito. Apesar da hora ingrata para a maioria dos jovens, sorrisos e cumprimentos marcam a saída em uma pequena embarcação com destino a Ilha de Urubuoca. É hora da “estrada” de água.
Rio abaixo e aí foram eles, para seguir a tarefa que cumprem rigorosamente: a evangelização nas ilhas no entorno da cidade de Belém. O projeto é desenvolvido pela Pastoral das Ilhas, da Arquidiocese de Belém, que é formada pelas Comunidades Católicas Casa da Juventude (Caju) e Mar Adentro.
“É algo que a gente não mensura. A vocação missionária está dentro do ‘ser Caju’, é um serviço que fazemos com muito amor. É uma das melhores formas que encontro para levar ao mundo a Alegria da Ressurreição de Cristo”, explica Aline Sotão, uma das coordenadoras do grupo de Assistência Missionária da Comunidade Caju.  A Caju desenvolve o trabalho de evangelização realizando celebrações eucarísticas, formações sobre a Palavra e a vida na Igreja, além de trabalhos lúdicos com as crianças da região.
E para quem tem o ardor missionário no nome não seria diferente. A Comunidade “Mar Adentro” desenvolve, há sete anos, o trabalho junto às comunidades ribeirinhas, como são chamados os moradores do entorno dos rios. “A primeira necessidade que identifico nos moradores das ilhas é a sede de Deus. Como em qualquer outra região, o homem tem necessidade do encontro pessoal com Cristo. A partir daí percebo que eles têm necessidades de serem valorizados, amados como filhos de Deus e isto se dá através do reconhecimento da cultura própria deles  e também da conscientização da região metropolitana sobre  necessidades básicas que eles não têm acesso, por exemplo, saúde”, enfatiza a Supervisora da Missão em Belém, Léa Bizeto.
A missão abraçada pelos leigos tem transformado muitas realidades. Mudança que se percebe no jeito de dona Altamira Pimentel, aos 64 anos de idade, contar como a construção de uma pequena capela em uma palafita mudou o seu cotidiano. Dona Altamira, vizinha da capela, é a responsável pelos cuidados com a ermida.  “Antes as missas eram feitas na minha casa, agora recebemos as visitas. Eles nos ensinam a rezar, a viver melhor pra Deus”, a senhora só interrompe a conversa com a chegada de Erick, de 7 anos,  um de seus oito netos: “Bença vó!”. “Deus te acompanhe meu filho”, responde ela com um sorriso no rosto. E assim a evangelização segue de geração em geração.
Para o bispo auxiliar da arquidiocese de Belém, dom Teodoro Mendes, a presença da Igreja nas regiões mais distantes é caminho para a dignidade. “Todo este trabalho inclui a promoção humana. A Igreja também assume como parte de sua missão a defesa da justiça, da integridade, da criação. Onde o povo estiver a Igreja tem que se fazer presente”, afirma.  Dom Teodoro conta ainda que não se trata de um trabalho de assistência. “O que seria destas comunidades sem esses momentos? Isso os ajuda a crescer e a assumir o seu protagonismo local para que caminhem com seus próprios pés”, destaca.
Fonte: CNBB

OPRESSÃO E MEDO

OS OPRIMIDOS, CONTUDO, ACOMODADOS E ADAPTADOS, "IMERSOS" NA PRÓPRIA ESTRUTURA DA ENGRENAGEM DOMINADORA, TEMEM A LIBERDADE, ENQUANTO NÃO SE SENTEM CAPAZES DE CORRER O RISCO DE ASSUMI-LA. E A TEMEM, TAMBÉM, NA MEDIDA EM QUE, LUTAR POR ELA, SIGNIFICA UMA AMEAÇA, NÃO SÓ AOS QUE A USAM PARA OPRIMIR, COMO SEUS "PROPRIETÁRIOS" EXCLUSIVOS, MAS AOS COMPANHEIROS OPRIMIDOS, QUE SE ASSUSTAM COM MAIORES REPRESSÕES.

