quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Normas do sistema socioeducativo deverão ser uniformizadas

O plenário do Conselho Nacional de Justiça – CNJ aprovou, por unanimidade, proposta que dispõe sobre normas gerais para cumprimento de medidas socioeducativas e de internação provisória de adolescentes em conflito com a lei. O objetivo é padronizar, principalmente, os procedimentos das varas da infância e juventude em relação ao andamento dos processos.
“Isso deverá proporcionar maior eficiência ao processamento das execuções, de modo a garantir os direitos dos adolescentes em conflito com a lei”, afirmou Daniel Issler, juiz auxiliar e um dos coordenadores do Programa Justiça ao Jovem, criado pelo CNJ para avaliar as condições da internação de adolescentes no Brasil. O projeto visitou unidades socioeducativas e varas da infância e juventude em todos os estados brasileiros. A partir das visitas, contou o magistrado, pôde-se perceber a utilização de diferentes procedimentos para se chegar ao mesmo fim.
Elaborada pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ – DMF, responsável, entre outras ações, pelo Programa Justiça ao Jovem, a resolução aprovada uniformiza os procedimentos de ingresso do adolescente em programa ou unidade de execução de medida socioeducativa ou em unidade de internação provisória; de execução de medida socioeducativa em meio aberto ou com restrição de liberdade; e de liberação do adolescente ou desligamento dos programas de atendimento.
A proposta também recomenda que os tribunais de justiça promovam cursos de atualização e qualificação funcional para magistrados e servidores que atuam no sistema socioeducativo. Os cursos devem ser iniciados dentro do prazo de um ano após a publicação da resolução e seu currículo deverá incluir princípios e normais internacionais aplicáveis. Também deverão ser realizados estudos relativos à necessidade de criação ou especialização de Varas de Execução de Medidas Socioeducativas, em especial nas comarcas onde estiverem situadas as unidades de internação. A resolução recomenda, ainda, o encaminhamento dos relatórios produzidos a partir dos estudos ao CNJ.
Com informações da Agência CNJ de Notícias(Por ViaBlog)

Juventude em crise

Segundo a OIT, em todo mundo são mais de 75 milhões de jovens desempregados, o que equivale a quase 40% do total de pessoas sem emprego. A taxa de desemprego entre os jovens é o triplo à verificada entre os adultos 
06/12/2012

