sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A CNBB e a Amazônia





A celebração dos 60 anos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB é uma oportuna ocasião para a Igreja na Amazônia renovar seu agradecimento e reconhecimento a esta benemérita instituição que congrega o episcopado brasileiro.
Graças ao seu incondicional apoio, desde que foi criada em 14 de outubro de 1952, o grito dos bispos da Amazônia, emitido especialmente a partir de seus encontros iniciados meses antes da fundação da Conferência (junho de 1952), ecoou em todas as dioceses do país e, desde então, cresce a consciência de que a evangelização nesta vasta região brasileira é de responsabilidade de toda a Igreja no Brasil.
Marca forte da unidade e da comunhão da Igreja na Amazônia, os encontros de seus bispos se constituíram num verdadeiro Cenáculo de onde o Espírito Santo tem inspirado e animado os pastores e todos os que com eles cumprem o mandato de Jesus: “Ide fazer discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19).  A CNBB, presente já no segundo encontro realizado em janeiro de 1954, através de seu primeiro secretário, Dom Helder Câmara, dava uma inequívoca demonstração de sua corresponsabilidade no enfrentamento da sacrificada realidade amazônica que, àquela época como hoje, desafia a Igreja.
No encontro de 1967, os bispos da Amazônia, estrangeiros em sua maioria, ao discutirem o papel da Igreja na SUDAM provocaram a ira de “nacionalistas extremados” que os classificaram de “brasileiros apenas de coração”. A CNBB, por meio de sua Comissão Central, imediatamente, sai em defesa dos bispos: “Bastaria uma simples visita às missões, para reconhecer naqueles mensageiros de Deus, os mais ativos operadores da integração da Amazônia” .
A presença da CNBB na Amazônia, nestes 60 anos, se fez sentir também em inúmeras outras iniciativas que confirmam seu compromisso com o povo amazônida, com sua fé, sua cultura, suas tradições, seus direitos, sua vida. Destaque-se, por exemplo, o primeiro Seminário sobre a Pastoral da Amazônia, realizado em 1971, no Rio de Janeiro. É neste contexto também de preocupação com a Amazônia que Manaus é escolhida, certamente com total apoio da CNBB, para sediar o Congresso Eucarístico Nacional, em 1975. Merece destaque ainda a 37ª Assembleia Geral da CNBB, em 1999, quando os bispos da Amazônia se fizeram ouvir por todos os bispos do Brasil através de sua mensagem ao Povo de Deus e ao Brasil intitulada “A Igreja e a Questão da Amazônia”.
Decisão da CNBB, no entanto, que impulsionou ainda mais o olhar da Igreja no Brasil para a Amazônia foi a criação, em 2003, da Comissão Episcopal para a Amazônia. Com o objetivo de animar o espírito missionário da Igreja e sensibilizar a sociedade brasileira em relação à Amazônia, esta Comissão tem sido responsável por inúmeras iniciativas voltadas para a evangelização da Amazônia. Da mesma forma, a realização da Campanha da Fraternidade, em 2007, com o tema sobre a Amazônia, não só aumentou a visibilidade desta região como também despertou o interesse de muitos em colaborar com a missão que aí se realiza.
Há ainda duas outras iniciativas que emergem como fruto do comprometimento da CNBB com a Amazônia ao longo destes 60 anos de sua existência. O primeiro é a Semana Missionária da Amazônia, criada por iniciativa da Comissão Episcopal para a Amazônia, atualmente presidida pelo Cardeal Cláudio Hummes. A segunda é a construção do projeto “Missionários para a Amazônia”. Aprovadas pela Assembleia Geral da CNBB de 2009, estas iniciativas buscam responder dois grandes desafios da Igreja na Amazônia: a falta de recursos financeiros e a falta de missionários. O apoio da CNBB é decisivo para vencer estes desafios.
Em julho de 2012, Santarém (PA) sediou, mais uma vez, o encontro dos bispos da Amazônia, que celebrou os 40 anos do Documento de Santarém, resultado do mesmo encontro em 1972, cuja contribuição foi decisiva para pôr em prática o Concílio Vaticano II e o Documento de Medellín. A CNBB, reconhecendo a importância desse momento histórico para a Igreja na Amazônia, fez-se presente através de seu secretário geral, Dom Leonardo Ulrich Steiner,  expressando, assim, a comunhão e a unidade do episcopado brasileiro que, ao longo dos 60 anos da CNBB, tem dado o tom de sua relação com a Igreja na Amazônia.
Estas são apenas algumas das muitas formas como a CNBB se fez e se faz presente na Amazônia. Recordá-las aqui, no contexto dos 60 anos da CNBB, é reviver a história desta Conferência que conquistou a credibilidade e o respeito da sociedade brasileira pelo seu compromisso com a vida de seu povo e a defesa dos direitos humanos, especialmente, dos pobres e excluídos. A Comissão Episcopal para a Amazônia se orgulha por fazer parte desta história. Parabéns, CNBB!
Irmã Maria Irene Lopes dos Santos
Assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

