sexta-feira, 23 de novembro de 2012

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Comissão Brasileira Justiça e Paz promove 1º Fórum de Saúde do DF

Observatório da Saúde da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), o Fórum de Saúde do Distrito Federal e a Fiocruz, realizarão no auditório desta fundação, dia 23 de novembro das 08h às 17h, o 1º Fórum de Saúde do DF. O fórum tem o objetivo de discutir temas relacionados à organização do serviço de saúde pública.

Um dos principais temas que serão abordados na reunião trata  do serviço de saúde com foco no ‘nível primário de atenção’ ou ‘atenção primária à saúde’. Este nível se caracteriza como a primeira atenção que a população recebe, e compreende-se como ações de promoção da saúde, prevenção de doenças, ou agravos em doenças pré-existentes. Sendo os responsáveis pelo atendimento deste nível os postos de saúde e Unidades Básicas de Saúde. A ideia é humanizar a relação do morador com os profissionais de saúde da comunidade.

“Nós entendemos que é preciso fazer uma avaliação urgente dos serviços de saúde, que não podem continuar centrados apenas no ambiente hospitalar. Esse serviço precisa se espraiar para a população através da atenção básica ou atenção primária. O fórum vai procurar, na sua temática, discutir esses aspectos”, esclarece o coordenador do Observatório da Saúde da CBJP, o cardiologista Geniberto Paiva Campos.

Na oportunidade, estará presente o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, que, como expositor, tratará do tema ‘Desenvolvimento Brasileiro e o Sistema de Saúde’. A o todo serão 12 conferencistas, entre renomados especialistas em saúde publica, profissionais de saúde, bem como a comunidade acadêmica, que se dedicarão no evento às temáticas: o acesso aos serviços de saúde com foco na atenção primária; o financiamento dos serviços, a relação público & privado no Brasil atual e os recursos humanos em saúde.

De acordo com o coordenador do fórum de Saúde do distrito federal, o doutor em saúde pública, Vitor Gomes Pinto, o evento será suprapartidário. “O fórum é livre, ninguém estará defendendo posições específicas e não haverá nenhum direcionamento de opiniões”, informa o coordenador.

Doutor Vitor Gomes esclarece como será abordada a questão da atenção primária. “Vamos tentar discutir a temática dentro do que acontece em Brasília, e nas cidades-satélites. Será a tentativa de explicar que as questões relacionadas à saúde se resolvem em um nível básico, não dentro dos hospitais, a atenção terciária. Vamos debater como é que isso pode ser estruturado”, afirma.
Fonte: CNBB

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Limites sem Trauma, de Tania Zagury

Limites sem trauma
Nunca li antes um livro nessa linha, não que eu me lembre, sobre criação de filhos. Limites sem Trauma mostra, como o próprio nome já diz, que é muito importante colocar limites para os filhos, saber dizer não. Algumas gerações atrás, os pais eram praticamente generais, controlando tudo de seus filhos. A geração seguinte queria quebrar esse padrão e terminou incorrendo no erro de não colocar limite algum, criando adultos inseguros e incapazes de lidar com frustrações.
O livro de Tania Zagury começa falando sobre limites: a diferença entre limite e autoritarismo, o que pode acontecer se os filhos não têm limites... E continua mapeando padrões/tendências de comportamento por idade, com dicas de como lidar com essas diferentes fases, isso até a adolescência.

Algo vai mal na economia de um país, quando se observa que uma cervejaria passa a valer mais do uma empresa de petróleo na Bolsa de Valores.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012