Lucas Ribeiro Prado*

São muitos os problemas que atingem a juventude. Isso faz com que muitas vezes ela seja percebida de uma forma fragmentada e sem um recorte de classe. Todavia, alguns problemas vividos pelos jovens são fundamentais no seu processo de consciência, possibilitando assim sua organização política e mobilização massiva. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem alertado para o problema do crescente desemprego juvenil em todo o mundo. Paralelamente a isso, Barack Obama tem demonstrado grande preocupação de que o endividamento estudantil nos Estados Unidos possa aprofundar ainda mais a crise mundial.
Segundo a OIT, em todo mundo são mais de 75 milhões de jovens desempregados, o que equivale a quase 40% do total de pessoas sem emprego. A taxa de desemprego entre os jovens é o triplo à verificada entre os adultos. A organização estima que o desemprego juvenil continuará crescendo até 2017.
Na Europa a situação da juventude está cada vez mais crítica. As taxas de desemprego juvenil na Grécia são de 58%; na Espanha, de 56%; em Portugal, de 38%; e na Itália, de 35%. Nos países do norte da África a situação do desemprego também é grave. No Egito, o desemprego atinge 90% dos jovens. No Brasil, apesar dos baixos índices de desemprego nos últimos anos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) 54% dos desempregados são jovens entre 18 e 29 anos. A juventude tem sido o setor mais atingido pela crise até agora.
O custo do ensino superior dobrou nos últimos trinta anos em todo mundo. Nos EUA, a dívida estudantil dobrou nos últimos cinco anos, chegando a US$ 1 trilhão (cerca de R$ 2,13 trilhões), ultrapassando as dívidas dos cartões de crédito e automóveis. Num contexto de crise econômica, os custos da faculdade ultrapassaram a inflação global e a inadimplência dobrou desde 2008, havendo a possibilidade de uma nova bolha financeira semelhante a dos títulos imobiliários.
Isso tem preocupado o presidente Barack Obama que tem tomado algumas medidas para contornar o problema, como a redução da atuação de bancos comerciais no programa federal de auxílio estudantil e a ameaça de diminuição das subvenções públicas para as universidades que aumentarem as taxas de matrícula, mas nenhuma delas obteve sucessos.
Está cada vez mais difícil para os recém formados conseguirem emprego nos EUA: 46% estão desempregados, muitos sequer conseguem terminar suas graduações e os que conseguem passarão em média 25 anos pagando por elas. A crise dos créditos estudantis poderá desestabilizar ainda mais a economia norte americana.
Na América Latina, o Chile é o caso mais emblemático do endividamento estudantil. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a educação chilena é a mais desigual e a segunda mais cara do mundo. Após um intenso processo de privatização do ensino superior na década de 80, atualmente existem 500 mil universitários que estão endividados para pagar seus estudos, sendo que 110 mil são considerados inadimplentes. A dívida dos estudantes chilenos alcança os US$ 364 milhões (aproximadamente R$ 775 milhões).
No Canadá, apesar de todas as universidades serem públicas, as taxas cobradas fazem com que o endividamento estudantil chegue a US$ 15 bilhões (aproximadamente R$ 31,9 bilhões) afetando 57% dos estudantes. O governo canadense aumentou em 75% o valor das taxas do ensino superior nos últimos cinco anos, como forma de compensar os gastos públicos com a educação dos últimos 40 anos. O endividamento estudantil combinado com a elevação do custo do ensino superior e os altos índices de desemprego poderão resultar em uma taxa de inadimplência cada vez maior.
No Brasil está em curso um processo de ampliação do crédito estudantil. Desde 2010 o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) cresceu 1.150%, 500 mil estudantes utilizam o fundo, o que equivale a R$ 1,6 bilhão. Só em 2012 foram 140 mil novos contratos. A reforma universitária, aprovada durante a ditadura militar, em 1968, criou as bases da privatização da universidade pública brasileira, desvinculando recursos públicos para a educação e dando ampla autonomia para a iniciativa privada. Atualmente, 82% das matrículas no ensino superior são feitas em universidades privadas, sendo que cinco delas são as maiores do país.
Por outro lado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 70% dos estudantes universitários brasileiros trabalham. Uma outra fatia de 14% da juventude mais pobre da população não trabalha nem estuda, um total de 5,3 milhões de jovens. Isso representa um grande desafio para a organização da juventude da classe trabalhadora, tanto no espaço de trabalho quanto no espaço da escola.
Na atual conjuntura, o desemprego e o endividamento estudantil têm afetado profundamente a vida dos jovens em todo mundo e resultado em mobilizações massivas. O desemprego tem mobilizado milhares de jovens na Espanha, Itália, Portugal, Inglaterra e Grécia, em protestos contínuos desde 2009. Um dos grandes fatores de mobilização da “primavera árabe” em 2010 foi o desemprego da juventude. No Chile, mais de 300 mil estudantes saíram às ruas em 2011 para protestar contra o endividamento estudantil. Nos EUA, o endividamento estudantil foi um dos fatores que mobilizaram os jovens no Occupy Wall Street em 2011, mobilizando cerca de 20 mil estudantes. No Canadá, mais de 260 mil estudantes saíram às ruas este ano, na “primavera canadense”, contra o aumento das taxas do ensino superior. Todos esses movimentos assumiram um caráter antineoliberal.
Essas mobilizações colocam a importância de se organizar a juventude em torno de um Projeto Popular para a Educação, capaz de superar as contradições que se aprofundarão com a crise mundial. A articulação de lutas pela universidade pública e gratuita, contra o endividamento estudantil e contra o aumento dos custos do ensino superior serão questões fundamentais para as lutas de massa da juventude nos próximos períodos. Mas, para que essas questões se transformem em lutas é preciso que as organizações de juventude amadureçam seus métodos de trabalho de base para atingir jovens que estudam e trabalham, e outros que nem estudam e nem trabalham.
*Advogado popular e militante da Consulta Popular
(Fonte: Brasil de Fato)

Grande!