O ser humano ordena-se para produzir conhecimento. Com aquisição do conhecimento somos capazes de mudarmos a realidade e de construírmos um mundo sem preconceitos institucionalizados. Mas, estamos vendo, hoje, que o individualismo reina onde não deveria. Nos bancos escolares ainda temos muito disso, individualismo e preconceitos juntos. Ser Cristão incomoda bastante, principalmente quem não vive a experiência de comunidade igualitária. Numa comunidade igualitária as diferenças não motivam para a discórdia, intriga e perseguição. Isso já foi superado há séculos. Estudar para se transformar num autocrático é perpetuar a ignorância. É transformar a comunidade num covil de rancores. Com mais humanidade podemos alcançar a plenitude da paz e da justiça entre todos. Isso pode significar viver bem, com qualidade de vida. Sabemos que não se chega ao conhecimento sem a mescla de muitos erros. Um grande erro é achar que é superior ao outro. O conhecimento tem significado quando usado para que o outro cresça em sabedoria. 
Não temos o conhecimento total das coisas mas temos o único caminho para chegar até ele. Temos a escola como o lugar da formação permanente, para desconstruírmos os falsos valores e construírmos os valores necessários para a existência do bem. Por isso mesmo, os professores tem que estar bem consciente de seu papel na escola, da importância do tipo de educação que estamos desenvolvendo. O conhecimento é uma esperança que o aluno sabe não poder conseguir por si mesmo. Ele necessita de um mediador comprometido, que não se considere o dono da verdade, mas que saiba partilhar o conhecimento e aprenda a acolher os saberes diferentes.
É importante, agora, uma reflexão sobre os rumos da educação, e que tipo de contribuição estamos dando. É necessário pensarmos no outro, nosso aluno, no outro nosso colega de profissão. É preciso realizar o que há de melhor na escola: produção de conhecimento, formação de consciência crítica e construção de  uma escola cidadã.
(Carlos: Professor/Missionário do Setor I)






quinta-feira, 29 de novembro de 2012

"Deus é uma realidade da nossa vida"


Catequese de Bento XVI : O Ano da fé. Como falar de Deus?