A recepção do Concílio Vaticano II no Brasil e na América Latina

21/11/2012
Celebramos 50 anos do Concílio Vaticano II (1962-1965). Ele representa uma ruptura do curso que a Igreja Católica vinha percorrendo por séculos. Era uma Igreja, fortaleza sitiada, defendendo-se de tudo o que vinha do mundo moderno, da ciência, da técnica e das conquistas civilizatórias como a democracia, os direitos humanos e a separação entre Igreja e Estado.
Mas uma lufada de ar fresco veio de um Papa ancião do qual nada se esperava: João XXIII (+1963). Ele abriu portas e janelas da Igreja. Disse: ela não pode ser um museu respeitável; ela tem que ser a casa de todos, arejada e agradável para se viver.
Antes de mais nada, o Concílio representou, na linguagem cunhada pelo Papa XXIII, um aggionamento, quer dizer, uma atualização e uma reconstrução de sua auto-compreensão e do tipo de presença no mundo.
Mais que sumariar os elementos principais introduzidos pelo Concílio, interessa-nos como este aggiornamento foi acolhido e traduzido pela Igreja latino-americana e pelo Brasil. A esse processo se chama de recepção que significa uma releitura e um refazimento das intuições conciliares dentro do contexto latino-americano, bem diferente daquele europeu no qual se elaboraram todos os documentos. Enfatizaremos apenas alguns pontos essenciais.
O primeiro, sem dúvida, foi a profunda mudança de atmosfera eclesial: antes predominava a “grande disciplina”, a uniformização romana e o ar sombrio e antiquado da vida eclesial. As Igrejas da América Latina, da África e da Ásia eram Igrejas-espelho daquela romana. De repente começaram a sentir-se Igrejas-fonte. Podiam se inculturizar e criar linguagens novas. Agora se irradia entusiasmo e coragem de criar.
Em segundo lugar, na América Latina se deu uma redefinição do lugar social da Igreja. O Vaticano II foi um Concílio universal mas na perspectiva dos países centrais e ricos. Ai se definiu a Igreja dentro do mundo moderno. Mas existe um sub-mundo de pobreza e de opressão. Este foi captado pela Igreja latino-americana. Esta deve se deslocar do centro humano para as periferias sub-humanas. Se aqui vigora opressão, sua missão deve ser de libertação. A inspiração veio das palavras do Papa João XXIII: “a Igreja é de todos mas principalmente quer ser uma Igreja dos pobres”.
Esta viragem se traduziu nas várias conferências episcopais latinoamericas desde Medellin (1968) até Aparecida (2007) pela opção solidária e preferencial pelos pobres, contra a pobreza. Ela se transformou na marca registrada da Igreja latino-americana e da teologia da libertação.
Em terceiro lugar, é a concretização da Igreja como Povo de Deus. O Vaticano II colocou esta categoria antes daquela da Hierarquia. Para a Igreja latinoamericana Povo de Deus não é uma metáfora; a grande maioria do povo é cristã e católica, logo é Povo de Deus, gemendo sob a opressão como outrora no Egito. Dai nasce a dimensão de libertação que a Igreja assume oficialmente em todos os documentos de Medellin(1968) até Aparecida (2007). Esta visão da Igreja-povo-de-Deus ensejou o surgimento das Comunidades Eclesiais de Base e das pastorais sociais.
Em quarto lugar, o Concílio entendeu a Palavra de Deus, contida na Bíblia como a alma da vida eclesial. Isso foi traduzido pela leitura popular da Bíblia e pelos milhares e milhares de círculos bíblicos. Neles os cristãos comparam a página da vida com a página da Bíblia e tiram conclusões práticas, na linha da comunhão, da participação e da libertação.
Em quinto lugar, o Concílio se abriu aos direitos humanos. Na América Latina foram traduzidos como direitos a partir dos pobres e por isso, antes de tudo, direito à vida, ao trabalho, à saúde e à educação. A partir daí se entendem os demais direitos, ir e vir e outros.
Em sexto lugar, o Concílio acolheu o ecumenismo entre as Igrejas cristãs. Na América latina o ecumenismo não visa tanto a convergência nas doutrinas mas a convergência nas práticas: todas as Igrejas juntas se empenham pela libertação dos oprimidos. É um ecumenismo de missão.
Por fim, dialoga com as religiões vendo nelas a presença do Espírito que chega antes do missionário e por isso devem ser respeitadas com seus valores.
Por fim cabe reconhecer: a América Latina foi o Continente onde mais se tomou a sério o Vaticano II e mais transformação trouxe, projetando a Igreja dos pobres como desafio para a Igreja universal e para todas as consciências humanitárias.
Leonardo Boff é autor de Eclesiogênese: a Igreja que nasce da fé do povo, Vozes 2008.