6 de Dezembro de 2012
Câmara devolve 173 mandatos cassados pela ditadura
A Câmara dos Deputados devolve nesta quinta-feira (6), simbolicamente, 173 mandatos populares de deputados federais cassados pela ditadura militar.  A homenagem é uma iniciativa da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, criada pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. A restituição dos mandatos, cassados por atos de exceção entre 1964 e 1977, ocorre em sessão solene no Plenário, às 15h. Durante o evento, será exibido um documentário produzido pela TV Câmara sobre o papel da representação política na democracia brasileira. Também será inaugurada a exposição Parlamento Mutilado: Deputados Federais Cassados pela Ditadura de 1964, e lançado um livro com o mesmo título. A publicação é de autoria dos consultores legislativos Márcio Rabat e Débora Bithiah de Azevedo.
(Fonte: ANDI, Comunica e Direitos)
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO DA ARQUIDIOCESE DE NATAL - ECAN
CURSO DE COMUNICAÇÃO PARA A PASTORAL
 
Uma Escola para formar agentes para melhorar a comunicação na Igreja, seja na Pascom ou em outras pastorais. Este é o objetivo da Escola de Comunicação da Arquidiocese de Natal - ECAN, inaugurada em 2012.
Trata-se de uma iniciativa que visa responder aos desafios da Igreja na atualidade, no que diz respeito à formação dos fiéis, conforme suscita o Documento 101, da CNBB, intitulado: 'A comunicação na vida e missão da Igreja': "Trata-se, na verdade, de uma perspectiva que assume a comunicação para além desses aparatos, e que substitui o costumeiro deslumbramento perante as tecnologias pela reafirmação do ser humano como um ser de comunicação, na comunidade e pela comunidade, integrado a ecossistemas comunicativos abertos e criativos, sejam estes os espaços da família, da escola, da paróquia, do ambiente de trabalho, ou da própria mídia" (cf. Doc 101, Estudos da CNBB, pág. 9).
Pelo segundo ano consecutivo, a ECAN oferece o Curso de Comunicação para a Pastoral. A primeira turma concluiu, com êxito, o curso, em dezembro de 2012.
Você, agente da Pascom e de outras pastorais, comunicadores populares, radialistas, professores... você é convidado a fazer parte da história da Escola de Comunicação da Arquidiocese de Natal. Matricule-se e faça o "Curso de Comunicação para a Pastoral"! Seja bem-vindo(a)!!
 
CRONOMAGRAMA 2013
 
DATAS
DISCIPLINAS
Março
16 e 17
Sábado: 8 às 12h - Pastoral da Comunicação / 13h30 às 17h - Fotografia
Domingo: 8 às 12h - Fotografia
   
Abril
13 e 14
Sábado: 8 às 12h - Pastoral da Comunicação / 13h30 às 17h - Pastoral da Comunicação
Domingo: 8 às 12h - Assessoria de Comunicação
   
Maio
18 e 19
Sábado: 8 às 12h - Marketing / 13h30 às 17h - Marketing
Domingo: 8 às 12h - Metodologia de Elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso
   
Junho
08 e 09
Sábado: 8 às 12h - Rádio / 13h30 às 17h - Expressão Oral e Escrita
Domingo: 8 às 12h - Rádio
   
Julho
13 e 14
Sábado: 8 às 12h - Expressão Oral e Escrita / 13h30 às 17h - Rádio
Domingo: 8 às 12h - Expressão Oral e Escrita
 
Agosto
17 e 18
Sábado: 8 às 12h - Jornal Impresso / 13h30 às 17h -Técnicas da Informação e da Comunicação e Convergência Digital
Domingo: 8 às 12h - Jornal Impresso
 
Setembro
21 e 22
Sábado: 8 às 12h - TIC e Convergência Digital / 13h30 às 17h - Jornal Impresso
Domingo: 13h30 às 17h - TIC e Convergência Digital
 