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 29 de novembro de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos a seguir a catequese do papa Bento XVI realizada durante a Audiência Geral de quarta-feira, 28 de novembro, na Sala Paulo VI, no Vaticano.
O Ano da Fé. Como falar de Deus?
Queridos irmãos e irmãs,
A pergunta central que hoje nos fazemos é a seguinte: como falar de Deus no nosso tempo? Como comunicar o Evangelho, para abrir estradas para  sua verdade salvífica nos corações muitas vezes fechados dos nossos contemporâneos e nas mentes tantas vezes distraídas por tantos estímulos da sociedade? Jesus mesmo, dizem-nos os Evangelistas, ao anunciar o Reino de Deus se perguntou: “A que podemos comparar o reino de Deus e com que parábola podemos descrevê-lo?” (Mc 4,30). Como falar de Deus hoje? A primeira resposta é que nós podemos falar de Deus, porque Ele falou conosco. A primeira condição para falar de Deus é então a escuta do que Deus mesmo disse. Deus falou conosco! Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática muito distante de nós. Deus se interessa por nós, nos ama, entrou pessoalmente na realidade da nossa história, se auto-comunicou até encarnar-se. Então, Deus é uma realidade da nossa vida, é tão grande que tem também tempo para nós, ocupa-se de nós. Em Jesus de Nazaré nós encontramos a face de Deus, que desceu do seu Céu para imergir-se no mundo dos homens, no nosso mundo, e ensinar a “arte de viver”, o caminho da felicidade; para libertar-nos do pecado e tornar-nos filhos de Deus (cfr Ef 1,5; Rm 8,14). Jesus veio para salvar-nos e mostrar-nos a vida boa do Evangelho.
Falar de Deus quer dizer antes de tudo ter bem claro o que devemos levar aos homens e às mulheres do nosso tempo: não um Deus abstrato, uma hipótese, mas um Deus concreto, um Deus que existe, que entrou na história e está presente na história; o Deus de Jesus Cristo como resposta à pergunta fundamental do porquê e do como viver. Por isto, falar de Deus requer uma familiaridade com Jesus e o seu Evangelho, pressupõe uma nossa pessoal e real consciência de Deus e uma forte paixão pelo seu projeto de salvação, sem ceder à tentação do sucesso, mas seguindo o método do próprio Deus. O método de Deus é aquele da humildade – Deus se faz um de nós – é o método realizado na Encarnação na casa simples de Nazaré e na gruta de Belém, aquele da parábola do grão de mostarda. Não devemos temer a humildade dos pequenos passos e confiar no fermento que penetra na massa e lentamente a faz crescer (cfr Mt 13,33). No falar de Deus, na obra de evangelização, guiados pelo Espírito Santo, é necessária uma recuperação da simplicidade, um retornar ao essencial do anúncio: a Boa Notícia de um Deus que é real e concreto, um Deus que se interessa por nós, um Deus-Amor que se faz próximo de nós em Jesus Cristo até a Cruz e que na Ressurreição nos doa a esperança e nos abre a uma vida que não tem fim, a vida eterna, a verdadeira vida. Aquele excepcional comunicador que foi o apóstolo Paulo nos oferece uma lição que vai exatamente ao centro da fé do problema “como falar de Deus” com grande simplicidade. Na Primeira Carta aos Coríntios escreve: “Quando cheguei no meio de vós, não me apresentei para anunciar o mistério de Deus com excelência da palavra ou de sabedoria. Decidi, na verdade, não dever saber coisa alguma no meio de vós senão Jesus Cristo, e Cristo crucificado” (2,1-2). Então, a primeira realidade é que Paulo não fala de uma filosofia que ele desenvolveu, não fala de idéias que encontrou em qualquer lugar ou inventou, mas fala de uma realidade da sua vida, fala do Deus que entrou na sua vida, fala de um Deus real que vive, falou com ele e falará conosco, fala de Cristo crucificado e ressuscitado. A segunda realidade é que Paulo não busca a si mesmo, não quer criar um time de admiradores, não quer entrar na história como chefe de uma escola de grandes conhecimentos, não busca a si mesmo, mas São Paulo anuncia Cristo e quer ganhar as pessoas para o Deus verdadeiro e real. Paulo fala somente com o desejo de querer pregar aquilo que entrou na sua vida e que é a verdadeira vida, que o conquistou no caminho para Damasco. Então, falar de Deus quer dizer dar espaço Àquele que se faz conhecer, que nos revela a sua face de amor; quer dizer expropriar o próprio eu oferecendo-o a Cristo, consciente de que não somos nós a poder ganhar os outros para Deus, mas devemos conhecê-los pelo próprio Deus, invocá-los por Ele. O falar de Deus nasce da escuta, do nosso conhecimento de Deus que se realiza na familiaridade com Ele, na vida da oração e segundo os Mandamentos.
Comunicar a fé, para São Paulo, não significa levar a si mesmo, mas dizer abertamente e publicamente aquilo que viu e sentiu no encontro com Cristo, quanto experimentou na sua existência já transformada por aquele encontro: é levar aquele Jesus que sente presente em si mesmo e tornou-se o verdadeiro sentido de sua vida, para fazer entender a todos que Ele é necessário para o mundo e é decisivo para a liberdade de cada homem. O Apóstolo não se contenta em proclamar por palavras, mas envolve toda a própria existência na grande obra da fé. Para falar de Deus, é necessário dar-lhe espaço, confiantes de que é Ele que age na nossa fraqueza: dar-lhe espaço sem medo, com simplicidade e alegria, na convicção profunda de que quanto mais colocamos no centro Ele e não nós, mais a nossa comunicação será frutífera. E isto vale também para as comunidades cristãs: esses são chamados a mostrar a ação transformadora da graça de Deus, superando individualismos, fechamento, egoísmos, indiferença e vivendo na relação cotidiana o amor de Deus. Perguntemo-nos se são realmente assim as nossas comunidades. Devemos colocar-nos em ação para tornar-nos sempre e realmente assim, anunciadores de Cristo e não de nós mesmos.