PAULO FREIRE - A PEDAGOGIA DO OPRIMIDO.

Reflexão dominical - 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 
Pe. Francisco de Assis



 EVANGELHO (Mc 9,30-37)
- Primeira parte (vv. 30-32)
O Filho de Deus encontra-se a caminho para Jerusalém. Por três vezes Jesus avisa que vai a Jerusalém. Fazer o que por lá? Sofrer e morrer. O texto de Marcos deste domingo refere-se ao segundo anúncio.
Um detalhe a ser observado, é que Jesus, enquanto está a caminho com os seus discípulos, retoma a temática do evangelho do domingo próximo passado: “A entrega de sua própria vida”. A sua preocupação se baseia em passar a limpo a lição, isto é, corrigir totalmente a ideia equivocada que determinadas pessoas formaram a respeito dele. Como vemos, Jesus é o próprio formador.
Porém, é impressionante perceber como os alunos são lentos e tímidos em compreender a lição esplanada pelo Mestre Jesus. Tanto o é, que o texto é seguido por uma observação: “Não entendiam estas palavras e tinham medo de pedir-lhe explicações” (vv. 30-32).
- Segunda parte (vv. 33-37)
Quem sabe, talvez ainda estejam bastante marcados pela fortíssima repreensão que o Mestre deu a Pedro, chamando-o de “Satanás”, por não aceitá-lo em negar a possibilidade de viver um messianismo glorioso e vencedor, mas a opção de dar a sua própria vida. Por essas e outras, eles têm medo de Jesus. Jesus “não brinca em serviço”, é intransigente, não aceita ser contrariado, nem ser aconselhado, sobretudo, quando o conselho é incoerente.
            Quando ele, o Mestre, revela o seu perfil de “servo”, não é possível não sentir medo. É necessário coragem para olhá-lo de frente, para fazer-lhe indagações, para ouvi-lo, para entender e aceitar de uma vez por todas, a opção serena e decidida pelo seu segmento de vida.
A reação dos discípulos é sempre negativa e desastrosa, e o é por pavor em relação às consequências. Contudo, é preciso compreender que o referido comportamento é decorrente do ensinamento patrocinado pelos rabinos da época, que, conforme seus ensinamentos, diziam que Deus não morrerá jamais, que triunfará sobre todos os seus inimigos.
- Terceira parte (vv. 36-37)
            Na terceira e última parte do texto, vê-se um gesto recheado de muito significado. Jesus chama um dos meninos, coloca-o nos braços e diz assim: “Quem acolhe um destes pequenos em meu nome, a mim acolhe”. Quanta bondade e ternura comprovadas pelo Mestre! E diz mais: “Quem não aceita o reino do céu como uma criança, não poderá entrar nele”.
            Observar é preciso! Torna-se claro o sentido que tem o gesto do Mestre. Ele espera que os seus discípulos estabeleçam como centro dos próprios interesses, preocupações e dos próprios projetos, os pequenos e marginalizados, os que não contam na sociedade.
 I LEITURA (Sab 2,12.17-20)
            A proposta do Mestre é uma autêntica loucura para quem alcança e, portanto, vive em meio a “sabedoria” do mundo.
Por lhe faltar a sabedoria de Deus, o impiedoso, desumano e cruel (ímpio) são disponibilizados a praticar maldade contra os justos, porque a presença desses os incomoda. “É a eterna história dos maus que querem arrastar os outros para o mal, tornando-os iguais a eles”. Assim sendo, tem razão o dito popular; “quem é mal não quer ser só”.
            Diante de tudo isso, como Deus reage? De acordo com o vers. 18, assim diz o autor: “Se, de fato, o justo é ´filho de Deus´, Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos”. Ou seja, Deus é solidariedade comprovada.
II LEITURA (Tg 3,16-4,3)
                Tiago nos ajuda a compreender e, por isso nos alerta, para que orientemos nossas vidas conforme a “sabedoria que vem do alto”.
 CONCLUSÕES DAS CONCLUSÕES:
                - Como os discípulos, nós também ainda temos muita dificuldade de entender o que Ele quer de nós. Quem realmente é e o que Jesus significa na nossa compreensão da fé?
            - Que tal procurarmos interagir melhor a fé que professamos, de modo especial, todos os domingos na Missa, com a nossa vida, vivendo o serviço aos irmãos pobres, os preferidos de Deus?
            - São Tiago nos orienta para segamos o caminho da “sabedoria que vem do alto”, isto é, o próprio Espírito de Deus que nos é comunicado. Assim sendo, é bom tomarmos cuidado com a tirania dos ímpios que, muitas vezes nos atingem também.
É tempo de aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus
06/09/2012
Dom Orani João Tempesta - Arcebispo Metropolitano A+ a- Imprimir Adicione aos Favoritos RSS Envie para um amigo