Outubro
19 e 20
Sábado: 8 às 12h - Comunicação. Pessoal e Grupal / 13h30 às 17 h - Comunicação na Liturgia
Domingo : 8 às 12h - Comunicação Pessoal e Grupal
 
Novembro
09 e 10
Sábado: 8 às 12h - Comunicação na Liturgia / 13h30 às 17h - Comunicação Pessoal e Grupal
Domingo: 8 às 12h - Comunicação na Liturgia
 
Dezembro
14 e 15
Sábado: 8 às 12h / 13h30 às 17h - Apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso
Domingo: 8h - Missa / entrega dos certificados / coquetel
 
PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO PARA A PASTORAL
> Cada aluno deverá se submeter ao processo de avaliação de aprendizado, a cargo de cada professor, que atribuirá notas na escala de 0 a 10;
> Cada aluno, para fazer jus ao certificado, deve atingir média mínina 7,0, no final da disciplina;
> Cada aluno deve ter frequência mínima de 70%, em cada disciplina;
> Cada aluno deve elaborar um projeto na área de comunicação para ser executado na comunidade em que está inserido, sob a orientação de um professor da ECAN. O orientador deve ser escolhido pelo aluno ou indicado pela direção da Escola de Comunicação.
 
 
MATRÍCULA
. Período: 01 a 20 de fevereiro de 2013
. Local: sala da coordenação arquidiocesana da Pastoral da Comunicação, situada no Centro Pastoral Pio X - subsolo da Catedral Metropolitana de Natal
. Valor: R$ 25,00 (pagar no ato da matrícula)
. Número de vagas: 40
. Documentos necessários:
- Cópia do certificado de conclusão do Ensino Médio;
- Cópia do RG e do CPF;
- Duas fotos 3X4 (recentes).
 
MENSALIDADE
. Valor: R$ 25,00
. Pagar na secretaria da ECAN, no fim de semana em que acontecem as aulas.
 
CERTIFICADO
O certificado de conclusão do Curso de Comunicação para a Pastoral será emitido pela Faculdade de Filosofia e Teologia Dom Heitor Sales, com o valor de “extensão universitária”.
 
FUNCIONAMENTO DAS AULAS
As aulas serão realizadas no Centro Pastoral Dom Heitor de Araújo Sales (por trás da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação - antiga Catedral), Cidade Alta - Natal.
 
INFORMAÇÕES
Pastoral da Comunicação
Arquidiocese de Natal
Av. Floriano Peixoto, 674
Tirol
59020-500 - Natal - RN
Fone: (84) 3615-2800 / 9974-3822
E-mail: pascom@arquidiocesedenatal.org.br
Mais de 30% das terras indígenas na Amazônia sofrerão impacto por causa de hidrelétricas

Publicação: 06/12/2012 14:42 Atualização:

Mais de 30% das terras indígenas na Amazônia vão sofrer algum tipo de impacto com a construção das hidrelétricas previstas para a região. Na avaliação do procurador Felício Pontes, do Ministério Público Federal (MPF) no Pará, o projeto do governo brasileiro, que prevê a instalação de 153 empreendimentos nos próximos 20 anos, também vai afetar a vida de quase todas as populações tradicionais amazonenses.

“Aprendemos isso da pior maneira possível”, avaliou Pontes, destacando o caso de Tucuruí, no Pará. A construção da usina hidrelétrica no município paraense, em 1984, causou mudanças econômicas e sociais em várias comunidades próximas à barragem. No município de Cametá, por exemplo, pescadores calculam que a produção local passou de 4,7 mil toneladas por ano para 200 toneladas de peixes desde que a usina foi construída.

Pontes lembrou que tanto a legislação brasileira quanto a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) determinam que as autoridades consultem as comunidades locais, sempre que existir possibilidade de impactos provocados por decisões do setor privado ou dos governos. Mas, segundo ele, esse processo não tem sido cumprido da forma adequada.