Nesta altura, devemos perguntar-nos como comunicava o próprio Jesus. Jesus na sua unicidade fala de seu Pai – Abbá – e do Reino de Deus, com o olhar cheio de compaixão pelos inconvenientes e dificuldades da existência humana. Fala com grande realismo e, direi, o essencial do anúncio de Jesus é que torna transparente o mundo e a nossa vida vale para Deus. Jesus mostra que no mundo e na criação resplandece a face de Deus e nos mostra como nas histórias cotidianas da nossa vida Deus está presente. Seja nas parábolas da natureza, o grão de mostarda, o campo com diversas sementes, ou na nossa vida, pensemos na parábola do filho pródigo, de Lázaro e em outras parábolas de Jesus. A partir dos Evangelhos vemos como Jesus se interessa por cada situação humana que encontra, se emerge na realidade dos homens e das mulheres do seu tempo, com plena confiança  na ajuda do Pai. E que realmente nesta história, secretamente, Deus está presente e se estamos atentos podemos encontrá-Lo. E os discípulos, que vivem com Jesus, as multidões que O encontram, veem a sua reação aos problemas mais absurdos, veem como fala, como se comporta; veem Nele a ação do Espírito Santo, a ação de Deus. Nele anúncio e vida se entrelaçam: Jesus age e ensina, partindo sempre de um relacionamento íntimo com Deus Pai. Este estilo se torna uma indicação essencial para nós cristãos: o nosso modo de viver na fé e na caridade torna-se um falar de Deus hoje, porque mostra com uma existência vivida em Cristo a credibilidade, o realismo  daquilo que dizemos com as palavras, que não são somente palavras, mas mostram a realidade, a verdadeira realidade. E nisso devemos estar atentos para colher os sinais dos tempos na nossa época, isto é, identificar os potenciais, os desejos, os obstáculos que se encontram na cultura atual, em particular o desejo de autenticidade, o anseio de transcendência, a sensibilidade para a salvaguarda da criação, e comunicar sem temor a resposta que oferece a fé em Deus. O Ano da Fé é ocasião para descobrir, com a fantasia animada pelo Espírito Santo, novos caminhos a nível pessoal e comunitário, a fim de que em cada lugar a força do Evangelho seja sabedoria de vida e orientação da existência.
Também no nosso tempo, um lugar privilegiado para falar de Deus é a família, a primeira escola para comunicar a fé às novas gerações. O Concílio Vaticano II fala dos pais como os primeiros mensageiros de Deus (cfr Cost. dogm. Lumen gentium, 11; Decr. Apostolicam actuositatem, 11), chamados a redescobrir esta missão deles, assumindo a responsabilidade no educar, no abrir a consciência dos pequenos ao amor de Deus como um serviço fundamental para suas vidas, em ser os primeiros catequistas e mestres da fé para seus filhos. E nesta tarefa é importante antes de tudo a vigilância, que significa saber entender as ocasiões favoráveis para introduzir em família o discurso de fé e para amadurecer uma reflexão crítica a respeito dos numerosos condicionamentos aos quais são submetidos os filhos. Esta atenção dos pais é também sensibilidade em reconhecer as possíveis questões religiosas presentes nas mentes dos filhos, às vezes evidentes, às vezes escondidas. Depois, a alegria: a comunicação da fé deve sempre ter uma totalidade de alegria. É a alegria pascal, que não silencia ou esconde a realidade da dor, do sofrimento, do cansaço, da dificuldade, da incompreensão e da própria morte, mas sabe oferecer os critérios para interpretar tudo na perspectiva da esperança cristã. A vida boa do Evangelho é exatamente este olhar novo, esta capacidade de ver com os olhos de Deus cada situação. É importante ajudar todos os membros da família a compreender que a fé não é um peso, mas uma fonte de alegria profunda, é perceber a ação de Deus, reconhecer a presença do bem, que não faz barulho; e oferece orientações  preciosas para viver bem a própria existência. Enfim, a capacidade de escuta e de diálogo: a família deve ser um ambiente onde se aprende a estar junto, a conciliar os conflitos no diálogo recíproco, que é feito de escuta e de palavra, a compreender-se e a amar-se, para ser um sinal, um para o outro, do amor misericordioso de Deus.
Falar de Deus, então, quer dizer fazer compreender com a palavra e com a vida que Deus não é o concorrente da nossa existência, mas sim a sua verdadeira garantia, a garantia da grandeza da pessoa humana. Assim, retornamos ao início: falar de Deus é comunicar, com força e simplicidade, com a palavra e com a vida, aquilo que é essencial: o Deus de Jesus Cristo, aquele Deus que nos mostrou um amor tão grande a ponto de encarnar-se, morrer e ressuscitar por nós; aquele Deus que pede para segui-Lo e deixar-se transformar pelo seu imenso amor para renovar a nossa vida e as nossas relações; aquele Deus que nos doou a Igreja, para caminhar juntos e, através da Palavra e dos Sacramentos, renovar a inteira Cidade dos homens, a fim de que possa tornar-se Cidade de Deus.
Após a catequese o papa Bento XVI dirigiu a seguinte saudação em português:
Uma saudação cordial a todos os peregrinos de língua portuguesa, com votos de serem por todo o lado zelosos mensageiros e testemunhas da fé que vieram afirmar e consolidar neste encontro com o Sucessor de Pedro. Que Deus vos abençoe! Obrigado!
(MEM)

