sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Paróquia, comunidade de comunidades


Paróquia, comunidade de comunidades
Mesmo que seja afirmado que vivemos uma época de individualismos e egolatrias, fruto da emancipação da subjetividade em detrimento da comunidade e do institucional, o valor da comunidade não pode ser renegado, nem relativizado. Os paradigmas culturais que formaram a civilização ocidental, a saber, o grego e o hebraico, sempre tiveram clarividente que o ser humano está na comunidade como ser político (Aristóteles) e como aquele que não pode estar só (Gn 2,18). Esta consciência de que é com o outro, na comunidade, que a realização humana e existencial acontece, sempre foi referência da condição humana em todos os tempos. Este fato social não pode ser desfeito, no que é essencial para as perspectivas da Humanidade, nem muito menos no que é acidental para a História das Civilizações.
Autores como Zigmunt Bauman e Michel Maffesoli retomam esta questão sobre o fenômeno da vida em comunidade na Posmodernidade. O primeiro a descreve como fato social que existe de modo líquido, ou seja, de modo banal, superficial e objetual; em contrapartida, o segundo a enfatiza como realidade efêmera, de composição cambiante, com inscrição local e com ausência de organização, ou seja, com configurações tribais e grupais. Mesmo com prerrogativas da subjetividade moderna, estes pensadores retomam, mais uma vez, a importância da vida em comunidade como lugar imprescindível da realização humana na contemporaneidade. Poderiamos dizer o seguinte: se no período clássico a comunidade era constitutiva do estatuto ontológico da pessoa, na época hodierna a comunidade é constitutiva das relações individuais das pessoas.
A Igreja não pode desconsiderar esta mudança de mentalidade que vai gerar a mudança de época. Esta conjuntura não é mais institucional; mas individual e pessoal. Aliás, desde o Concílio Vaticano II, com a reviravolta bíblica e litúrgica, veio também a personalista (Hans Balthasar), a nossa mãe e mestra já reconhecera que a pessoa é centro de toda a sua vida pastoral e missionária. Por isso, convocou a todos que a compõe para uma renovação interna “sem ruptura”, que a levasse a um profícuo diálogo com o mundo, para o qual ela deveria ser Sacramento de Salvação.
A Paróquia é o lugar capilar da vida da Igreja. É nela que estas mudanças começam a acontecer. Ela é esta célula constitutiva das igrejas particulares e, consequentemente, da catolicidade da Igreja. A adequação das suas práticas missionárias e pastorais às provocações da atualidade são urgentes e desafiadoras. A V Conferência de Aparecida falou da necessidade da Conversão Pastoral (N. 356-66). Atentos aos sinais dos tempos, os nossos pastores afirmaram que esta mudança estrutural não aconteceria se não houvesse uma conversão dos batizados que estão na Igreja e que precisam ser Discípulos/Missionários de Jesus Cristo.  A paróquia só será Comunidade de comunidades se a mesma se tornar lugar do encontro dos que a compõem com Cristo e destes entre si. Para haver renovação das paróquias elas precisam ser comunidades de amor e do encontro; precisam urgentemente ser mais “humanizadas”; devem ser casa de acolhimento por excelência da vida do Povo de Deus.
Por fim, nos empenhemos todos para que a vida da Igreja retome o caminho das primeiras comunidades cristãs! (At. 2,42-47). A resposta mais coerente para o Mundo de como podemos e devemos viver em comunidade, os primeiros e mais autênticos cristãos já o fizeram, renovando assim, a vida de todas as instituições e comunidades. As paróquias podem retomar esta caminhada de Discípulos/Missionários de Jesus Cristo. Assim o seja!
Pe. Matias Soares
Vigário Episcopal Sul da Arquidiocese de Natal-RN               