Para Pontes, o governo brasileiro precisa se posicionar sobre as comunidades e os investimentos previstos para infraestrutura. Na avaliação do procurador, o posicionamento virá quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar, no próximo ano, ação que trata da falta de consulta prévia às comunidades tradicionais antes da construção do Complexo de Belo Monte.

“O STF vai definir a posição brasileira”, disse, defendendo a exigência do consentimento das comunidades indígenas e povos tradicionais antes do início das obras.

Os projetos de infraestrutura previstos pelo governo na região da Amazônia dominam os debates do Fórum Amazônia Sustentável, que ocorre em Belém, no Pará. Representantes de organizações ambientais e alguns poucos empresários discutem, desde ontem (5), soluções para impasses entre a infraestrutura necessária identificada pelo setor privado e a o retorno dos investimentos para as comunidades locais.

“Já vivemos vários ciclos diferentes na Amazônia e estamos reproduzindo o antigo olhar da Amazônia como provedora de recursos para o desenvolvimento do país e do mundo e, nem sempre, as necessidades de desenvolvimento da região”, disse Adriana Ramos, coordenadora do evento e do Instituto Socioambiental (ISA).

Segundo ela, a proposta do fórum é chegar a um “debate do como fazer”, já que os movimentos reconhecem que o governo não vai recuar dos projetos. “É possível ter na Amazônia a compatibilização de diferentes modelos de desenvolvimento, mas, mesmo a grande estrutura para atendimento de demandas externas pode ser mais ou menos impactante. Infelizmente, ainda estamos fazendo da forma mais impactante”, lamentou.

Adriana Ramos criticou a falta de investimentos prévios em projetos como o de Belo Monte. Para ela, o governo teria que prever o aumento da população e, consequentemente, a pressão por mais serviços públicos, como saneamento e saúde em municípios como Altamira, no Pará.

“Além de serem feitas sem essa preocupação existe um esforço dos setores para a desregulação dessas atividades, com mudanças como a do Código Florestal e da regra de licenciamento”, acrescentou, explicando que, agora, órgãos como a Fundação Nacional do Índio e a Fundação Palmares têm 90 dias para responder se determinada obra impacta uma terra indígena. “Se não responder, o processo de licenciamento anda como se não houvesse impacto sobre terra indígena . esse tipo de mudanças legais sinalizam que não há vontade de encontrar o caminho certo, há vontade de se fazer de qualquer jeito. É desanimador”, lamentou.

O fórum termina sexta-feira (7) com um documento que vai orientar todos os debates e ações das organizações ambientais a partir do ano que vem, em relação a temas como a regularização fundiária na região, o debate sobre transporte e cidades sustentáveis e repartição e uso sustentável de recursos das florestas.

