Cuidado com a pregação dos cristãos da fé vitoriosa. Perder com Cristo
também é vencer com Ele. Saber perder por amor também é santidade.
( Padre Zezinho)
A
mão estendida dos jovens em marcha, pintada no rosto, ou sobre o peito,
quer chamar a atenção da sociedade para uma dura realidade vivida no
Brasil. Esse símbolo grita: “Basta! Chega de violência e extermínio de
jovens!”.
A Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens
nasceu entre os anos 2008 e 2009. É uma ação coletiva das quatro
pastorais da juventude atuantes no País – Pastoral da Juventude (PJ),
Pastoral da Juventude Estudantil (PJE), Pastoral da Juventude Rural
(PJR) e Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP). Tem como objetivo
articular ações para combater o avanço da violência sofrida pelos
jovens.
Jovens que morrem – A Campanha vem chamar a atenção para o
fato de que não se pode abordar o tema da violência apenas de maneira
generalizada. “Muitas instâncias da sociedade não compreendem que a
violência contra a juventude e pela juventude talvez seja um dos pontos
centrais para discutir a violência de maneira geral na sociedade”,
ressalta o jovem Francisco Antonio Crisóstomo de Oliveira (Thiesco),
secretário nacional da PJ. Ele destaca que as recentes pesquisas sobre
violência mostram que as taxas de criminalidade no Brasil, em boa parte,
ou são os jovens os causadores, ou são eles os mais afetados.
De acordo com o Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil,
publicado pelo Ministério da Justiça em parceria com o Instituto
Sangari, o homicídio é a principal causa de morte de jovens entre 15 e
24 anos no País. No período entre os anos 1998 e 2008, enquanto 1,8% das
mortes entre adultos foi causada por homicídios, no grupo jovem a taxa
chegou a 39,7%. O estudo traz um diagnóstico sobre como a violência tem
levado à morte os jovens nos grandes centros urbanos e também no
interior do País. Em alguns estados a situação é mais grave. Alagoas,
Espírito Santo e Pernambuco apresentam os piores índices, com mais de
100 vítimas a cada 100 mil jovens.
Já o Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil,
estudo feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e pela
Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso-Brasil),
acrescentou às estatísticas a informação de que as mortes por
assassinato entre os jovens negros no País são, proporcionalmente, duas
vezes e meia maior do que entre os jovens brancos.
Políticas públicas – Esses números mostram que a violência
que atinge os jovens não pode ser enfrentada apenas no âmbito da
segurança pública, mas também por outras políticas, como educação,
emprego, moradia, entre outras. A Campanha protagonizada pelos jovens
também influenciou ações concretas do poder público. O Conselho Nacional
de Juventude (Conjuve), que reúne diversas organizações da sociedade,
como a PJ, possui um grupo de trabalho de enfrentamento e monitoramento
das questões que dizem respeito à violência contra jovens com um foco
especial para a juventude negra. Esse grupo de trabalho motivou a
Secretaria Nacional de Juventude e Secretaria de Políticas de Promoção
da Igualdade Racial a criarem um plano do Governo Federal chamado
Juventude Viva.
O Plano reúne ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade dos
jovens a situações de violência, a partir da criação de oportunidades de
inclusão social, serviços públicos e espaços de convivência em
territórios que concentram altos índices de homicídio e do aprimoramento
da atuação do Estado por meio do enfrentamento ao racismo
institucional. Também o próprio Estatuto da Juventude, em tramitação no
Senado, apresenta uma série de políticas que contribuem no combate à
violência contra os jovens.
Extermínio – Alguns setores da sociedade não aderem
completamente à Campanha, pelo fato de ela também denunciar que jovens
estão sendo exterminados. “Quando trabalhamos a questão do extermínio,
nós falamos da existência dos grupos de extermínio. Na nossa realidade,
isso está muito ligado a grupos institucionais, como milícias, tráfico,
em que até policiais participam. Esse foi um ponto que, de certa forma,
atrapalhou na articulação da Campanha com alguns setores da sociedade”,
explica Thiesco.
Um caso de extermínio recente em que a Pastoral da Juventude se
engajou e tem articulado algumas ações em busca de Justiça foi a chacina
ocorrida na região de Nova Iguaçu (RJ). No dia 8 de setembro, seis
jovens, com idades entre 16 e 19 anos, foram sequestrados na Baixada
Fluminense. Os corpos das vítimas foram encontrados dois dias depois, às
margens da Rodovia Presidente Dutra, em Nova Iguaçu. Eles foram
executados porque teriam sido identificados como moradores de um morro
dominado por uma facção rival à dos 14 acusados pela chacina, ligada ao
tráfico de drogas.
Dentro e fora da Igreja – Embora a Campanha tenha nascido
nas pastorais eclesiais, vários movimentos sociais de dentro e de fora
da Igreja aderiram à iniciativa. Nos últimos anos, a Campanha se
expandiu pelo País de diversas formas, especialmente em marchas contra a
violência, audiências públicas com os governos federal, estaduais e
municipais, mas principalmente nas bases onde as PJs estão organizadas.
Em 2013, a Igreja dará mais destaque para a Juventude não apenas com a
realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro
(RJ), mas também com a Campanha da Fraternidade (CF), que terá como tema
a Juventude. “Temos grandes possibilidades de promover debates nas
comunidades, para apresentar a realidade juvenil brasileira e estimular
um olhar para suas realidades locais”, ressalta Thiesco.