Plano Nacional de Educação será debatido em audiência 

Roberto Requião critica ordem de análise da iniciativa 
nas comissões
As Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Educação, Cultura e Esporte (CE) vão realizar audiência pública conjunta para debater o Plano Nacional de Educação (PNE) 2011—2020. Requerimentos nesse sentido foram aprovados ontem.
Previsto em projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados (PLC 103/12), o PNE inclui meta de investimento de 10% do produto interno bruto (PIB) em educação, a ser alcançada no prazo de dez anos.
O debate, que poderá ocorrer na quinta-feira da próxima semana, deverá ser aberto pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Está prevista também a presença de dirigentes de entidades da área educacional e especialistas na matéria.
Em reunião ontem, o presidente da CE, Roberto Requião (PMDB-PR), criticou a tramitação no Senado do projeto que institui o plano. O senador lembrou que, antes de chegar ao colegiado dirigido por ele, o texto passará pela CAE e pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
A ordem atende a uma determinação do Regimento Interno, segundo a qual a comissão mais ligada ao mérito do projeto em debate é a última a ser ouvida.
— Isso é absurdo. Se nossa comissão é a comissão de mérito, como outras comissões vão discutir o projeto sem saber como ele vai ficar? — questionou.
Ao concordar com Requião, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou o fato de o PNE ser inicialmente analisado pelo lado econômico.
— É uma aberração subordinar a educação a aspectos financeiros. Mesmo os que fizeram o PNE se concentraram na ideia de garantir 10% do produto interno bruto para a educação. Mas não disseram o que fazer com os 10%. Em minha opinião, nem precisaríamos dos 10%, mas aqui se deveria discutir isso. E se forem 12%? Aí a Comissão de Assuntos Econômicos analisaria — disse Cristovam.
Jornal do Senado
Quarta-feira, 21 de novembro de 2012, 12h37

Catequese de Bento XVI – Racionalidade da fé em Deus – 21/11/2012

Boletim da Santa Sé
(Tradução: Jéssica Marçal-equipe CN Notícias)



CATEQUESE
Sala Paulo VI
Quarta-feira, 21 de novembro de 2012


Queridos irmãos e irmãs,

Avançamos neste Ano da Fé, trazendo em nosso coração a esperança de redescobrir quanta alegria tem no crer e de reencontrar o entusiasmo de comunicar a todos a verdade da fé. Estas verdades não são uma simples mensagem sobre Deus, uma particular informação sobre Ele. Expressam, ao invés disso, o evento do encontro de Deus com os homens, encontro salvífico e libertador, que realiza as aspirações mais profundas do homem, e seus desejos de paz, de fraternidade, de amor. A fé leva a descobrir que o encontro com Deus valoriza, aperfeiçoa e eleva quanto de verdade, de bom e de belo tem no homem. Acontece que, enquanto Deus se revela e se deixa conhecer, o homem vem a saber quem é Deus e, conhecendo-O, descobre a si mesmo, a própria origem, o próprio destino, a grandeza e a dignidade da vida humana.

A fé permite um saber autêntico sobre Deus que envolve toda a pessoa humana: é um “saber”, isto é, um conhecer que doa sabor à vida, um gosto novo de existir, um modo alegre de estar no mundo. A fé se exprime no doar a si mesmo para os outros, na fraternidade que faz solidariedade, capaz de amar, vencendo a solidão que deixa triste. Este conhecimento de Deus através da fé não é por isso somente intelectual, mas vital. É o conhecimento de Deus-Amor, graças ao seu próprio amor. O amor de Deus, então, faz ver, abre os olhos, permite conhecer toda a realidade, além das perspectivas estreitas do individualismo e do subjetivismo que desorientam a consciência. O conhecimento de Deus é, portanto, experiência de fé e implica, ao mesmo tempo, um caminho intelectual e moral: tocados profundamente pela presença do Espírito Santo de Jesus em nós, superamos os horizontes dos nossos egoísmos e nos abrimos aos verdadeiros valores da existência.