Desde 1971, o mês de setembro na Igreja do Brasil é quando se enfatiza e se busca aprofundar ainda mais nossa relação com a Palavra de Deus, a Bíblia. Porém, não significa dizer que a Bíblia deva ser lida ou aprofundada apenas nesse período. Ela é um livro de cabeceira, deve estar presente em todos os momentos de nosso dia, orientando-nos, formando-nos, transformando-nos. Ela é luz para o nosso caminhar. Este mês, portanto, é um esforço comum de nossas paróquias e dioceses de aprofundarem juntos algum tema ou livro da Palavra de Deus, útil para nosso crescimento comunitário e pessoal, em vista da comunidade cristã que queremos ser.

A palavra Bíblia é que dá origem à palavra biblioteca, e expressa a realidade de ser o texto sagrado um "conjunto de livros". Ler a Palavra de Deus é uma expressão coerente de nosso caminho, que busca encontrar e fincar raízes na fé e na construção ativa do Reino de Deus. Somos convocados a uma experiência maior e mais profunda com Cristo, Palavra eterna do Pai, na comunidade, na família, na sociedade.

Por que o mês de setembro foi o mês escolhido para o aprofundamento da Palavra de Deus? Devido à celebração do dia de São Jerônimo, no dia 30. Ele viveu por volta do ano de 340 e foi a ele confiada, pelo Papa Damaso, a tradução latina da Sagrada Escritura. Essa tradução da Palavra para o latim ficou conhecida como a bíblia "Vulgata", que significa "popular". Essa tradução foi tão rica e significativa que é usada até hoje em muitas traduções da Bíblia.

Uma das frases mais célebres de São Jerônimo foi: "Desconhecer as Escrituras é desconhecer a Cristo". Uma frase fundamental para nós cristãos que buscamos conhecer, contemplar e seguir a Palavra de Deus contida nas linhas sagradas dos textos bíblicos. Ninguém ama aquilo que não conhece. Portanto, seria impensável imaginar alguém que se diga cristão, mas não busque conhecer e aprofundar a Palavra de Deus. Como chegar ao conhecimento da Revelação e de sua plenitude em Jesus Cristo se desconhecemos sua Palavra e ensinamentos, ordens e ações?

Muitas são as possibilidades oferecidas pela Igreja para aprofundarmos nosso conhecimento da Palavra de Deus. Eles vão desde os estudos filosófico-teológicos, que buscam investigar o máximo possível toda a riqueza e significados que o texto nos pode proporcionar, seja pela Exegese, pela Hermenêutica, ou ainda pelas outras disciplinas bíblicas oferecidas nos institutos filosófico-teológicos, até os círculos populares bíblicos, grupo de estudo da Palavra, catequese e a leitura orante da Bíblia (lectio divina).