IGREJA

Padre Pedrinho Guaresch fala sobre presente de Natal para crianças

quinta-feira, 29 de novembro 
brinquedo
Vanessa Espíndola
Redação Portal A12

Falta menos de um mês para celebração do Natal e a esperança de renovação juntamente com outros sentimentos já está no coração de muitas pessoas. De acordo com padre Pedrinho Guaresch, especialista em infância e consumo, os valores espirituais deveriam nortear a educação dos pais quando o assunto é o tão desejado presente de Natal dos filhos.

“No mundo da criança, existe uma grande identificação com a festa, com o brilho, a luz e o lúdico; e o presente faz parte de tudo isso, também é importante. Na própria história de São Nicolau, hoje representado pelo “Papai Noel”, o bispo visitava as famílias na época do Natal e falava da chegada do Menino Jesus como principal presente em nossa vida. Mesmo no contexto atual, esse sentido não pode ser esquecido”, afirmou Padre Pedrinho.

As opções de presentes são várias, das bonecas aos tecnológicos de última geração, como celulares, tablets, etc. Motivos para que as crianças se rendam ao consumo, não faltam. As propagandas publicitárias estão aí para incentivá-las a querer cada vez mais e, por isso, todo cuidado pouco para não deixar que a criança passe pela época do Natal sem ter consciência do verdadeiro sentindo da época.

Para Padre Pedrinho, os pais devem procurar incentivar os filhos a gostarem de brinquedos que estimulem o pensar. “Além de fazer pensar, é interessante que o brinquedo permita que a criança o utilize com outras crianças, para que ela tenha a percepção da importância dos outros em sua vida”, apontou.