Hoje nesta catequese gostaria de me concentrar sobre a racionalidade da fé em Deus. A tradição católica desde o início rejeitou o assim chamado fideísmo, que é a vontade de crer contra a razão. Creio quia absurdum (creio porque é absurdo) não é fórmula que interpreta a fé católica. Deus, na verdade, não é absurdo, mas sim é mistério. O mistério, por sua vez, não é irracional, mas uma superabundância de sentido, de significado, de verdade. Se, olhando para o mistério, a razão vê escuridão, não é porque no mistério não tenha a luz, mas porque existe muita (luz). Assim como quando os olhos do homem se dirigem diretamente ao sol para olhá-lo, veem somente trevas; mas quem diria que o sol não é luminoso, antes a fonte da luz? A fé permite olhar o “sol”, Deus, porque é acolhida da sua revelação na história e, por assim dizer, recebe verdadeiramente toda a luminosidade do mistério de Deus, reconhecendo o grande milagre: Deus se aproximou do homem, ofereceu-se ao seu conhecimento, consentindo ao limite criador da sua razão (cfr Conc. Ec. Vat. II, Cost. Dogm. Dei Verbum, 13). Ao mesmo tempo, Deus, com a sua graça, ilumina a razão, abre-lhe horizontes novos, imensuráveis e infinitos. Por isto, a fé constitui um estímulo a buscar sempre, a não parar nunca e nunca aquietar-se na descoberta inesgotável da verdade e da realidade.  É falso o pré-juízo de certos pensadores modernos, segundo os quais a razão humana seria como que bloqueada pelos dogmas da fé. É verdade exatamente o contrário, como os grandes mestres da tradição católica demonstraram. Santo Agostinho, antes de sua conversão, busca com tanta inquietação a verdade, através de todas aas filosofias disponíveis, encontrando todas insatisfatórias. A sua cansativa investigação racional é para ele uma significativa pedagogia para o encontro com a Verdade de Cristo. Quando diz: “compreendas para crer e creias para compreender” (Discurso 43, 9:PL 38, 258), é como se contasse a própria experiência de vida. Intelecto e fé, antes da divina Revelação, não são estranhas ou antagonistas, mas são ambas duas condições para compreender o sentido, para transpor a autêntica mensagem, se aproximando-se do limite do mistério. Santo Agostinho, junto a tantos outros autores cristãos, é testemunha de uma fé que se exercita com a razão, que pensa e convida a pensar. Neste sentido, Santo Anselmo dirá em seu Proslogion que a fé católica é fides quaerens intellectum, onde o buscar a inteligência é ato interior ao crer. Será sobretudo São Tomás de Aquino – forte nesta tradição – a confrontar-se com a razão dos filósofos, mostrando quanta nova fecunda vitalidade racional vem ao pensamento humano do acoplamento dos princípios e da verdade da fé cristã.

A fé católica é, portanto, racional e nutre confiança também na razão humana. O Concílio Vaticano I, na Constituição dogmática Dei Filius, afirmou que a razão é capaz de conhecer com certeza a existência de Deus através da via da criação, enquanto somente à fé pertence a possibilidade de conhecer “facilmente, com absoluta certeza e sem erro” (DS 3005) as verdades sobre Deus, à luz da graça. O conhecimento da fé, também, não é contra a razão direta. O Beato Papa João Paulo II, de fato, na Encíclica Fides et ratio, sintetiza assim: “A razão do homem não se anula nem se degrada dando assentimento aos conteúdos de fé; estes são em cada caso alcançados com escolhas livres e conscientes” (n. 43). No irresistível desejo de verdade, só um harmonioso relacionamento entre fé e razão é a estrada certa que conduz a Deus e à plena realização de si.
  
Esta doutrina é facilmente reconhecida em todo o Novo Testamento. São Paulo, escrevendo aos cristãos de Corinto, argumenta, como ouvimos: “Enquanto os Judeus pedem sinais e os Gregos procuram sabedoria, nós, em vez disso, anunciamos Cristo crucificado: escândalos para os Judeus e loucura para os pagãos” (1 Cor 1,22-23). Deus, de fato, salvou o mundo não com um ato de poder, mas mediante a humilhação de seu Filho unigênito: segundo os parâmetros humanos, o modo inusitado implementado por Deus confronta com as exigências da sabedoria grega. E ainda, a Cruz de Cristo tem sua própria razão, que São Paulo chama: ho lògos tou staurou, “a palavra da cruz” (1 Cor 1, 18). Aqui, o termo lògos indica tanto a palavra quanto a razão e, se alude à palavra, é porque exprime verbalmente isso que a razão elabora. Portanto, Paulo vê na Cruz não um acontecimento irracional, mas um fato salvífico que possui uma racionalidade própria reconhecida à luz da fé. Ao mesmo tempo, ele tem tanta confiança na razão humana, ao ponto de admirar-se com o fato de que muitos, ao ver a beleza das obras realizadas por Deus, persistem em não acreditar Nele. Diz na Carta aos Romanos:“De fato as...perfeições invisíveis [de Deus], ou seja, o seu eterno poder e divindade, vem contemplados e incluidos na criação do mundo através das suas obras” (1, 20). Assim, também São Pedro exorta os cristãos da diáspora a adorar  “o Senhor, Cristo, nos vossos corações, prontos sempre a responder a qualquer um que vos pedir a razão da esperança que está em vós” (1 Ped 3, 15). Em um clima de perseguição e de forte exigência de testemunhar a fé, aos cristãos é pedido justificar com motivações fundadas  a sua adesão à palavra do Evangelho; de dar as razões da nossa esperança.