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

CNBB publica Documento de Estudos 105, sobre as comunidades quilombolas

Doc105quilombolasAprovado na 51ª Assembleia Geral da CNBB, em abril deste ano, o texto de estudos sobre os povos quilombolas está disponível ao público através das Edições CNBB. O número 105 da série verde da Conferência tem como título “A Igreja e as comunidades quilombolas”.
O documento foi elaborado por um grupo de trabalho criado pela Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz. “A finalidade deste texto é contribuir para a atuação da Igreja frente a realidade das comunidades quilombolas. Valorizando e defendendo seus direitos de vida, cultura, tradições, crenças e tudo aquilo que lhes são próprios”, explicou o presidente da Comissão, dom Guilherme Werlang.
Na composição do texto, participaram bispos, padres e antropólogos, que trabalharam por quase um ano neste projeto. “Analisamos a situação do povo negro em nível nacional e pretendemos com o Documento expressar toda a luta pela justiça das comunidades Quilombolas”, disse dom José Valdeci, bispo da diocese de Brejo (MA).
De acordo com dom Guilherme, o Documento 105 está dividido em três partes, pelo método VER-JULGAR-AGIR. Na primeira parte (VER) aborda, entre outras coisas, um contexto histórico narrando a maneira como os negros foram trazidos para o Brasil e escravizados, o modo como aconteciam as torturas, a violência e injustiças, e também a maneira como teve início a formação dos quilombos e as resistências em busca da liberdade.
A segunda parte (JULGAR) traz a inspiração iluminação bíblica e dos Documentos da Igreja em relação a toda situação da escravidão. A terceira e última parte (AGIR) composta pelos encaminhamentos, exigências e direitos que devem ser efetivamente consagrados para os Quilombolas e seus territórios, além dos novos rumos a serem tomados. Fonte: CNBB

domingo, 11 de agosto de 2013

Papa explica sobre o verdadeiro tesouro do homem


Da Redação, com Rádio Vaticano


Facebook da Rádio Vaticano
Papa Francisco durante a oração mariana do Angelus neste domingo, 11.
Milhares de fiéis lotaram novamente neste domingo, 11, a Praça São Pedro, no Vaticano, para ouvir e ver o Papa Francisco.  A reflexão do Pontífice, como já é tradição, partiu de um texto preparado, mas o Papa também improvisou e entusiasmou os presentes.

O Papa lembrou que “no Evangelho deste domingo, Lucas nos fala do desejo do encontro definitivo com Cristo, um desejo que nos faz estar sempre prontos, com o espírito desperto, porque aguardamos este encontro de todo coração, inteiramente. Este é um aspecto fundamental da vida cristã”. Envolvendo os fiéis em sua catequese, Francisco convidou a responderem a duas perguntas.
A primeira: “Vocês têm realmente um coração desejoso de encontrar Jesus? Ou seu coração está fechado, adormecido, anestesiado? Pensem e respondam em silêncio, em seus corações”, pediu.
Em seguida, comentou a afirmação de Lucas “onde está o seu tesouro, está o seu coração”, e fez a segunda pergunta. “Onde está o seu tesouro? Qual é para vocês a realidade mais importante, mais preciosa, a realidade que atrai seu coração como um imã? Pode-se dizer que é o amor de Deus? Alguns poderiam me responder: Pai, mas eu trabalho, tenho família, para mim a realidade mais importante è conseguir manter minha família, meu trabalho... Certo, é verdade, mas qual é a força que mantém unida uma família? É justamente o amor de Deus que dá sentido aos pequenos compromissos cotidianos e que ajuda a enfrentar as grandes dificuldades. Este é o verdadeiro tesouro do homem”.
Segundo Papa Francisco, “o amor de Deus não é algo indefinido, um sentimento genérico, não é ar; o amor de Deus tem um nome e um rosto: Jesus Cristo, porque não podemos amar o ar.
Amamos pessoas, e aquela pessoa é Jesus”. “É um amor – explicou – que dá valor e beleza a todo o resto: à família, ao trabalho, ao estudo, à amizade, à arte, a qualquer atividade humana”.
“Este amor dá sentido também – concluiu – às experiências negativas, porque nos permite ir adiante, não ficar prisioneiros do mal, e sim ir além; nos abre sempre à esperança, ao horizonte final de nossa peregrinação. Assim, até os cansaços, quedas e pecados ganham um sentido, porque o amor de Deus nos perdoa”.