Para que o sentido do Natal não passe em branco pela criança é importante que ela tenha consciência do motivo da festa do Natal. “A dimensão do presente existe graças ao Menino Jesus que é o presente para toda a humanidade. É muito importante que a família tenha essa concepção”, acrescentou Padre Pedrinho.

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Nota da CNBB sobre a seca no Nordeste



“Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados” (2Cor 4,8)
Nós, bispos do Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -CNBB, reunidos em Brasília-DF, nos dias 27 e 28 de novembro de 2012, vimos manifestar nossa solidariedade aos irmãos e irmãs que sofrem com a seca no Nordeste. Esta situação, que se prolonga de forma desalentadora, exige a soma de esforços e de iniciativas de todos: governo, Igrejas, empresários, sociedade civil organizada - para garantir às famílias a superação de tamanha adversidade.
Os recursos liberados pelo governo e o auxílio das Cáritas Diocesanas e de outras entidades são, sem dúvida, imprescindíveis para o socorro imediato dos afetados por tão longa estiagem, considerada a pior nos últimos 30 anos. Estas iniciativas têm contribuído para diminuir a fome, a mortalidade infantil e o êxodo. Sendo, porém, a seca uma realidade do semiárido brasileiro, é urgente tomar medidas eficazes que possibilitem a convivência com este fenômeno. Considerem-se, para esse fim, o desenvolvimento de políticas públicas específicas para a região e o aproveitamento das potencialidades das populações locais.
Preocupa-nos o risco de colapso hídrico urbano devido à falta de planejamento para um adequado fornecimento de água. Especialistas na área vêm nos mostrando que há meios mais baratos e de maior alcance social do que os megaprojetos, como a transposição dos recursos hídricos do Rio São Francisco, construção de grandes açudes, dentre outros.
No meio rural, as cisternas para a captação de água de chuva, iniciativa da Igreja Católica, mostraram-se eficientes para enfrentar períodos de estiagem prolongada. É importante ampliar essa iniciativa e também investir na construção de cisternas “calçadão” para a produção de hortaliças. Já a aplicação dos recursos financeiros e técnicos necessita ser ampliada e universalizada, levando-se em conta o protagonismo das populações locais e de suas organizações, no campo e na cidade. Torna-se necessário o controle para que os recursos sejam otimizados e cheguem realmente aos mais necessitados. Um planejamento adequado pode garantir soluções permanentes e duradouras que assegurem as condições de vida digna para todos.
A fé e a esperança, distintivos de nossos irmãos nordestinos, animem seus corações nesta hora de sofrimento e de dor. “Esperando contra toda esperança” (Rm 4,18), confiem-se ao Deus da vida e por seu Filho clamem: “Fica conosco, Senhor, porque ao redor de nós as sombras vão se tornando mais densas, e tu és a Luz; em nossos corações se insinua a desesperança, e tu os fazes arder com a certeza da Páscoa” (DAp 554).
Que o Divino Espírito Santo e Maria iluminem e inspirem a todos na esperança e na construção do bem.
Brasília, 28 de novembro de 2012.
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
Fonte: CNBB