A Bíblia está dividida em duas partes como todos sabem: Antigo e Novo testamento. Ela é composta de 73 livros, sendo 46 livros do Primeiro Testamento e 27 do Segundo Testamento. A leitura constante e assídua da Palavra de Deus vai ajudando aos poucos as pessoas a descobrirem toda a riqueza que ela contém, bem como o bem que ela pode realizar na vida de cada fiel.

A Bíblia trata da nossa salvação. Por isso, dentro dela encontramos muitos assuntos pertinentes e desejados pelo homem na busca constante da verdade, a relação terna e direta com Deus, o rompimento dessa amizade com Deus pelo pecado, a Aliança de Deus com seu povo, a história dos patriarcas e profetas, a encarnação do Verbo Divino, Jesus Cristo, plenitude da história da salvação, a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, e se estende até a parusia, no final dos tempos, quando, enfim, todo poder lhe será submetido e então, assentado em trono, Rei Vitorioso, virá uma segunda vez e instaurará definitivamente seu Reino de paz e amor, bondade e justiça, mansidão e misericórdia.

O centro de toda a Escritura se dá em Jesus Cristo, a máxima expressão da revelação e da bondade de Deus, que a todos quer que cheguem ao conhecimento da Verdade, que é Cristo.

Em Jesus se cumprem todas as promessas feitas pelo Pai no Antigo ou Primeiro Testamento aos profetas e a todo o Israel de Deus. Jesus é a plena revelação da vontade do Pai para a salvação dos homens e a construção do Reino. Tudo que Ele faz diz de quem Ele é. Tudo que Ele é, é manifestado nas obras que realiza. Lendo as escrituras encontramos um caminho sólido e seguro no conhecimento da vontade de Deus. Cristo é a Palavra viva de Deus, e todas as palavras do texto sagrado, portanto, têm sentido pleno e definitivo Nele.

Neste ano, o mês da Bíblia quer aprofundar ainda mais o texto do Evangelho de Marcos. O tema sugerido é Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Marcos, e o Lema: "Coragem, Levanta-te, Ele te chama!" (Mc 10,49). Nos próximos anos serão estudados os outros três evangelistas. O enfoque será no seguimento de Jesus, proposto nos quatro evangelhos. Este tema reunirá tanto a proposta de Aparecida, que enfatiza o discípulo missionário e a missão continental, como a proposta do Santo Padre, o Papa Bento XVI, sobre a nova evangelização que é o tema do Sínodo dos Bispos no próximo mês.

Que seja esta uma oportunidade para conhecermos melhor a Palavra de Deus, a pessoa de Jesus e a proposta de seu Reino, para construirmos juntos, a partir Dele, novos céus e nova terra, onde todos possamos viver como irmãos na Unidade da Trindade e na diversidade de carismas e ministérios, em torno de um único e verdadeiro Senhor: Jesus Cristo.

Que a Palavra de Cristo continue a iluminar todas as nossas realidades humanas e nos encaminhe para a eternidade feliz, e que Maria, mãe do Verbo encarnado, nos ajude a conceber todos os dias a Palavra de seu Filho que é criadora, nos leva à salvação e à plena realização humana, que é a felicidade, o bem e a verdade contidos na pessoa de Cristo.
Constituições e incoerências
25/02/2011
Cardeal Dom Eugenio de Araújo Salles - Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro A+ a- Imprimir Adicione aos Favoritos RSS Envie para um amigo
A coerência entre a Fé cristã e a vida privada e pública dos que a professam é fundamental para o indivíduo e a sociedade.

Entre os fatores que enfraquecem a credibilidade nos ensinamentos da Igreja se enfileira, em primeira linha, o exemplo do católico que pratica atos em desacordo com as normas emanadas pelo Salvador e transmitidas pelo Magistério eclesiástico.