MOMENTO HISTÓRICO: CONHECEMOS A CASA DE CÂMARA CASCUDO

Alunos do malvina Cosme em 2012 ampliando conhecimentos durante aula passeio.
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O sonho continua

O sonho de muitos num espaço físico tão pequeno se faz grande pela preciosidade do conhecimento. A confiança ilimitada na escola faz daqueles jovens e adultos heróis num país desigual. A escola continua sendo o sonho de muitos, da maioria pisoteada pelos mecanismos de exploração do sistema capitalista.
Continuemos no sonho, no sonho de um mundo que consiga reunir todos os explorados do mundo e se faça a revolução necessária: faça-se a paz e a justiça, a verdadeira igualdade e partilha dos bens. E com amor, os ricos e poderosos sejam despedidos de mãos vazias.
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Pesquisa indica

Pesquisa indica que Papa Francisco é o mais 'retuitado' do mundo



Cidade do Vaticano (RV) - A conta do Papa Francisco no Twitter (@Pontifex) é a mais retuitada do mundo, segundo pesquisa Twiplomacy. Os dados apontam que a cada tuíte em sua conta em espanhol, o Papa recebe 11.116 retuítes. Na conta em inglês, o número cai para 8.219.

A pesquisa explica que mais importante que o número de seguidores de um perfil é o compartilhamento das mensagens que são escritas nele, a chamada ‘retuitagem’. Isso significa que quem segue o Pontífice considera suas mensagens tão importantes que compartilha os tuítes com seus próprios seguidores.

“Dessa forma, aumenta incrivelmente o número das pessoas que recebem as mensagens do Papa”, afirmou Mons. Paul Tighe, secretário do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, em entrevista ao jornal da Santa Sé, o ‘Osservatore Romano’.

O post mais retuítado da história foi o anúncio do presidente americano Barack Obama sobre sua reeleição - compartilhada cerca de 800 mil vezes. O líder dos EUA tem, contudo, uma média de 2.309 retuítes.

O perfil de Francisco no Twitter, o @Pontifex, já superou os 8 milhões de seguidores.
(CM)
Fonte: Rádio Vaticano

sábado, 10 de agosto de 2013

19º Domingo Comum

 Saber esperar e vigiar em qualquer momento
É ser amigo de Deus!