Sobre essas premissas acerca da ligação fecunda entre compreender e crer, funda-se também o relacionamento virtuoso entre a ciência e a fé. A pesquisa científica leva ao conhecimento da verdade sempre novas sobre o homem e sobre o cosmos, o vejamos. O verdadeiro bem da humanidade, acessível na fé, abre o horizonte no qual se deve mover o seu caminho de descoberta. Deve, portanto, ser encorajada, por exemplo, as pesquisas colocadas à serviço da vida e que visam erradicar as doenças. Importantes são também as investigações para descobrir os segredos do nosso planeta e do universo, na consciência de que o homem está no vertical da criação não para explorá-la sem sentido, mas para protegê-la e torná-la habitável. Assim, a fé, vivida realmente, não entra em conflito com a ciência, mas coopera com essa, oferecendo critérios basilares para que promova o bem de todos, pedindo-lhe para renunciar somente àquelas tentativas que – opondo-se ao projeto originário de Deus – possam produzir efeitos que se voltam contra o próprio homem. Também por isso é racional crer: se a ciência é uma preciosa aliada da fé para a compreensão do desígnio de Deus no universo, a fé permite ao progresso científico realizar-se sempre para o bem e para a verdade do homem, permanecendo fiel a este mesmo desígnio.

Por isso é decisivo para o homem abrir-se à fé e conhecer Deus e o seu projeto de salvação em Jesus Cristo. No Evangelho vem inaugurado um novo humanismo, uma autêntica “gramática” do homem e de toda a realidade. Afirma o Catecismo da Igreja Católica: “A verdade de Deus é a sua sabedoria que rege a ordem da criação e do governo do mundo. Deus que, sozinho, ‘fez o céu e a terra’ (Sal 115,15), pode doar, Ele só, o verdadeiro conhecimento de cada coisa criada na relação com ele” (n. 216).

Confiemos, então, que o nosso empenho na evangelização ajude a dar nova centralidade ao Evangelho na vida de tantos homens e mulheres do nosso tempo. E rezemos para que todos redescubram em Cristo o sentido da existência e o fundamento da verdadeira liberdade: sem Deus, de fato, o homem perde a si mesmo. Os testemunhos de quantos nos antecederam e dedicaram a sua vida ao Evangelho o confirmam para sempre. É racional crer, está em jogo a nossa existência. Vale a pena se gastar por Cristo, somente Ele satisfaz os desejos de verdade e de bem enraizados na alma de cada homem: ora, no tempo que passa, e no dia sem fim da Eternidade bem aventurada.

Barbosa nega liminar que questionava piso salarial de professores

O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou liminar que pretendia alterar o regime de pagamento do piso nacional de professores. Governadores de seis estados – Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina – alegavam que o critério de reajuste era ilegal. A decisão de Barbosa é liminar, e a ação ainda será analisada no mérito.
O piso nacional dos professores foi criado com uma lei de 2008, declarada constitucional pelo STF em abril do ano passado. Um dos artigos da lei estipula que o piso deve ser atualizado anualmente em janeiro, segundo índice divulgado pelo Ministério da Educação.
Para os seis estados que acionaram o Supremo, a adoção de um critério da Administração Federal para o aumento da remuneração tem várias ilegalidades e agride a autonomia dos estados e municípios para elaborar seus próprios orçamentos.
Em sua decisão, Barbosa argumenta que a inconstitucionalidade da forma de reajuste já poderia ter sido questionada na ação julgada pelo STF em 2011, o que não ocorreu. “Essa omissão sugere a pouca importância do questionamento ou a pouco ou nenhuma densidade dos argumentos em prol da incompatibilidade constitucional do texto impugnado”.
Segundo o ministro, a lei prevê que a União complemente os recursos locais para atendimento do novo padrão de vencimentos, e a suposição de que isso não ocorrerá é um juízo precoce. “Sem a prova de hipotéticos embaraços por parte da União, a pretensão dos requerentes equivale à supressão prematura dos estágios administrativo e político previstos pelo próprio ordenamento jurídico para correção dos déficits apontados”, destacou Barbosa.
Autor: Agência Brasil