Extraído de: Câmara Municipal de Camaçari 

Comissão aprova correção do piso de professor pelo INPC e pelo Fundeb

A Comissão de Educação e Cultura aprovou nesta quarta-feira (15) o substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 3776/08 , do Executivo, que muda a regra do reajuste do piso salarial nacional dos professores da educação básica da rede pública atualmente de R$ 1.024 para 40 horas semanais.
O texto aprovado mantém o reajuste do piso atrelado à variação do valor mínimo por aluno no fundo da educação básica (FundebO Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é formado por recursos estaduais, municipais e federais e destina-se a promover a educação infantil, o ensino fundamental e médio, inclusive a educação de jovens e adultos. Os recursos do Fundeb, que tem vigência até 2020, são distribuídos de acordo com o número de alunos da educação básica, com base em dados do censo escolar do ano anterior. Pelo menos 60% dos recursos do fundo são usados no pagamento dos salários dos professores.) e acrescenta que o reajuste não poderá ser inferior à inflação, conforme a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPCMede a variação de preços da cesta de consumo das famílias de baixa renda, com salário de um a seis mínimos, entre os dias 1º e 30 do mês de referência. Abrange nove regiões metropolitanas do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Porto Alegre e Curitiba), além do município de Goiânia e de Brasília. O índice é calculado pelo IBGE desde 1979 e é muito utilizado como parâmetro para reajustar salários em negociações trabalhistas.) nos 12 meses anteriores. O reajuste deixa de ser feito em janeiro e passa para maio.
A proposta do governo, que era a atualização do piso apenas pelo INPC (reajuste pela inflação, sem aumento real), foi rejeitada. O argumento do governo foi que o critério atual (parcialmente mantido pelo Senado) pode acarretar uma elevação contínua dos salários dos professores e prejudicar o financiamento de outros itens importantes para a melhoria da educação básica pública, como manutenção e melhoria das instalações físicas das escolas, aquisição de material de ensino, universalização do uso da informática e o próprio aperfeiçoamento profissional dos professores.
Detalhamento
Atualmente, a lei diz que o piso será atualizado no mês de janeiro no mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno no Fundeb.
O governo propôs a mudança para o reajuste pela variação do INPC no ano anterior, mantendo o aumento em janeiro.
Essa regra foi aprovada inicialmente pela Câmara, mas o Senado alterou o texto. Em razão da mudança, a proposta voltou para a Câmara, que dará a palavra final. Conforme essa nova versão, o piso será atualizado anualmente, no mês de maio, com base no percentual do valor por aluno no Fundeb apurado nos dois anos anteriores. Esse índice não poderá ser inferior à variação do INPC.
O relator da proposta na Comissão de Educação, deputado Carlos Abicalil (PT-MT), disse que as alterações feitas pelo Senado aperfeiçoam o mecanismo de reajuste. Ele explica que a mudança do mês de reajuste para maio é necessária pelo fato de que o valor por aluno no Fundeb, em determinado ano, só é consolidado em abril do ano seguinte. Antes disso, o governo trabalha com estimativa.
Tramitação
O projeto tramita em regime de urgência urgentíssimaRegime de tramitação que permite incluir proposta na Ordem do Dia para discussão e votação imediata. Esse regime precisa ser proposto pela maioria absoluta dos deputados (257) ou por líderes que representem esse número. O pedido de urgência urgentíssima precisa ainda ser aprovado por 257 deputados. Esse regime dispensa parecer aprovado em comissão o parecer pode ser dado oralmente pelo relator, no plenário. e está sendo analisado simultaneamente pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. A qualquer momento, poderá ser incluído na pauta do plenário.

PAPA BENTO XVI AUDIÊNCIA GERAL
Sala Paulo VI
Quarta-feira, 28 de Novembro de 2012

Queridos irmãos e irmãs,
O anúncio que leva ao encontro com Deus-Amor, revelado de modo único em Jesus crucificado, é destinado a todos: não há salvação fora de Jesus Cristo. Como podemos falar de Deus hoje? O Ano da Fé é ocasião de buscar novos caminhos, sob a inspiração do Espírito Santo, para transmitir a Boa Nova da salvação. Neste sentido, o primeiro passo é procurar crescer na fé, na familiaridade com Jesus e com o seu Evangelho, aprendendo da forma como Deus se comunica ao longo da história humana, sobretudo com a Encarnação: através da simplicidade. É necessário retornar ao aspecto essencial do anúncio, olhando para o exemplo de Jesus. N’Ele, o anúncio e a vida se entrelaçam: Jesus atua e ensina, partindo sempre da sua relação íntima com Deus Pai. De fato, comunicar a fé não significa levar a si mesmo aos demais, mas transmitir publicamente a experiência do encontro com Cristo, a começar pela própria família. Esta é um lugar privilegiado para falar de Deus, onde se deve procurar fazer entender que a fé não é um peso, mas uma profunda alegria que transforma a vida.