São Lucas 12, 32-48
              «Não tenhas medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino”. Vendei vossos bens e dai esmola [...] (vv. 32-34)». Antes de qualquer uma outra iniciativa, Jesus tem a preocupação de exortar aos seus discípulos missionários com essas recomendações ao abandono na Providência amorosa de Deus e ao desprendimento dos bens efêmeros. Eles não se sentem tão seguros, porque têm consciência de que são resumidos e fracos, e que estão diante de um mundo hostil: apesar de ser um pequeno número e sem recursos humanos, os discípulos, aos poucos vão vencendo o medo, pois foram admitidos no Reino de Deus que é indestrutível (cf. Lc 1, 33).
                   Jesus recomenda a não acumular bens, mas a reparti-los com os carentes. As boas obras de misericórdia em geral (cf. Mt 25, 31-46) constituem uma riqueza que não se perde, pois essas obras terão uma recompensa eterna nos céus.
                   O texto nos apresenta três parábolas: a dos “criados vigilantes” (vv. 35-36), a do “ladrão” (v. 39) e a dos “servos administradores”. De que tratam as parábolas? As duas primeiras referem-se à necessidade da vigilância e a terceira à necessidade da fidelidade.
                   Criados vigilantes (35-40).
                   Esta parábola aborda o tema da vigilância ativa na espera do Senhor, que está a serviço de qualquer um. Por isso as expressões «Rins cingidos» e “lâmpadas acesas” lembram a atitude básica do discípulo missionário seguidor de Jesus: “Estejam com as mangas arregaçadas”, ou seja, rins cingidos e com as lâmpadas acesas: Isto é, literalmente falando, rins cingidos é o mesmo que colocar ao redor da cintura o cordão que amarra a túnica: é um gesto habitual, próprio de quem quer trabalhar; estar à disposição de Deus.
                   Iluminados pela história contada a respeito dos servos que esperam seu senhor voltar do casamento (vv. 36-38), compreendemos melhor a vigilância e a prontidão própria de nossa parte como cristãos. E, para fins de complemento e ajuste ao sentido da parábola, o senhor que retorna para casa, ao encontrar os servos vigiando, os fará sentar á mesa e os servirá. Agora, sim, a nossa compreensão cada vez se amplia diante da certeza de que esse senhor significa ser Jesus Cristo que veio para dar a vida.
                   Atenção! É possível que alguém pense que a vida concedida por Ele chega de qualquer jeito, de mãos encruzadas; não, é preciso interação entre a fé, a esperança e o amor, ou seja, vigilância e prontidão. Vitória da Vida sobre a morte, não se aguarda cochilando, mas lutando, construindo sempre. É uma questão de parceria entre Deus e o homem.     
ü Outra parábola: A do ladrão que chega sem ser esperado (vv. 39-40)
                   Parece ser intrigante essa parábola! Como um ladrão, que de forma inesperada, imprevista pode arrombar a nossa casa e roubar tudo o que temos, Deus se apresenta na nossa história, na nossa vida, vindo de improviso. Se for assim, Deus parece ser estranho, não é?
                   Qual é mesmo o sentido da parábola? Vejamos bem, entre as tantas vindas do Senhor, há uma que é definitiva: Aquela que registra o Senhor no final da nossa vida! Essa é a mais importante das suas vindas e é necessário que nos encontre devidamente preparados. Mas sempre é bem vindo o alerta: Cuidado! Esforcemo-nos para que a sonolência, mãe do indiferentismo, não nos domine! Pessimismo, nunca! Otimismo, sempre!
ü A terceira parábola (vv. 41-48): A do administrador fiel e responsável!(41-46)
                   Pedro pergunta ao Mestre: “Senhor, estás contando esta parábola só para nós, ou para todos?” (v. 41). Todos – responde o Mestre – devem vigiar, mas, sobretudo aqueles que na comunidade são os responsáveis por esse ou aquele ministério (1 Pd 4,10-11).
                   Aqui é válido salientar que, nessa parábola, a vigilância se transforma em serviço-doação-promoção ao próximo, a exemplo doSenhor que veio para servir e amar.
                   O Mestre nos chama atenção para os dois tipos de administradores: um fiel e prudente, o outro negligente e arrogante. A tarefa que o Senhor nos dar quando nos chama, não é a de dominar as pessoas, mas acolher, servindo-as sem distinção. Ofereçamos a todas elas o Pão da Palavra, o Pão da Eucaristia, o diálogo, o acolhimento, a compreensão, a solidariedade sempre. É esta a característica de nossa missão como administradores fieis e responsáveis, frente à comunidade.
                   Agindo diferentemente, ou seja, como negligente e arrogante, aguardemos, portanto a sentença, que, aliás, será drástica: “O Senhor o expulsará de sua casa e o fará participar do destino dos infiéis” (v. 46).
                   Livra-nos, Senhor, em vez de sermos servidores, sermos patrões dominadores, senhores. Ai desses administradores: diáconos, padres (nós), bispos, animadores de comunidades infiéis – diz Jesus – que se comportam deste modo!
ü Quanto maior for o conhecimento, maior será o compromisso (vv. 47-48)
                   « A quem muito foi dado…». Temos aqui a forma impessoal da voz passiva para, segundo o costume judaico, evitar pronunciar o nome inefável de Deus, por motivo de respeito, equivalendo a: «a quem Deus muito deu...». No dia de juízo haverá uma desigualdade de castigos proporcionada à responsabilidade de cada um. É fácil perceber que os discípulos de Jesus são aqueles que «sabem o que o Senhor quer» (v. 47) e aqueles «a quem muito foi dado» (v. 48).
                   O que foi dado e confiado aos discípulos de Jesus? “Não tenha medo, pequenino rebanho, pois foi da vontade do Pai dar a vocês o Reino” (v. 32).
Padre Francisco de Assis
Pároco

PARÓQUIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
NOVA CRUZ – RN
Fonte: Pascom Nova Cruz