Quando, através do jornal, do rádio e televisão, se toma conhecimento de episódios escabrosos de toda espécie, vem à memória a discrepância dessas ocorrências com a moral cristã. A quase totalidade dos que cometem esses desvios receberam o batismo. São pessoas incorporadas ao rebanho de Cristo que assim agem contra as lições do Mestre. Ao contrário, a coerência entre a atuação de um membro da comunidade eclesial e a doutrina de Jesus constitui a melhor e mais eficaz pregação do Evangelho.

Desejo, aqui, ao fazer essas considerações, divulgar um trecho de um escrito que se intitula “Carta a Diogneto”. Descreve o modo de agir dos seguidores de Jesus, na sociedade e no lar. O autor é desconhecido. Alguns historiadores querem identificar o ilustre apolologeta com Kodratos que, pelo ano 125 de nossa era, dirigiu uma apologia ao Imperador romano Adriano, cujo texto está desaparecido. Kodratos era de Atenas, discípulo dos Apóstolos, como Inácio de Antioquia e Policarpo. Não se sabe que tenha tido uma sede episcopal como estes outros. Contudo, ele reúne os cristãos em Atenas, após uma perseguição. Essa epístola surgiu, o mais tardar, antes do fim do século III.

A Igreja não só transmite a doutrina dos Apóstolos, mas confronta-a com um ambiente adverso, como o mundo de então. Essa ingente aventura evangelizadora perdura até nossos dias e só terminará no final dos tempos.

A “Carta a Diogneto” é um testemunho singular de uma Fé profunda, clima espiritual e admirável autoconsciência cristã. A influência de São João e de São Paulo é evidente. O escritor é dotado de notável erudição, possui apurado estilo literário, a elegância e a arte retórica dos gregos.

O ilustre destinatário a que se dirige procura saber quem é o Deus dos cristãos, o que é o amor ao próximo e o porquê do surgimento tão tardio do Cristianismo na História no mundo (cap. I). E o autor responde (cap. II a IV), demonstrando como o culto pagão e o do Antigo Testamento são inadequados e incomparavelmente inferiores ao do Novo Testamento. Nos capítulos V e VI, segue-se a descrição da vida sobrenatural dos cristãos, que são “a alma do mundo”. Os capítulos VII e VIII oferecem profundas reflexões sobre o “Logos” como revelação da essência divina. O fato de ter vindo somente agora o Redentor insere-se dentro da pedagogia do Senhor, segundo a qual o homem deve tomar consciência de sua incapacidade de se salvar sozinho. Os capítulos XI e XII são provavelmente posteriores e de outro autor.

O que nos interessa hoje é o comportamento das pessoas que seguem os ensinamentos do Mestre, como viviam os primeiros cristãos, a nítida coerência entre a Fé e os atos praticados pelos fiéis. A liturgia das Horas (Breviário), na quarta-feira da quinta semana pascal, inclui um trecho dessa obra e aqui transcrevo alguns períodos elucidativos do assunto que me proponho a abordar hoje. Ei-los, extraídos do capítulo V e VI: “Vivem em cidades gregas ou bárbaras (...) e seguem os costumes da terra, (...) mas a sua maneira de viver é sempre admirável (...). Casam-se como toda gente e criam seus filhos, mas não se desfazem dos recém-gerados. Participam da mesma mesa, mas não do mesmo leito. São de carne, mas não vivem segundo a carne (...). Obedecem as leis estabelecidas mas, pelo seu modo de vida, superam as leis. Amam toda gente e toda gente os persegue (...). Conduzem-nos à morte, mas o número dos cristãos cresce continuamente. São pobres e enriquecem os outros; tudo lhes falta e tudo lhes sobra. São desprezados mas no desprezo encontram sua glória (...). Numa palavra: os cristãos são, no mundo, o que a alma é no corpo (...)”.

Essa amostra da descrição, pela profundidade de conceitos e beleza de estilo, revela a existência, em meio ao Império Romano, de uma força espiritual extraordinária. Ainda vivos, os Apóstolos já haviam penetrado no coração do Império: “Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa do imperador” (Fl 4,22).