Agência Brasil

Dom Orani presidirá lançamento do livro do Papa Bento XVI no Rio

Nesta quinta-feira, 6 de dezembro, às 19h, no auditório do Edifício João Paulo II, na Glória, o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, presidirá o lançamento da edição portuguesa do último livro da trilogia "Jesus de Nazaré", escrita pelo Papa Bento XVI sobre a infância de Jesus.
Esta será a primeira atividade da Cátedra Ratzinger, da PUC-Rio, criada no último dia 9 de novembro, durante o encerramento do 2º Simpósio sobre o Pensamento de Joseph Ratzinger.
No lançamento, os livros serão vendidos pela Editora Planeta, que tem os direitos para o Brasil.
O livro “A Infância de Jesus” — publicação lançada oficialmente em âmbito internacional no dia 20 de novembro, no Vaticano — está sendo traduzido em 20 idiomas, incluindo português para o Brasil, e publicado em 72 países, saindo simultaneamente em 50 desses, com uma tiragem inicial de um milhão de cópias.
De acordo com informações da assessoria de imprensa da arquidiocese, no lançamento no Brasil, o bispo auxiliar Dom Paulo Cezar Costa será o coordenador da mesa de expositores, composta pelo padre Mário França de Miranda (coordenador da Cátedra Ratzinger, PUC-Rio), pelo padre Leonardo Agostini (professor da PUC-Rio), por Luiz Paulo Horta (presidente do Centro Dom Vital) e por Maria Clara Bingemer (teóloga e professora da PUC-Rio).
Considerações
“Bento XVI escreve com uma simplicidade tão grande, com tantos componentes poéticos, que parece que você está ouvindo uma história”, afirmou Luiz Paulo Horta, que fez um paralelo com os volumes anteriores: “O primeiro se referia à pregação de Jesus. O segundo é muito profundo, trata da paixão, morte e ressurreição. Agora vem esse terceiro, que o Papa diz ser o prólogo. Ele volta ao começo, fazendo uma ordem curiosa mas com um desfecho maravilhoso”.
De acordo com o padre Agostini, a dinâmica que Ratzinger quer imprimir ao livro é sintetizada no título do primeiro capítulo, que traz a pergunta: “De onde és Tu?”.
“A pergunta pela origem de Jesus, feita por Pilatos, é racional, mas é, ao mesmo tempo, a indagação mais acentuada de uma pessoa que se vê confrontada com Jesus de Nazaré, pois deseja conhecer a respeito do seu ser e da sua missão. É a pergunta que continua inquietando a história da humanidade desde o nascimento de Jesus. A pergunta pelo ‘De onde és Tu?’ tem a ver com a profunda questão existencial do ser humano: ‘Quem sou eu?’ ”, explicou.
Ao longo da obra, Bento XVI passeia por passagens bíblicas explicando que os relatos evangélicos abordam acontecimentos históricos que foram “teologicamente interpretados pela comunidade judaico-cristã”. Para Agostini, o Papa aplica na obra o princípio de que “a Bíblia se explica com a Bíblia”.
“Não se percebe uma metodologia exegética específica aplicada aos textos, mas se verifica uma clara opção metodológica: apresentar o conteúdo dos textos, deixando que a própria Sagrada Escritura ofereça os elementos necessários para a sua interpretação”, afirmou Agostini, acrescentando que o Sumo Pontífice não se limita a citar passagens: “Mais do que falar sobre a Bíblia, Bento XVI sabe escutar o que a Bíblia tem a lhe dizer e a dizer para toda a Igreja, Corpo Místico do Verbo Encarnado, Jesus de Nazaré. Com isso, ele oferece ao seu interlocutor a possibilidade de ‘visitar’ e ‘conhecer’ numerosos textos do Antigo e do Novo Testamento”.
Já Luiz Paulo Horta aponta como grande trunfo de Joseph Raztinger a capacidade de apresentar um livro de “leitura agradabilíssima” sem perder o rigor científico e teológico.
“Ele mostra que o nascimento de Jesus não é um mito, é algo muito bem ancorado na realidade. O Papa faz um paralelo muito bonito entre as cenas da infância e o Sermão da Montanha. O Cristo pobre, na simplicidade do presépio, é aquele que depois vai dizer: ‘bem-aventurados os pobres’ ”, disse Luiz Paulo Horta.
O acadêmico falou ainda sobre a tentativa de se criar polêmica em relação ao trecho do livro que fala da ausência de animais em torno da manjedoura onde nasceu Jesus.
“Os jornais deram muito destaque por ele ter falado da ausência de bois e burros no presépio. O Papa realmente mostra que isso não está nos textos e apresenta como um elemento mais teológico do que científico”, esclareceu o acadêmico, rechaçando a possibilidade de que a obra cause qualquer impacto nas tradições natalinas.
Representante brasileira