O jovem Thiesco também chama a atenção de todos para que essa não
seja apenas uma preocupação da Juventude. “Quando falamos em violência e
extermínio de jovens, deixamos de olhar para a dimensão da família, por
exemplo, primeira célula da sociedade e da comunidade eclesial. Quantas
famílias estão sendo esfaceladas pela violência! Que as famílias também
possam se engajar nessa luta pela vida da juventude.”
Fonte: Revista Família cristã |
Mãe de Deus | ||
Dom Murilo S. R. Krieger, scj * Havia na Ilha de Creta, na Grécia, uma pintura bizantina sobre madeira dourada, um ícone, da Virgem Maria, muito venerada pela população. Andreas Ritzos, pintor grego do século 15, realizou as mais belas pinturas neste tema. Por essa razão, muitos lhe atribuem este tipo iconográfico. Ao certo quem a fez e quando, não o sabemos. O certo é que foi transportada para Roma e entronizada solenemente na Capela de São Mateus, em 1499. Ali permaneceu, Finalmente, em 1866, o quadro foi conduzido solenemente ao seu santuário, no Monte Esquilino, por ordem do Santo Padre, que recomendou aos Redentoristas: "Fazei com que todo o mundo conheça o Perpétuo Socorro". No Brasil, essa invocação a Maria surgiu no final do século XIX, com os padres da Congregação do Santíssimo Redentor, que chegaram ao País em 1893. Sentido do ícone − Maria em posição frontal, num braço ela acolhe e carrega Jesus e, com o outro, o aponta para quem olha para o quadro, aludindo no gesto à frase: “Ele é o caminho”. A tipologia é bizantina, e quase acadêmica a execução do rígido planejamento das vestes do ícone. Mas o que chama a atenção é o movimento oposto e assustado do menino, de cujo pé lhe cai a sandália, e ainda a comovente ternura do rosto da mãe. A Virgem Maria está vestida com uma túnica de cor púrpura, sinal da divindade na qual ela excepcionalmente está próxima. O manto azul escuro, que também lhe cobre a cabeça indica sua humanidade. O Menino Jesus, embora criança, tem uma expressão de maturidade que convém a um Deus eterno. Sentado no braço esquerdo da Mãe, Jesus olha apreensivo para os elementos que simbolizam sua pai-xão. Suas mãozinhas apertam a mão de Maria, como que para pedir-lhe proteção. Ao ver esses instrumentos, o menino se assusta e agarra-se à mãe, enquanto uma sandália lhe cai do pé. Os arcanjos Gabriel e Miguel, na parte superior, de um lado e do outro de Maria, apresentam os instrumentos da paixão de Jesus Cristo. Um dos arcanjos segura a cruz e o outro a lança e a cana com uma esponja na ponta ensopada de vinagre (cf. Jo19,29). Próximas às figuras, estão algumas letras gregas. As letras “IC XC” são a abreviatura do nome “Jesus Cristo” e “MP ØY” são a abreviatura de “Mãe de Deus”. As letras que estão abaixo dos arcanjos correspondem à abreviatura de seus nomes. Maria e João Paulo II − No ano de 1999, o papa João Paulo II realizou uma viagem apostólica à Polônia, cidade de Wadowice, segue um trecho da homilia do santo padre, 16 de junho, nas vésperas e coroação da imagem da Bem Aventurada Virgem Maria com o título de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Em seguida a oração por ele proferida. “Os nossos antepassados sempre estiveram convencidos do insubstituível papel da Mãe de Deus na vida da Igreja e de todo o cristão. No decurso dos últimos cem anos, os habitantes de Wadowice exprimiam-no de modo particular quando se reuniam com veneração diante da imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e a escolhiam como Mediadora, Padroeira da vida pessoal, familiar e social.” Oração “Sob a tua proteção, Maria, procuramos refúgio. À tua proteção confiamos à história desta cidade, da Igreja e de toda a Pátria. Ao teu amor materno confiamos cada um de nós, das nossas famílias e da sociedade inteira. Não desprezes a súplica de nós que estamos na provação e livra-nos sempre de todo o perigo. Maria, pede para nós a graça da fé, da esperança e da caridade, a fim de que, sob o teu exemplo e a tua guia, levemos o testemunho do amor do Pai, da morte redentora e da ressurreição do Filho e da ação santificadora do Espírito Santo. Permanece sempre conosco! Virgem gloriosa e bendita, Nossa Senhora, nossa Advogada, Nossa Medianeira, Nossa Consoladora, nossa Mãe! Amém. * Esse texto foi retirado do livro Com Maria, a Mãe de Jesus, do autor dom Murilo S. R. Krieger, scj, arcebispo de Salvador (BA). Paulinas Editora Fonte: Revista Família Cristã |
90 anos de transformações na Igreja. |
Dom
Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás, pertence a uma geração de
bispos brasileiros que identifica na missão da Igreja uma transformação
social. Ele esteve à frente da criação da Comissão Pastoral da Terra – CPT
e do Conselho Indigenista Missionário – Cimi, onde, ainda hoje, atua
com bastante entusiasmo. Na entrevista a seguir, concedida por telefone à
IHU On-Line, Dom Tomás recorda sua trajetória na Igreja e enfatiza que a
"CPT aconteceu num momento de muita animação, decisão, caminhada e
energia a favor dos pobres. Foi fruto do Concílio Vaticano II e de Medellín”.
Para ele, tanto a CPT quanto o Cimi "trouxeram para dentro da Igreja
uma abertura, porque a convivência com esses povos trazia, na pessoa dos
agentes de pastoral das CPTs, para o interior da Igreja a preocupação
com a situação deles”. E conclui: "Houve um crescimento dentro da
própria instituição eclesiástica”. (Fonte: CPT)
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