Fiéis cidadãos sobreviveram à derrocada do paganismo. Ainda hoje, entre luzes e sombras, a luta pela coerência continua. E o Concílio Ecumênico Vaticano II exatamente ensina o retorno a estas fontes como um meio de revigorar a difusão do Cristianismo no mundo contemporâneo.

Tendo diante de nós esse trecho da epístola a Diogneto, que mostra, com fidelidade, a vida dos cristãos, consideremos o que presenciamos em nosso meio.

No Brasil, hoje, existe uma chaga que nos envergonha como, há mais de um século, a escravidão. Refiro-me ao abismo entre alguns que recebem ricos salários e a grande maioria, que sofre na pobreza ou na miséria.

E que dizer da violência, dos crimes, da corrupção na vida pública? Das drogas, do jogo, da luta entre facções de marginais?

Cada um continue esse triste elenco de males que nos afligem. Ele é excessivamente longo. São batizados que negam, por atos, seu batismo.

A “Carta a Diognetto” nos aponta algo que está verdadeiramente na raiz das nossas enfermidades morais, espirituais e sociais: a contradição da vida privada e social com a Doutrina de Cristo. E nos incita a superar a ambiguidade. No momento em que houver coerência de nossa atitude com a Fé que professamos, teremos uma Pátria próspera e tranquila.



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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Firmado acordo para publicação do 3º volume de "Jesus de Nazaré"

Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal-equipe CN Notícias)


Arquivo
O Papa Bento XVI concluiu o 3º volume da obra Jesus de Nazaré no mês passado e já há acordo firmado para sua publicação
Nesta sexta-feira, 21, no Vaticano, a Livraria e Editora Vaticana e a Casa Editora Rizzoli firmaram o acordo para a publicação do livro do Papa Bento XVI sobre a infância de Jesus nos Evangelhos, obra concluída em agosto deste ano. O título definitivo do livro ainda está reservado, mas este é o terceiro volume da trilogia "Jesus de Nazaré", escrita pelo Pontífice.

A Rizzoli tem a responsabilidade de vender em todo o mundo os direitos da obra. Na Itália, o volume, cuja publicação em todas as livrarias é prevista para o Natal, apresenta-se como uma co-edição entre a Livraria e Editora Vaticano e a Rizzoli.

Junto à edição italiana, já está prevista uma em alemão, publicada pela Herder, editora do histórico de Joseph Ratzinger, enquanto se está trabalhando ativamente para a publicação simultânea nas línguas de maiores difusões.

Joseph Ratzinger – Bento XVI – centrou sua investigação científica e seu trabalho para fazer conhecer "a pessoa e a mensagem de Jesus". Este novo e aguardado livro sobre a figura de Jesus nos relatos evangélicos da infância, que constitui o complemento das duas obras precedentes, revela-se como de grande importância do ponto de vista teológico e científico.

Os volumes precedentes da trilogia de Bento XVI são “Jesus de Nazaré" (Rizzoli, 2007), “Jesus de Nazaré. Da entrada em Jerusalém à Ressurreição” (LEV 2011).
2012
Costumo julgar as pessoas! O que faço para me corrigir?

Refletir sobre nossas fraquezas é coisa de que não gostamos de fazer! Sempre que nos deparamos com alguma limitação, nossa maior tendência é dar um jeito de consertar a situação, livrar-nos da insegurança que ela provoca e – infelizmente – esperar que qualquer outra fraqueza apareça e nos faça sofrer de novo!

É que nos falta reflexão! Falta-nos coragem e maturidade para olhar o que é fraco em nós – como indicadores de campos de trabalho – e não como fracassos!

Exatamente por isso é que talvez você nunca tenha pensado que todas as vezes em que você julga alguém, na verdade, você está também demonstrando quem você é.

Por favor, reflita e aprenda a refletir!




Seu irmão,
Ricardo Sá