“É um texto de rara beleza e grande profundidade, que une magnificamente o rigor intelectual e a incontestável erudição, da qual se sabe ser portador Bento XVI de um estilo refinado e cheio de espiritualidade. Teve grande repercussão não apenas em Roma como também no mundo inteiro”, afirmou a professora de teologia da PUC-Rio, Maria Clara Bingermer, que participou da coletiva de imprensa do lançamento internacional da publicação do Pontífice “A Infância de Jesus”, que aconteceu dia 20 de novembro, no Vaticano.
“O Papa oferece à Igreja um livro que é uma verdadeira meditação teológica. Ninguém poderá lê-lo sem entrar no ritmo de oração que o atravessa do início ao fim e que convida a contemplar o mistério de Jesus de Nazaré, filho de Maria e filho de Deus, salvador e redentor do mundo. O tempo litúrgico do Advento, em preparação para a festa de Natal, será grandemente enriquecido com a sua leitura”, garantiu a teóloga.
“Na sala de imprensa havia uma quantidade enorme de jornalistas e fotógrafos de vários periódicos e órgãos de comunicação, não apenas católicos. E os jornais laicos como o “Corriere della Sera” e mesmo o “La Reppublica” foram unânimes em dar destaque ao fato. A fala do Cardeal Ravasi (presidente do Pontifício Conselho para a Cultura) foi excelente, mostrando a intenção do Papa de alcançar não apenas as pessoas de fé, mas também aquelas que se encontram afastadas. Terminou citando Jean Paul Sartre, mostrando que mesmo um ateu pode escrever páginas belas sobre a encarnação de Jesus, mostrando que esse é um evento teologal ao qual ninguém pode ficar indiferente”, disse Maria Clara.
Meditação guiada pela fé
Em seu livro, o Papa destaca que o cristianismo, seguindo a tradição do judaísmo, utiliza muitos símbolos para transmitir uma verdade de fé. Bento XVI destaca que, apesar da presença de animais no momento do nascimento de Jesus não estar relatada na Sagrada Escritura (Lc 2,6-7), “a meditação guiada pela fé, lendo o Antigo e o Novo Testamento, preencheu rapidamente esta lacuna”, como afirma o livro de Isaías (1,3): “O boi conhece seu dono e o burro a manjedoura de seu mestre; Israel não conhece, meu povo não compreende”.
A professora Maria Clara destacou a reflexão do Papa que diz que “no surpreendente elo entre Is 1,3; Hab 3,2; Ex 25. 18-20 e a manjedoura, aparecem os dois animais como representação da humanidade, sem inteligência, que diante do Menino Deus, diante da humilde aparição de Deus no estábulo, chega ao conhecimento e, na pobreza deste nascimento, recebe a epifania que aprende agora a ver tudo.
“A iconografia cristã já cultivou desde cedo este tema. Nenhuma representação do presépio renunciará ao boi ou ao burro. Como fica evidente por estas citações, o Papa não tem a menor intenção de mudar o que quer que seja no presépio”, afirmou a teóloga.
O livro
Com 176 páginas, o livro, aborda a infância de Jesus, sendo dividido em quatro capítulos, nos quais o arco histórico começa na sua genealogia e termina na separação e reencontro com os pais, em Jerusalém.
“Espero que o pequeno livro, não obstante os seus limites, possa ajudar muitas pessoas no seu caminho rumo a e com Jesus”, sublinha Bento XVI.
O primeiro capítulo da obra é dedicado à ascendência de Jesus, narrada nos evangelhos de Mateus e Lucas, diferentes entre si mas com o mesmo significado teológico: o aparecimento na História e a sua origem verdadeira, que marcam um novo início na história do mundo.
O anúncio do nascimento de João Batista e de Jesus ocupa a segunda parte, na qual Bento XVI sublinha que Deus, “de certa maneira, fez-se dependente” da humanidade porque se sujeitou ao “‘sim’, não forçado, de uma pessoa humana”, Maria, que aceitou ser mãe.
O contexto histórico do nascimento de Jesus, sob o Império Romano, e o estudo dos elementos que compõem as suas narrativas nos Evangelhos, como a pobreza e o presépio, constituem temas abordados na terceira parte.
No quarto e último capítulo, Bento XVI apresenta a perspectiva sobre os sábios que viram a estrela e a seguiram até ao local do nascimento de Jesus, a que a tradição cristã dá o nome de reis magos, e a fuga de Jesus, Maria e José para o Egito, devido à perseguição da autoridade judaica.
O epílogo acompanha o relato do último episódio da infância, narrado no Evangelho segundo São Lucas, quando na peregrinação pascal a Jerusalém, Jesus, então com 12 anos, se afasta de Maria e de José para entrar no templo, onde discutiu com os doutores.